sábado, 19 de maio de 2018

Paz e Vida



Todos estamos concordes, quanto ao imperativo de se colaborar na sustentação da paz.

A paz, no entanto, é uma construção quase sempre mais difícil que qualquer outra que se levante sobre estruturas materiais.

O próprio Jesus quando prometeu aos companheiros: “a minha paz vos dou”, não fez semelhante afirmativa senão depois do extremo sacrifício.

Se nos propomos a contribuir na preservação da harmonia, em nosso grupo doméstico ou social, aprendamos a compreender os outros, a fim de auxiliá-los, sempre que preciso, a se ajustarem ao esquema de equilíbrio, sobre o qual as leis da vida se executam.

Tantas vezes aspiramos a alcançar a paz, exigindo-a de pessoas que em muitas ocasiões, jazem às portas do desespero, aguardando algum gesto de simpatia, capaz de aliviá-las na tensão que as aflige.

Se queres serenidade nas criaturas queridas, procura envolvê-las em tua própria serenidade, porquanto a paz é um sentimento que se transmite, de coração para coração.

Às vezes, é indispensável renunciar à alegria própria, a fim de que se veja a alegria brilhar na face daqueles que nos compartilham a existência. Para isso, é necessário operar no câmbio da compreensão, pelo qual entregamos a outrem aquilo que careçamos receber.

Nesse sentido, freqüentemente, aqueles que te pareçam ferir, em verdade, muito te amam, entretanto, provisoriamente se inclinam para estradas e tarefas que se relacionam com eles e não contigo.

Se podes entender essa realidade, estás em condições de produzir a paz.

E chegados a esse ponto de nossas experiências, penetraremos esta profunda lição da vida que resumimos aqui em poucas palavras: “a paz que se dá é a paz que se tem”. 
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Meimei 
Chico Xavier


MENSAGEM DO ESE:
 A porta estreita


Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. — Quão pequena é a porta da vida! quão apertado o caminho que a ela conduz! e quão poucos a encontram! (S. MATEUS, cap. VII, vv. 13 e 14.)
Tendo-lhe alguém feito esta pergunta: Senhor, serão poucos os que se salvam? Respondeu-lhes ele: — Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois vos asseguro que muitos procurarão transpô-la e não o poderão. — E quando o pai de família houver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater, dizendo: Senhor, abre-nos; ele vos responderá: não sei donde sois:
Pôr-vos-eis a dizer: Comemos e bebemos na tua presença e nos instruíste nas nossas praças públicas. 
— Ele vos responderá: Não sei donde sois; afastai-vos de mim, todos vós que praticais a iniquidade.
Então, haverá prantos e ranger de dentes, quando virdes que Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas estão no reino de Deus e que vós outros sois dele expelidos. — Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Setentrião e do Meio-Dia, que participarão do festim no reino de Deus. — Então, os que forem últimos serão os primeiros e os que forem primeiros serão os últimos. — (S. LUCAS, cap. XIII, vv. 23 a 30.)

Larga é a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más e porque o maior número envereda pelo caminho do mal. É estreita a da salvação, porque a grandes esforços sobre si mesmo é obrigado o homem que a queira transpor, para vencer suas más tendências, coisa a que poucos se resignam. É o complemento da máxima: “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos.” 

Tal o estado da Humanidade terrena, porque, sendo a Terra mundo de expiação, nela predomina o mal. Quando se achar transformada, a estrada do bem será a mais freqüentada. Aquelas palavras devem, pois, entender-se em sentido relativo e não em sentido absoluto. Se houvesse de ser esse o estado normal da Humanidade, teria Deus condenado à perdição a imensa maioria das suas criaturas, suposição inadmissível, desde que se reconheça que Deus é todo justiça e bondade.

Mas, de que delitos esta Humanidade se houvera feito culpada para merecer tão triste sorte, no presente e no futuro, se toda ela se achasse degredada na Terra e se a alma não tivesse tido outras existências? Por que tantos entraves postos diante de seus passos? Por que essa porta tão estreita que só a muito poucos é dado transpor, se a sorte da alma é determinada para sempre, logo após a morte? Assim é que, com a unicidade da existência, o homem está sempre em contradição consigo mesmo e com a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se alarga; faz-se luz sobre os pontos mais obscuros da fé; o presente e o futuro tornam-se solidários com o passado, e só então se pode compreender toda a profundeza, toda a verdade e toda a sabedoria das máximas do Cristo.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, itens 3 a 5.)


sexta-feira, 18 de maio de 2018

Quando nossas preces não são atendidas



Para ilustrar este tópico, vamos exemplificar com 2 casos:

Caso (A): 
Um adolescente não estuda para a sua prova na escola. Ele reza para Deus para que alguém possa passar “cola”, ou que ele seja inspirado para ir bem no seu exame.
Qual a chance desse adoslecente em ser atendido em sua prece e ir bem na prova escolar?


Caso (B):
 Uma esposa está vivenciando um período muito ruim no relacionamento com seu marido. Ela reza para que o seu marido mude de postura e comportamento. Mas ela nada faz para mudar as suas atitudes e nem procura iniciar um diálogo de reconciliação. Qual a chance desse relacionamento dar certo?

No caso (A), se o adolescente tivesse realmente estudado para a prova, poderia pedir em suas orações para que os Benfeitores Espirituais lhe proporcionasse a calma, e que pudesse ter a inspiração para lembrar da matéria estudada.

No caso (B), a esposa deveria orar para pedir ao Plano Maior que ela tivesse mais calma e paciência, para aprender a aceitar as pessoas como ela são, para pedir inspiração para iniciar um diálogo de reconciliação, para que a Paz possa reinar no seu Lar.

As pessoas sempre ficam passivas esperando que os outros mudem e se adaptem aos seus gostos e caprichos. A mudança deve iniciar dentro de nós. Façamos as mudanças necessárias em nosso intimo, e por consequência, as mudanças ao nosso redor se efetuarão.

Sempre procuramos jogar os nossos problemas nas mãos de outras pessoas para que possam ser resolvidos. Estamos sempre esperando por soluções milagrosas, não assumimos as nossas devidas responsabilidades. Achamos que basta realizar determinado números de orações para que todos os nossos problemas sejam resolvidos. Se a solução não vem em curto prazo, achamos que Deus não atendeu as nossas preces e, portanto, não vale a pena rezar.
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Rubens Santini



MENSAGEM DO ESE:
A desgraça real


Toda a gente fala da desgraça, toda a gente já a sentiu e julga conhecer-lhe o caráter múltiplo. Venho eu dizer-vos que quase toda a gente se engana e que a desgraça real não é, absolutamente, o que os homens, isto é, os desgraçados, o supõem. Eles a vêem na miséria, no fogão sem lume, no credor que ameaça, no berço de que o anjo sorridente desapareceu, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado, na angústia da traição, na desnudação do orgulho que desejara envolver-se em púrpura e mal oculta a sua nudez sob os andrajos da vaidade. A tudo isso e a muitas coisas mais se dá o nome de desgraça, na linguagem humana. Sim, é desgraça para os que só vêem o presente; a verdadeira desgraça, porém, está nas conseqüências de um fato, mais do que no próprio fato. Dizei-me se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta conseqüências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que a princípio causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem. Dizei-me se a tempestade que vos arranca as arvores, mas que saneia o ar, dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade.
Para julgarmos de qualquer coisa, precisamos ver-lhe as conseqüências. Assim, para bem apreciarmos o que, em realidade, é ditoso ou inditoso para o homem, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as conseqüências se fazem sentir. Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura.
Vou revelar-vos a infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolheis e desejais com todas as veras de vossas almas iludidas. A infelicidade é a alegria, é o prazer, é o tumulto, é a vã agitação, é a satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência, que comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem com relação ao seu futuro. A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procurais conseguir.
Esperai, vós que chorais! Tremei, vós que rides, pois que o vosso corpo está satisfeito! A Deus não se engana; não se foge ao destino; e as provações, credoras mais impiedosas do que a matilha que a miséria desencadeia, vos espreitam o repouso ilusório para vos imergir de súbito na agonia da verdadeira infelicidade, daquela que surpreende a alma amolentada pela indiferença e pelo egoísmo.
Que, pois, o Espiritismo vos esclareça e recoloque, para vós, sob verdadeiros prismas, a verdade e o erro, tão singularmente deformados pela vossa cegueira! Agireis então como bravos soldados que, longe de fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz que lhes não pode dar glória, nem promoção! Que importa ao soldado perder na refrega armas, bagagens e uniforme, desde que saia vencedor e com glória? Que importa ao que tem fé no futuro deixar no campo de batalha da vida a riqueza e o manto de carne, contanto que sua alma entre gloriosa no reino celeste? — Delfina de Girardin. (Paris, 1861.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 24.)






quinta-feira, 17 de maio de 2018

Para Renovar-nos



.Não espere viver sem problemas, de vez que problemas são ingredientes de evolução, necessários ao caminho de todos.

.Ante os próprios erros, não descambe para o desculpismo e sim enfrente as consequências deles, a fim de retificar-se,como quem aproveite pedras para construção mais sólida.

.Não perca tempo e serenidade, perante as prováveis decepções da estrada, porquanto aqueles que supõem decepcionar-lo estão decepcionando a si mesmos.

.Reflita sempre antes de agir, a fim de que seus atos sejam conscientizados.

.Não exija perfeição nos outros e nem mesmo em você, mas procure melhorar-se quanto possível.

.Simplifique seus hábitos.

.Experimente humildade e silêncio, toda vez que a violência ou a irritação apareçam em sua área.

.Comunique seus obstáculos apenas aos corações amigos que se mostrem capazes de auxiliar em seu beneficio com descrição e bondade.

.Diante dos próprios conflitos, não tente beber ou dopar-se, buscando fugir da própria mente, porque de toda ausência indébita você voltará aos estragos ou necessidades que haja criado no mundo íntimo, a fim de saná-los.

.Lembre-se de que você é um espírito eterno e se você dispõe da paz na consciência estará sempre inatingível a qualquer injúria ou perturbação.
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André Luiz
Chico Xavier






MENSAGEM DO ESE:
O argueiro e a trave no olho

Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? — Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? — Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)
Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 9 e 10.)

quarta-feira, 16 de maio de 2018

SIMPLICIDADE


A Natureza é simples. Os animais são simples. As crianças são naturalmente simples. Crescemos e, de acordo com a cultura da época e da sociedade, tornamo-nos complexos e complicados. Salão de beleza todas as semanas, pra quê? Carros de luxo, roupas de grife, bebidas importadas, mobílias sofisticadas, muita burocracia, linguagem rebuscada, pra quê? Alguém já disse que é na manteiga que começa a tentação.

A simplicidade abre as portas de uma vida melhor. Não se pode viver em paz longe da simplicidade. Não se trata de pobreza, muito menos miséria. Não estou falando de sujeira nem de desconforto. Tire o supérfluo e os excessos de sua vida e ficará a simplicidade.

Se você não puder fazer determinado percurso de carro, vá de bicicleta; se não for possível ir de bicicleta, vá a pé.

Embaraçamo-nos pelos caminhos da vida nas teias da vaidade e do egoísmo e assim afastamo-nos da essência. O místico indiano Yogananda disse o seguinte: Deus é simples, tudo mais é complicado.

Na simplicidade respiramos livremente, na sofisticação trabalhosa sufocamos a alma.

Nas pegadas de Jesus teremos que simplificar a vida, até porque precisamos estar mais desempedidos para o trabalho da auto-iluminação.

Nessa senda reduzimos nossas necessidades, gastamos menos dinheiro, e passamos a produzir mais e melhor em benefício do próximo. Lembremos da sublime passagem evangélica: Olhai os lírios do campo: nem Salomão, em toda a sua grandeza, se vestiu como um deles.
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Livro: Em Meu Lugar, o Que Faria Jesus?
Ariston S. Teles
Editora Espírita Ano Luz





MENSAGEM DO ESE:
Preces pelos doentes


As doenças fazem parte das provas e das vicissitudes da vida terrena; são inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos, às vezes hereditários. Nos mundos mais adiantados, física ou moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades e o corpo não é minado surdamente pelo corrosivo das paixões. (Cap. III, n° 9.) Temos, assim, de nos resignar às conseqüências do meio onde nos coloca a nossa inferioridade, até que mereçamos passar a outro. Isso, no entanto, não é de molde a impedir que, esperando tal se dê, façamos o que de nós depende para melhorar as nossas condições atuais. Se, porém, mau grado aos nossos esforços, não o conseguirmos, o Espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos passageiros males.

Se Deus não houvesse querido que os sofrimentos corporais se dissipassem ou abrandassem em certos casos, não houvera posto ao nosso alcance meios de cura. A esse respeito, a sua solicitude, em conformidade com o instinto de conservação, indica que é dever nosso procurar esses meios e aplicá-los.

A par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da prece. (Ver, no Cap. XXVI, a notícia sobre a mediunidade curadora.)

Prece. (Para ser dita pelo doente.) — Senhor, pois que és todo justiça, a enfermidade que te aprouve mandar-me necessariamente eu a merecia, visto que nunca impões sofrimento algum sem causa. Confio-me, para minha cura, à tua infinita misericórdia. Se for do teu agrado restituir-me a saúde, bendito seja o teu santo nome. Se, ao contrário, me cumpre sofrer mais, bendito seja ele do mesmo modo. Submeto-me, sem queixas, aos teus sábios desígnios, porquanto o que fazes só pode ter por fim o bem das tuas criaturas.
Dá, ó meu Deus, que esta enfermidade seja para mim um aviso salutar e me leve a refletir sobre a minha conduta. Aceito-a como uma expiação do passado e como uma prova para a minha fé e a minha submissão à tua santa vontade.

Prece. (Pelo doente.) — Meu Deus, são impenetráveis os teus desígnios e na tua sabedoria entendeste de afligir a N... pela enfermidade. Lança, eu te suplico, um olhar de compaixão sobre os seus sofrimentos e digna-te de pôr-lhes termo.
Bons Espíritos, ministros do Onipotente, secundai, eu vos peço, o meu desejo de aliviá-lo; encaminhai o meu pensamento, a fim de que vá derramar um bálsamo salutar em seu corpo e a consolação em sua alma.
Inspirai-lhe a paciência e a submissão à vontade de Deus; dai-lhe a força de suportar suas dores com resignação cristã, a fim de que não perca o fruto desta prova.

Prece. (Para ser dita pelo médium curador.) — Meu Deus, se te dignas servir-te de mim, indigno como sou, poderei curar esta enfermidade, se assim o quiseres, porque em ti deposito fé. Mas, sem ti, nada posso. Permite que os bons Espíritos me cumulem de seus fluidos benéficos, a fim de que eu os transmita a esse doente, e livra-me de toda idéia de orgulho e de egoísmo que lhes pudesse alterar a pureza.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 77 a 80.)

Parentes Difíceis

Aceite os parentes difíceis na base da generosidade e da compreensão, na certeza de que as Leis de Deus não nos enlaçam uns com os outros sem causa justa.
O parente-problema é sempre um teste com que se nos examina a evolução espiritual.
Muitas vezes a criatura complicada que se nos agrega à família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em passadas reencarnações.
Não exija dos familiares diferentes de você um comportamento igual ao seu, porquanto cada um de nós se caracteriza pelas vantagens ou prejuízos que acumulamos na própria alma.
Não tente descartar dos parentes difíceis com internações desnecessárias em casas de repouso, à custa de dinheiro, porque a desvinculação real virá nos processos da natureza, quando você houver alcançado a quitação dos próprios débitos ante a Vida Maior.
Nas provações e conflitos do lar terrestre, quase sempre, estamos pagando pelo sistema de prestações, certa dívidas contraídas por atacado.
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André Luiz - Francisco Cândido Xavier


terça-feira, 15 de maio de 2018

AMANDO OS INIMIGOS


"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem..." -
Jesus. (Mateus, 5:44). 

Sem liberdade é impossível avançar nas trilhas da evolução, mas fora do entendimento que nasce do amor, ninguém se emancipa nos caminhos da própria alma.

Seja onde seja e seja com quem for, deixa que a simpatia e a compreensão se te irradiem do ser.

Em qualquer parte onde palpite a vida, eis que a vida para crescer e aperfeiçoar-se roga o alimento do amor, tanto quanto pede a presença da luz.

De muitos recebes o apoio da bondade e outros muitos aguardam de ti semelhantes auxílio.

Da faixa dos benfeitores recolhes a bênção para transmiti-lo na direção dos que te não aceitam ou desajudam.

Nessa diretriz, os adversários, quaisquer que eles sejam, nunca te prenderão a desespero ou ressentimento.

Se surgem e atacam, abençoa-os com a justificativa fraterna ou com o pronto-socorro da oração. 
Entretanto, pensa, acima de tudo, na condição infeliz em que se colocam e compadece-te em silêncio.

Esse, por enquanto, não consegue desalojar-se do ergástulo da opinião individual; aquele, acomoda-se no azedume sistemático; outro descambou para equívocos dos quais, por agora, não sabe se afastar; aquele outro sofre sob a hipnose da obsessão; e aquele outro ainda está doente e talvez exija tempo longo, a fim de recuperar-se.

Entregarmos-nos à mágoa diante dos que perseguem e caluniam, é o mesmo que nos ajustarmos voluntariamente à onda de perturbação a que encadeiam.

Sob o granizo da ignorância ou da incompreensão, segue trabalhando, a servir sempre.

Observa os inimigos do bem e os agressores da renovação e, em lhes percebendo a sombra, condoer-te-ás de todos ele.

Faze isso e sempre que te pretendam agrilhoar ao desequilíbrio, a compaixão te libertará. 
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Emmanuel
 Francisco Cândido Xavier


MENSAGEM DO ESE:
Piedade filial


Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não matareis; não roubareis; não prestareis falso-testemunho; não fareis agravo a ninguém; honrai a vosso pai e a vossa mãe. (S. MARCOS, capítulo X, v. 19; S. LUCAS, cap. XVIII, v. 20; S. MATEUS, cap. XIX, vv. 18 e 19.) 

Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará. (Decálogo: “Êxodo”, cap. XX, v. 12.) 

O mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em gera!. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o devotamento. Deus pune sempre com rigor toda violação desse mandamento.

Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância.

Sobretudo para com os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira piedade filial. Obedecem a esse mandamento os que julgam fazer grande coisa porque dão a seus pais o estritamente necessário para não morrerem de fome, enquanto eles de nada se privam, atirando-os para os cômodos mais ínfimos da casa, apenas por não os deixarem na rua, reservando para si o que há de melhor, de mais confortável? Ainda bem quando não o fazem de má-vontade e não os obrigam a comprar caro o que lhes resta a viver, descarregando sobre eles o peso do governo da casa! Será então aos pais velhos e fracos que cabe servir a filhos jovens e fortes? Ter-lhes-á a mãe vendido o leite, quando os amamentava? Contou porventura suas vigílias, quando eles estavam doentes, os passos que deram para lhes obter o de que necessitavam? Não, os filhos não devem a seus pais pobres só o estritamente necessário, devem-lhes também, na medida do que puderem, os pequenos nadas supérfluos, as solicitudes, os cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Unicamente essa é a piedade filial grata a Deus.

Ai, pois, daquele que olvida o que deve aos que o ampararam em sua fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se impuseram duras privações para lhe garantir o bem-estar. Ai do ingrato: será punido com a ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, algumas vezes já na existência atual, mas com certeza noutra, em que sofrerá o que houver feito aos outros.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, itens 1 a 3.)


segunda-feira, 14 de maio de 2018

CONTÁGIO MENTAL




Acautele-se contra o perigo do contágio mental.

O pensamento é força criadora e plasma na atmosfera o produto das nossas aspirações.

Pela lei de afinidades, os pensamentos negativos comuns se ligam e formam densas nuvens psíquicas a envolverem os que transitam na mesma faixa de intenção.

Cuidado para não ficar preso na teia dos pensamentos negativos.

Sua vida muitas vezes não caminha bem porque seus pensamentos não caminham na direção do bem.

Se você, por exemplo, mergulhar, com frequência, nas faixas mentais da tristeza, seu pensamento se unirá a indefinível número de mentes tristes, estabelecendo uma ligação psíquica de influências mútuas. Você nunca estará triste sozinho por muito tempo.

Nos momentos de calamidades ou de grandes tensões sociais, maior deverá ser o nosso cuidado mental, pois do contrário nos tornaremos presas fáceis dos grandes adensamentos energéticos negativos que se formam nessas ocasiões. Nada mais oportuno do que a recomendação evangélica: vigiai e orai.

A melhor defesa psíquica sempre será o bem que conseguirmos espalhar pela vida. Pensar no bem, falar no bem e agir no bem serão nossos escudos protetores contra as arremetidas do mal. E de nada adianta agir assim somente quando estamos em tarefas religiosas. Espiritualidade é o que fazemos quando saímos do templo de nossa fé.

A leitura diária de páginas edificantes corrige o leito de rio dos pensamentos desequilibrados.

Mudar o curso dos pensamentos é tarefa prioritária quando nos sentirmos mergulhados em estados de tristeza, irritação e agressividade.

A melhor recomendação para se ver livre das energia negativas é não se achar imune a elas. 
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA




MENSAGEM DO ESE:
Abandonar pai, mãe e filhos

Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmãos, ou suas irmãs, ou seu pai, ou sua mãe, ou sua mulher, ou seus filhos, ou suas terras, receberá o cêntuplo de tudo isso e terá por herança a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XIX, v. 29.)
Então, disse-lhe Pedro: Quanto a nós, vês que tudo deixamos e te seguimos. — Jesus lhe observou: Digo-vos, em verdade, que ninguém deixará, pelo reino de Deus, sua casa, ou seu pai, ou sua mãe, ou seus irmãos, ou sua mulher, ou seus filhos — que não receba, já neste mundo, muito mais, e no século vindouro a vida eterna. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 28 a 30.)
Disse-lhe outro: Senhor, eu te seguirei; mas, permite que, antes, disponha do que tenho em minha casa. — Jesus lhe respondeu: Quem quer que, tendo posto a mão na charrua, olhar para trás, não esta apto para o reino de Deus. (S. LUCAS, cap. IX, vv. 61 e 62.)
Sem discutir as palavras, deve-se aqui procurar o pensamento, que era, evidentemente, este: “Os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as considerações humanas”, porque esse pensamento está de acordo com a substância da doutrina de Jesus, ao passo que a idéia de uma renunciação à família seria a negação dessa doutrina.

Não temos, aliás, sob as vistas a aplicação dessas máximas no sacrifício dos interesses e das afeições de família aos da Pátria? Censura-se, porventura, aquele que deixa seu pai, sua mãe, seus irmãos, sua mulher, seus filhos, para marchar em defesa do seu país? Não se lhe reconhece, ao contrário, grande mérito em arrancar-se às doçuras do lar doméstico, aos liames da amizade, para cumprir um dever? É que, então, há deveres que sobrelevam a outros deveres. Não impõe a lei à filha a obrigação de deixar os pais, para acompanhar o esposo? Formigam no mundo os casos em que são necessárias as mais penosas separações. Nem por isso, entretanto, as afeições se rompem. O afastamento não diminui o respeito, nem a solicitude do filho para com os pais, nem a ternura destes para com aquele. Vê-se, portanto, que, mesmo tomadas ao pé da letra, excetuado o termo odiar, aquelas palavras não seriam uma negação do mandamento que prescreve ao homem honrar a seu pai e a sua mãe, nem do afeto paternal; com mais forte razão, não o seriam, se tomadas segundo o espírito. Tinham elas por fim mostrar, mediante uma hipérbole, quão imperioso é para a criatura o dever de ocupar-se com a vida futura. Aliás, pouco chocantes haviam de ser para um povo e numa época em que, como conseqüência dos costumes, os laços de família eram menos fortes, do que no seio de uma civilização moral mais avançada. Esses laços, mais fracos nos povos primitivos, fortalecem-se com o desenvolvimento da sensibilidade e do senso moral. A própria separação é necessária ao progresso. 
Assim as famílias como as raças se abastardam, desde que se não entrecruzem, se não enxertem umas nas outras. É essa uma lei da Natureza, tanto no interesse do progresso moral, quanto no do progresso físico. 

Aqui, as coisas são consideradas apenas do ponto de vista terreno. O Espiritismo no-las faz ver de mais alto, mostrando serem os do Espírito e não os do corpo os verdadeiros laços de afeição; que aqueles laços não se quebram pela separação, nem mesmo pela morte do corpo; que se robustecem na vida espiritual, pela depuração do Espírito, verdade consoladora da qual grande força haurem as criaturas, para suportarem as vicissitudes da vida.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIII, itens 4 a 6.)