Em todos os lugares, vemos o obreiro sem fé, espalhando inquietação e desânimo. 
Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandona-o, de início, murmurando:
 - "Para quê? O mundo não presta." 
Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistência, se faz de missionário de obrigações edificantes, alegando:
 - "Não nasci para o servilismo desonroso." 
Aproxima-se da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo após, relega-a ao esquecimento, asseverando:
 - "Tudo isto é mentira e complicação." 
Se convidado à posição de evidência, repete o velho estribilho:
 - "Não mereço! Sou indigno!. . ." 
Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta: 
- "Quem me ofende assim?" 
E transita de situação em situação, entre a lamúria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado. 
Em toda parte, é o trabalhador que se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem jamais aprender a lição. 
Não te concentres na fé sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, não te consagres à ação, sem fé no Poder Divino e em teu próprio esforço. 
O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. 
Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ação no Bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se às criações de que terá sido venturoso instrumento. 
Revelemos a nossa fé, através das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa vida o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.
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 Emmanuel