quinta-feira, 30 de agosto de 2018

SINAIS EM SI MESMO



(...)

Vaz Serra incentivou Rafael, companheiro mais recente no grupo, a fazer algumas ponderações.

— Sou daqueles que precisam controlar as palavras. 
Gosto muito de conversar e me expando com frequência. 
Tenho lutado para aprender a falar menos e com mais proveito. 
A humanidade carece de exemplos, práticas objetivas e não tanto de palavras. 
Já fui daqueles capazes de longos discursos, irreverente à operosidade. 
Sei, no entanto, que há um longo tempo o homem segue regras e obedece, indiferente, aos processos de renovação. 
Teme as mudanças, apega-se a coisas corriqueiras, joga com a vida de seus semelhantes. 
Vive indiferente à Lei Eterna, faz questão de ignorar a própria espiritualidade e, quando lhe falam das realidades eternas, exige sinais. 
O homem educado busca sinais em si. 
Cuida do próprio comportamento ao invés de exigir do outro. 
Querem que enxerguemos por eles. 
Devemos promover a paz onde existe guerra, como num passe de mágica. 
Para os desatentos, Deus deve nos atender, mesmo nas ideias mais absurdas. 
Fé é capacidade de entender e auxiliar.
 Fé não é representação escandalosa para satisfazer os egoístas desocupados.

Rafael inflamava-se ao verbalizar o que sentia. Flávio tocou-lhe a mão com delicado trato.

— E somos nós mesmos os egoístas desatentos.

Algumas lágrimas brotaram forte. Ísis estendeu a Rafael um pouco de água.
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Livro: Sob a Luz da Verdade
Oneida Terra, pelo Espírito Victor Hugo
Boa Nova Editora e Distribuidora de Livros Espíritas





MENSAGEM DO ESE
Deixai Vir A Mim Os Pequeninos


1 – Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus. (Mateus, V: 8).

2 – Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele. E abraçando-os, e pondo as mãos sobre eles, os abençoava. (Marcos, X: 13-16).

3 – A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de humildade.

Esta comparação poderia não parecer justa, se considerarmos que o Espírito da criança pode ser muito antigo, e que ele traz ao renascer na vida corpórea as imperfeições de que não se livrou nas existências precedentes. Somente um Espírito que chegou à perfeição poderia dar-nos o modelo da verdadeira pureza. Não obstante, ela é exata do ponto de vista da vida presente. Porque a criança, não tendo ainda podido manifestar nenhuma tendência perversa, oferece-nos a imagem da inocência e da candura. Aliás, Jesus não diz de maneira absoluta que o Reino de Deus é para elas, mas para aqueles que se lhes assemelham.

4 – Mas se o Espírito da criança já viveu, por que não se apresenta, ao nascer, como ele é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados delicados, que só a ternura materna lhe pode dispensar, e essa ternura aumenta, diante da fragilidade e da ingenuidade da criança. Para a mãe, seu filho é sempre um anjo, e é necessário que assim seja, para lhe cativar a solicitude. Ela não poderia tratá-lo com a mesma abnegação, se em vez da graça ingênua, nele encontrasse, sob os traços infantis, um caráter viril e as idéias de um adulto; e menos ainda, se conhecesse o seu passado.

É necessário, aliás, que a atividade do princípio inteligente seja proporcional à debilidade do corpo, que não poderia resistir a uma atividade excessiva do Espírito, como verificamos nas crianças precoces. É por isso que, aproximando-se a encarnação, o Espírito começa a perturbar-se e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo. Durante certo período, ele permanece numa espécie de sono, em que todas as suas faculdades se conservam em estado latente. Esse estado transitório é necessário, para que o Espírito tenha um novo ponto de partida, e por isso o faz esquecer, na sua nova existência terrena, tudo o que lhe pudesse servir de estorvo. Seu passado, entretanto, reage sobre ele, que renasce para uma vida maior, moral e intelectualmente mais forte, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.

A partir do nascimento, suas idéias retomam gradualmente o seu desenvolvimento, acompanhando o crescimento do corpo. Pode-se assim dizer que, nos primeiros anos, o Espírito é realmente criança, pois as idéias que formam o fundo do seu caráter estão adormecidas. Durante o tempo em que os seus instintos permanecem latentes, ela é mais dócil, e por isso mesmo mais acessível às impressões que podem modificar a sua natureza e fazê-la progredir, o que facilita a tarefa dos pais.

O Espírito reveste, pois, por algum tempo, a roupagem da inocência. E Jesus está com a verdade, quando, apesar da anterioridade da alma, toma a criança como símbolo da pureza e da simplicidade.

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

4 comentários:

  1. tenho muitos defeitos, mas procuro melhorar e sei que já sou outra pessoa. Quero continuar minha vida acreditando que dias melhores virão

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  2. Lindas! Gratidão 🙏🏼

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  3. É preciso muita autoconsciência e coragem para reconhecer as próprias falhas e buscar o autoaperfeiçoamento. É inspirador ver alguém que está disposto a trabalhar em si mesmo e abraçar a mudança. Acreditar em dias melhores é uma mentalidade otimista que pode fornecer a motivação e a esperança necessárias para seguir em frente. É importante lembrar que o crescimento é um processo contínuo e podem ocorrer contratempos, mas com determinação e uma visão positiva, o progresso pode ser feito.hotstar

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Obrigada pelo comentário.