sábado, 27 de fevereiro de 2021

Perante a morte


Do túmulo para a frente, não encontramos senão nós mesmos, naquilo que realizamos do berço para o sepulcro.

 A desencarnação, por isso mesmo, assemelha-se, tal qual o renascimento físico, à porta de mil faces.

 Cada um de nós se retira do campo da luta humana, transportando consigo aquilo que ajuntou.

 Se guardaste a mente nos prazeres perniciosos, encontrarás no jazigo de pó o torturado anseio de retorno ao corpo terrestre, tentando inutilmente satisfazer inadequada fome de sensações que apenas te arrastariam a mais amplo sorvedouro de miséria e de angústia.

 Se algemaste o pensamento aos desvarios da posse, além das fronteiras de cinza, buscarás, atormentado, a contemplação do ouro que não mais te atende às solicitações e desejos.

 Se conservaste o coração no oásis do egoísmo, entre as flores venenosas da indiferença, para lá da grande transformação, pervagarás irritado e sozinho nos desertos da sombra…

 Mas se te consagraste ao bem por amor ao próprio bem, espalhando amor e paz, depois da transição inevitável, surpreenderás braços consoladores e amigos arrebatando-te a caminhos de redenção e de luz.

 Não acredites que palavras articuladas a esmo te garantam no dia da liberdade espiritual a felicidade que não construíste.

 Muitos são exonerados do corpo denso, mas permanecem enjaulados nas paixões que lhes incendeiam a vida…

 Muitos se fazem invisíveis aos olhos mortais, entretanto, agarram-se ao chão escuro, devorando o fruto amargo dos vícios que plantaram ou dos enganos em que voluntariamente se perderam.

 Em verdade, todos se preparam para a evidência no mundo, ciosos da máscara que lhes assegurará respeito e dignidade no jogo das aparências, mas raras criaturas se habilitam para o Reino da Luz, onde somos conhecidos pelos tesouros ou pelas calamidades que trazemos por dentro do coração.

 A morte é o retrato da vida. Depende, assim, de nós o Céu que podemos iniciar ao sol de hoje ou o inferno que nos acolherá, inflexível, na treva de amanhã.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

Advento do Espírito de Verdade

Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis.”

Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.

Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.

Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. 

Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.

Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: “Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.” 

— O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5.)






sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Construção íntima



Se procuras felicidade na Terra, não olvides o mundo de ti mesmo.

Começa por admitir que és um espírito imortal, usufruindo transitoriamente um corpo perecível, mas com a obrigação de tratá-lo, convenientemente, à feição do motorista consciencioso que conduz o próprio carro com equilíbrio e prudência, protegendo-lhe as peças.

Por mais amplo te pareça o fascínio da rebeldia, considera que a tranquilidade não te resguardará a existência, sem o clima do dever cumprido.

Conquanto atendendo, como é natural, às exigências dos encargos que desempenhas, não te prendas a posses, especialmente aquelas que se te façam claramente desnecessárias.

Por muito te consagres aos entes queridos, não te furtes de reconhecer que talvez em maioria tenham eles características psicológicas diferentes das tuas, caminhando, possivelmente, para um tipo de existência que nem sempre conseguirás compreender, de imediato.

Auxilia aos outros para o bem, sem mergulhá-los na dependência de tua colaboração.

Em matéria de ligações afetivas, recorda que também aí funciona a Lei de causa e efeito com exatidão, trazendo-te de volta aquilo que deste e aquilo que dás.

Justo entendas que és livre para usar os recursos dessa ou daquela espécie, que te pertençam, mas não te encontras livre dos prejuízos que causes, porventura, aos irmãos do caminho e companheiros de experiência, prejuízos que sempre te reclamarão o resgate justo.

Em suma, a Felicidade tem base na Consciência Tranquila e, por isso mesmo, seja onde for, será ela, em qualquer sentido, determinada pela construção de cada um.
💐🌵💐
Emmanuel
Chico Xavier
Livro OBRA CERTA
💐🌵💐




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MENSAGEM DO ESE:

A desgraça real

Toda a gente fala da desgraça, toda a gente já a sentiu e julga conhecer-lhe o caráter múltiplo. Venho eu dizer-vos que quase toda a gente se engana e que a desgraça real não é, absolutamente, o que os homens, isto é, os desgraçados, o supõem. Eles a vêem na miséria, no fogão sem lume, no credor que ameaça, no berço de que o anjo sorridente desapareceu, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado, na angústia da traição, na desnudação do orgulho que desejara envolver-se em púrpura e mal oculta a sua nudez sob os andrajos da vaidade. A tudo isso e a muitas coisas mais se dá o nome de desgraça, na linguagem humana. Sim, é desgraça para os que só vêem o presente; a verdadeira desgraça, porém, está nas conseqüências de um fato, mais do que no próprio fato. Dizei-me se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta conseqüências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que a princípio causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem.


Dizei-me se a tempestade que vos arranca as arvores, mas que saneia o ar, dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade.


Para julgarmos de qualquer coisa, precisamos ver-lhe as conseqüências. Assim, para bem apreciarmos o que, em realidade, é ditoso ou inditoso para o homem, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as conseqüências se fazem sentir. Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura.


Vou revelar-vos a infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolheis e desejais com todas as veras de vossas almas iludidas. A infelicidade é a alegria, é o prazer, é o tumulto, é a vã agitação, é a satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência, que comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem com relação ao seu futuro. A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procurais conseguir.


Esperai, vós que chorais! Tremei, vós que rides, pois que o vosso corpo está satisfeito! A Deus não se engana; não se foge ao destino; e as provações, credoras mais impiedosas do que a matilha que a miséria desencadeia, vos espreitam o repouso ilusório para vos imergir de súbito na agonia da verdadeira infelicidade, daquela que surpreende a alma amolentada pela indiferença e pelo egoísmo.


Que, pois, o Espiritismo vos esclareça e recoloque, para vós, sob verdadeiros prismas, a verdade e o erro, tão singularmente deformados pela vossa cegueira! Agireis então como bravos soldados que, longe de fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz que lhes não pode dar glória, nem promoção! Que importa ao soldado perder na refrega armas, bagagens e uniforme, desde que saia vencedor e com glória? Que importa ao que tem fé no futuro deixar no campo de batalha da vida a riqueza e o manto de carne, contanto que sua alma entre gloriosa no reino celeste?

— Delfina de Girardin. (Paris, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 24.)

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Sugestões no caminho


Lamentar-se?...

Aprender sempre, sim.

Cada criatura colherá da vida não só pelo que faz, mas também conforme esteja fazendo aquilo que faz.

Não se engane com falsas apreciações acerca de justiça, porque o tempo é o juiz de todos.

Recorde: tudo recebemos de Deus que nos transforma ou retira isso ou aquilo, segundo as nossas necessidades.

A humildade é um anjo mudo. Tanto menos você necessite mais terá.

Amanhã sem dúvida será um belo dia, mas para trabalhar e servir, renovar e aprender, hoje é melhor.

Não se iluda com a suposta felicidade daqueles que abandonam os próprios deveres, de vez que transitoriamente buscam fugir de si próprios como quem se embriaga para debalde esquecer. O tempo é ouro, mas o serviço é luz.

Só existe um mal a temer: aquele que ainda exista em nós.

Não parar na edificação do bem, nem para colher os louros do espetáculo, nem para contar as pedras do caminho.

A tarefa parece fracassar?

Siga adiante, trabalhando, que, muita vez é necessário sofrer, a fim de que Deus nos atenda à renovação.
💐💐💐💐💐💐💐💐💐
André Luiz
CHICO XAVIER
Obra SINAL VERDE

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Uma Boa Palavra



No teu relacionamento diário com as pessoas, não te esqueças de endereçar-lhes sempre uma boa palavra.

A palavra de esperança é uma luz que se acende no caminho dos companheiros que se revelam vacilantes na luta.

A palavra de coragem é um apoio para os que necessitam seguir adiante no desempenho das próprias obrigações.

A palavra de compreensão não raro, é mais eficaz que o medicamento prescrito pela medicina convencional aos que se queixam de amargura e desalento.

A palavra de incentivo aos que se dedicam às boas obras, pode ser comparada a preciosa alavanca que guarda consigo o poder de remover as pedras de tropeço.

Não olvides, assim, os prodígios de amor que podes realizar através de uma boa palavra e promova, desde agora, rigorosa triagem nos assuntos ventilados por teu verbo.

Falando, construirás a felicidade ou , ainda falando, arrasarás com os ideais de muita gente.

Fala como se trouxesses Jesus no entendimento e no coração e a tua palavra, em todas as ocasiões, brilhará em teus lábios à feição de uma estrela engastada no céu de tua boca.
🌸🌿🌸
Pelo Espírito Irmão José
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Brilhe Vossa Luz. Espíritos Diversos. IDE.
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MENSAGEM DO ESE:
Bem e Mal Sofrer

Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. 

Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. 

Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.

O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. 

Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte."

Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. 

- Lacordaire. (Havre, 1863.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 5. Item 18.

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SABEDORIA E VIDA



Quando Jesus nos recomendou retribuir o mal com o bem, Ele tencionava ensinar-nos a viver com sabedoria.


O mal que combate o mal é combustível lançado sobre o incêndio.


Se alguém te injuria e condena, em vez de responder no mesmo tom, fala bem desse alguém, destacando-lhe as virtudes com sinceridade.


Não percas ocasião de exaltar as qualidades de teus adversários gratuitos e, a pouco e pouco, eles haverão de modificar as suas concepções a teu respeito.


Não te preocupes em defender-te com palavras, porque o silêncio aliado ao trabalho é o mais eloquente e poderoso dos argumentos em teu favor.


Quem, inadvertidamente, aceita a provocação das trevas, faz o jogo em que as trevas sempre terminarão por vencer.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Ajuda-te e o Céu te Ajudará")


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Coronavírus


Segundo o grande orador e médium espírita Divaldo Pereira Franco, estamos vivendo "um momento grave na história da humanidade. Periodicamente a sociedade é sacudida por um clamor de sofrimento. Desta vez, o coronavírus chega no auge de nossas conquistas intelectuais, morais, do infinito, do micro e macro cosmo. A Terra estremece”. 


Palavras tão significativas como essas convida-nos a fazermos uma reflexão mais aprofundada sobre a conduta adotada como seres humanos, seres sociais, cujo interesse deve ser o progresso individual e coletivo. 

O Espiritismo nos faz compreender que não somos vítimas das dolorosas ocorrências, mas que devemos aproveitar para ampliar a visão sobre a imortalidade da alma a fim de apreender, com responsabilidade, a lição desse momento tão singular. 

A dor sensibiliza-nos! Nossos sentimentos vibram gerando ondas de solidariedade, compaixão, fraternidade; nossa inteligência busca encontrar respostas para aliviar ou sanar o grande desconforto. Assim, percebemos que fazemos parte de uma grande família chamada humanidade. Logo, o que acontece com o outro afeta a todos. 

E, então, podemos orar sentindo o "Pai Nosso" que Jesus nos ensinou, Pai de todos, sem distinção. Compreendendo e sentindo o Olhar Divino que vela e ampara cada filho Seu.

Atualmente, as casas de todos os segmentos religiosos foram constrangidas, pela necessidade de evitar o contágio da doença, a fecharem suas portas; contudo, estimulam a todos para não cerrarem os templos sagrados do coração e exortam a união de pensamentos em prece, em favor de cada irmão do nosso planeta. Esse episódio mundial conclama a união das mentes no intuito de fortalecer, revigorar a fé, laço de união com o poder supremo do Nosso Senhor.

Nós, espíritas, temos o hábito contínuo da oração, elevando a alma a Deus, enaltecendo Seus desígnios e aceitando-os; rogamos Seus recursos para alcançarmos equilíbrio, discernimento e coragem para domarmos as nossas más inclinações a fim de que não sejamos obstáculos à harmonia universal e agradecemos as inúmeras bênçãos das oportunidades concedidas de servir ao bem, a família, os amigos, a todos, a dádiva da vida.

A Doutrina Espírita orienta à reeducação da alma através da prática do Evangelho, roteiro seguro. Orar, vigiar a si mesmo, desenvolvendo a benevolência, a indulgência e o perdão. Estudar, amar e ser útil na obra de Deus são atitudes que dão o real sentido à existência.

Maria, a Mãe Santíssima, disse "Tudo passa e isso, também, passará".

Muita paz!
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POR CENTRO ESPÍRITA 
CAMINHEIROS DO BEM
avozdaserra.com.br/noticias/mensagem-espirita
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MENSAGEM DO ESE:

O argueiro e a trave no olho

Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? — Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? — Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)

Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 9 e 10.)

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Aflições da alma


É natural, neste mundo, com suas necessidades e peculiaridades, que as preocupações com o nosso entorno consumam boa parte de nossas energias.

São os compromissos financeiros a serem pagos, as atividades profissionais a realizar, a educação própria e a dos filhos a se construir.

Enfim, são muitos e os mais variados os compromissos com o dia a dia do mundo.
Somados a esses, os que efetivamente fazem nosso compromisso para conosco mesmo, assumimos outros, que são trazidos pelo barco da ilusão, e consentimos seu atracar nas praias de nossas vidas.

Assim, permitimo-nos ocupar o tempo na luta inglória contra os anos, na ilusão do não envelhecimento, esquecidos de que cuidar do corpo se faz necessário, sendo supérfluos os exageros.

Na busca do bem-estar físico, do salário que nos permita a vida confortável, deixamo-nos levar pelo exagero da ganância, pelo excesso da cobiça, usando as horas para amealhar, juntar moedas, ter fortunas.

E, quando percebemos, toda nossa vida está voltada para as coisas puramente materiais. Vivemos todas as horas de nossos dias para o mundo exterior, e só para ele.

Deixamo-nos lentamente esquecer da alma que somos, do Espírito que habita um corpo e passamos a viver como se fôssemos um corpo somente, sem alma.

Como decorrência desse comportamento, as aflições da alma surgem avassaladoras.
Descuidada e quase sempre esquecida, ela adoece por abandono e descaso, logo surgindo as aflições como consequência.
Irrompem assim as distonias mentais, a depressão, a melancolia profunda, o desinteresse pela vida.

Muitos afirmam que isso tudo surge do nada, de repente, sem causa externa ou aparente que possa ser identificada.

Porém, as aflições que nos tomam a alma são apenas o resultado do longo período de descuido a que nos entregamos.

Carentes de valores e estruturas nobres para enfrentar os desafios do mundo moderno, aturdimo-nos e nos afligimos.

Como os momentos de reflexão, meditação, autoanálise não se fazem presentes e, ainda, o comportamento generoso, de solidariedade e gratidão à vida não se tornou hábito, a alma ressequida do investimento no amor, facilmente se perturba.

Desse modo, se a alma se apresenta aflita é porque clama mudanças em suas paragens íntimas.

Se a mente, reflexo da alma, perturba-se, é porque carece do investimento inadiável de valores nobres.

Portanto, antecipar-se aos momentos de desassossego, buscando evitá-los, através das atitudes nobres, do bom pensamento e da autoanálise, é atitude de sabedoria e maturidade perante a vida.
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Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 28, ed. FEP.
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER - 23-02-2020

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Ação de Tratamento


Tristeza vazia?
O trabalho te alegrará.

Depressões?
Serviço aos semelhantes te livrará da angústia.

Afeições que te abandonaram?
Segue adiante agindo no bem ao próximo e acharás corações outros que te compartilhem os ideais.

Mágoas?
Fácil olvida-las na atividade em que nos esqueçamos em benefício dos outros.

Inquietações?
Sejamos pontuais no melhor que possamos fazer e a vida, em nome de Deus, resolverá os problemas que nos cercam, muitas vezes, sem nossa interferência.

Erros alheios?
Reflitamos nos nossos e a paz nos abençoará o caminho.
💐🌱💐
Emmanuel
Chico Xavier 
🌱💐🌱 





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MENSAGEM DO ESE:

O ponto de vista (II)

Se toda a gente pensasse dessa maneira – ou seja, e desse reduzida importância aos bens terrenos –, dir-se-ia, tudo na Terra periclitaria, porquanto ninguém mais se iria ocupar com as coisas terrenas. Não; o homem, instintivamente, procura o seu bem-estar e, embora certo de que só por pouco tempo permanecerá no lugar em que se encontra, cuida de estar aí o melhor ou o menos mal que lhe seja possível. Ninguém há que, dando com um espinho debaixo de sua mão, não a retire, para se não picar. Ora, o desejo do bem-estar força o homem a tudo melhorar, impelido que é pelo instinto do progresso e da conservação, que está nas leis da Natureza. Ele, pois, trabalha por necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo, aos desígnios da Providência que, para tal fim, o pôs na Terra. Simplesmente, aquele que se preocupa com o futuro não liga ao presente mais do que relativa importância e facilmente se consola dos seus insucessos, pensando no destino que o aguarda.

Deus, conseguintemente, não condena os gozos terrenos; condena, sim, o abuso desses gozos em detrimento das coisas da alma. Contra tais abusos é que se premunem os que a si próprios aplicam estas palavras de Jesus: Meu reino não é deste mundo.

Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção uma pequena soma. Aquele cujos pensamentos se concentram na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera.

O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes novos. Em vez dessa visão, acanhada e mesquinha, que o concentra na vida atual, que faz do instante que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, ele, o Espiritismo, mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da obra do Criador. 

Mostra a solidariedade que conjuga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Faculta assim uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma por ocasião do nascimento de cada corpo torna estranhos uns aos outros todos os seres. Essa solidariedade entre as partes de um mesmo todo explica o que inexplicável se apresenta, desde que se considere apenas um ponto. 

Esse conjunto, ao tempo do Cristo, os homens não o teriam podido compreender, motivo por que ele reservou para outros tempos o fazê-lo conhecido.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, itens 6 e 7.)
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VIRTUDE DA GRATIDÃO


Francisco de Assis, o grande homem que se fez pequeno, em sua nobre humildade, para vivenciar o amor a Jesus, afirmou, certa feita, que a gratidão é das mais difíceis moedas de se ofertar na vida.


Por isso, o pobrezinho de Assis preocupava-se sempre em ser grato a tudo e a todos.


Agradecia ao Irmão Sol por aquecê-lo e proporcionar vida à Terra; ao Irmão Vento por acariciá-lo nos dias de calor; à Irmã Lua por enfeitar as noites de céu claro; ao Irmão Sofrimento, que lhe permitia reflexões e aprendizados sob o seu guante.


O exemplo de Francisco de Assis nos remete a profundas reflexões, nesses dias em que prepondera o egoísmo, com o que estamos vivendo, quando não agindo de igual forma.


Na irrefreada busca pelo sucesso, pela sobrevivência, pelos compromissos cotidianos, vivemos fechados em concha, envoltos nas próprias dificuldades, problemas e desafios.


Nesse tumultuar de compromissos, dificuldades, pouco paramos para perceber as coisas que a vida nos oferece e, egoisticamente, esquecemos de agradecer.


Os amores dos filhos que, aconchegados em nossos braços, parecem diluir as dores da alma, quem no-los ofertou?


A possibilidade do progresso profissional, os desafios de crescimento pessoal, as chances de desenvolvimento intelectual, quem nos oportunizou?


O corpo, que nos é instrumento de expressão, trabalho, convivência, emoções, quem no-lo deu?


Perguntemos a um doente com enfisema pulmonar, qual seu maior sonho e ele, certamente, responderá que seria poder respirar profunda e longamente.


E nós, mal nos damos conta da bênção da saúde. Ou do corpo que, mesmo com alguma avaria ou dificuldade, oferece oportunidades riquíssimas na vida.


Algumas vezes lembramos de agradecer à vida e ao Senhor da vida pelas nossas conquistas e alegrias.


Mas, por que não agradecer também pelo mal que não nos acometeu, pelas dificuldades que não ocorreram, pelas dores que não precisamos enfrentar?


E mesmo que os dias difíceis nos cheguem à jornada terrestre, agradeçamos a dor, que lapida a alma imperfeita, provocando o brotar de virtudes que ainda dormem latentes em nossa intimidade.


Ser grato à vida é virtude daqueles que conseguem sair do casulo do egoísmo e do autocentrismo, e reconhecem que a vida padece sem a ajuda e apoio que chegam a toda hora.


Para pregar Seu Evangelho de luz, Jesus escolheu doze homens para o auxiliar. E lhes foi grato, acompanhando-lhes a existência e recebendo-os em Suas bênçãos, um a um, no retorno à pátria espiritual.


Dessa forma, que sejamos nós também, a cada dia que se inicia, gratos à vida, com a mente e com o coração.


Assim, lembrando sempre de que somos devedores da bondade e misericórdia celestes, que nos acompanham e sustentam-nos na caminhada, a gratidão será o sentimento que nos inundará a alma de peregrina e suave luz.
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por Redação do Momento Espírita, com base em palestra de Divaldo Pereira Franco, proferida na Praia do Forte, BA, em 16.9.2011

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O que valerá!



“Sobre a Terra, tudo é ilusão, tudo passa, tudo se transforma de um instante para outro. 

O que conta é o que guardamos dentro de nós; tudo mais há de ficar com o corpo, que se desfará em pó… 

Não vale a pena tanta luta por nada! 

Precisamos crescer interiormente, adquirir valores que sejam eternos… 

Uma simples célula cancerígena que nos apareça no corpo joga tudo no chão. 

Vamos partir para o Além com os tesouros da alma. 

Como é que haveremos de nos apresentar aos que nos endossaram a reencarnação, de mãos vazias?! … 

Precisamos ser alegres, ter confiança em Deus, amar os nossos semelhantes. 

No momento da morte, nada nos valerá tanto quanto a consciência tranquila!”
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Chico Xavier
Carlos Baccelli
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MENSAGEM DO ESE: 

O egoísmo

O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.

Jesus vos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoísmo, pois, quando o primeiro, o Justo, vai percorrer as santas estações do seu martírio, o outro lava as mãos, dizendo: Que me importa! Animou-se a dizer aos judeus: Este homem é justo, por que o quereis crucificar? E, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.

É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à invasão do coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver ainda o Cristianismo desempenhado por completo a sua missão. 

Cabem-vos a vós, novos apóstolos da fé, que os Espíritos superiores esclarecem, o encargo e o dever de extirpar esse mal, a fim de dar ao Cristianismo toda a sua força e desobstruir o caminho dos pedrouços que lhe embaraçam a marcha. Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações. 

— Emmanuel. (Paris, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 11.)

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Não pense em morrer!


“A depressão pede o remédio do trabalho; a pessoa triste necessita ser motivada para as pequeninas tarefas que consiga executar… 

Na depressão, o médico pode ajudar muito, mas, se o deprimido não estiver disposto a se ajudar… 

Quem sofre de depressão deve fugir da cama, do sofá… 

Faça qualquer coisa, ore, tenha confiança em Deus. 

Não pense em morrer! 

A vida está em toda parte.

 Somos filhos de Deus e estamos melhorando. 

Às vezes, a alegria que está nos faltando é justamente a alegria que devemos aos outros… 

Não sei dizer quantas vezes eu vim para a reunião com uma certa tristeza… 

Ouvindo a dor de tanta gente, a minha era insignificante. 

Quantos pais perdem os filhos e tem que continuar, não é mesmo?… 

Eu não posso ficar parado. 

Felicidade completa ninguém precisa esperar, paz definitiva eu nunca pude ver, nem os espíritos que se comunicam conosco… 

Ora, vamos nos aceitar como somos e prosseguir com muita fé em Deus”.
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CHICO XAVIER
Carlos Baccelli
O Evangelho de Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE: 

Desigualdade das riquezas

A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? 

Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. É, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.

Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. 

Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A riqueza é um meio de o experimentar moralmente. 

Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. 

Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.

Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus será justo, dando-as a tais criaturas? E exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça. 

Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se remediará o mal. 

As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 8.)

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TER MUITO


O dinheiro não traz real felicidade.


O poder não confere a paz interior.


A ambição acarreta angústias para a alma.


O ter muito é pior do que a necessidade.


Só a carência motiva o homem para a fé...


O excesso, quase sempre, de Deus o distancia.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli)