Segundo o grande orador e médium espírita Divaldo Pereira Franco, estamos vivendo "um momento grave na história da humanidade. Periodicamente a sociedade é sacudida por um clamor de sofrimento. Desta vez, o coronavírus chega no auge de nossas conquistas intelectuais, morais, do infinito, do micro e macro cosmo. A Terra estremece”.
Palavras tão significativas como essas convida-nos a fazermos uma reflexão mais aprofundada sobre a conduta adotada como seres humanos, seres sociais, cujo interesse deve ser o progresso individual e coletivo.
O Espiritismo nos faz compreender que não somos vítimas das dolorosas ocorrências, mas que devemos aproveitar para ampliar a visão sobre a imortalidade da alma a fim de apreender, com responsabilidade, a lição desse momento tão singular.
A dor sensibiliza-nos! Nossos sentimentos vibram gerando ondas de solidariedade, compaixão, fraternidade; nossa inteligência busca encontrar respostas para aliviar ou sanar o grande desconforto. Assim, percebemos que fazemos parte de uma grande família chamada humanidade. Logo, o que acontece com o outro afeta a todos.
E, então, podemos orar sentindo o "Pai Nosso" que Jesus nos ensinou, Pai de todos, sem distinção. Compreendendo e sentindo o Olhar Divino que vela e ampara cada filho Seu.
Atualmente, as casas de todos os segmentos religiosos foram constrangidas, pela necessidade de evitar o contágio da doença, a fecharem suas portas; contudo, estimulam a todos para não cerrarem os templos sagrados do coração e exortam a união de pensamentos em prece, em favor de cada irmão do nosso planeta. Esse episódio mundial conclama a união das mentes no intuito de fortalecer, revigorar a fé, laço de união com o poder supremo do Nosso Senhor.
Nós, espíritas, temos o hábito contínuo da oração, elevando a alma a Deus, enaltecendo Seus desígnios e aceitando-os; rogamos Seus recursos para alcançarmos equilíbrio, discernimento e coragem para domarmos as nossas más inclinações a fim de que não sejamos obstáculos à harmonia universal e agradecemos as inúmeras bênçãos das oportunidades concedidas de servir ao bem, a família, os amigos, a todos, a dádiva da vida.
A Doutrina Espírita orienta à reeducação da alma através da prática do Evangelho, roteiro seguro. Orar, vigiar a si mesmo, desenvolvendo a benevolência, a indulgência e o perdão. Estudar, amar e ser útil na obra de Deus são atitudes que dão o real sentido à existência.
Maria, a Mãe Santíssima, disse "Tudo passa e isso, também, passará".
Muita paz!
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POR CENTRO ESPÍRITA
CAMINHEIROS DO BEM
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MENSAGEM DO ESE:
O argueiro e a trave no olho
Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? — Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? — Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)
Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 9 e 10.)
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Aflições da alma
É natural, neste mundo, com suas necessidades e peculiaridades, que as preocupações com o nosso entorno consumam boa parte de nossas energias.
São os compromissos financeiros a serem pagos, as atividades profissionais a realizar, a educação própria e a dos filhos a se construir.
Enfim, são muitos e os mais variados os compromissos com o dia a dia do mundo.
Somados a esses, os que efetivamente fazem nosso compromisso para conosco mesmo, assumimos outros, que são trazidos pelo barco da ilusão, e consentimos seu atracar nas praias de nossas vidas.
Assim, permitimo-nos ocupar o tempo na luta inglória contra os anos, na ilusão do não envelhecimento, esquecidos de que cuidar do corpo se faz necessário, sendo supérfluos os exageros.
Na busca do bem-estar físico, do salário que nos permita a vida confortável, deixamo-nos levar pelo exagero da ganância, pelo excesso da cobiça, usando as horas para amealhar, juntar moedas, ter fortunas.
E, quando percebemos, toda nossa vida está voltada para as coisas puramente materiais. Vivemos todas as horas de nossos dias para o mundo exterior, e só para ele.
Deixamo-nos lentamente esquecer da alma que somos, do Espírito que habita um corpo e passamos a viver como se fôssemos um corpo somente, sem alma.
Como decorrência desse comportamento, as aflições da alma surgem avassaladoras.
Descuidada e quase sempre esquecida, ela adoece por abandono e descaso, logo surgindo as aflições como consequência.
Irrompem assim as distonias mentais, a depressão, a melancolia profunda, o desinteresse pela vida.
Muitos afirmam que isso tudo surge do nada, de repente, sem causa externa ou aparente que possa ser identificada.
Porém, as aflições que nos tomam a alma são apenas o resultado do longo período de descuido a que nos entregamos.
Carentes de valores e estruturas nobres para enfrentar os desafios do mundo moderno, aturdimo-nos e nos afligimos.
Como os momentos de reflexão, meditação, autoanálise não se fazem presentes e, ainda, o comportamento generoso, de solidariedade e gratidão à vida não se tornou hábito, a alma ressequida do investimento no amor, facilmente se perturba.
Desse modo, se a alma se apresenta aflita é porque clama mudanças em suas paragens íntimas.
Se a mente, reflexo da alma, perturba-se, é porque carece do investimento inadiável de valores nobres.
Portanto, antecipar-se aos momentos de desassossego, buscando evitá-los, através das atitudes nobres, do bom pensamento e da autoanálise, é atitude de sabedoria e maturidade perante a vida.
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Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 28, ed. FEP.
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER - 23-02-2020
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