sábado, 28 de novembro de 2020

Balanço

 
Que tal realizarmos um balanço em nossa vida? Pensemos há quanto tempo aderimos ao chamado do Cristo, isto é, há quanto tempo nos afirmamos cristãos.

Observemos à nossa volta, em nossa própria casa. O que vemos?

As estantes estão abarrotadas de vozes caladas, livros que a traça devora. Estão ali, parados. A poeira já se acumula e umas pequeninas teias de aranha aparecem entre uns e outros, só para nos dar trabalho com a limpeza.

Os armários estão entupidos de roupas fora da moda e que acreditamos que, um dia, voltarão a ser usadas.

As caixas se empilham, guardando botas, sapatos, sandálias que não servem mais em nossos pés.

Em baús ou armários bem altos estão os agasalhos de inverno abandonados, entregues ao apodrecimento.

Os móveis estão cheios de coleções de tantas coisas que guardamos, que nem recordamos.
As farmácias improvisadas estão repletas de medicamentos que aguardam as nossas enfermidades, enquanto o prazo de validade expira.

Estantes, armários, baús, caixas, pacotes cobertos de pó, mofo, bolor. Comida de traça, esconderijo para pequenos animaizinhos.
Tanta coisa parada, sem uso. E tantos a padecer carências.

Por isso, realizemos uma mexida nas estantes. Passemos adiante os livros que não vamos ler. Examinemos o conteúdo e tornemo-los mensagens de vida.

Distribuamos as roupas, enquanto ainda estão boas, para os que se encontram desnudos, na miséria.

Verifiquemos se falta um botão, se há necessidade de refazer uma bainha, costurar um pequeno rasgo. Retoquemo-las e façamos delas instrumento da alegria.

Selecionemos os calçados, botas e sandálias. Retifiquemos as solas gastas, providenciemos uma cola aqui, uma costura ali e ofertemos a quem anda descalço.

Imaginemos quantas crianças terão protegidos os seus pezinhos dos cacos de vidro, das pedras pontiagudas. Quantos pés cansados, idosos não mais terão que suportar o calor das pedras ou o frio da terra úmida.

Desapeguemo-nos das velhas lãs e capotes, doando-os aos sofredores.

Propiciemos calor abençoado a corpos quase sem roupa.

Conduzamos os remédios, que estão nas prateleiras, para postos de saúde, hospitais, clínicas comunitárias.

Sacudamos a poeira. Limpemos o bolor. Afugentemos as traças.
Conservemos o que tenhamos em movimento. Tudo o mais, distribuamos, demonstrando que somos senhores e não escravos de coisa alguma.
* * *
Não esperemos que a dor se adorne de trapos e se apresente ao abandono para que surja o nosso momento de ajudar.
Não esperemos que a miséria desnude corpos sofredores a fim de que ofereçamos a contribuição do nosso socorro.
Não aguardemos que as pessoas pereçam à falta de medicamentos.
Vamos ao encontro da dor, da necessidade e ajudemos com o que tivermos. Atendamos às ordens do nosso coração de seguidor de Jesus, nosso Mestre e Senhor.
============================================
Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 44 e 45, do
livro Legado Kardequiano, pelo Espírito Marco Prisco, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
---------------------------------------------------------------------------
formatação e pesquisa: MILTER - 01-11-2020

🌾🌻🌾







🌻🌾🌻 

MENSAGEM DO ESE:

A verdadeira propriedade


O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.


Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, a sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres.

— Pascal. (Genebra, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 9.)

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Restauração



Serviço interrompido
Pode ser retomado.

Erro que se adotou
Encontra corrigenda.

A paz que se perdeu
Surgirá novamente.

Desenganos chegaram?
Que a dor não te perturbe.

Seja qual for o mal,
Volve de novo ao bem.

Em tudo, vencerás
Se confias em Deus.

🌿🌺🌿
Emmanuel
Chico Xavier
🌿🌺🌿 










🌺🌿🌺


MENSAGEM DO ESE:

Parábola do mau rico


Havia um homem rico, que vestia púrpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias. — Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras, — que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas ,ninguém lhas dava e os cães lhe viam lamber as chagas.


Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. O rico também morreu e teve por sepulcro o inferno. — Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abraão e Lázaro em seu seio — e, exclamando, disse estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.
Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lázaro só teve males; por isso, ele agora esta na consolação e tu nos tormentos.

Ao demais, existe para sempre um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que queiram passar daqui para aí não o podem, como também ninguém pode passar do lugar onde estás para aqui.


Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, — onde tenho cinco irmãos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento. — Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. — Não, meu pai Abraão, disse o rico: se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência. — Respondeu-lhe Abraão: Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite. 
🌿🌺🌿

(S. LUCAS, cap. XVI, vv. 19 a 31.)
Evangelho Segundo o Espiritismo

🌿🌺🌿 

Vontade Divina



“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” — PAULO (Romanos, 12.2)

Expressa-se a Vontade de Deus pelas circunstâncias da existência; todavia, devemos apreendê-la na essência e no rumo, o que nos será claramente possível…

Não só pelos avisos religiosos que nos ajudam a procurá-la.

Nem pelos constrangimentos da Terra, que nos impelem a compromissos determinados.

Nem pelos preceitos sociais que nos resguardam em disciplina.

Nem pela voz dos amigos que nos apoiam a caminhada.

Nem pelos acicates da prova que nos corrigem os sentimentos.

A fé ilumina, o trabalho conquista, a regra aconselha, a afeição reconforta e o sofrimento reajusta; no entanto, para entender os Desígnios Divinos a nosso respeito, é imperioso renovar-nos em espírito, largando a hera do conformismo que se nos arraiga no íntimo, alentada pelo adubo do hábito, em repetidas experiências no Plano material.

Recebamos o auxílio edificante que o mundo nos ofereça, mas fujamos de contemporizar com os enganos do mundo, diligenciando burilar-nos cada vez mais, porque educação conosco é clarão no âmago da própria alma e por muito brilhemos por fora, no jogo das ocorrências temporárias da estância física, nada entenderemos da luz de Deus que nos sustenta a vida, sem luz em nós.
**************************
Emmanuel
Chico Xavier


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Entender


Quando a dor aparece,
Ei-la que vem por sombra.

Qualquer valor externo
É como se fugisse.

Nas entranhas da alma,
Tudo se desarvora.

O coração anseia
Em convulsões de angústia.

Nesses instantes, ora
E terás luz em ti.

É que na luz da dor
Deus nos faz entender.

🌺🌾🌺
Emmanuel
Chico Xavier 
🌺🌾🌺






🌺🌹🌺

MENSAGEM DO ESE:

Destino da Terra e Causa das Misérias Humanas

6 – Admira-se de haver sobre a Terra tantas maldades e tantas paixões inferiores, tantas misérias e enfermidades de toda sorte, concluindo-se que miserável coisa é a espécie humana. Esse julgamento decorre de uma visão estreita, que dá uma falsa idéia do conjunto. È necessário considerar que toda humanidade não se encontra na Terra, mas apenas uma pequena fração dela. Porque a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão, que povoam os inumeráveis mundos do Universo. Ora, o que seria a população da Terra, diante da população total desses mundos? Bem menos que a de um lugarejo em relação a de um grande império. A condição material e moral da humanidade terrena nada tem, pois, de estranho, se levarmos em conta o destino da Terra e a natureza de sua população.


7 – Faríamos uma idéia muito falsa da população de uma grande cidade, se a julgássemos pelos moradores dos bairros mais pobres e sórdidos. Num hospital, só vemos doentes e estropiados; numa galé, vemos todas as torpezas, todos os vícios reunidos; nas regiões insalubres, a maior parte dos habitantes são pálidos, fracos e doentes. Pois bem: consideremos a Terra como um arrabalde, um hospital, uma penitenciária, um pantanal, porque ela é tudo isso a um só tempo, e compreenderemos porque as suas aflições sobrepujam os prazeres. Porque não se enviam aos hospitais as pessoas sadias, nem às casas de correção os que não praticam crimes, e nem os hospitais, nem as casas de correção, são lugares de delícias.


Ora, da mesma maneira que , numa cidade, toda a população não se encontra nos hospitais ou nas prisões, assim a humanidade inteira não se encontra na Terra. E como saímos do hospital quando estamos curados, e da prisão quando cumprimos a pena, o homem sai da Terra para mundos mais felizes, quando se acha curado de suas enfermidades morais. 
🌺🌾🌺
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
🌺🌾🌺

Às voltas com Espíritos



Não é necessário que alguém acredite na existência de entidades espirituais para que elas atuem das formas mais diversas na vida das pessoas.


Não se faz indispensável que alguém seja espiritualista a fim de estar às voltas com as ações de Espíritos desencarnados, nos caminhos humanos.


É importante lembrar que a Humanidade terrena é composta por todos os Espíritos que o Criador a ela destinou, em razão da lei de afinidades, e os colocou sob a coordenação de Jesus, o Cristo.


Daí, não será difícil compreender que num mundo com tantas potencialidades, com tantos recursos a serem explorados, como é a Terra, a grande massa dos Espíritos a ele vinculados se acha desencarnada.


Há mais Espíritos no plano espiritual (erraticidade é um termo usado por Kardec mas que só é entendida no contexto espírita) do que reencarnados. Isso explica porque o número dos mortais cresceu tanto, através dos séculos.


Vivendo essa realidade de um mundo considerado em dois níveis gerais, o nível dos que estão no corpo físico e o dos que se encontram fora dele, não é surpreendente a constatação de que ocorram influências recíprocas de um nível sobre o outro.


Imensa é a leva de desencarnados que procura contatar os encarnados, seja para ajudar, em qualquer coisa, seja para participar de qualquer tarefa, ou seja para perturbar, de qualquer forma.


Enorme é a massa de encarnados que deseja contatar os desencarnados, seja para pedir uma ajuda banal, seja para vingar-se de desafetos ou seja para rogar um socorro direto em casos complexos.


Há entidades espirituais que gostam somente de fazer o bem, de ajudar para o bem, de participar de qualquer esforço pelo bem.


No entanto, há outras inteiramente voltadas para o contrário, dando vazão às suas inclinações inferiores, ainda não devidamente transformadas.


Uma vez que você sabe disso, observe o tipo de sintonias, de contatos mentais que faz e que deseja fazer com os Espíritos.


Analise os conteúdos dos seus pedidos dirigidos ao Além e o teor das suas expectativas diante da vida, mantendo a certeza de que quaisquer que sejam suas buscas, alguma entidade espiritual a elas se associará.


As suas decisões quanto ao seu estilo de vida, as suas relações de afeto ou desafeto, ao rumo que dê às suas realizações na faixa da honestidade ou da desonestidade, funcionarão como tomadas ideais para a sua ligação com nobres mensageiros da luz ou com desafortunados agentes da sombra.


Busque Jesus e una-se a Ele em tudo o que faça. Viva com alegria interior, aprenda a enfrentar e superar problemas sem ódios, sem guardar mágoas de ninguém.


Solte-se. Viva em clima de liberdade espiritual, por conservar o coração e a mente livres de vínculos com Espíritos perturbadores.


Busque Jesus e tudo o que se refira ao bem, e esteja certo de usufruir a melhor assistência invisível, atraída por suas felizes predisposições morais.
* * *
Quando um familiar morre e volta ao mundo dos Espíritos, não se torna melhor nem pior do que era quando no corpo físico.


Por essa razão, não o perturbe com pedidos que ele não pode ou não deve atender.


Confie sempre em Deus, Pai de todos nós, e a Ele dirija a sua prece ou o seu pedido.


Mas lembre-se de levar em conta que o Pai conhece nossas necessidades e sempre nos dá o que precisamos, que nem sempre é o que queremos.
----------------------------------------------------------------------------
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 28 do
livro Para uso diário, pelo Espírito Camilo, psicografia
de Raul Teixeira, ed. Fráter.
=================================
Formatação e pesquisa: MILTER - 24-11-2019







quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Repara onde moras




 A Terra é precioso domicílio da Lei do Senhor onde cada criatura edifica o plano em que passa a viver.

 O usurário sofre na furna da miséria.

 O delinquente suporta o desvão do remorso.

 O insensato grita no inferno da loucura.

 O preguiçoso chora no sótão da necessidade.

 O intolerante reside no serpentário da aversão.

 O egoísta detém-se no cárcere das trevas.

 O rico displicente carrega a cruz da responsabilidade.

 O pobre inconformado respira no purgatório da angústia.

O simples de coração cresce no templo da paz.

 O semeador do progresso vive ao sol da prosperidade.

 O servidor fiel repousa na consciência tranquila.

 O amigo do estudo mora no lar do conhecimento.

 Repara onde resides.

 Cada Espírito respira na faixa de claridade ou sombra, de dor ou alegria a que se acolhe através da atitude que assume perante a vida.

 Não te percas na contemplação prematura das paisagens Celestiais, sem haver pago à Terra o tributo de serviço que lhe devemos.

 Faze de tua existência um campo educado no bem para a colheita do amor e a própria casa terrestre em que estagias se transformará para os teus pés em sublime degrau de acesso às moradas abençoadas da Luz.
🌿🌻🌿
Emmanuel 
Chico Xavier 
🌻🌿🌻 






🌻🌿🌻🌿🌻

MENSAGEM DO ESE:

Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?

É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes.
******************************
— São Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 21.)

🌻🌿🌻

Autodescobrimento



O esforço para a aquisição da experiência da própria identidade humanizada leva o indivíduo ao processo valioso do autodescobrimento. Enquanto empreende a tarefa do trabalho para a aquisição dos valores de consumo isola-se, sem contribuir eficazmente para o bem-estar do grupo social, no qual se movimenta. Os seus empreendimentos levam-no a uma negação da comunidade a benefício pessoal, esperando recuperar esta dívida, quando os favores da fortuna e da projeção lhe facultarem o desfrutar do prazer, da aposentadoria regalada. As suas preocupações giram em torno do imediatismo, da ambição do triunfo sem resposta de paz interior. A sociedade, por sua vez, ignora-o, pressentindo nele um usurpador.


De alguma forma é levado ao competitivismo individualista, criando um clima desagradável. A sua ascensão será possível mediante a queda de outrem, mesmo que o não deseje. Torna-se, assim, um adversário natural. O seu produto vende na razão direta em que aumentam as necessidades dos outros e a sua prosperidade se erige como consequência da contribuição dos demais. Não cessam as suas atividades na luta pelo ganha-pão.


Naturalmente, esse comportamento passa a exigir, depois de algum tempo, que o indivíduo se associe a outro, formando uma empresa maior ou um clube de recreação, ignorando-se interiormente e buscando, sem cessar, as aquisições de fora. A ansiedade, o medo, a solidão íntima tornam-se-lhe habituais, uma de cada vez, ou simultaneamente, desgastando-o, amargurando-o.


O homem, pela necessidade de afirmar-se no empreendimento a que se vincula, busca atingir o máximo, aspira por ser o número um e logra-o, às vezes.


A marcha inexorável do tempo, porém, diminui-lhe as resistências, solapando-lhe a competitividade, sendo substituído pelos novos competidores que o deixam à margem. Mesmo que ele haja alcançado o máximo, os sócios atuais consideram-no ultrapassado, prejudicial à organização por falta de atualidade e os filhos concedem-lhe postos honrosos, recreações douradas, lucros, desde que não interfira nos negócios... Ocorre-lhe a inevitável descoberta sobre a sua inutilidade, isto produzindo-lhe choque emocional, angústia ou agressividade sistemática, em mecanismo de defesa do que supõe pertencer-lhe.


O homem, realmente não se conhece. Identifica e persegue metas exteriores. Camufla os sentimentos enquanto se esfalfa na realização pessoal, sem uma correspondente identificação íntima.


A experiência, em qualquer caso, é um meio propiciador para o autoconhecimento, em razão das descobertas que enseja àquele que tem a mente aberta aos valores morais, internos. Ela demonstra a pouca significação de muitas conquistas materiais, econômicas e sociais diante da inexorabilidade da morte, da injunção das enfermidades, especialmente as de natureza irreversível, dos golpes afetivos, por defrontar-se desestruturado, sem as resistências necessárias para suportar as vicissitudes que a todos surpreendem.


O homem possui admiráveis recursos interiores não explorados, que lhe dormem em potencial, aguardando o desenvolvimento. A sua conquista faculta-lhe o autodescobrimento, o encontro com a sua realidade legítima e, por efeito, com as suas aspirações reais, aquelas que se convertem em suporte de resistência para a vida, equipando-o com os bens inesgotáveis do espírito.


Necessário recorrer a alguns valores éticos morais, a coragem para decifrar-se, a confiança no êxito, o amor como manifestação elevada, a verdade que está acima dos caprichos seitistas e grupais, que o pode acalmar sem o acomodar, tranquilizá-lo sem o desmotivar para a continuação das buscas.


Conseguida a primeira meta, uma nova se lhe apresenta, e continuamente, por considerar-se o infinito da sabedoria e da Vida.


É do agrado de algumas personalidades neuróticas, fugirem de si mesmas, ignorarem-se ou não saberem dos acontecimentos, a fim de não sofrerem. Ledo engano! A fuga aturde, a ignorância amedronta, o desconhecido produz ansiedade, sendo, todos estes, estados de sofrimento.


O parto produz dor, e recompensa com bem-estar, ensejando vida.


O autodescobrimento é também um processo de parto, impondo a coragem para o acontecimento que libera.


Examinar as possibilidades com decisão e enfrentá-las sem mecanismos desculpistas ou de escape, constitui o passo inicial.


Édipo, na tragédia de Sófocles, deseja conhecer a própria origem. Levado mais pela curiosidade do que pela coragem, ao ser informado que era filho do rei Laio, a quem matara, casando-se com Jocasta, sua mãe, desequilibra-se e arranca os olhos. Cegando-se, foge à sua realidade, ao autodescobrimento e perde-se, incapaz de superar a dura verdade.


A verdade é o encontro com o fato que deve ser digerido, de modo a retificar o processo, quando danoso, ou prosseguir vitalizando-o, para que se o amplie a benefício geral.


Ignorando-se, o homem se mantém inseguro. Evitando aceitar a sua origem tomba no fracasso, na desdita.


Ademais, a origem do homem é de procedência divina. Remontar aos pródromos da sua razão com serena decisão de descobrir-se, deve ser-lhe um fator de estímulo ao tentame. O reforço de coragem para levantar-se, quando caía, o ânimo de prosseguir, se surgem conspirações emocionais que o intimidam, fazem parte de seu programa de enriquecimento interior.


O autoencontro enseja satisfações estimuladoras, saudáveis. Esse esforço deve ser acompanhado pela inevitável confiança no êxito, porquanto é ambição natural do ser pensante investir para ganhar, esforçar-se para colher resultados bons.


Certamente, não vem prematuramente o triunfo, nem se torna necessário. Há ocasião para semear, empreender, e momento outro para colher, ter resposta. O que se não deve temer é o atraso dos resultados, perder o estímulo porque os frutos não se apresentam ou ainda não trazem o agradável sabor esperado. Repetir o tentame com a lógica dos bons efeitos, conservar o entusiasmo, são meios eficazes para identificar as próprias possibilidades, sempre maiores quanto mais aplicadas.


Ao lado do recurso da confiança no êxito, aprofunda-se o sentimento de amor, de interesse humano, de participação no grupo social, com resultado em forma de respeito por si mesmo, de afeição à própria pessoa como ser importante que é no conjunto geral.


Discute-se muito, na atualidade, a questão das conquistas éticas e morais, intentando-se explicar que a falta de sentimento e de amor responde pelos desatinos que aturdem a sociedade.


Têm razão, aqueles que pensam desta forma. Todavia, parece-nos que a causa mais profunda do problema se encontra na dificuldade do discernimento em torno dos valores humanos, O questionamento a respeito do que é essencial e do que é secundário inverteu a ordem das aspirações, confundindo os sentimentos e transformando a busca das sensações em realização fundamental, relegando-se a plano inferior as expressões da emoção elevada, na qual, o belo, o ético, o nobre se expressam em forma de amor, que não embrutece nem violenta.


A experiência do amor é essencial ao autodescobrimento, pois que, somente através dele se rompem as couraças do ego, do primitivismo, predominante ainda em a natureza humana. O amor se expande como força cocriadora, estimulando todas as expressões e formas de vida. Possuidor de vitalidade, multiplica-a naquele que o desenvolve quanto na pessoa a quem se dirige. Energia viva, pulsante, é o próprio hálito da Vida a sustentá-la. A sua aquisição exige um bem direcionado esforço que deflui de uma ação mental equilibrada.


Na incessante busca da unidade, ora pela ciência que tenta chegar à Causalidade Universal, ou através do mergulho no insondável do ser, podemos afirmar que os equipamentos que proporcionaram a desintegração do átomo, complexos e sofisticados, foram conseguidos com menor esforço, em nosso ponto de vista, do que a força interior necessária para a implosão do ego, em que busque a plenitude.


A formidanda energia detectada no átomo, propiciadora do progresso, serviu, no começo, para a guerra, e ainda constitui ameaça destruidora, porque aqueles que a penetraram, não realizaram uma equivalente aquisição no sentimento, no amor, que os levaria a pensar mais na humanidade do que em si e nos seus.


Amar torna-se um hábito edificante, que leva à renúncia sem frustração, ao respeito sem submissão humilhante, à compreensão dinâmica, por revelar-se uma experiência de alta magnitude, sempre melhor para quem o exterioriza e dele se nutre.


Na realização do cometimento afetivo surge o desafio da verdade, que é a meta seguinte.


Ninguém deterá a verdade, nem a terá absoluta. Não nos referimos somente à verdade dos fatos que a ciência comprova, mas àquela que os torne verazes: verdade como veracidade, que depende do grau de amadurecimento da pessoa e da sua coragem para assumi-la.


Quando se trata de uma verdade científica, ela depende, para ser aceita, da honestidade de quem a apresenta, dos seus valores morais. Indispensável, para tanto, a probidade de quem a revela, não sendo apenas fruto da cultura ou do intelecto, porém, de uma alta sensibilidade para percebê-la. Defrontamo-la em pessoas humildes culturalmente, mas probas, escasseando em indivíduos letrados, porém hábeis na arte de sofismar.


A verdade faculta ao homem o valor de recomeçar inúmeras vezes a experiência equivocada até acertá-la.


Erra-se tanto por ignorância como pela rebeldia. Na ignorância, mesmo assim, há sempre uma intuição do que é verdadeiro, face à presença íntima de Deus no homem. A rebeldia gera a má fé, o que levou Nietzsche a afirmar com certo azedume: “Errar é covardia!”, face à opção cômoda de quem elege o agradável do momento, sem o esforço da coragem para lutar pelo que é certo e verdadeiro.


A aquisição da verdade amadurece o homem, que a elege e habitua-se à sua força libertadora, pois que, somente há liberdade real, se esta decorre daquela que o torna humilde e forte, aberto a novas conquistas e a níveis superiores de entendimento.
*********************************
Do livro O Homem Integral, Terceira Parte, cap. 11, obra de Joanna de Ângelis, obra psicografada pelo médium Divaldo Franco.










terça-feira, 24 de novembro de 2020

Pensa adiante



Não te aflijam as horas de crise. Trabalha e espera.

Quando a tempestade ruge nos céus, medita no ar puro que se fará depois.

Se a chuva enlameia as estradas, considera a colheita que surgirá no campo.

Diante da noite carregada de sombras, pensa no amanhecer.

Não te revoltes, diante do sofrimento. Além dele, conhecerás a alegria que a Providência de Deus te revelará.
🌺🌾🌺
Emmanuel
Chico Xavier
🌺🌾🌺









💐🌾💐

MENSAGEM DO ESE: 

O consolador prometido

Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: — O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. — Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)

Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir.” O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.
Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, itens 3 e 4.)

💐🌾💐

TRANQUILIDADE



“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz.” – Jesus. (João, 16:33.)


A palavra do Cristo está sempre fundamentada no espírito de serviço, a fim de que os discípulos não se enganem no capítulo da tranquilidade.


De maneira geral, os aprendizes do Evangelho aguardam a paz, onde a calma reinante nada significa além de estacionamento por vezes delituoso. No conceito da maioria, a segurança reside em garantia financeira, em relações prestigiosas no mundo, em salários astronômicos. Isso, no entanto, é secundário. Tempestades da noite costumam sanear a atmosfera do dia, angústias da morte renovam a visão falsa da experiência terrestre.


Vale mais permanecer em dia com a luta que guardar-se alguém no descanso provisório e encontrá-la, amanhã, com a dolorosa surpresa de quem vive defrontado por fantasmas.


A Terra é escola de trabalho incessante.


Obstáculos e sofrimentos são orientadores da criatura.


É indispensável, portanto, renovar-se a concepção da paz, na mente do homem, para ajustá-lo à missão que foi chamado a cumprir na obra divina, em favor de si mesmo.


Conservar a paz, em Cristo, não é deter a paz do mundo. É encontrar o tesouro eterno de bênçãos nas obrigações de cada dia. Não é fugir ao serviço; é aceitá-lo onde, como e quando determine a vontade dAquele que prossegue em ação redentora, junto de nós, em toda a Terra.


Muitos homens costumam buscar a tranquilidade dos cadáveres, mas o discípulo fiel sabe que possui deveres a cumprir em todos os instantes da existência. Alcançando semelhante zona de compreensão, conhece o segredo da paz em Jesus, com o máximo de lutas na Terra. Para ele continuam batalhas, atritos, trabalho e testemunhos no Planeta, entretanto, nenhuma situação externa lhe modifica a serenidade interior, porque atingiu o luminoso caminho da tranquilidade fundamental.
**************************
EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Paz e Amor




 Onde encontres a discórdia, considera que o Senhor te convidou para a sementeira da paz.

 Se o ódio aparece onde estejas, lembra-te de que o Céu te chamou para o cultivo do amor.

 Criatura humana, entre criaturas humanas, não fales, porém, de paz e amor qual se já residisses no Plano dos anjos.

 Para cumprir a tarefa que te cabe, é necessário consigas atingir o coração dos semelhantes. E se acenderes a luz da humildade no óleo da paciência, Deus te mostrará o caminho.
🌾💐🌾
Emmanuel
Chico Xavier 
💐🌾💐





💐🌾💐

MENSAGEM DO ESE:

A indulgência (II)


Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará de indulgência para convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.


Sustentai os fortes: animai-os à perseverança. Fortalecei os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o menor arrependimento; mostrai a todos o anjo da penitência estendendo suas brancas asas sobre as faltas dos humanos e velando-as assim aos olhares daquele que não pode tolerar o que é impuro. Compreendei todos a misericórdia infinita de vosso Pai e não esqueçais nunca de lhe dizer, pelos pensamentos, mas, sobretudo, pelos atos: “Perdoai as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos hão ofendido.” Compreendei bem o valor destas sublimes palavras, nas quais não somente a letra é admirável, mas principalmente o ensino que ela veste.


Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação.


Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão, o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substitui a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. Pregai, exemplificando, essa caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou; pregai-a, como ele o fez durante todo o tempo em que esteve na Terra, visível aos olhos corporais e como ainda a prega incessantemente, desde que se tornou visível tão-somente aos olhos do Espírito. Segui esse modelo divino; caminhai em suas pegadas; elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o repouso após a luta. Como ele, carregai todos vós as vossas cruzes e subi penosamente, mas com coragem, o vosso calvário, em cujo cimo está a glorificação.
*********************************************
— João, bispo de Bordéus. (1862.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 17.)

💐🌾💐

POR QUE DESDENHAS?


“Examinai tudo. Retende o bem.” – Paulo. (I Tessalonicenses, 5:21.)


O cristão não deve perder o bom ânimo, por mais inquietantes se apresentem as perplexidades do caminho, não somente no que diz respeito à dor, mas também no que se reporta a costumes, acontecimentos, mudanças, perturbações…


Há companheiros excessivamente preocupados com a extensão dos erros alheios, sem se precatarem contra as próprias faltas. Assinalam casas suspeitas, fogem ao movimento social, malsinam fatos ou reprovam pessoas, antes de qualquer exame sério das situações. E nesse complexo emocional que os distancia da realidade, dilatam desentendimentos com pretensas atitudes de salvadores improvisados, que apenas acentuam a esterilidade do fanatismo.


Longe de prestarem benefícios reais, constituem material neutralizante do movimento renovador.


O Evangelho do Cristo, contudo, não instituiu cubículos de isolamento; procura estabelecer, aliás, fontes de Vida Abundante, em toda parte.


Examinar com imparcialidade é buscar esclarecimento.


Por que a condenação apressada ou a crítica destrutiva? Quando Paulo dirigiu a célebre recomendação aos tessalonicenses não se reportava apenas a livros e ciências da Terra. Referia-se a tudo, incluindo os próprios impulsos da opinião popular, com alusão aos fenômenos máximos e mínimos do caminho vulgar.


Em todas as ocorrências dos povos e das personalidades, em todos os fatos e realizações humanas, o aprendiz fiel da Boa Nova deve analisar tudo e reter o bem.


Por que te afastares do trabalho e da luta em comum? Por que desencorajar os que cooperam na lide purificadora com o teu impensado desdém? Se te sentes unido ao Cristo, lembra-te de que o Senhor a ninguém abandona, nem mesmo os seres aparentemente venenosos do chão.
******************************
EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier) 

domingo, 22 de novembro de 2020

Aguarda o tempo


 Aconteceu talvez o que não esperavas.

 O lado contra te ironiza.

 O sentimento ferido te aborrece.

 Entretanto, reflete nas bênçãos que a Divina Providência já te concedeu e procura sorrir.

 Não te indisponhas com ninguém. Continua trabalhando e servindo em paz.

 Aguarda o tempo, na certeza de que pelas circunstâncias da vida, nas páginas do tempo, é que se manifesta, mais claramente, a voz de Deus.
🌿🌺🌿
Emmanuel
 Chico Xavier
🌿🌺🌿




🌺🌿🌺🌿🌺

MENSAGEM DO ESE: 

Ação da prece. Transmissão do pensamento (II)

Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, nº 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.

Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.
Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós do mau pensamento que nos pode causar dano; eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não subjugar a vontade. O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não. Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. É isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: “Pedi e obtereis.”

Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual.
🌿🌺🌿
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 12.)

🌿🌺🌿


CONTRISTAÇÃO



“Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus.” – Paulo. (II Coríntios, 7:9.)


Quanta vez se agitam famílias, agrupamentos ou coletividades para que a tormenta lhes não alcance o ambiente comum? quantas vezes a criatura contempla o céu, em súplica, para que a dor lhe não visite a senda ou para que a adversidade fuja, ao encalço de outros rumos? Entretanto, a realidade chega sempre, inevitável e inflexível.


No turbilhão de sombras da contristação, o homem, não raro, se sente vencido e abandonado.


Todavia, o que parece infortúnio ou derrota pode representar providências salvadoras do Todo-Compassivo.


Em muitas ocasiões, quando as criaturas terrestres choram, seus amigos da Esfera Superior se alegram, à maneira dos pomicultores que descansam, tranquilos, depois do campo bem podado.


Lágrimas, nos lares da carne, frequentemente expressam júbilos de lares celestiais. Os orientadores divinos, porém, não folgam porque os seus tutelados sejam detentores de padecimentos, mas justamente porque semelhante situação indica possibilidades renovadoras no trabalho de aperfeiçoamento.


Todo campo deve conhecer o tempo de ceifa ou de limpeza necessárias.


Quando estiverdes contristados, à face de faltas que cometestes impensadamente, é razoável sofrais a passagem das nuvens pesadas e negras que amontoastes sobre o coração; contudo, quando a prova e a luta vos surpreenderem a casa ou o espírito, em circunstâncias que independem de vossa vontade, então é chegada a hora da contristação segundo Deus, a qual vos eleva espiritualmente e que, por isso mesmo, provoca a alegria dos anjos que velam por vós.
*************************
EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)