sábado, 28 de abril de 2018

Soma e bênçãos


Não raro, queixas-te dos contratempos que te cercam; entretanto, não te animarias a isso, caso te dispusesses a relacionar as vantagens que te rodeiam.

Alguns dias de moléstia grave terão surgido, compelindo-te a cuidados especiais; todavia, se somas os dias de saúde relativa que desfrutaste até agora, observarás para logo quão pequena é a faixa dos constrangimentos físicos que te visitam, muitas vezes, à maneira de avisos preciosos, a te preservarem contra males maiores.

Não conseguiste ainda concretizar ideais determinados que te enfeitam as esperanças; mas se anotas os desejos que te pudeste realizar, entenderás sem delonga que a Divina Providência está pronta a te amparar na materialização dos teus sonhos de natureza superior, desde que te decidas ao estudo e ao trabalho nas oportunidades de serviço que se nos descerram a todos.

Sofreste reveses, quedas, prejuízos, desilusões...Antes e depois deles, porém, guardas contigo o tesouro das horas com o emprego criterioso do qual ser-nos-á possível a recuperação ou o refazimento em qualquer circunstância difícil.

Amigos abandonaram-te a área de ação; contudo, não disporás do mínimo ensejo para lastimar-lhes o transitório afastamento, se souberes valorizas os irmãos e cooperadores que Deus te envia ou mantém na co-participação de tuas tarefas e experiências.

Em quaisquer embaraços ou crises do caminho, somas as bênçãos que já possuis e reconhecerá que todo o motivo para desalento é nuvem pequenina a desfazer-se no céu imenso de tuas possibilidades.

Suceda o que suceder nas trilhas da vida, em matéria de amargura ou aflição, ergue a fronte e caminha adiante, trabalha e aprende, abençoa e serve, porquanto, diante de Deus e à frente dos companheiros que se nos conservam fiéis, apalavra desânimo é quase sempre o outro nome da ingratidão.
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  Emmanuel  
 Paz e Renovação 
Francisco Cândido Xavier 

MENSAGEM DO ESE:
Os inimigos desencarnados 

Ainda outros motivos tem o espírita para ser indulgente com os seus inimigos. Sabe ele, primeiramente, que a maldade não é um estado permanente dos homens; que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom.
Sabe também que a morte apenas o livra da presença material do seu inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado a Terra; que, assim, a vingança, que tome, falha ao seu objetivo, visto que, ao contrário, tem por efeito produzir maior irritação, capaz de passar de uma existência a outra. Cabia ao Espiritismo demonstrar, por meio da experiência e da lei que rege as relações entre o mundo visível e o mundo invisível, que a expressão: extinguir o ódio com o sangue é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue alimenta o ódio, mesmo no além-túmulo. Cabia-lhe, portanto, apresentar uma razão de ser positiva e uma utilidade prática ao perdão e ao preceito do Cristo: Amai os vossos inimigos. Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou.
Pode-se, portanto, contar inimigos assim entre os encarnados, como entre os desencarnados. Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do ser, que, por isso; as deve receber com resignação e como conseqüência da natureza inferior do globo terrestre. Se não houvesse homens maus na Terra, não haveria Espíritos maus ao seu derredor. Se, conseguintemente, se deve usar de benevolência com os inimigos encarnados, do mesmo modo se deve proceder com relação aos que se acham desencarnados.
Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses infernais, que não eram senão os maus Espíritos. Aos deuses infernais sucederam os demônios, que são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais; que ninguém logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, pela caridade; que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal e, sim, também o de os reconduzir ao caminho do bem e de contribuir para a salvação deles. É assim que o mandamento: Amai os vossos inimigos não se circunscreve ao âmbito acanhado da Terra e da vida presente; antes, faz parte da grande lei da solidariedade e da fraternidade universais.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, itens 5 e 6.)

sexta-feira, 27 de abril de 2018

QUESTÃO DE INTERPRETAÇÃO


Se erraste, reconsidera e tome a iniciativa da reparação.

Se caíste, convence-te de que não caíste para ficar no chão.

Se choras, não acredites que tenhas lágrimas a fim de chorares para sempre.

Se fracassaste, é sinal de que a luta está apenas começando.

Se te sentes ofendido, é que ainda não aprendeste a perdoar o suficiente.

Se sofreste algum prejuízo econômico, resume as tuas necessidades.

Se és vítima de injustiça, jamais olvides quanto isso deve doer nos outros.

Se caluniaste, lavraste sentença condenatória contra ti.

Se cedeste à tentação, atenta em quanto és frágil.

Se foste traído, por certo não amaste o bastante.

Se experimentas ingratidão, é porque não auxiliaste com o desprendimento devido.

Se apenas coisas ruins te acontecem, pode ser, de tua parte, uma questão de interpretação."
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 Irmão José 
Carlos Baccelli 


 


MENSAGEM DO ESE:
Advento do Espírito de Verdade (IV)


Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece continua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito. — O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 8.)



quarta-feira, 25 de abril de 2018

Sintonia e Vibração



Imaginemos alguém que, com um perfume muito forte, permanece determinado tempo em ambiente fechado. A fragrância do seu perfume irá se espalhar pelo ambiente, que ficará impregnado, durante algum tempo, com o odor característico. Da mesma forma, o resultado do que pensamos e sentimos, fica indelevelmente plasmado naqueles ambientes que mais costumamos frequentar.
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Assim, os nossos lares, os ambientes de trabalho, os locais onde se realizam cultos religiosos e de outros tipos, ficam com suas atmosferas marcadas pelas formas-sentimento e formas-pensamento que comumente ali são expressadas. Quem penetrar em um desses ambientes, inconscientemente ou não, se sentirá inclinado a sintonizar-se psiquicamente com as vibrações ali caracterizadas, sejam agradáveis ou desagradáveis.
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Por outro lado, se alguém com um perfume muito forte nos abraça, inevitavelmente herdaremos o odor que dessa pessoa é emanado, seja ele prazeiroso ou não. Da mesma forma que o perfume alheio nos invade a atmosfera pessoal, as vibrações espirituais de quem nos abraça também nos invadem a organização íntima, nem que essa troca energética se processe - e também se conclua - em poucos segundos, tempo necessário para que as defesas energéticas da aura administrem a invasão energética.
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Em resumo, estamos sempre marcando, com a "nossa fragrância espiritual", as pessoas e os ambientes com os quais convivemos e, ao mesmo tempo, recebendo a suas influências. Quando e se, as nossas defesas espirituais estiverem em boa forma, assimilaremos apenas o que nos for positivo e rechaçaremos o que não for.
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Esse processo é inconsciente, como também o é o da defesa orgânica que os anticorpos promovem em nosso corpo, sempre que necessário. É tudo tão rápido que o cérebro físico-transitório não dá conta, apesar de ser ele que administra todo o processo, como também o faz, a nossa mente espiritual, quando o caso se relaciona com as vibrações de terceiros que nos invadem o espírito.
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É importante perceber que, uma simples troca de olhares, um aperto de mão, um abraço, uma relação sexual, por exemplo, são situações em que a troca energética acontece, independentemente de querermos ou não. Quando a nossa resultante de defesa vibratória é positiva - normalmente assim o é nas pessoas que tem bom ânimo, não se deixam entristecer pelos fatos, são disciplinados no campo da oração e/ou meditação etc. - pouco nos invade a energia alheia, se isto for nos servir de transtorno ao nosso equilíbrio energético.
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Ao contrário, se estivermos em baixa condição de defesa energética, tal qual um prato de alimento estragado que inapelavelmente irá causar "estragos" no nosso organismo, a energia deletéria alheia nos desarmonizará durante pouco ou muito tempo, conforme for a nossa capacidade psiquica-espiritual em restabelecer o equilíbrio que nos caracteriza, seja ele de que nível for.
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As crianças pequenas que sequer andam, normalmente tem energia passiva, e sofrem um bocado quando ficam "passando de braço em braço", recebendo verdadeiras descargas energéticas que normalmente lhes causam desequilíbrios de toda ordem. Se os pais terrenos disso soubessem, outras seriam as suas posturas em relação a permitirem que seus filhos andem de "braço em braço".
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Portanto, estamos a todo momento, trocando energia com as pessoas e com os ambientes que nos rodeiam. O equilíbrio - leia-se, saúde espiritual - de cada um, é o único antídoto a impedir que as vibrações negativas, alheias à nossa organização espiritual, penetrem no nosso íntimo.
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Saber conviver sem sintonizar com a energia de terceiros é postura que somente os mestres de si mesmos conseguem plasmar na difícil coexistência com os demais. Ao contrário, se a toda hora temos a sensibilidade pessoal invadida por problemas e influências de outras pessoas e/ou situações, ficamos sempre à mercê dos "outros nos deixarem" ficar em paz.
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Assim, a nossa paz íntima dependerá dos outros, jamais de nós próprios; o nosso controle será sempre refém do descontrole alheio; a nossa fragrância espiritual estará sempre mesclada com a dos outros; enfim, dificilmente conseguiremos ser donos de nossa própria vida.
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Se pretendemos ser os arquitetos e atores da nossa própria caminhada evolutiva é mister que cuidemos do nosso equilíbrio espiritual, escolhendo quando e como sintonizar com as vibrações alheias, seja em uma conversa, em um convívio mais íntimo, numa palestra, enfim, numa simples leitura, como é o caso que ora ocorre, pois, até o que lemos pode nos ser motivo de enriquecimento ou de desarmonia interior, já que é vibração que nos penetra a alma.
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Lembremo-nos de que: a soberania espiritual passa necessariamente pelo controle das emoções; a saúde do nosso corpo dependerá da qualidade do que nos alimentamos; o equilíbrio do nosso espírito depende e, em muito, do que nos permitimos sintonizar, através dos sentidos.
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Afinal, se a massa e energia são aspectos de um mesmo padrão existencial, sintonia e vibração formam o elo entre toda a massa e energia que existe, independente das formas transitórias que venham a assumir.
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Melhoremos a nossa vibração pessoal e eduquemos os nossos padrões de sintonia. Isto feito, estaremos despertando no nosso íntimo, a grande herança que recebemos do Pai Celestial.
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Jan Val Ellam
Livro: "Queda e Ascensão Espiritual"






MENSAGEM DO ESE:
A melancolia


Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? É que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes.
Crede-me, resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. São inatas no espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor; mas, não as busqueis neste mundo e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe pertencem, para vos instruírem acerca da felicidade que Ele vos reserva, aguardai pacientemente o anjo da libertação, para vos ajudar a romper os liames que vos mantêm cativo o Espírito. Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.
Se, no curso desse degredo-provação, exonerando-vos dos vossos encargos, sobre vós desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para os suportar. Afrontai-os resolutos. Duram pouco e vos conduzirão à companhia dos amigos por quem chorais e que, jubilosos por ver-vos de novo entre eles, vos estenderão os braços, a fim de guiar-vos a uma região inacessível às aflições da Terra. — François de Genève. (Bordéus.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 25.)

terça-feira, 24 de abril de 2018

Educação e vivências




Há pessoas que defendem a ideia de nivelar as condições de higiene de todos os seres em todos os quadrantes da Terra.

Todavia, vale considerar que, nem todos estão em condições de limpar e conservar limpa a sua casa, seja ela física ou a mental.

O que queremos dizer é que nenhuma modificação de vulto poderemos esperar nos cenários da vida física, antes que surjam profundas alterações no mundo moral dos homens, e isso é uma questão de educação.

Se colocarmos alguém deseducado para viver num palácio, logo este será convertido num pardieiro.
Levemos alguém sem educação para conviver num jardim e este será, em breve tempo, transformado num campo arruinado.

Entreguemos a alguém deseducado a guarda de crianças inexperientes e é possível que, dentro em pouco, deparemos com delinquentes diversos, pelos exemplos degradantes com os quais convivem.
Coloquemos detritos nas mãos de uma pessoa deseducada e veremos como serão espalhados, provocando enfermidades e outras moléstias.

Por outro lado, se algum indivíduo assinalado por feliz educação for constrangido a habitar um casebre, com certeza o transformará em ambiente limpo e agradável, ainda que pobre.

Perceberemos, desde logo, que naquela choupana humilde habita alguém higiênico. Veremos as latas velhas convertidas em vasos de flores, a roupa limpa estendida no varal singelo, a claridade do sol a inundar os cômodos pequenos e bem arejados.

A pessoa educada que possua um pequeno terreno árido e sem vida, em pouco tempo o converterá em pomar excelente.

E se colocarmos dejetos em mãos bem educadas, estes logo serão transformados em adubo útil a fomentar colheitas abundantes.

Por fim concluiremos que se o indivíduo é educado, haverá harmonia ao seu redor e a recíproca é verdadeira.

De nada vale buscarmos higienizar nosso Planeta sem antes higienizar as mentes dos seus habitantes com a verdadeira educação, que é o conjunto dos hábitos adquiridos.

Desse modo, não nos esqueçamos jamais de que a melhoria da casa guarda relação direta com a melhoria moral do seu habitante.

Pense nisso!

Para que conheçamos a intimidade das criaturas, basta que observemos seus reflexos exteriores.
Se a pessoa está em paz, espalha uma aura de paz ao se redor.
Se está com a mente atribulada, reflete nos gestos as inquietações da intimidade.
Se ainda não conquistou os verdadeiros valores morais, anda a braços com a indignidade, apesar dos esforços empreendidos para que seja uma pessoa de bem.
Assim, "cada criatura traz na fronte, mas principalmente nos atos, o cunho da sua grandeza ou da sua inferioridade."

Pensemos nisso!
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Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro "Educação e Vivências" 



MENSAGEM DO ESE:
Proveito dos sofrimentos para outrem


– Os que aceitam resignados os sofrimentos, por submissão à vontade de Deus e tendo em vista a felicidade futura, não trabalham somente em seu próprio benefício? Poderão tornar seus sofrimentos proveitosos a outrem? 

Podem esses sofrimentos ser de proveito para outrem, material e moralmente: materialmente se, pelo trabalho, pelas privações e pelos sacrifícios que tais criaturas se imponham, contribuem para o bem-estar material de seus semelhantes; moralmente, pelo exemplo que elas oferecem de sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode induzir os desgraçados à resignação e salvá-los do desespero e de suas conseqüências funestas para o futuro. — São Luís. (Paris, 1860.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 31.)


segunda-feira, 23 de abril de 2018

DÊ ESPAÇO PARA O NOVO


Desenvolva a habilidade de não se identificar com os acontecimentos infelizes que lhe ocorrem.

É provável que sua vida não caminhe para a frente porque você se encontra preso às lembranças amargas do passado.

Você não é um doente, apenas está momentaneamente enfermo. Você não é um desempregado, apenas ainda não encontrou o trabalho que logo chegará.

Você não é um tolo, apenas ainda não desenvolveu toda a sua inteligência. Solte toda a negatividade para sua vida se iluminar de todo o bem que você for capaz de sustentar.

Se você está cheio de coisas velhas, jamais haverá espaço para as novas. Desprenda-se do passado para que você possa viver a plenitude do dia de hoje, em que se encontram as melhores oportunidades para ser feliz. Se o passado não passa, sua vida tem grandes chances de se tornar um mausoléu de mágoas, culpas, ódios e de doenças também.

Velhice é o nome que muitas vezes se dá à nossa incapacidade de regeneração diante dos episódios menos felizes. A regeneração celular também depende da regeneração dos pensamentos carcomidos pelo tempo. Juventude, antes de tudo, é um estado de espírito. A mente presa a episódios infelizes dificulta a cura de muitas doenças.

Saúde é um estado de harmonia íntima que dificilmente se mantém quando nos convertemos em um depósito de lixo emocional.

Se você não teve o sucesso profissional esperado, não vista a túnica do fracassado, pois do contrário jamais conseguirá novas oportunidades de trabalho. Você não é um derrotado, apenas ainda não encontrou o melhor caminho para desenvolver as habilidades profissionais.

E não se esqueça de que diversos empresários prósperos de hoje estiveram falidos não há muito tempo. Eles simplesmente não se sentiram pessoalmente falidos.

Se você se encontra enfermo, procure não se identificar com a doença. Sua condição natural é a saúde, a doença é uma situação excepcional, não veio para ficar, a não ser que você queira permanecer acamado pelo restante da vida.

Se você sofreu uma desilusão amorosa, não se identifique com a situação para não se sentir rejeitado. Só porque alguém não desejou ficar ao seu lado você vai se enclausurar no porão da solidão? Quando alguém não quer a nossa companhia amorosa não quer dizer que não somos pessoas interessantes, mas apenas que desejam caminhar ao lado de pessoas diferentes, tanto quanto outros, futuramente, escolherão a nossa companhia em detrimento das pessoas com quem conviviam, desde que nós tenhamos largado a roupa do mal-amados.

Na vida, tudo depende de como olhamos os fatos.

Pare de olhar a vida com tanto sofrimento, tudo é apenas experiência. Aprenda logo o que precisa aprender com o que lhe sucedeu, e não olhe mais para trás para que sua vida caminhe para a frente.
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA



MENSAGEM DO ESE:
A nova era (III)


Santo Agostinho é um dos maiores vulgarizadores do Espiritismo. Manifesta-se quase por toda parte. A razão disso, encontramo-la na vida desse grande filósofo cristão. Pertence ele à vigorosa falange do Pais da Igreja, aos quais deve a cristandade seus mais sólidos esteios. Como vários outros, foi arrancado ao paganismo, ou melhor, à impiedade mais profunda, pelo fulgor da verdade. Quando, entregue aos maiores excessos, sentiu em sua alma aquela singular vibração que o fez voltar a si e compreender que a felicidade estava alhures, que não nos prazeres enervantes e fugitivos; quando, afinal, no seu caminho de Damasco, também lhe foi dado ouvir a santa voz a clamar-lhe: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” exclamou: “Meu Deus! Meu Deus! perdoai-me, creio, sou cristão!” E desde então tornou-se um dos mais fortes sustentáculos do Evangelho. Podem ler-se, nas notáveis confissões que esse eminente espírito deixou, as características e, ao mesmo tempo, proféticas palavras que proferiu, depois da morte de Santa Mônica: Estou convencido de que minha mãe me virá visitar e dar conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura. Que ensinamento nessas palavras e que retumbante previsão da doutrina porvindoura! Essa a razão por que hoje, vendo chegada a hora de divulgar-se a verdade que ele outrora pressentira, se constituiu seu ardoroso disseminador e, por assim dizer, se multiplica para responder a todos os que o chamam.
— Erasto, discípulo de S. Paulo. (Paris, 1863.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, item 11.)



domingo, 22 de abril de 2018

A DÁDIVA DIFÍCIL

Não avançarás ao longo do caminho, sem doar algo de ti mesmo. 

Aqui, é o companheiro que te roga assistência fraterna. 

Além, é o desconhecido que te pede arrimo e esperança. 

Agora, é o amparo aos desvalidos. 

Depois, é o socorro aos enfermos. 

À maneira da embarcação que distribui os valores de que se enriquece, espalharás, seja onde fores, os bens que o Senhor te confia. 

O pão, a moeda e o agasalho são recursos da Terra em tuas mãos. 

Fácil será sempre mobilizá-los e estendê-los. 

Atenta, contudo, para a dádiva difícil que sai do coração. 

O próprio sacrifício, em favor dos outros, é plantação de felicidade no ambiente em que respiramos. 

Aprende a calar para que teu irmão fale mais alto.

Esquece as ofensas alheias, compreendendo que poderiam ter sido perpetradas por ti próprio. 

Apaga-te para que a luz do próximo seja vista. 

Dá em ti mesmo em humildade, paciência, brandura, abnegação e amor...  

Jesus, transmitindo as bênçãos do Céu de que se fazia portador, era o Médico Providencial dos
sofredores na região em que se mantinha, mas aceitando o supremo sacrifício de si mesmo, na cruz,
converteu-se em Divino Benfeitor da Humanidade inteira. 

Não olvides que a renunciação aos próprios caprichos, na exaltação do bem de todos, será sempre
no mundo a tua dádiva maior.  
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Emmanuel
Livro: Mais Perto
 Psicografia:
  Francisco Cândido Xavier 
 

 MENSAGEM DO ESE:
Sacrifício da própria vida


– Aquele que se acha desgostoso da vida mas que não quer extingui-la por suas próprias mãos, será culpado se procurar a morte num campo de batalha, com o propósito de tornar útil sua morte?

Que o homem se mate ele próprio, ou faça que outrem o mate, seu propósito é sempre cortar o fio da existência: há, por conseguinte, suicídio intencional, se não de fato. É ilusória a idEia de que sua morte servirá para alguma coisa; isso não passa de pretexto para colorir o ato e escusá-lo aos seus próprios olhos. Se ele desejasse seriamente servir ao seu país, cuidaria de viver para defendê-lo; não procuraria morrer, pois que, morto, de nada mais lhe serviria. O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte, quando se trate de ser útil, em afrontar o perigo, em fazer, de antemão e sem pesar, o sacrifício da vida, se for necessário. Mas, buscar a morte com premeditada intenção, expondo-se a um perigo, ainda que para prestar serviço, anula o mérito da ação. 
— São Luís. (Paris, 1860)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 29.)