sábado, 16 de maio de 2020

Tópicos da Meditação


I
Através de nossas meditações e de nossas preces, os benfeitores da Vida Maior estão orientando os nossos passos, com referência ao futuro. Confiemos no amparo de Jesus, hoje e sempre.

II
Quanto mais se nos estenda o esforço da prática no bem, puro e simples, com a abolição de todas as preocupações desnecessárias, mais se nos ampliarão as possibilidades para a assimilação das Bênçãos do Alto.

Auxiliemo-nos, a nós mesmos, situando a mente na paz interior. Isso é importante não apenas para o nosso campo mental, mas também para a nossa saúde física, nos mais íntimos fundamentos.
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Bezerra de Menezes





MENSAGEM DO ESE:

Caracteres da perfeição

Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. — Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? — Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? — Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (S. MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
Pois que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta proposição: “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial”, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição absoluta. Se à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que é inadmissível. 

Mas, os homens a quem Jesus falava não compreenderiam essa nuança, pelo que ele se limitou a lhes apresentar um modelo e a dizer-lhes que se esforçassem pelo alcançar.
Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de que a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: “Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem.” Mostra ele desse modo que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.

Com efeito, se se observam os resultados de todos os vícios e, mesmo, dos simples defeitos, reconhecer-se-á nenhum haver que não altere mais ou menos o sentimento da caridade, porque todos têm seu princípio no egoísmo e no orgulho, que lhes são a negação; e isso porque tudo o que sobreexcita o sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. Não podendo o amor do próximo, levado até ao amor dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta da sua extensão. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no que tem de mais sublime, lhes disse: “Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial.”
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, itens 1 e 2.)

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ENTENDER OS OUTROS



O autoconhecimento dá à criatura sabedoria suficiente para que saiba julgar a si própria - pré-requisito para poder entender os outros. Por isso, Kardec, o sistematizador dos ensinos espíritas, assevera: "Há infelizmente muita gente que toma a sua própria opinião por medida exclusiva do bem e do mal, do verdadeiro e do falso. Tudo o que contradiz a sua maneira de ver, as suas ideias, o sistema que inventaram ou adotaram é mau aos seus olhos."


Existem pessoas que fecham por completo a mente à realidade. Outras, bloqueiam parte dela, reduzindo-a ao tamanho que julgam poder controlar.


O autoconhecimento é gradativo e deve ser exercitado ao longo de toda a nossa existência. Muitas vezes, se torna um processo doloroso. Outras, é uma estrada repleta de paz e alegria. Mas, de qualquer forma, ele é indispensável para que se efetive a evolução espiritual.


(...)


Não podemos esconder nem desconsiderar nosso mundo íntimo, tentando fugir da realidade. Antes de tudo, devemos aprender a julgar a nós mesmos, avaliando e percebendo com lucidez a vida fora e dentro de nós. Em verdade, o autoconhecimento e o autojulgamento andam de mãos dadas. Um está conectado com o outro. Não podemos tocar numa unidade interior sem afetarmos o conjunto psicológico. Quando valorizamos em demasia o mundo exterior, não ouvimos nosso mundo interior.


(...)


Se desejamos julgar com exatidão e justeza, emancipemos a alma dos grilhões escuros do "ego", começando assim a adquirir a ciência do autoconhecimento, a fim de apreciar o mérito, determinar o valor e estimar a importância de tudo aquilo que nos chega às mãos.
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Livro: A Imensidão dos Sentidos
Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed
Boa Nova Editora e Distribuidora 

sexta-feira, 15 de maio de 2020

MESMO ASSIM, CONTINUE...


O melhor exercício para a paz é a prática da caridade. 

Por que a prática da caridade? 

Porque para fazer a caridade é necessário dar-se. Enquanto faz a caridade a pessoa muda. Às vezes, nós estamos ajudando alguém e a pessoa está-nos tratando mal. É necessário vencer o personalismo para ter paciência, para continuar ajudando. 

Quantas vezes estamos ajudando alguém e a pessoa ainda diz que é ela quem está ajudando, e a gente tem que fazer de conta que é?! Porque há pessoas tão brutalizadas, tão atrasadas, que até para serem beneficiadas, só o aceitam se a gente fica aparentemente numa posição inferior. Elas têm a ideia de que a posição superior é a da colocação no alto. Quando se mede o indivíduo da cabeça para cima e não pela fita métrica no corpo é que se tem ideia da grandeza do homem.
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Divaldo Pereira Franco
Livro: A Serviço do Espiritismo (Divaldo Franco na Europa)
Nilson de Souza Pereira, Divaldo Pereira Franco, por Espíritos Diversos
LEAL – Livraria Espírita Alvorada Editora






MENSAGEM DO ESE:

O jugo leve

Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 28 a 30.)
Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei.”

Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, itens 1 e 2.)

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Como Deus escolhe as mães


Alguma vez pensou como Deus escolhe as mães das crianças deficientes ou ditas especiais?

Eu já… Uma vez vi Deus a pairar sobre a Terra, selecionando o Seu instrumento de propagação de amor com grande carinho.

Enquanto observava, instruía os Seus emissários a tomarem nota num grande livro:

“Para a Beth, um menino.

Espírito protetor: Matheus.



Para a Miriam, uma menina.

Espírito protetor, Cecília.



Para a Regina, gêmeos.

Espírito protetor: Bernardo, ele já está habituado.”


Finalmente, ele passou um nome para o emissário, sorriu e disse:


“Dê a esta mãe uma criança deficiente.”


O mensageiro, cheio de curiosidade, perguntou:


“Por que ela, Senhor? Ela é tão alegre!”


“Exatamente por isso”, disse Ele.

“Como poderia eu dar uma criança a uma mãe que não sabe o valor de um sorriso? Seria cruel…”


“Mas, será que ela vai ter paciência?”


“Eu não quero que ela tenha muita paciência”, disse o Criador, “porque aí ela irá afogar-se no mar da autopiedade e desespero.

Logo que o choque e o ressentimento passem, ela saberá como conduzir a situação.


Eu hoje estive a observá-la.

Ela tem aquele forte sentimento de independência.

” O emissário retorquiu:


“Mas ela terá que ensinar a criança a viver no seu mundo e não será fácil.

Além do mais, Senhor, acho que ela nem acredita na Sua existência.”

Deus sorriu, e disse:


“Não tem importância.

Eu posso dar um ‘toque’ nisso.

Ela é perfeita.

Possui o egoísmo no ponto certo.

” O anjo engasgou-se:


“Egoísmo? E isso é, por acaso, virtude?” O Criador, sereno, acrescentou:


“Se ela não conseguir separar-se da criança de vez em quando, ela não sobreviverá.

Sim, esta é uma mulher que abençoarei com uma criança dita ‘menos perfeita’.

Ela ainda não faz ideia, mas será, também, muito invejada.


Ela nunca irá admitir uma palavra não dita, nunca considerará um passo como uma coisa comum.

Quando a sua criança disser ‘mãe’, pela primeira vez, ela pressentirá que está a presenciar um milagre.


Quando ela descrever uma árvore com um pôr do sol para o seu filho cego, ela verá como poucos já conseguiram ver a Minha Obra.


Eu lhe permitirei ver claramente coisas como ignorância, crueldade, preconceito e irei sempre ajudá-la a superar tudo.


Eu estarei a seu lado a cada minuto da sua vida, porque ela vai estar trabalhando Comigo.”


“Bom”, perguntou o emissário, “e quem o Senhor está a pensar mandar como anjo da guarda?”


O Criador sorriu e complementou:


“Dê a ela um espelho.

É o suficiente.”


* * *


Essa narrativa nos dá ideia de como são especiais as mães que recebem um filho deficiente, na santa missão da maternidade.


Benditas sejam elas.

Que possam saber que não estão sós.

Também, que o filho que receberam no lar é uma alma irmã, que apenas está numa condição de deficiência nesta encarnação.


Somos todos Espíritos rumando para o Pai.

Cada um com nossas problemáticas, dificuldades, que vão sendo supridas pelo amor, ao longo da escalada do progresso.
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Redação do Momento Espírita, com base em narrativa de autor ignorado.



MENSAGEM DO ESE:

Motivos de resignação (I)


Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura.

Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente na Terra, essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a tranqüilidade no porvir.

O homem que sofre assemelha-se a um devedor de avultada soma, a quem o credor diz: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte do teu débito, quitar-te-ei do restante e ficarás livre; se o não fizeres, atormentar-te-ei, até que pagues a última parcela.” Não se sentiria feliz o devedor por suportar toda espécie de privações para se libertar, pagando apenas a centésima parte do que deve? Em vez de se queixar do seu credor, não lhe ficará agradecido?

Tal o sentido das palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” São ditosos, porque se quitam e porque, depois de se haverem quitado, estarão livres. Se, porém, o homem, ao quitar-se de um lado, endivida-se de outro, jamais poderá alcançar a sua libertação. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, porquanto nenhuma há, qualquer que ela seja, que não acarrete forçosa e inevitavelmente uma punição. Se não for hoje, será amanhã; se não for na vida atual, será noutra. Entre essas faltas, cumpre se coloque na primeira fiada a carência de submissão à vontade de Deus. Logo, se murmurarmos nas aflições, se não as aceitarmos com resignação e como algo que devemos ter merecido, se acusarmos a Deus de ser injusto, nova dívida contraímos, que nos faz perder o fruto que devíamos colher do sofrimento. É por isso que teremos de recomeçar, absolutamente como se, a um credor que nos atormente, pagássemos uma cota e a tomássemos de novo por empréstimo.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 12.)

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FUTURO




Vozes de pessimismo

Ecoam ao redor.


Vaticínios sombrios

Espalham desalento.


Profetas da descrença

Inspiram-te receio.



Tempos de transição,

Dias de turbulência...


Natural seja assim

Em um mundo de provas.



Haja o que houver,

O futuro é de luz.

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Livro: Jesus no Leme

Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José

LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo

terça-feira, 12 de maio de 2020

A CONDUTA DOS SEUS FILHOS


(...)

Jamais dependa do sucesso alheio como uma condição sine qua non (sem a qual não) para a sua realização pessoal. 

Dê o melhor de si para aqueles que estão sob a sua tutela – os filhos –, no entanto, admita: cada um será dono de seu próprio destino. 

Por mais que você se empenhe em produzir neles uma boa conduta, haverá o momento em que vai depender somente deles aplicar seu bom exemplo ou tomar outro caminho na vida.

Por isso, faça o seu melhor sempre para não se arrepender depois, nem tampouco se culpar no futuro.
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Livro: Metafísica da Saúde, Volume 2: Sistemas Circulatório, Urinário e Reprodutor Valcapelli, Gasparetto
Centro de Estudos Vida & Consciência Editora









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NUNCA SE ESQUEÇA DISSO

Espíritas, nunca vos esqueçais que nas palavras, bem como nas ações, o perdão das injúrias não deve ser uma palavra vazia e inútil. Se vos dizeis espíritas, sede-o de fato. Esquecei o mal que vos foi feito e pensai apenas em uma coisa: no bem que podeis fazer. Aquele que entrou neste caminho não deve nem mesmo em pensamento desviar-se dele, porque sois responsáveis pelo que pensais, e Deus vos conhece. Fazei, portanto, com que eles sejam desprovidos de qualquer sentimento de rancor. Deus sabe o que se passa no coração de cada um dos seus filhos. Feliz, portanto, daquele que pode a cada noite dizer ao deitar-se: "Nada tenho contra meu próximo".

Simeão - Bordeaux, 1862
Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo
Allan Kardec

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MENSAGEM DO ESE:

Qualidades da prece

Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que, afetadamente, oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. — Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. — Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a recompensa.

Não cuideis de pedir muito nas vossas preces, como fazem os pagãos, os quais imaginam que pela multiplicidade das palavras é que serão atendidos. Não vos torneis semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que é que tendes necessidade, antes que lho peçais. (S. MATEUS, cap. VI, vv., 5 a 8.)

Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe os vossos pecados. — Se não perdoardes, vosso Pai, que está nos céus, também não vos perdoará os pecados. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 25 e 26.)

Também disse esta parábola a alguns que punham a sua confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu, publicano o outro. — O fariseu, conservando-se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o que possuo.

O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousava, sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador.

Declaro-vos que este voltou para a sua casa, justificado, e o outro não; porquanto, aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se humilha será elevado. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 9 a 14.)

Jesus definiu claramente as qualidades da prece. Quando orardes, diz ele, não vos ponhais em evidência; antes, orai em secreto. Não afeteis orar muito, pois não é pela multiplicidade das palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas. Antes de orardes, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a prece não pode ser agradável a Deus, se não parte de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade.

Oral, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau. 

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 1 a 4.)

segunda-feira, 11 de maio de 2020

CARIDADE



Caridade é um sorriso,
Uma visita amiga...

Uma conversa boa,
Um abraço fraterno...

Uma prece de paz,
Um gesto de otimismo...

Caridade, de fato,
Não se restringe ao bolso.

O dinheiro não seca
As lágrimas da alma.

O que dás de ti mesmo
É dádiva sem preço.
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Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
Do livro "PÃO DA ALMA", ed. Didier, 2002



MENSAGEM DO ESE:

Uma realeza terrestre

Quem melhor do que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor:

 “O meu reino não é deste mundo”? O orgulho me perdeu na Terra. Quem, pois, compreenderia o nenhum valor dos reinos da Terra, se eu o não compreendia? Que trouxe eu comigo da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E, como que para tornar mais terrível a lição, ela nem sequer me acompanhou até o túmulo! Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!

Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes.

Oh! Jesus, tu o disseste, teu reino não é deste mundo, porque é preciso sofrer pira chegar ao céu, de onde os degraus de um trono a ninguém aproximam. A ele só conduzem as veredas mais penosas da vida. Procurai-lhe, pois, o caminho, através das urzes e dos espinhos, não por entre as flores.

Correm os homens por alcançar os bens terrestres, como se os houvessem de guardar para sempre. Aqui, porém, todas as ilusões se somem. Cedo se apercebem eles de que apenas apanharam uma sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os únicos que lhes aproveitam na morada celeste, os únicos que lhes podem facultar acesso a esta.
Compadecei-vos dos que não ganharam o reino dos céus; ajudai-os com as vossas preces, porquanto a prece aproxima do Altíssimo o homem; é o traço de união entre o céu e a Terra: não o esqueçais. 

— Uma Rainha de França. (Havre, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, item 8.)



GOVERNO INTERNO


“Antes subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de algum modo a ficar reprovado.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 9:27.)

Efetivamente, o corpo é miniatura do Universo.

É imprescindível, portanto, saber governá-lo. Representação em material terrestre da personalidade espiritual, é razoável esteja cada um atento às suas disposições. Não é que a substância passiva haja adquirido poder superior ao da vontade humana, todavia, é imperioso reconhecer que as tendências inferiores procuram subtrair-nos o poder de domínio.


É indispensável esteja cada homem em dia com o governo de si mesmo.


A vida interior, de alguma sorte, assemelha-se à vida de um Estado. O espírito assume a auto-chefia, auxiliado por vários ministérios, quais os da reflexão, do conhecimento, da compreensão, do respeito e da ordem. As ideias diversas e simultâneas constituem apelos bons ou maus do parlamento íntimo. Existem, no fundo de cada mente, extensas potencialidades de progresso e sublimação, reclamando trabalho.


O governador supremo que é o espírito, no cosmo celular, redige leis benfeitoras, mas nem sempre mobiliza os órgãos fiscalizadores da própria vontade. E as zonas inferiores continuam em antigas desordens, não lhes importando os decretos renovadores que não hostilizam, nem executam. Em se verificando semelhante anomalia, passa o homem a ser um enigma vivo, quando se não converte num cego ou num celerado.


Quem espera vida sã, sem autodisciplina, não se distancia muito do desequilíbrio ruinoso ou total.


É necessário instalar o governo de nós mesmos em qualquer posição da vida. O problema fundamental é de vontade forte para conosco, e de boa-vontade para com os nossos irmãos.
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EMMANUEL
(do livro “Pão Nosso” – psic. Chico Xavier)

domingo, 10 de maio de 2020

MÃE

  As profissões da minha mãe 


Minha mãe foi, com certeza, a mulher que mais profissões exerceu em toda sua longa vida, sem ter sequer concluído o curso fundamental.

Tudo que ela aprendeu foi nas primeiras quatro séries que cursou, quando criança. Contudo, era de uma sabedoria sem par.

Descobri que minha mãe era uma decoradora de grandes qualidades, à medida que eu crescia e observava que ela sempre tinha um local no melhor móvel da casa, para as pequenas coisas que fazíamos na escola, meu irmão e eu.

Em nossa casa, nunca faltou espaço para colocar os quadrinhos, os desenhos, os nossos ensaios de escultura em barro tosco.

Tudo, tudo ganhava um espaço privilegiado. E tudo ficava lindo, no lugar que ela colocava.

Descobri que minha mãe era uma diplomata, formada na melhor escola do mundo (nosso lar), todas as vezes que ela resolvia os pequenos conflitos entre meu irmão e eu.

Fosse a disputa pela bicicleta, pela bola, pelo último bocado de torta, de forma elegantemente diplomática ela conseguia resolver. E a solução, embora pudesse não agradar os dois, era sempre a mais viável, correta, honesta e ponderada.

Descobri que minha mãe era uma escritora de raro dom, quando eu precisava colocar no papel as idéias desencontradas de minha cabecinha infantil.

Ela me fazia dizer em voz alta as minhas idéias e depois ia me auxiliando a juntar as sílabas, compor as palavras, as frases, para que a redação saísse a contento.

Descobri que minha mãe era enfermeira, com menção honrosa, toda vez que meu irmão e eu nos machucávamos.

Ela lavava os joelhos ralados, as feridas abertas no roçar do arame farpado, no cair do muro, no estatelar-se no asfalto.

Depois, passava o produto antisséptico e sabia exatamente quando devia usar somente um pequeno band-aid, o curativo ou a faixa de gaze, o esparadrapo.

Descobri que minha mãe cursara a mais famosa Faculdade de Psicologia, quando ela conseguia, apenas com um olhar, descobrir a arte que tínhamos acabado de aprontar, o vaso que tínhamos quebrado.

E, depois, na adolescência, o namoro desatado, a frustração de um passeio que não deu certo, um desentendimento na escola.

Era uma analista perfeita. Sabia sentar-se e ouvir, ouvir e ouvir. Depois, buscava nos conduzir para um estado de espírito melhor, propondo algo que nos recompusesse o íntimo e refizesse o ânimo.

Era também pós-graduada em Teologia. Sua ciência a respeito de Deus transcendia o conteúdo de alguns livros existentes no mundo.

O seu era o ensino que nos mostrava a gota a cair da folha verde na manhã orvalhada e reconhecer no cristal puro, a presença de Deus.

Que nos apontava a fúria do temporal e dizia: Deus vela. Não se preocupem.

Que nos alertava a não arrancar as flores das campinas porque estávamos pisando no jardim de Deus. Um jardim que Ele nos cedera para nosso lazer, e que devíamos preservar.

Ah, sim. Ela era uma ecologista nata. E plantava flores e vegetais com o mesmo amor. Quando colhia as verduras para as nossas refeições, dizia: Não vamos recolher tudo. Deixemos um pouco para os passarinhos. Eles alegram o nosso dia e merecem o seu salário.

Também deixava uns morangos vermelhinhos bem à mostra no canteiro exuberante, para que eles pudessem saboreá-los.

Era sua forma de manifestar sua gratidão a Deus pelos Seus cuidados: alimentando as Suas criaturinhas.

Minha mãe, além de tudo, foi motorista particular. Não se cansava de ir e vir, várias vezes, de casa para a escola, para a biblioteca, para o dentista, para o médico, para o teatro e de volta para casa.

Também foi exímia cozinheira, arrumadeira, passadeira, babá. E tudo isto em tempo integral.

Como ela conseguia, eu não sei. Somente sei que agora ela está na Espiritualidade. E Deus, como recompensa, por tantas profissões desempenhadas na Terra, lhe deu uma missão muito, muito especial: a de anjo guardião dos filhos que ficaram na bendita escola terrena.
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Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. Fep. Em 08.05.2009.