sábado, 18 de fevereiro de 2023

Que é a carne?


“Se vivemos em espírito, andemos também em espírito.” — Paulo. (GÁLATAS, 5.25)

Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne.

 É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências da carne, de seus criminosos impulsos e nocivos desejos. Nós mesmos, frequentemente, sentimos-nos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho.  O próprio Mestre figurou que o espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca. 

Entretanto, que é a carne?

 Cada personalidade espiritual tem o seu corpo fluídico e ainda não percebestes, porventura, que a carne é um composto de fluidos condensados?  Naturalmente, esses fluidos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si.  Podemos figurá-lo como casa terrestre, dentro da qual o Espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más de seu possuidor.

 Quando falamos em pecados da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à condição inferior do homem espiritual sobre o Planeta.

Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má-fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.

É preciso se instale no homem a compreensão de sua necessidade de autodomínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo, em Jesus-Cristo.

Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao homem, a paternidade dos crimes e desvios da Terra, quando sabemos que tudo procede do espírito.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Caminho, Verdade e Vida
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18 de fevereiro

Quando você distribui incondicionalmente seu amor e sua compreensão, eles lhe serão devolvidos multiplicados.

Quando você distribui crítica e negatividade, elas também lhe serão devolvidas multiplicadas.

Aquilo que está no seu interior reflete no seu exterior.

É impossível esconder seu descontentamento, desagrado ou infelicidade, porque mais cedo ou mais tarde eles irão inchar como uma pústula que terá que ser lancetada.

Quanto antes o veneno se dispersar, melhor, e a melhor maneira de conseguir isso é mudando toda a sua atitude.

Substitua estes pensamentos venenosos, negativos, críticos, por pensamentos do mais puro amor, harmonia e compreensão.

E isto pode e deve ser feito o quanto antes. Você não precisa ficar chafurdando na sua própria infelicidade e depressão e nem deve perder tempo com autopiedade.

Quando você quiser fazer algo a respeito da sua condição, faça-o imediatamente. Mudanças podem acontecer num piscar de olhos.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Os infortúnios ocultos

Nas grandes calamidades, a caridade se emociona e observam-se impulsos generosos, no sentido de reparar os desastres. Mas, a par desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam despercebidos: os dos que jazem sobre um grabato sem se queixarem. Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência.

Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida? Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida, pois que à entrada a saúdam respeitosamente. Aonde vai ela? Sobe até a mansarda, onde jaz uma mãe de família cercada de crianças. À sua chegada, refulge a alegria naqueles rostos emagrecidos. É que ela vai acalmar ali todas as dores. Traz o de que necessitam, condimentado de meigas e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos, que não são profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar. O pai está no hospital e, enquanto lá permanece, a mãe não consegue com o seu trabalho prover às necessidades da família. Graças à boa senhora, aquelas pobres crianças não mais sentirão frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas, o leite não secará no seio que as amamenta. Se entre elas alguma adoece, não lhe repugnarão a ela, à boa dama, os cuidados materiais de que essa necessite. Dali vai ao hospital levar ao pai algum reconforto e tranqüilizá-lo sobre a sorte da família.

No canto da rua, uma carruagem a espera, verdadeiro armazém de tudo o que destina aos seus protegidos, que todos lhe recebem sucessivamente a visita. Não lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens. Terminado o seu giro, diz de si para consigo: Comecei bem o meu dia. Qual o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que nada indica; mas é o anjo da consolação. À noite, um concerto de bençãos se eleva em seu favor ao Pai celestial: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem.

Por que tão singelo traje? Para não insultar a miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha? Para que aprenda como se deve praticar a beneficência. A mocinha também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe diz: “Que podes dar, minha filha, quando nada tens de teu? Se eu te passar às mãos alguma coisa para que dês a outrem, qual será teu mérito? Nesse caso, em realidade, serei eu quem faz a caridade; que merecimento terias nisso? Não é justo. Quando visitamos os doentes, tu me ajudas a tratá-los. Ora, dispensar cuidados é dar alguma coisa. Não te parece bastante isso? Nada mais simples. Aprende a fazer obras úteis e confeccionarás roupas para essas criancinhas. Desse modo, darás alguma coisa que vem de ti.” É assim que aquela mãe verdadeiramente cristã prepara a filha para a prática das virtudes que o Cristo ensinou. É espírita ela? Que importa!

Em casa, é a mulher do mundo, porque a sua posição o exige. Ignoram, porém, o que faz, porque ela não deseja outra aprovação, além da de Deus e da sua consciência. Certo dia, no entanto, imprevista circunstância leva-lhe a casa uma de suas protegidas, que andava a vender trabalhos executados por suas mãos. Esta última, ao vê-la, reconheceu nela a sua benfeitora. “Silêncio! ordena-lhe a senhora. Não o digas a ninguém.” Falava assim Jesus.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 4.)
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Justiça em nós mesmos


Não nos esqueçamos do mundo vasto de nós mesmos, onde a consciência amparada pela razão, nos adverte, serena e incorruptível, quanto às normas que nos cabe esposar, em favor de nossa segurança e alegria.

Muitas vezes, recorremos ao parecer dos outros nos assuntos que nos dizem de perto à paz espiritual, com receio do parecer de nossa própria alma e, quase sempre, apelamos para a orientação de muitos encarnados e desencarnados, por nos sentirmos incapazes de escutar os avisos de nossos templo interior, em cujo altar, a Bondade Divina nos concita às obrigações que a vida nos delegou.

Em muitas ocasiões, queixamo-nos dos companheiros que nos partilham a luta, cegos para com a nossa posição reprovável diante deles; declaramo-nos desditosos e perseguidos, sem perceber os calhaus de amargura que lançamos, desassisados, no caminho dos outros e arrojamo-nos a reivindicações descabidas, sem observar que nós próprios fomos os autores da desconsideração que nos arrasa ou desprestigia…

Em várias circunstâncias, reclamamos o trabalho do próximo sem dar a mínima parte da quota de serviço que lhe devemos, exigimos que a tranquilidade nos favoreça, alimentando a guerra silenciosa e tenaz contra os nossos vizinhos e bradamos contra as perturbações que nos visitam a casa, cultivando a leviandade e a calúnia, a destruição e a maledicência…

Tenhamos, desta maneira, a coragem de examinar a nós mesmos, ouvindo a própria consciência que jamais nos engana quanto ao rumo que nos compete seguir.

Decerto, é muito fácil julgar a conduta alheia e repetir a famosa frase: — “Se fosse comigo faria assim”.

Mas, é sempre difícil atender à justiça em nós mesmos para retificar as próprias atitudes e corrigir os próprios atos.

Acendamos, cada dia, por alguns instantes, a luz da prece em nosso próprio íntimo e roguemos a Jesus nos ensine a ver e a discernir para que, através da oração, possamos aprender e servir sem compromissos escuros nos laços da tentação.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Semeador em tempos novos
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Hereditariedade


Realmente, não podemos negar os princípios da hereditariedade em formação do corpo físico.

O fruto é a síntese da árvore.

A casa construída revela a qualidade do operário que lhe assegurou o levantamento.

Nossos pais, na Terra, por isso mesmo, são os artífices da genética, plasmando o instrumento adequado à nossa materialização, a longo prazo, entre os homens.

Urge, porém, considerar que a moradia material nada tem a ver, substancialmente, com o seu inquilino provisório, como o leito nada possui de comum com o enfermo que o ocupa, excetuando-se naturalmente o valor do serviço prestado a um e outro, porquanto, sem o domicílio, o homem estaria relegado à intempérie e, sem o catre acolhedor, o doente pereceria por deficiência de proteção.

Na consanguinidade terrestre, reunimo-nos uns aos outros, de modo geral, pelos princípios da afinidade.

Pais delinquentes atraem Espíritos viciosos que, se lhes filiando à carne transitória, lhes impõem duro trabalho regenerativo, ao passo que lares dignos invocam a presença de almas enobrecidas e belas que elegem na sensibilidade e no amor, na ciência e na virtude o seu clima ideal.

Semelhante regra, contudo, tem as suas exceções porque no ambiente sombrio da viciação e do crime podem aparecer criaturas aformoseadas pelo mais alto nível de evolução, aí cumprindo difíceis tarefas de renunciação e soerguimento para que a luz se faça entre os que se refocilam nas trevas, enquanto que nos círculos felizes podem surgir almas torvas, emissárias de sofrimentos e sombras, trazendo agoniado reajuste à assembleia familiar em que temporariamente estagiam.

Desse modo, a família terrena é a forja de laços purificadores, em que cada Espírito renascente, embora recolhendo da ascendência doméstica o corpo que mereceu, é, no fundo, o herdeiro de si próprio, de vez que cada qual de nós traz consigo do passado remoto e próximo as bênçãos e as chagas, as aflições e as alegrias que semeou para si mesmo nos caminhos imensuráveis do tempo.

Sejamos cultores da sabedoria e do amor, da bondade e da educação, ainda agora, porquanto, se somos hoje os escravos da espinhosa plantação do pretérito, seremos amanhã venturosos senhores de nossos próprios destinos, se esposarmos o bem por norma inalterável de nossa paz, desde hoje.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Semeador em tempos novos
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Auxílio aos que partem


Não observes a criatura cuja palavra a morte emudeceu como alguém que se aniquilou.

Corpo gasto é apenas veste rota.

Se ainda ontem oferecias devotamento aos que atravessam as barreiras da sepultura, por que motivo transformarás, agora, as flores do teu amor em espinhos de desespero?

 Quem parte quase sempre transporta consigo aflições e problemas que não consegues imaginar!...

 Muitos daqueles que de ti receberam entendimento e carinho abandonaram a Terra conduzindo consigo as paixões que lhes devastavam o ser, os dissabores em que se cristalizaram, as angústias da separação e as chagas do remorso que adquiriram.

 Não lhes atires fogo à alma inquieta através do pranto inconsiderado.

 Ajuda-os com a prece amiga e faze algo que lhes garanta a libertação, fortalecendo-lhes a esperança ou socorrendo a viuvez e a orfandade que lhes recordam o nome, atenuando o sofrimento e a treva que deixaram na retaguarda.

Comentando-lhes a passagem no mundo, destaca-lhes os anseios e as qualidades nobres, reportando-te aos elevados desejos que não puderam realizar.

 Não salientes o mal de que foram vítimas, nem te refiras aos enganos a que se acolheram, porque teu pensamento e teu verbo atingem o Mais Além com endereço infalível.

 Não provoques o pranto de quem já chorou em demasia à frente da verdade, nem apagues a chama da fé viva que brilha em favor daqueles que se tresmalham nos labirintos do ódio.

 Auxilia-os como puderes e acende o lume da oração junto deles para que se restaurem com segurança.

Não olvides que amanhã serás o indeciso viajante das sombras, supostamente morto para os que ficam, e somente por teu incessante auxílio aos outros é que dos outros receberás o auxílio de amor, luz e paz.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Cartas do Alto
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17 de fevereiro

Quando você estiver pronto e desejoso de se entregar totalmente a Mim, só então suas menores necessidades serão maravilhosamente realizadas e sua vida fluirá na abundância, pois você abre as comportas quando entrega tudo a Mim.

Absorva esta lei em todas as partes de seu ser, até que ela seja inerente a você, até que você vibre com o ritmo de toda vida e entenda o significado do todo, de estar sintonizado com toda a criação e, portanto, sintonizado coMigo.

EU SOU o criador de toda a criação; EU SOU o todo de toda vida.

Eleve sua consciência e compreenda que EU ESTOU em você, que o todo está em você, e que nada pode separá-lo desta maravilha a não ser as limitações da sua própria consciência.

Por que não soltar as amarras e deixá-la se expandir?

Não permita que nada impeça essa expansão de consciência até que você possa aceitar que EU ESTOU em você, você está em Mim e nós somos UM.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Parábola do semeador

Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; — em torno dele logo reuniu-se grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se, permanecendo na margem todo o povo. — Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim:

Aquele que semeia saiu a semear; — e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. — Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. — Mas, levantando-se, o sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. — Outra parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. Outra, finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um, outras sessenta e outras trinta. — Ouça quem tem ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 1 a 9.)

Escutai, pois, vós outros a parábola do semeador. — Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. — Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a palavra e que a recebe com alegria no primeiro momento. — Mas, não tendo nele raízes, dura apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e perseguições por causa da palavra, tira ele daí motivo de escândalo e de queda. — Aquele que recebe a semente entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. — Aquele, porém, que recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou trinta por um.
(S. MATEUS, cap. XIII, vv. 18 a 23.)

A parábola do semeador exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito, para as quais não passa ele de letra morta e que, como a semente caída sobre pedregulhos, nenhum fruto dá!

Não menos justa aplicação encontra ela nas diferentes categorias espíritas. Não se acham simbolizados nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e nenhuma conseqüência tiram deles, porque neles mais não vêem do que fatos curiosos? Os que apenas se preocupam com o lado brilhante das comunicações dos Espíritos, pelas quais só se interessam quando lhes satisfazem à imaginação, e que, depois de as terem ouvido, se conservam tão frios e indiferentes quanto eram? Os que reconhecem muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos outros e não a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais essas instruções são como a semente que cai em terra boa e dá frutos?

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, itens 5 e 6.)
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TUA MENSAGEM


Tua mensagem não se constitui apenas do discurso ou do título de cerimônia com que te apresentas em piano convencional; é a essência de tuas próprias ações, a exteriorizar-se de ti, alcançando os outros.

Sem que percebas, quando te diriges aos companheiros para simples opiniões, em torno de sucessos triviais do cotidiano, está colocando o teu modo de ser no que dizes; ao traçares ligeira frase, num bilhete aparentemente sem importância, derramas o conteúdo moral de teu coração naquilo que escreves, articulando referência determinada, posto que breve, apontas o rumo de tuas inclinações; em adquirindo isso ou aquilo, entremostras o próprio senso de escolha; elegendo distrações, patenteias por elas os interesses que te regem a vida íntima...

Reflete na mensagem que expedes, diariamente, na direção da comunidade.

As tuas idéias e comentários, atos e diretrizes voam de ti, ao encontro do próximo, à feição das sementes que são transportadas para longe das árvores que as produzem.

Cultivemos amor e justiça, compreensão e bondade, no campo do espírito.

Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é substância real de tua mensagem às criaturas e é claramente pelo que fazes às criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em zelando por ti.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Caminho espírita
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Endereço certo


Há dois dias, Lucinha conservava sob sua guarda, para adoção por terceiros, encantadora menina recém-nascida. Três casais que ainda ig­noravam sua existência aguardavam por aquela oportunidade, com a ansiedade de quem, após in­frutíferos esforços no propósito de ter seus pró­prios filhos, decidiu acolher filhos alheios. Porém havia um problema: Lucinha não se
inclinava por nenhum deles.

Em qualquer daqueles lares, a criança estaria bem. Eram famílias bem constituídas, gente boa, excelente condição financeira, ambiente saudável… Por que, então, a dúvida? Impossível definir. Ape­nas sentia assim…

O tempo corria célere. Imperioso definir rápido ou teria problemas em sua própria casa, porquanto uma de suas filhas tomara-se de amores pela me­nina. Pensara em ficar com ela. Adoraria fazê-lo. Mais forte, entretanto, era o sentimento de que era outro o destino daquela criança.

À noite, ao se deitar, alma em conflito, orou pedindo ajuda a Deus. Estava consciente da enor­me responsabilidade que tinha em suas mãos. Queria acertar! Para tanto, empenhava-se em apurar a sensibilidade! Era preciso estender antenas espiri­tuais, captar orientação segura!…

Brando sono pôs fim às suas angústias. Em sonho muito nítido, viu-se entregando a menina a Maitê, sua prima, que a recebia emocionada e feliz.

Despertou com a lembrança plena do ines­perado contato, guardando a convicção de que o Céu atendera suas rogativas. Mas, por que a pri­ma? Ela e o marido estavam ainda traumatizados com a morte de Pedrinho, o filho mais novo que falecera há alguns meses, vitimado por leucemia no verdor de seus cinco anos. Não cogitavam de uma adoção…

Bem, o jeito era verificar como estavam. Tomou o telefone e fez a ligação.

– Oi, Maitê, tudo bem? 

– Muito bem, Lucinha! Bem mesmo, graças a Deus!

– Você está animada! Fico feliz!

– É verdade, estou animadíssima, como não me sentia há anos!

– Ganhou na Loteria?

– Vou ganhar, mas é algo mil vezes mais importante!…

– Quem bom! Posso saber?

– Claro, prima! Há várias noites, venho so­nhando com o Pedrinho. Ele se aproxima de mim e me entrega um bebê, explicando: “Mamãe, trou­xe-lhe uma irmãzinha para você cuidar”.

Maitê estabelece pequena pausa, contendo a emoção, e conclui:

– Como sabe, Lucinha, não posso mais ter filhos, mas, em face dos sonhos, combinei com o João: vamos adotar uma menina. Daí a minha alegria!­ Sinto que vai “pintar” uma criança em minha vida!

Pausa mais longa interrompe o diálogo.

– Oi, Lucinha, ainda está aí?

Uma voz trêmula, embargada pela emoção, responde do outro lado:

– Sim, Maitê, estou aqui e tenho uma surpresa para você: a criança já “pintou”! Sua filhinha está aqui comigo!

***
A adoção de filhos não obedece a circunstâncias fortuitas. Há uma ampla mobilização da Espiritualidade no sentido de encaminhar órfãos aos lares a que se destinam.

Ficaríamos surpresos se tivéssemos noção plena do trabalho desenvolvido pelos mentores es­pirituais nesse sentido. Quando encontram instrumentos dóceis na Terra, eles realizam prodígios pa­ra colocar filhos que precisam de pais no endereço certo de pais que precisam de filhos.

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Richard Simonetti
Obra: Endereço certo
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Contratempos



Diante de quaisquer contratempos, pensa no bem.
*
O trabalho estafante...
Será ele a providência que te habilita à vitória contra o assédio de perturbações que te espreitam a estrada.
*
O encontro perdido...
Semelhante contrariedade decerto apareceu, em tua defesa própria.
*
A realização adiada...
A procrastinação de teus desejos estará funcionando, em teu benefício, para que não entres em determinados compromissos fora de tempo.
*
A viagem desfeita...
O plano frustrado, provavelmente, é o recurso com que se te garante o equilíbrio.
*
O carro enguiçado...
O incidente desagradável é o processo de forrar-te contra acidentes possíveis.
*
O mal estar orgânico...
A enfermidade menor haverá surgido, a fim de induzir-te a tratamento inadiável.
*
A afeição que se afasta...
A separação vale por cirurgia no campo da alma, muita vez, resguardando-te a paz e a segurança.
*
A morte no lar...
A despedida de um ente querido, quase sempre, procede da Misericórdia do Senhor; no sentido de evitar sofrimento maiores para aquele que parte, tanto quanto para aqueles que ficam.
*
Diante de qualquer obstáculo, reflete no bem, porque no curso de todas as circunstâncias, por detrás dos contratempos da vida, a Bondade de Deus jaz oculta.

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EMMANUEL
Chico Xavier
Obra: Coragem
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16 de fevereiro

O que é que você está fazendo a respeito do que realmente importa nesta vida?

Os seus valores estão corretos?

Por que não aquietar-se e, em silêncio, estudar seus motivos e concluir se são os mais elevados possível?

Só você e mais ninguém, pode decidir isso. Pode até acontecer que você tenha que esperar por Mim, sem receber uma resposta imediata.

Talvez você tenha lições importantes para aprender através do silêncio e da espera por Mim, especialmente se você for uma pessoa impaciente e exigente.

Por que inventar desculpas para si mesmo?

Você sabe todas as respostas em teoria; agora é a hora de colocá-las em prática e verificar como funcionam.

Você jamais aprenderá essas importantes lições até testá-las pessoalmente. Por que não fazer isto agora e parar de perder tempo?

Aprenda a corrigir os seus valores e organizar as suas prioridades.

Permita que Eu trabalhe em você e através de você.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Mundos inferiores e mundos superiores (I)

A qualificação de mundos inferiores e mundos superiores nada tem de absoluta; é, antes, muito relativa. Tal inundo é inferior ou superior com referência aos que lhe estão acima ou abaixo, na escala progressiva.

Tomada a Terra por termo de comparação, pode-se fazer idéia do estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes na condição das raças selvagens ou das nações bárbaras que ainda entre nós se encontram, restos do estado primitivo do nosso orbe. Nos mais atrasados, são de certo modo rudimentares os seres que os habitam. Revestem a forma humana, mas sem nenhuma beleza. Seus instintos não têm a abrandá-los qualquer sentimento de delicadeza ou de benevolência, nem as noções do justo e do injusto. A força bruta é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e de invenções, passam a vida na conquista de alimentos. Deus, entretanto, a nenhuma de suas criaturas abandona; no fundo das trevas da inteligência jaz, latente, a vaga intuição, mais ou menos desenvolvida, de um Ente supremo. Esse instinto basta para torná-los superiores uns aos outros e para lhes preparar a ascensão a uma vida mais completa, porquanto eles não são seres degradados, mas crianças que estão a crescer.

Entre os degraus inferiores e os mais elevados, inúmeros outros há, e difícil é reconhecer-se nos Espíritos puros, desmaterializados e resplandecentes de glória, os que foram esses seres primitivos, do mesmo modo que no homem adulto se custa a reconhecer o embrião.

Nos mundos que chegaram a um grau superior, as condições da vida moral e material são muitíssimo diversas das da vida na Terra. Como por toda parte, a forma corpórea aí é sempre a humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada. O corpo nada tem da materialidade terrestre e não está, conseguintemente, sujeito às necessidades, nem às doenças ou deteriorações que a predominância da matéria provoca. Mais apurados, os sentidos são aptos a percepções a que neste mundo a grosseria da matéria obsta. A leveza específica do corpo permite locomoção rápida e fácil: em vez de se arrastar penosamente pelo solo, desliza, a bem dizer, pela superfície, ou plana na atmosfera, sem qualquer outro esforço além do da vontade, conforme se representam os anjos, ou como os antigos imaginavam os manes nos Campos Elíseos. Os homens conservam, a seu grado, os traços de suas passadas migrações e se mostram a seus amigos tais quais estes os conheceram, porém, irradiando uma luz divina, transfigurados pelas impressões interiores, então sempre elevadas. Em lugar de semblantes descorados, abatidos pelos sofrimentos e paixões, a inteligência e a vida cintilam com o fulgor que os pintores hão figurado no nimbo ou auréola dos santos.

A pouca resistência que a matéria oferece a Espíritos já muito adiantados torna rápido o desenvolvimento dos corpos e curta ou quase nula a infância. Isenta de cuidados e angústias, a vida é proporcionalmente muito mais longa do que na Terra. Em princípio, a longevidade guarda proporção com o grau de adiantamento dos mundos. A morte de modo algum acarreta os horrores da decomposição; longe de causar pavor, é considerada uma transformação feliz, por isso que lá não existe a dúvida sobre o porvir. Durante a vida, a alma, já não tendo a constringi-la a matéria compacta, expande-se e goza de uma lucidez que a coloca em estado quase permanente de emancipação e lhe consente a livre transmissão do pensamento.

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(Resumo do ensino de todos os Espíritos superiores.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 8 e 9.)
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Tragédias Segundo o Espiritismo


As Tragédias Segundo o Espiritismo são aprendizados necessários para a nossa evolução. Uma acontecimento de transformação espiritual visando a apuração moral dos espíritos.

A questõe 737 da obra, O Livro dos Espíritos, explica que os flagelos destruidores nos servem para progredirmos mais depressa. As Tragédias Segundo o Espiritismo, são, portanto a oportunidade de Regeneração moral dos Espíritos.

O que entendemos por tragédias no sentido de término, na verdade representam um breve instante no infinito de nossas existências em busca na renovação. Os ensinamentos expressos em flagelos hoje, serão no futuro adiantamento a fim de evitar novos erros causadores do sofrimento.

As Tragédias Segundo o Espiritismo nos servem de provas para o exercícios da inteligência, demonstra a paciência e a resignação. As dores e sofrimentos são, além de ensinamentos, a execução das Leis Divinas, como a Lei de Causa e Efeito.

Ainda no Livro dos Espíritos, a questão 851 nos esclarece que as fatalidades físicas “existem unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer.”

O aprendizado proporcionado pelos flagelos têm o propósito de transformação. As Tragédias Segundo o Espiritismo nos dão a oportunidade de mudança. Seja encarnado ou na continuação da existência após a morte, as dores e sofrimentos concorrem ao bem, tal qual a nossa evolução moral e intelectual ante o progresso espiritual.

Abaixo segue uma nota escrita por Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, no item Flagelos destruidores.

“Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo."

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Tragédias Segundo o Espiritismo
– Alma Querida -
Publicado por Rádio Boa Nova
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Com os teus


Confessas que não será difícil o relacionamento com os outros aqueles que formam a grande comunidade humana.

Mas com os teus...

Com aqueles que te constituem a equipe doméstica, afirmas encontrar obstáculos que se te afiguram quase imbatíveis para a convivência em paz e segurança.

Entretanto, considera; aqueles que se nos erigem por familiares são as criaturas com as quais nos interligamos, às vezes, nos mais intrincados compromissos.

Os teus são as ruas afeições, antagonismos, encargos e dívidas do caminho.

Quase sempre, remanescem de existências anteriores, solicitando-te amor e exemplo, apoio e cooperação.

Quando se te revelem por desafios e empeços, ama-os e auxilia-os quais se te apresentam.

Para isso, porém, é necessário abras o espírito à grande compreensão.

O pai que recebeste estimaria viver nas mais altas demonstrações de superioridade; a mulher que te acolheu nos braços desejaria catalogar-se na condição dos anjos; os irmãos que te carregam o nome quereriam ser modelos de perfeição aos teus olhos e os parentes em geral ficariam felizes desempenhando a função de teus benfeitores, no entanto, são todos eles seres humanos, falíveis quais nós mesmos.

Em dúvida, em algumas circunstâncias surgirão errados e talvez te decepcionem, tanto quanto nós somos passíveis de falhas, desiludindo a muitos.

Ama os que te partilham a experiência no cotidiano aprendendo entendimento e tolerância.

Se problemas de convívio aparecerem em tuas áreas de ação mais íntima, conserva paciência e bondade para com os que te cercam.

Em qualquer dificuldade, compadece-te dos teus para que os teus igualmente se compadeçam de ti.

Não olvides que a presença de Deus vibra recôndita, em cada um de nós.

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Meimei
Chico Xavier
Obra: Palavras do coração
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Diferença


“Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem”. (TIAGO, 2:19).

A advertência do apóstolo é de essencial importância no aviso espiritual.

Esperar benefícios do Céu é atitude comum a todos.

Adorar o Senhor pode ser trabalho de justos e injustos.

Admitir a existência do Governo Divino é traço dominante de todas as criaturas.
Aceitar o Supremo Poder é próprio de bons e maus.

Tiago foi divinamente inspirado neste versículo, porque suas palavras definem a diferença entre crer em Deus e fazer-lhe a Sublime Vontade.

A inteligência é atributo de todos.
A cognição procede da experiência.
O ser vivo evolve sempre e quem evolve aprende e conhece.

A diferenciação entre o gênio do mal e o gênio do bem permanece na direção do conhecimento.

O demônio, como símbolo de maldade, executa os próprios desejos, muita vez desvairados e escuros.

O anjo identifica-se com os desígnios do Eterno e cumpre-os onde se encontra.

Recorda, pois, que não basta a escola religiosa a que te filias para que o problema da felicidade pessoal alcance a solução desejada.

Adorar o Senhor, esperar e crer nEle são atitudes características de toda a gente.

O único sinal que te revelará a condição mais nobre estará impresso na ação que desenvolveres na vida, a fim de
executar-lhe os desígnios, porque, em verdade, não adianta muito ao aperfeiçoamento o ato de acreditar no bem que virá do Senhor e sim a diligência em praticar o bem, hoje, aqui e agora, em seu nome.

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Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: “Fonte Viva” – Edição FEB
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15 de fevereiro

O segredo para fazer as coisas funcionarem é querer que elas funcionem, e ser tão positivo a respeito que não reste possibilidade de que isto não aconteça.

Lidar de má vontade com um trabalho difícil não traz sucesso, mas quando esse trabalho é feito de coração, com um real desejo de vê-lo bem terminado, então só o melhor pode advir.

Faça tudo que você se propõe a fazer de coração, desde a tarefa mais corriqueira até o mais complicado e difícil trabalho.

Disponha-se a aceitar desafios reais em sua vida, sem se amedrontar.

Quando esses desafios são encarados de maneira certa e com a sabedoria interior de que sou Eu que estou trabalhando em você e através de você, ajudando-o a completar a tarefa, tudo pode acontecer.

Mude a sua maneira de encarar os fatos e você poderá abrir a porta para energias muito positivas e criativas que o inundarão.

Compreenda que você pode mudar, e mudar rapidamente, mas isto está em suas mãos.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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Mensagem do ESE:

Fazer o bem sem ostentação

1. Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. – Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. – Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; – a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. (S. MATEUS, 6:1 a 4.)

2. Tendo Jesus descido do monte, grande multidão o seguiu. – Ao mesmo tempo, um leproso veio ao seu encontro e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, poderás curar-me. – Jesus, estendendo a mão, o tocou e disse: Quero-o, fica curado; no mesmo instante desapareceu a lepra. – Disse-lhe então Jesus: abstém-te de falar disto a quem quer que seja; mas, vai mostrar-te aos sacerdotes e oferece o dom prescrito por Moisés, a fim de que lhes sirva de prova. (S. MATEUS,8:1 a 4.)

3. Em fazer o bem sem ostentação há grande mérito; ainda mais meritório é ocultar a mão que dá; constitui marca incontestável de grande superioridade moral, porquanto, para encarar as coisas de mais alto do que o faz o vulgo, mister se torna abstrair da vida presente e identificar-se com a vida futura; numa palavra, colocar-se acima da Humanidade, para renunciar à satisfação que advém do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. Aquele que prefere ao de Deus o sufrágio dos homens prova que mais fé deposita nestes do que na Divindade e que mais valor dá à vida presente do que à futura. Se diz o contrário, procede como se não cresse no que diz.

Quantos há que só dão na esperança de que o que recebe irá bradar por toda a parte o benefício recebido! Quantos os que, de público, dão grandes somas e que, entretanto, às ocultas, não dariam uma só moeda! Foi por isso que Jesus declarou: “Os que fazem o bem ostentosamente já receberam sua recompensa.” Com efeito, aquele que procura a sua própria glorificação na Terra, pelo bem que pratica, já se pagou a si mesmo; Deus nada mais lhe deve; só lhe resta receber a punição do seu orgulho.

Não saber a mão esquerda o que dá a mão direita é uma imagem que caracteriza admiravelmente a beneficência modesta. Mas, se há a modéstia real, também há a falsa modéstia, o simulacro da modéstia. Há pessoas que ocultam a mão que dá, tendo, porém, o cuidado de deixar aparecer um pedacinho, olhando em volta para verificar se alguém não o terá visto ocultá-la. Indigna paródia das máximas do Cristo! Se os benfeitores orgulhosos são depreciados entre os homens, que não será perante Deus? Também esses já receberam na Terra sua recompensa. Foram vistos; estão satisfeitos por terem sido vistos. É tudo o que terão.

E qual poderá ser a recompensa do que faz pesar os seus benefícios sobre aquele que os recebe, que lhe impõe, de certo modo, testemunhos de reconhecimento, que lhe faz sentir a sua posição, exaltando o preço dos sacrifícios a que se vota para beneficiá-lo? Oh! para esse, nem mesmo a recompensa terrestre existe, porquanto ele se vê privado da grata satisfação de ouvir bendizer-lhe do nome e é esse o primeiro castigo do seu orgulho. As lágrimas que seca por vaidade, em vez de subirem ao Céu, recaíram sobre o coração do aflito e o ulceraram. Do bem que praticou nenhum proveito lhe resulta, pois que ele o deplora, e todo benefício deplorado é moeda falsa e sem valor.

A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola. Ora, converter em esmola o serviço, pela maneira de prestá-lo, é humilhar o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre orgulho e maldade. A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e engenhosa no dissimular o benefício, no evitar até as simples aparências capazes de melindrar, dado que todo atrito moral aumenta o sofrimento que se origina da necessidade. Ela sabe encontrar palavras brandas e afáveis que colocam o beneficiado à vontade em presença do benfeitor, ao passo que a caridade orgulhosa o esmaga. A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço. Eis o que significam estas palavras: “Não saiba a mão esquerda o que dá a direita.”

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Capítulo XIII
QUE VOSSA MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE DÊ VOSSA MÃO DIREITA.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
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OSTENTAÇÃO


Alarde é ramificação do orgulho, que nos leva à vaidade perigosa.
Aparato é roupa falsa, consigo o amor-próprio.
Arrogância usa todos os meios falsos para dizer o que não é.
Esplendor tem um preço e, quando é verdadeiro, não gosta de mostrar-se; ilumina por si mesmo.
Pompa é requinte exterior, que estraga a economia da coletividade.
Prova de saber é para o pseudo-sábio; o verdadeiro mestre sabe que ainda nada entende da vida que o circunda.
Ruído em demasia somente anuncia uma coisa com bastante nitidez: ignorância.
Apregoar os valores alheios, porque os teus, se os tens, é tarefa de outros anunciá-los, caso queiram.
Mostrar, todo vaidoso gosta de fazê-lo, sendo sempre o que não é; não suporta calar-se, sem anunciar o que pensa fazer.
Autovalorização é cegueira crônica, se comparada aos valores dos outros; aquilo que anunciamos de nós mesmos existe nas outras pessoas que, por vezes, estão em silêncio há muito tempo.
O gazofilácio da tua vaidade não deve ser tocado, para não desmereceres algumas das tuas virtudes. Esquece o eu, e lembra-te do nós, que é a única realidade, e estarás praticando o segundo mandamento anunciado por Cristo.

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Espírito Loester
João Nunes Maia
Mantras de Vida
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A influência dos seres invisíveis na vida humana


A crença na influência de seres invisíveis na vida dos homens existe desde os princípios da história. Os povos antigos, como os romanos, gregos e egípcios acreditavam em deuses de forma humana, que interferiam diretamente em suas ações. Com o passar dos tempos, outras crenças foram se difundindo, como as figuras dos anjos e santos, capazes de promoverem os milagres e protegerem as pessoas, e o chamado diabo, feitor das tentações e do sofrimento da humanidade. Com a chegada da Doutrina Espírita, uma nova interpretação sobre os seres invisíveis foi colocada.

Ensina o Espiritismo que os homens que viveram na Terra, ao deixarem o corpo físico através da morte, continuam a viver em um outro plano, chamado mundo espiritual, onde habitam as almas. Jesus sustenta esta tese quando afirma ser a verdadeira morada do espírito a vida espiritual.

Naquele lado invisível, as almas, ou espíritos, levam o que tiverem acumulado de virtudes ou defeitos adquiridos durante a existência material, ou encarnação. Os homens bons trazem consigo a caridade que praticavam, a paz de espírito e a benevolência. Vivem em um lugar feliz e trabalham constantemente pelo progresso de nosso Planeta. Podem ajudar as pessoas encarnadas que lhes pedem auxílio. São o que o povo chama de anjos, santos ou simplesmente Espíritos bons ou superiores. Quando dirigimos preces a Deus, Ele nos atende através desses seres bondosos, inspirando-nos coragem na vida, fortalecendo-nos nos bons propósitos e, às vezes, trazendo-nos a cura para uma doença ou desequilíbrio psíquico.

Já os homens que quando encarnados se detiveram na prática do mal, levam para o plano espiritual suas más tendências.

Continuam sua atividade perniciosa, inspirando os que continuam na vida material, todos os vícios e defeitos que ainda estão apegados. São os chamados diabos, demônios ou simplesmente maus Espíritos. Podem, com sua maldade e ódio, atrapalhar a vida dos homens, perturbando o sono, a vida familiar, profissional e até causar doenças. Entre a classe dos bons e dos maus Espíritos está a categoria de Espíritos comuns. São seres que quando encarnados não se detinham nem muito no bem, nem tanto no mal. São em maior quantidade, já que assim age a maioria dos homens. Esta classe de Espíritos quase que não tem influência sobre os encarnados. Todo homem sofre constantemente as influências dos bons ou dos maus Espíritos.

Porém, cada um tem a liberdade de ceder ou não às boas ou más inspirações. Depende do indivíduo, com seu livre-arbítrio, dar vazão à interferência dos Espíritos na sua vida. Aqueles que procuram fazer o bem, evitar o vício, praticar a caridade e, principalmente, cultivar bons pensamentos estão mais facilmente ligados aos bons Espíritos. Vivendo dessa forma, dificilmente um Espírito maldoso poderá prejudicá-lo. No entanto, aqueles que convivem normalmente em ambientes viciosos, com o excesso de bebida, cigarro, drogas, sexo desregrado, que se satisfazem na ociosidade terão mais afinidade com seres espirituais atrasados, apropriados a esses vícios materiais. Essas entidades poderão, inclusive, influenciá-los em defeitos mais graves, como o crime, a desonestidade, o adultério, a mentira, enfim, tudo o que leva o homem ao caminho da ruína. Palavras e pensamentos perniciosos, falta de apego a uma religião, o desinteresse pelos problemas alheios, o pessimismo, o orgulho são formas mentais que atraem interferências negativas.

Com elas, o desequilíbrio espiritual e material não tardará a acontecer.
Quando temos esse posicionamento incorreto frente a vida, dificilmente os anjos, ou bons Espíritos, conseguem nos ajudar, por mais que tentem.

Tudo é uma questão de afinidade. Se insistirmos em manter nossos pensamentos voltados para os vícios e prazeres exagerados estaremos impedindo que as boas influências cheguem até nossas mentes.

Diante deste mecanismo de intercâmbio entre o visível e o invisível, onde cada um recebe de acordo com sua conduta diária, precisamos buscar a mudança de nosso comportamento, caso queiramos receber as boas inspirações do mais alto.

Não precisamos, nem conseguiremos, transformarmo-nos em "santos" do dia para a noite.
Imperfeições todos temos. Deus conhece nosso íntimo e sabe o quanto é difícil livrarmo-nos delas.

Porém, para que estejamos aptos a ter a companhia dos bondosos amigos espirituais devemos nos pautar pelas orientações do Evangelho de Jesus Cristo, cultivar amizades sadias, sermos úteis à comunidade da qual fazemos parte e lutarmos contra os maus pensamentos que às vezes tentam nos levar a atitudes incorretas.

Agindo assim, com certeza não deixaremos que influências espirituais perniciosas possam prejudicar nossas vidas.

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Carlos Alexandre Fett
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Tempo e nós


Você diz que não tem dinheiro para socorrer aos necessitados, mas dispõe de tempo par auxiliar de algum modo.

Você afirma que não pode escrever longa carta ao amigo que lhe pede conforto, mas dispõe de tempo para fazer um bilhete.

Você diz que não possui elementos para clarear o caminho dos que jazem no erro, mas, dispõe de tempo a fim de articular algumas palavras, a benefício dos que se demoram na ignorância.

Você afirma que lhe falta competência, diante das tribunas edificantes, mas dispõe de tempo para essa ou aquela frase de esperança e consolo.

Você diz que não detém qualquer dom mediúnico que lhe garanta as atividades na sementeira do bem, mas, dispõe de tempo, a fim de colaborar na assistência aos irmãos em obstáculos muitos maiores do que os nossos.

Você afirma que não retém bastante saúde para alentar essa ou aquela tarefa no bem aos outros, mas dispõe de tempo que lhe faculta ofertar migalha de gentileza no amparo aos semelhantes.

Você diz que caiu moralmente e não mais pode estender a luz da fé, mas dispõe de tempo para levantar e seguir adiante.

Você afirma que o companheiro é difícil de suportar, mas dispõe de tempo para renovar-lhe a maneira de ser, através dos seus próprios exemplos.

Você diz que a dificuldade é insuperável, mas dispõe de tempo a fim de contorná-la, atingindo a realização do melhor.

Você afirma que a sua felicidade acabou e estira-se na estrada, como se a sua provação fosse mal sem remédio...

Meu amigo, observe o tempo, pense no tempo, aceite o tempo e agradeça ao tempo, de vez que o tempo recomeça a cada dia e todos nós, com a Bênção de Deus, tudo podemos recomeçar.

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André Luiz
Chico Xavier
Obra: Aulas da Vida
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