quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O amigo injuriado


 Certa vez, alguém me contou que havia sido perseguido e injuriado, por muitos anos, por um ferrenho adversário de suas ideias. 

Ele vivia sonhando com o dia em que o seu opositor, reconhecendo os equívocos cometidos, o procurasse para pedir perdão…

 Imaginava, finalmente, ter o referido adversário aos seus pés, dando a mão à palmatória. Acalentara essa ideia de triunfo em que justiça lhe seria feita. 

 Pois bem. 

Quando já estava com os cabelos quase todos brancos, o adversário de muito tempo, também de cabelos brancos, inesperadamente o procura para o tão aguardado entendimento. 

 Confessou-lhe os seus excessos, pediu a ele que o desculpasse na inveja e no ciúme que sempre o haviam motivado no combate acirrado, falou de suas lutas pessoais e conflitos de ordem íntima semelhantes aos que exatamente criticara no companheiro…

 Conversaram longamente, sem ninguém por perto para testemunhar o diálogo. 

 O amigo injuriado, que tinha tantas respostas na ponta da língua, que havia decorado o que dizer justamente para quando chegasse a hora inevitável daquele confronto, percebeu, segundo ele próprio me confidenciou, que ele também inutilmente perdera tempo… De repente, sentiu que não havia qualquer razão para o revide… Ambos haviam envelhecido naquela disputa que ninguém saberia identificar como teria começado.

 — “Chico — disse-me ele —, eu não tive vontade nenhuma de reagir; é verdade que ele se prevalecera de todas as artimanhas para me prejudicar, mas eu também mentalizara aquele momento, o dia em que, face a face comigo, ele se sentisse humilhado… 

 Ele estava tendo a grandeza de me pedir perdão; se eu não o perdoasse, ele estaria triunfando sobre mim… Eu nunca teria ido a ele; ele é que estava tomando a iniciativa de vir a mim… 

 Eu, que anelava fazer uma publicação no jornal, tornando pública aquela hora de retratação, não tive ânimo de contar isso a quem quer que fosse; você é a primeira pessoa que está sabendo — ele desencarnou há mais de um mês!… Hoje, sinto por ele uma afeição que não sei explicar. Reconheci que em muita coisa ele tinha razão a meu respeito…”

 Feliz daquele que, na hora de dar o troco, perde a vontade! 

Esses encontros com os nossos desafetos mais cedo ou mais tarde acontecerão; se não for nesta vida, será na Vida Espiritual. 

Os que nos perseguem, com razão ou sem razão, nos auxiliam a identificar o nosso próprio lugar…  Às vezes, nos é muito mais útil um adversário sincero que um amigo bajulador.
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Chico Xavier
O Evangelho de Chico Xavier 
— O próprio (Encarnado)
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MENSAGEM DO ESE:

O mandamento maior. Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam. Parábola dos credores e dos devedores

Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: — “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” — Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. — Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)

Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.)
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, cap. VI, v. 31.)
O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. — Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. — Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. — O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: “Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” — Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. — Esse servidor, porém, ao sair, encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulá-lo, dizia: “Paga o que me deves.” — O companheiro, lançando-se aos pés, o conjurava, dizendo: “Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” — Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, par tê-lo preso até pagar o que lhe devia.

Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. — Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse: “Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. — Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?” E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia.

É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 23 a 35.)

“Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, itens 1 a 4.)
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Diante do tempo


Embora de passos vacilantes, a facear inúmeros obstáculos na jornada, é imperioso que prossigas caminhando.

Por mais ames a quem, rebelando-se contra a marcha, tome a decisão de não seguir à frente, a verdade é que, em solidariedade a ele, não podes e nem deves estacionar à margem.

A semente de trigo que germina e se transfigura em espiga não aguarda que as demais sementes plantadas ao seu lado tomem, igualmente, a decisão de germinar e florescer.

Para cumprir com a finalidade a que se destina, o fruto que amadurece na árvore não espera que os frutos que se dependuram no mesmo galho amadureçam também.

Jamais te esqueças de que diante da inexorabilidade do Tempo, que sempre atropela os indiferentes à sua ação vertiginosa, não avançar significa recuar.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Amai-vos uns aos outros")

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O trabalho



O trabalho é remédio para muitos males do corpo e da alma 
— mais para os males da alma. 

 Quem procura uma ocupação útil, seja ela de que natureza for, foge às ciladas que os Espíritos obsessores armam para os homens na Terra.
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Chico Xavier

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MENSAGEM DO ESE:

Bem-aventurados os aflitos. Justiça das aflições

Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. — Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. — Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)

Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. — Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. — Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.)

Mas, ai de vós, ricos que tendes no mundo a vossa consolação. — Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 24 e 25.)

Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz.

É, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições?

Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, itens 1 a 3.) 

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Exercitando a serenidade


É verdade que os dias que se sucedem trazem consigo uma série de emoções desequilibrantes e desafiadoras.

Não podemos negar as tribulações e dificuldades morais pelos quais passamos todos nós, de maneira crescente.

Os disparates, os comportamentos inconsequentes, a leviandade parecem ser o roteiro da vida de muitos.

Relacionam-se com o próximo como objeto de uso, em um utilitarismo calculado, para o descarte inconsequente logo mais.

Comportamentos violentos, desmedidos, infundados permeiam as relações sociais, sem espaço para a compreensão, paciência e respeito às limitações alheias.

E, não raro, perguntamos para onde irá parar essa sociedade se, coroada pelas conquistas do intelecto, desenvolvida tecnologicamente, ainda rasteja nas limitações morais em que estagia.

São dias de aflição contínua, como efeito das ações perturbadoras que atingem quase todas as criaturas.

Porém, são esses mesmos dias os mais propícios para se vivenciar princípios nobres, de certa maneira, rígidos, como aqueles propostos por Jesus.

A insensatez e o desamor têm vida breve e, logo mais, darão espaço, em caráter perene e definitivo, para o equilíbrio, a paz e a harmonia nas relações humanas.

Estes são dias de batalha, de luta não declarada.

Ela acontece no mundo íntimo, entre os vestígios de uma alma doente e um tanto violenta com as novas propostas de comportamento digno e nobre, que começam a aflorar em nossa consciência.

Também acontecem batalhas na sociedade, entre aqueles já despertos para o bem e a dignidade e os que se comprazem na desordem e na ignorância.

São dias desafiadores para todo aquele que pretenda construir uma sociedade mais feliz e menos turbulenta.

Cabe a esses desejosos de dias novos, não fazerem cantilena às desgraças ou estimularem os embates.

Será sempre a serenidade perante os fatos a melhor ferramenta para se enfrentar tais dias.

Não importa o que nos suceda. Manter a mente tranquila, envolta na serenidade será o desafio daqueles que abraçam a certeza de que Deus está sempre no comando de tudo.
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Assim, se desejas colaborar para que os dias ganhem novos panoramas, mais lúcidos e felizes, faze a tua parte.

Na provocação, mantém a paz. Quando aterrorizado, mantém a firmeza no bem. Se afrontado até o limite, permanece sem revidar.

Seja o teu o comportamento equilibrado e lúcido daqueles que já perceberam no Cristo o melhor roteiro a ser seguido.

Logo mais, aqueles outros, após exauridos no seu desequilíbrio e insensatez, irão se pautar na tua conduta, buscando a mesma paz que veem em ti.

Permanece tranquilo e sereno, na fé daqueles que veem estes, apenas como dias do aprendizado necessário para todos os que ainda não nos convencemos ser o amor a melhor opção para nossas vidas.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap.11, do livro Ilumina-te, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER – 29-12-2019



terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Renovemos hoje


Apesar da Misericórdia Divina em seus fundamentos, não esperes pela reencarnação para renovar o próprio caminho.

Constitui-se o corpo físico de milhões e milhões de células aparentemente sem importância.

[Compõe-se a existência de milhões de atos sutis e aparentemente sem importância.]

O corpo é o vaso de nossa manifestação.

E a existência bem traçada e bem vivida pode sublimar-lhe as características.

Não esperes, [assim,] pela morte para consertar a própria vida.

Hoje mesmo podes iniciar o roteiro de ascensão.

Para isso, dá nova forma ao teu modo de ser.

Os atos operam transformações na esfera [de trabalho] em que evoluímos.

Aprende a desprezar as velhas fórmulas de sentir, com as quais apenas recolhes o desespero e o desânimo, a tristeza e a desolação.

Regenera as próprias atitudes.

Recompõe a confiança no Alto.

Faze reviver as esperanças perdidas.

Restaura a bondade em teus métodos de intercâmbio com o próximo.

Renova os teus hábitos e adapta-te ao otimismo e à alegria.

Renasce da sombra para a luz.

Restabelece a tua boa vontade, servindo ao próximo, incessantemente.

Se procuras, em verdade, a estrada para o Mais Alto, não te detenhas no desejo ruinoso de morrer e sim vale-te da oportunidade de lutar, replantando o campo de teus ideais e [de tuas] aspirações, porque se cada existência no corpo é senda para o sepulcro, a fim de tudo reajustarmos, cada dia é tempo de dar novas maneiras às nossas resoluções e aos nossos gestos, [a fim de] tudo renovando e tudo redimindo para a exaltação do Infinito Bem.
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Emmanuel
 Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras

Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.

Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?

Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu. 

— Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 21.)

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O auxílio virá


O problema que te preocupa talvez te pareça excessivamente amargo ao coração. E tão amargo que talvez não possas comenta-lo, de pronto.

Às vezes, a sombra interior é tamanha que tens a idéia de haver perdido o próprio rumo.

Entretanto, não esmoreças.

Abraça o dever que a vida te assinala.

Serve e ora.

A prece te renovará energias.

O trabalho te auxiliará.

Faze silêncio e não te queixes.

Alegre-te e espera, porque o Céu te socorrerá. Por meios que desconheces.

Deus permanece agindo.
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XAVIER, Francisco Cândido. Recados do Além. Pelo Espírito Emmanuel. IDEAL.Capítulo 49

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Provas inesperadas


 Guarda o coração no templo da fé simples e pura, toda vez que a sombra da provação te entenebreça o caminho.

 Dores existem que constituem o drástico e imprescindível resgate do nosso “ontem distante”, para que a verdadeira alegria nos coroe o futuro.

 Quase sempre, deixamos para trás compromissos asfixiantes que nos reclamam acerto.

 Nos recantos do tempo, em lances mal conduzidos, abandonamos afetos valiosos que é preciso recolher nas malhas do sofrimento, quando não sejam espinheiros agrestes que cultivamos naqueles a quem devíamos assistência e ternura, hoje erguidos à nossa frente, no papel de credores infatigáveis, exigindo-nos a equação de contas que o tempo não apagou.

 É por isso que imprevistas aflições nos visitam a estrada, cobrando-nos, de chofre, angustiosos tributos.

 Aqui, é a morte prematura dos seres que acalentamos nos braços, mais além é a dor da desilusão ante desastres inevitáveis da esperança e do sentimento.

 Hoje, é a enfermidade insidiosa e cruel, torturando-nos o caminho, amanhã, é o acidente de resultados imprevisíveis, espalhando o luto e a desolação.

 Vive, cada dia, como quem sabe que o pretérito não morreu. E abraçando no bem constante a favor dos outros, a norma de construção da própria felicidade, suporta com paciência e valor as provas inesperadas, porque se muitas delas são a justa liquidação dos débitos do passado, outras muitas significam males menores, desintegrando-nos com o fel da dificuldade ou com o crepe da morte, os males maiores que desaparecem de nossa estrada com semelhante socorro da Misericórdia de Deus.
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Emmanuel 
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE: 

Sacrifício da própria vida


– Aquele que se acha desgostoso da vida mas que não quer extingui-la por suas próprias mãos, será culpado se procurar a morte num campo de batalha, com o propósito de tornar útil sua morte?

Que o homem se mate ele próprio, ou faça que outrem o mate, seu propósito é sempre cortar o fio da existência: há, por conseguinte, suicídio intencional, se não de fato. É ilusória a idéia de que sua morte servirá para alguma coisa; isso não passa de pretexto para colorir o ato e escusá-lo aos seus próprios olhos. Se ele desejasse seriamente servir ao seu país, cuidaria de viver para defendê-lo; não procuraria morrer, pois que, morto, de nada mais lhe serviria. O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte, quando se trate de ser útil, em afrontar o perigo, em fazer, de antemão e sem pesar, o sacrifício da vida, se for necessário. Mas, buscar a morte com premeditada intenção, expondo-se a um perigo, ainda que para prestar serviço, anula o mérito da ação. 

— São Luís. (Paris, 1860)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 29.)

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Vida Feliz XII


Nunca retribuas maldade com vingança ou desforço.

O homem mau se encontra doente e ainda não sabe.

Dá-lhe o remédio que minorará o seu aturdimento, não usando para com ele dos recursos infelizes de que ele se utiliza para contigo.

Se alguém te ofende, o problema é dele.

Quando és tu quem ofende, a questão muda de configuração e o problema passa a ser teu. 

O ofensor é sempre o mais infeliz.

Conscientiza-te disso e segue tranquilo.
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FRANCO, Divaldo Pereira. Vida Feliz. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 18.ed. LEAL, 2015. Capítulo 12.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Quando a prova chegue



“Porque melhor é que padeçais fazendo o bem…”

 Quando a prova chegue para testar-te a serenidade e a fé, recorda aqueles que atravessam dificuldades maiores que as tuas, mantendo confiança na vida e calma no sofrimento, ainda quando penúria e morte, calúnia e abandono lhes visitam o coração.

 Observa que a inconformidade e o azedume nunca se converteram em vantagens para ninguém.

 Se o desânimo te acena, ainda mesmo de longe, afasta-te dele, porque o desânimo nada mais consegue fazer que paralisar-te as mãos e enregelar-te os sentimentos.

 Medita nas aflições que explodirão por tua causa naqueles que te cercam, se te entregares à irritação ou ao desalento.

 Soma as bênçãos que já recebeste da Providência Divina, a fim de que não venhas a cair no delito da ingratidão.

 Reconheçamos que o socorro espiritual é sempre mais difícil onde haja tumulto.

 Anotemos que, em sanidade de espírito, somos compelidos a reconhecer que a violência nunca favorecerá a chegada do apoio de que estejamos necessitados.

 Se obstáculos aparecem, lembremo-nos de que o trabalho no bem de todos é o processo de mais facilmente extingui-los.

 Compreendamos que unicamente cooperando na paz dos outros é que o concurso da paz virá ao nosso encontro.

 Quando a prova nos alcance o círculo pessoal, recorramos à oração, entendendo que a oração nem sempre alterará os acontecimentos em torno de nós, mas sempre nos renovará por dentro; iluminando-nos o coração a fim de que saibamos trilhar o caminho seguro do nosso próprio aperfeiçoamento para a sublimação, ante as Leis de Deus.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:
Caracteres da Perfeição 

 Pois que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta proposição: “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial”, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição absoluta. Se à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que é inadmissível. Mas, os homens a quem Jesus falava não compreenderiam essa nuança, pelo que ele se limitou a lhes apresentar um modelo e a dizer-lhes que se esforçassem pelo alcançar.

Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de que a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: “Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem.” Mostra ele desse modo que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.

Com efeito, se se observam os resultados de todos os vícios e, mesmo, dos simples defeitos, reconhecer-se-á nenhum haver que não altere mais ou menos o sentimento da caridade, porque todos têm seu princípio no egoísmo e no orgulho, que lhes são a negação; e isso porque tudo o que sobreexcita o sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. Não podendo o amor do próximo, levado até ao amor dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta da sua extensão. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no que tem de mais sublime, lhes disse: “Sede perfeitos, como perfeito é
vosso Pai celestial.”
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Evangelho segundo o Espiritismo > Capítulo XVII - Sede perfeitos > Caracteres da perfeição
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Donativo do Coração



Seja a tua palavra clarão que ampare, chama que aquece, apoio que escore e 
bálsamo que restaure.

Sempre que te disponhas a sair de ti mesmo para o labor da beneficência, não 
olvides o donativo da coragem!

Auxilia ao próximo por todos os meios corretos ao teu alcance, mas, acima de 
tudo, ampara o companheiro de qualquer condição ou de qualquer procedência, 
a sentir-se positivamente nosso irmão, tão necessitado quanto nós da 
paciência e do socorro de Deus.
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Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

sábado, 26 de dezembro de 2020

Supérfluo



Por toda parte na Terra, vemos o fantasma do Supérfluo enterrando a alma do homem no sepulcro da provação.

Supérfluo de posses estendendo a ambição...

Supérfluo de dinheiro gerando intranquilidade...

Supérfluo de preocupações imaginárias abafando a harmonia...

Supérfluo de indagações empanando a fé...

Supérfluo de convenções expulsando a caridade...

Supérfluo de palavras destruindo o tempo...

Supérfluo de conflitos mentais determinando o desequilíbrio...

Supérfluo de alimentação aniquilando a saúde...

Supérfluo de reclamações arrasando o trabalho...

No entanto, se o homem vivesse de acordo com as próprias necessidades, sem exigir o que ainda não merece, sem esperar o que não lhe cabe, sem perguntar fora do propósito e sem reprovar nos outros aquilo que ainda não retificou em si mesmo, decerto a existência na Terra estaria exonerada da grande maioria dos tributos que aí se pagam quase diariamente à perturbação.

Se procuras no Cristo o mentor de cada dia, soma as tuas possibilidades no bem, subtrai as próprias deficiências, multiplica os valores do próprio serviço e divide o amor para com todos, a fim de que os que te cercam aprendam com a vida o que convém realmente à própria segurança.

O problema da felicidade não está em sermos possuídos pelas posses humanas, quaisquer que elas sejam, mas em possuí-las, com prudência e serenidade, usando-as no bem para os semelhantes, que resultará sempre em nosso próprio benefício.

Alija o supérfluo de teu caminho e acomoda-te com o necessário à tua paz.

Somente assim encontrarás em ti mesmo o espaço mental indispensável à comunhão clara e simples com o nosso Divino Mestre e Senhor.
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Emmanuel
 Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:
Se fosse um homem de bem, teria morrido

Falando de um homem mau, que escapa de um perigo, costumais dizer: “Se fosse um homem bom, teria morrido.” Pois bem, assim falando, dizeis uma verdade, pois, com efeito, muito amiúde sucede dar Deus a um Espírito de progresso ainda incipiente prova mais longa, do que a um bom que, por prêmio do seu mérito, receberá a graça de ter tão curta quanto possível a sua provação. Por conseguinte, quando vos utilizais daquele axioma, não suspeitais de que proferis uma blasfêmia.


Se morre um homem de bem, cujo vizinho é mau homem, logo observais: “Antes fosse este.” Enunciais uma enormidade, porquanto aquele que parte concluiu a sua tarefa e o que fica talvez não haja principiado a sua. Por que, então, haveríeis de querer que ao mau faltasse tempo para terminá-la e que o outro permanecesse preso à gleba terrestre? Que diríeis se um prisioneiro, que cumpriu a sentença contra ele pronunciada, fosse conservado no cárcere, ao mesmo tempo que restituíssem à liberdade um que a esta não tivesse direito? Ficai sabendo que a verdadeira liberdade, para o Espírito, consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo e que, enquanto vos achardes na Terra, estareis em cativeiro.


Habituai-vos a não censurar o que não podeis compreender e crede que Deus é justo em todas as coisas. Muitas vezes, o que vos parece um mal é um bem. Tão limitadas, no entanto, são as vossas faculdades, que o conjunto do grande todo não o apreendem os vossos sentidos obtusos. Esforçai-vos por sair, pelo pensamento, da vossa acanhada esfera e, à medida que vos elevardes, diminuirá para vós a importância da vida material que, nesse caso, se vos apresentará como simples incidente, no curso infinito da vossa existência espiritual, única existência verdadeira.

— Fénelon. (Sens, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 22.

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CONSTATAÇÕES



Todos os que fazem na vida a opção incorreta não se eximem de suas consequências.

Ninguém logra atravessar incólume a existência humana, no que tange à semeadura e à colheita.

Os que sofrem são, inegavelmente, mais venturosos que os que fazem sofrer.

Os que burlam a justiça dos homens, por não lograrem ludibriar a consciência, atingem o ocaso da vida com tremendo vazio no coração.

Aproxima-te do leito dos que agonizam e perceberás, em seu semblante, a diferença entre os que deixam o corpo sem o peso da culpa e os que partem tangidos pelo remorso.

Diante de tais constatações, não te perguntes mais se vale a pena ser bom!
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Amor e Sabedoria 
 Irmão José

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Rogativas e respostas


 Para compreender certas respostas Celestiais às rogativas terrestres, vejamos algumas das respostas humanas aos anseios da natureza.

 Quando a terra desejou melhorar-se para produzir em regime de educação, o lavrador rasgou-lhe o seio para exaltá-la feliz.

 Quando a semente anelou servir à mesa, foi arrojada pelo cultivador à cova fria e escura para que se lhe atendesse à generosa destinação.

 Quando a argila desejou brilhar no santuário, em forma de vaso nobre, foi constrangida pelas mãos do oleiro a sofrer a tensão do forno.

 Quando o minério quis elevar-se do serro bruto à bênção da utilidade, foi conduzido pelo artífice ao calor ardente da forja, para que se lhe imprimisse nova feição.

 Quando o animal aspirou a companhia do homem, a fim de respirar-lhe o ambiente doméstico, foi obrigado a esquecer a vida livre, para suportar o açoite e a cangalha, o laço e o ferrão.

 Pelas respostas do homem aos seres e às cousas simples dos reinos inferiores à condição em que ele ainda estagia, podemos observar que as respostas dos anjos às nossas próprias súplicas nem sempre podem ser confortantes e lisonjeiras, no sentido imediatista do mundo, de vez que, sem a dor e sem a renúncia, sem a disciplina e sem o sacrifício, ninguém se habilita à ascensão da sombra para a luz.

 Se te consagras à prece, como recurso de purificação e melhoria, roga, antes de tudo, não a materialização de teus transitórios e quase sempre injustificáveis desejos, mas sim o cumprimento da Vontade do Senhor a teu respeito, porquanto, pelas aflições constringentes e pelos duros aguilhões que hoje te cercam prepararás, no trabalho e na esperança, embora fatigado e suarento, a colheita de paz e felicidade que te coroará o porvir.
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Emmanuel
 Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:
Uma realeza terrestre

Quem melhor do que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: “O meu reino não é deste mundo”? O orgulho me perdeu na Terra. Quem, pois, compreenderia o nenhum valor dos reinos da Terra, se eu o não compreendia? Que trouxe eu comigo da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E, como que para tornar mais terrível a lição, ela nem sequer me acompanhou até o túmulo! Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!

Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes.

Oh! Jesus, tu o disseste, teu reino não é deste mundo, porque é preciso sofrer pira chegar ao céu, de onde os degraus de um trono a ninguém aproximam. A ele só conduzem as veredas mais penosas da vida. Procurai-lhe, pois, o caminho, através das urzes e dos espinhos, não por entre as flores.

Correm os homens por alcançar os bens terrestres, como se os houvessem de guardar para sempre. Aqui, porém, todas as ilusões se somem. Cedo se apercebem eles de que apenas apanharam uma sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os únicos que lhes aproveitam na morada celeste, os únicos que lhes podem facultar acesso a esta.

Compadecei-vos dos que não ganharam o reino dos céus; ajudai-os com as vossas preces, porquanto a prece aproxima do Altíssimo o homem; é o traço de união entre o céu e a Terra: não o esqueçais.

 — Uma Rainha de França. (Havre, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, item 8.)

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Janelas da alma


O sentimento e a emoção normalmente se transformam em lentes que coam os 
acontecimentos, dando-lhes cor e conotação próprias. De acordo com a estrutura e o momento psicológico, os fatos passam a ter a significação que nem sempre corresponde à realidade.

Quem se utiliza de óculos escuros, mesmo diante da claridade solar, passa a ver o dia com menor intensidade de luz. Variando a cor das lentes, com tonalidade correspondente desfilarão diante dos olhos as cenas.

Na área do relacionamento humano, também, as ocorrências assumem contornos de acordo com o estado de alma das pessoas envolvidas.

É urgente, portanto, a necessidade de conduzir os sentimentos, de modo a equilibrar os fatos em relação com eles. Uma atitude sensata é um abrir de janelas na alma, a fim de bem observar os sucessos da vilegiatura humana.

De acordo coma a dimensão e o tipo de abertura, será possível observar a vida e vivê-la de forma agradável, mesmo nos momentos mais difíceis.

Há quem abra janelas na alma para deixar que se externem as impressões negativas, facultando a usança de lentes escuras, que a tudo sombreiam com o toque pessimista de censura e de reclamação.

Coloca, nas tuas janelas, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura, a fim de acompanhares o mundo e o seu séqüito de ocorrências.

O amor te facultará ampliar o círculo de 
afetividade, abençoando os teus amigos com a cortesia, os estímulos encorajadores e a tranqüilidade. A bondade irrigará de esperança os corações ressequidos pelos sofrimentos e as emoções despedaçadas pela aflição que se te acerquem. O perdão constituirá a tua força revigoradora colocada a benefício do delinqüente, do mau, do alucinado, que te busquem.

A ternura espraiará o perfume reconfortante da tua afabilidade, levantando os caídos e segurando os trôpegos, de modo a impedir-lhes a queda, quando próximos de ti.

As janelas na alma são espaços felizes para que se espraie a luz, e se realize a comunhão com o bem. Colocando os santos óleos da afabilidade nas engrenagens da tua alma, descerrarás as janelas fechadas dos teus sentimentos, e a tua abençoada emoção se alongará, afagando todos aqueles que se aproximem de ti, proporcionando-lhes a amizade pura que se converterá em amor, rico de bondade e de perdão, a proclamarem chegada a hora de ternura entre os homens da Terra. 
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Divaldo Pereira Franco
Espírito Joanna de Ângelis