sábado, 11 de janeiro de 2020

NÃO TE EXPONHAS



Evita compromissos que te induzam à ruptura com os princípios que te norteiam os passos na vida.

Não empenhes a tua palavra no que não possas ou não devas cumprir.

Se já possuis o hábito de pensar antes de tomar uma decisão, pensa de novo no que pretendes fazer.

Nem sempre poderás voltar atrás de imediato, no caminho em que te embrenhas.

Diminutas concessões à invigilância são mais que suficientes para que a mente se vincule à sugestão sistemática das trevas.

Não te suponhas forte o bastante para desafiar o perigo que te espreita os menores movimentos.

Resiste à tentação como quem sabe que a ela poderá sucumbir, atraiçoado por si mesmo.

Os que avançam com cuidado e prudência são os que menos tropeçam e caem.

Em qualquer situação delicada, considera, pois, a hipótese de tua fragilidade e não te exponhas a ela sem o concurso da prece.
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 Irmão José






MENSAGEM DO ESE:


A beneficência (IV)

Várias maneiras há de fazer-se a caridade, que muitos dentre vós confundem com a esmola. Diferença grande vai, no entanto, de uma para outra. A esmola, meus amigos, é algumas vezes útil, porque dá alívio aos pobres; mas é quase sempre humilhante, tanto para o que a dá, como para o que a recebe. A caridade, ao contrário, liga o benfeitor ao beneficiado e se disfarça de tantos modos! Pode-se ser caridoso, mesmo com os parentes e com os amigos, sendo uns indulgentes para com os outros, perdoando-se mutuamente as fraquezas, cuidando não ferir o amor-próprio de ninguém. Vós, espíritas, podeis sê-lo na vossa maneira de proceder para com os que não pensam como vós, induzindo os menos esclarecidos a crer, mas sem os chocar, sem investir contra as suas convicções e, sim, atraindo-os amavelmente às nossas reuniões, onde poderão ouvir-nos e onde saberemos descobrir nos seus corações a brecha para neles penetrarmos. Eis aí um dos aspectos da caridade.


Escutai agora o que é a caridade para com os pobres, os deserdados deste mundo, mas recompensados de Deus, se aceitam sem queixumes as suas misérias, o que de vós depende. Far-me-ei compreender por um exemplo.


Vejo, várias vezes, cada semana, uma reunião de senhoras, havendo-as de todas as idades. Para nós, como sabeis, são todas irmãs. Que fazem? Trabalham depressa, muito depressa; têm ágeis os dedos. Vede como trazem alegres os semblantes e como lhes batem em uníssono os corações. Mas, com que fim trabalham? É que vêem aproximar-se o inverno que será rude para os lares pobres. As formigas não puderam juntar durante o estio as provisões necessárias e a maior parte de suas utilidades está empenhada. As pobres mães se inquietam e choram, pensando nos filhinhos que, durante a estação invernosa, sentirão frio e fome! Tende paciência, infortunadas mulheres. Deus inspirou a outras mais aquinhoadas do que vós; elas se reuniram e estão confeccionando roupinhas; depois, um destes dias, quando a terra se achar coberta de neve e vós vos lamentardes, dizendo: “Deus não é justo”, que é o que vos sai dos lábios sempre que sofreis, vereis surgir a filha de uma dessas boas trabalhadoras que se constituíram obreiras dos pobres, pois que é para vós que elas trabalham assim, e os vossos lamentos se mudarão em bênçãos, dado que no coração dos infelizes o a amor acompanha de bem perto o ódio.


Como essas trabalhadoras precisam de encorajamento, vejo chegarem-lhes de todos os lados as comunicações dos bons espíritos. Os homens que fazem parte dessa sociedade lhes trazem também seu concurso, fazendo-lhes uma dessas leituras que agradam tanto. E nós, para recompensarmos o zelo de todos e de cada um em particular, prometemos às laboriosas obreiras boa clientela, que lhes pagará à vista, em bênçãos, única moeda que tem curso no Céu, garantindo-lhes, além disso, sem receio de errar, que essa moeda não lhes faltará. 




— Cárita. (Lião, 1861.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 14.)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

SOMENTE QUANDO



Sem dúvida, tudo o que puderes fazer em benefício de alguém necessitado lhe será de extrema valia.

Para muita gente, a doação de pequeno farnel de alimentos representa inesperada fartura em casa.

Outros não sabem como agradecer o recurso que lhes destinas para a compra do medicamento ao familiar que se encontra doente.

Todo auxílio que supre a imediata carência das pessoas é daqueles cujo exato tamanho jamais poderá ser dimensionado.

Não obstante, somente quando encontras ensejo de promover o crescimento pessoal de quem assistes é que a caridade se faz verdadeiro e maior bem em tuas mãos.
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Amor e Sabedoria - Irmão José



MENSAGEM DO ESE:

Caridade para com os criminosos

A verdadeira caridade constitui um dos mais sublimes ensinamentos que Deus deu ao mundo. Completa fraternidade deve existir entre os verdadeiros seguidores da sua doutrina. Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a vós, pelas faltas que cometeis contra sua Lei. Considerai que sois mais repreensíveis, mais culpados do que aqueles a quem negardes perdão e comiseração, pois, as mais das vezes, eles não conhecem Deus como o conheceis, e muito menos lhes será pedido do que a vós.

Não julgueis, oh! não julgueis absolutamente, meus caros amigos, porquanto o juízo que proferirdes ainda mais severamente vos será aplicado e precisais de indulgência para os pecados em que sem cessar incorreis. Ignorais que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza e que o mundo nem sequer como faltas leves considera?

A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem, mesmo, nas palavras de consolação que lhe aditeis. Não, não é apenas isso o que Deus exige de vós. A caridade sublime, que Jesus ensinou, também consiste na benevolência de que useis sempre e em todas as coisas para com o vosso próximo. Podeis ainda exercitar essa virtude sublime com relação a seres para os quais nenhuma utilidade terão as vossas esmolas, mas que algumas palavras de consolo, de encorajamento, de amor, conduzirão ao Senhor supremo.

Estão próximos os tempos, repito-o, em que nesse planeta reinará a grande fraternidade, em que os homens obedecerão à lei do Cristo, lei que será freio e esperança e conduzirá as almas às moradas ditosas.

Amai-vos, pois, como filhos do mesmo Pai; não estabeleçais diferenças entre os outros infelizes, porquanto quer Deus que todos sejam iguais; a ninguém desprezeis. Permite Deus que entre vós se achem grandes criminosos, para que vos sirvam de ensinamentos. Em breve, quando os homens se encontrarem submetidos às verdadeiras leis de Deus, já não haverá necessidade desses ensinos: todos os Espíritos impuros e revoltados serão relegados para mundos inferiores, de acordo com as suas inclinações.

Deveis, àqueles de quem falo, o socorro das vossas preces: é a verdadeira caridade. Não vos cabe dizer de um criminoso: “É um miserável; deve-se expurgar da sua presença a Terra; muito branda é, para um ser de tal espécie, a morte que lhe infligem.” Não, não é assim que vos compete falar. Observai o vosso modelo: Jesus. Que diria ele, se visse junto de si um desses desgraçados? Lamentá-lo-ia; considerá-lo-ia um doente bem digno de piedade; estender-lhe-ia a mão. Em realidade, não podeis fazer o mesmo; mas, pelo menos, podeis orar por ele, assistir-lhe o Espírito durante o tempo que ainda haja de passar na Terra. Pode ele ser tocado de arrependimento, se orardes com fé. É tanto vosso próximo, como o melhor dos homens; sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar; ajudai-o, pois, a sair do lameiro e orai por ele.

Isabel de França. (Havre, 1862.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 14.)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

FORÇA INVENCÍVEL


Em tudo quanto faças, age sempre com calma.

Não te aflijas nem mesmo pela luz da Verdade.

Não desejes depressa o que te pede tempo.

Antes da floração, não há fruto na árvore.

Fazendo o necessário, aprende a esperar.

Paciência no bem é uma força invencível.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli)




MENSAGEM DO ESE:

Parábola da figueira que secou

Quando saíam de Betânia, ele teve fome; e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos. Então, disse Jesus à figueira: Que ninguém coma de ti fruto algum, o que seus discípulos ouviram. — No dia seguinte, ao passarem pela figueira, viram que secara até à raiz. — Pedro, lembrando-se do que dissera Jesus, disse: Mestre, olha como secou a figueira que tu amaldiçoaste. — Jesus, tomando a palavra, lhes disse: Tende fé em Deus. — Digo-vos, em verdade, que aquele que disser a esta montanha: Tira-te daí e lança-te ao mar, mas sem hesitar no seu coração, crente, ao contrário, firmemente, de que tudo o que houver dito acontecerá, verá que, com efeito, acontece. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 12 a 14 e 20 a 23.)

A figueira que secou é o símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem; dos oradores que mais brilho têm do que solidez, cujas palavras trazem superficial verniz, de sorte que agradam aos ouvidos, sem que, entretanto, revelem, quando perscrutadas, algo de substancial para os corações. É de perguntar-se que proveito tiraram delas os que as escutaram.
Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. O que as mais das vezes falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras do coração, a fé, numa palavra, que transporta montanhas. São árvores cobertas de folhas porém, baldas de frutos. Por isso é que Jesus as condena à esterilidade, porquanto dia virá em que se acharão secas até à raiz. Quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que nenhum bem para a Humanidade houverem produzido, cairão reduzidas a nada; que todos os homens deliberadamente inúteis, por não terem posto em ação os recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira que secou.

Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de renovação social, cabe-lhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número, para que abunde o alimento; há-os por toda a parte, em todos os países em todas as classes da sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados. Se porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos se se recusam a utilizá-la em benefício dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que se tornou inútil neles: a semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem presas dos Espíritos maus.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, itens 8 a 10.)

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O BEM ATUAL E O BEM FUTURO 

(...)

A Filosofia Espírita desemboca, assim, na Moral Espírita, que não é outra senão a própria moral evangélica, racionalmente explicada, inteiramente desembaraçada das interpretações teológicas e místicas. Essa moral não é apenas individual, mas também coletiva. O bem reinará sobre a Terra, afirma o item 1.019 de O Livro dos Espíritos [de Allan Kardec], prevendo o advento de um novo mundo, que será construído por uma humanidade regenerada. Caminhamos para lá, através de todas as dificuldades e vicissitudes do presente. E é no presente que temos a oportunidade de preparar o futuro. A Moral Espírita se traduz, assim, na prática incessante do bem, única maneira de vivermos bem na atualidade e criarmos o bem para o futuro.
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Livro: O Espírito e o Tempo – Introdução Antropológica ao Espiritismo
J. Herculano Pires

Editora Paidéia


quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

PRECISAR E MERECER



(...)

Todos temos o que precisamos e merecemos na vida, e se não concordamos com esse alvitre da Lei Divina cabe-nos, a todo instante, o direito de tentar melhorar nosso “existir” trabalhando pela melhoria que aspiramos. E somente nesse afã de lutar pelo que idealizamos, no limite de nossas forças, é que saberemos o que nos reserva a vida no rol das experiências de cada dia, eliminando assim algumas carências que dependem do nosso esforço na caminhada de aperfeiçoamento. Para triunfar nesse mister, somente amando e servindo.

Observa-se que boa parcela das pessoas não está aceitando mais, em nenhuma hipótese, a possibilidade de fazer cada conquista a seu tempo. Querem tudo para já, custe o que custar. A grande rnaioria dos espíritos reencarnados na atualidade tem vivido a “filosofia do imediatismo”. As necessidades e anseios pessoais não obedecem à prova da resistência moral pela paciência e perseverança. E no atendimento de suas metas, percorrem os caminhos largos da precipitação e da imprudência, buscando de forma egoísta o gozo, o prazer, a satisfação de suas fantasias. Depois surgem a decepção e mágoa, e somente então percebem a fragilidade de suas escolhas.

Nesses torvelinhos de dor, não tendo força e coragem o bastante para assumir a sua responsabilidade, projeta culpa a outrem se eximindo de admitir também as suas decisões infelizes que contribuíram em suas dificuldades. Mais adiante, passadas as crises mais intensas dos resultados de suas más opções, perceberá sua necessidade afetiva ainda mais acrescida de novos apelos e convites para outras tentativas de fruir o máximo, fazendo o mínimo. Essa tem sido a “roda da vida” de muitas criaturas no transcurso de suas desditosas experiências no corpo físico.

O controle da vida emocional é o primeiro passo no suprimento das nossas necessidades reais. Saber adiar a gratificação pessoal é muito importante na aquisição desse controle. Tudo a seu tempo, conforme os méritos e esforços pessoais.

Perseverança e coragem são duas nobres virtudes que precisam ser cultivadas nesse caminhar da existência, a fim de colocarmos em funcionamento a possibilidade de alcançarmos nossas metas. Todavia, destaquemos que tais virtudes serão improfícuas se o nosso estado emocional for de inconformação, porque criará uma barreira vibratória de obstrução no suprimento das nossas carências variadas, O estado espiritual de inconformação ou azedume com o que nos cerca retira expressivas funções calmantes e compensadoras no campo mental, nascidas dessas nobres virtudes.
¹
Nosso destino é a felicidade e a completude sem carências. Hoje as sentimos em razão da trajetória pela qual optamos, colhendo da vida aquilo que nela plantamos. Leis perfeitas regem nosso merecimento e somente quando empenharmos pelo amor, perceberemos que carência é o outro nome do egoísmo.

Estejamos certos de que a melhor solução para nossos problemas de equilíbrio, nas necessidades e aspirações pessoais, será sempre manter-se firme nos ideais enobrecedores que vertem da proposta terapêutica do amor. Quem ama, ainda que precisando ser amado, supre-se, eleva-se, compensa-se. De forma alguma estamos fazendo apologia ao descuido conosco no campo das expectativas íntimas e do desejo de ser amado, entretanto, tenhamos lucidez para compreendermos que a postura de cobradores revoltados e a atitude de precipitação não nos levarão a lograr os ideais de ventura e realização sonhados, agravando ainda mais as nossas provas.

Obviamente, as mais elementares necessidades humanas serão sempre, de alguma forma, atendidas. Entretanto, nossa condição de penúria espiritual leva-nos a refletir na colocação feita pelos sábios Instrutores da Verdade ao afirmarem: “Por meio da organização que lhe deu, a Natureza lhe traçou o limite das necessidades; porém, os vícios lhe alteraram a constituição e lhe criaram necessidades que não são reais.”

Num mundo faminto de amor, a Terra tornou-se o local onde a maioria espera saciar sua fome afetiva e poucos são os que optam pela Divina escolha de amar. Não fosse o celeiro de Amor da Misericórdia e certamente a humanidade, por si mesmo, já teria se dizimado, tamanho o barbarismo emocional que não distancia muito o homem hodierno de certas espécies irracionais, nos campos da violência e da indiferença.

Colaboremos com o Pai. Amemos intensa e nobremente. Rica expressão do Amor Divino, a vida nos recompensará com farta nutrição que jamais nos deixará sentir a falta do essencial para sermos felizes.
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Livro: Mereça Ser Feliz – Superando as Ilusões do Orgulho
Wanderley Soares de Oliveira, pelo Espírito Ermance Dufaux
Editora Dufaux





MENSAGEM DO ESE:

Advento do Espírito de Verdade (IV)

Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece continua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito. 

— O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 8.)

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Recomeçar



Se algum projeto que elaboraste redundou
em fracasso, não te aborreças nem o abandones por isso.

O aparente fracasso é a forma pela qual a
Divindade te ensina a corrigir a maneira de
atuar, facultando-te repetir a experiência com mais sabedoria.

Quem se recusa a reencetar o trabalho, porque foi mal sucedido antes, não merece desfrutar o êxito dos resultados.

A arte de recomeçar é medida de engrandecimento para quem aspira mais altos cometimentos.

Ninguém logra respostas felizes, sem as
tentativas do insucesso.

A vida é constituída de lições que se repetem
até fixarem-se corretamente.
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Joanna de Ângelis
Divaldo Franco 



MENSAGEM DO ESE:

Perdoai, para que Deus vos perdoe

Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (S. MATEUS, cap. V, v. 7.)
Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; — mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 14 e 15.)

Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. — Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?” — Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.” (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22).

A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir. Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e caridade.

Ai daquele que diz: nunca perdoarei. Esse, se não for condenado pelos homens, sê-lo-á por Deus. Com que direito reclamaria ele o perdão de suas próprias faltas, se não perdoa as dos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz que cada um perdoe ao seu irmão, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma, grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto, que evita, com delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este último nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente: vede como sou generoso! Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não, não há aí generosidade; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. Em toda contenda, aquele que se mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza dalma granjeará sempre a simpatia das pessoas imparciais.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 1 a 4.)










segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

A Felicidade na Terra



É possível ser feliz na Terra?

Nos momentos em que projetamos nossos sonhos para o futuro, em que planejamos o porvir, em que buscamos imaginar como estará nossa vida no amanhã, já nos fizemos esta pergunta?

Será possível conquistar a felicidade na Terra?

A máxima do livro bíblico Eclesiastes é bastante objetiva, quando afirma que a felicidade não é deste mundo. Com efeito, nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude florescente, são as condições essenciais da felicidade.

E, ainda mais, podemos afirmar que nem mesmo a reunião dessas três condições, tão desejadas, conseguiriam trazer ao homem o verdadeiro sentimento de ser feliz.

É natural que esta seja a verdade, pois que a Humanidade ainda está na infância de sua evolução e, por essa razão, a felicidade completa, absoluta se encontra distante de nossas possibilidades.

Estamos no planeta das expiações, dessas oportunidades benditas de resgatar equívocos do passado...

Estamos no planeta das provas, das situações e experiências que visam verificar o aprendizado que viemos realizando ao longo das existências...

Estamos no planeta do sofrimento, da lapidação aplicada ao diamante bruto, para que esse possa fulgir como estrela.
Assim, a felicidade constante, plena, aguarda-nos no futuro, como consequência natural de nosso esforço em ultrapassar todas as fases do desenvolvimento.
Mas que isso não nos traga desânimo! É possível sim, melhorar as condições de nossas vidas. É possível multiplicar os momentos de alegria que temos. É possível sermos mais felizes do que já somos!

Para isso, estão em nossas mãos os ensinamentos do Cristo, com Suas consolações e esperanças.

Para isso, estão conosco as lições inesquecíveis do Mestre, mostrando-nos que o amor ao próximo nos faz mais felizes, mais completos.

A felicidade plena, realmente, não é deste mundo ainda, mas o entendimento dentro de nossas famílias é possível. O perdão a alguém que nos prejudicou é suave alívio. Amar profundamente ao pai, à mãe, ao filho, já se faz real em nossos dias.

Portanto amemos, pois o sentimento de amar alguém irriga nossos campos íntimos com a felicidade...

Vivamos o bem, porque a consciência tranquila, a consciência em paz, será a grande responsável pela conquista da felicidade futura.

Sobre a felicidade que podemos alcançar na Terra, os Espíritos superiores nos dizem que, na vida material, ser feliz é ter a posse do necessário. E, que na vida espiritual, a felicidade está na consciência tranquila e na fé no futuro.

É essa fé que nos faz ver os objetivos distantes, como alcançáveis.

É essa fé que remove montanhas, mostrando-nos que, atrás delas, espera-nos o nascer do sol de uma felicidade sem fim.
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Redação do Momento Espírita com base
no cap. V, item 20, do livro O Evangelho
segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER -05-01-2020



Mensagem do ESE:

Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?

E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem sequer podiam fazer sua refeição.

 — Sabendo disso, vieram seus parentes para se apoderarem dele, pois diziam que perdera o espírito.

Entretanto, tendo vindo sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lodo de fora, mandaram chamá-lo. — Ora, o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam. — Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; — pois, todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS, cap. III, vv. 20, 21 e 31 a 35 — S. MATEUS, cap. XII, vv. 46 a 50.)

Singulares parecem algumas palavras de Jesus, por contrastarem com a sua bondade e a sua inalterável benevolência para com todos. Os incrédulos não deixaram de tirar daí uma arma, pretendendo que ele se contradizia. Fato, porém, irrecusável é que sua doutrina tem por base principal, por pedra angular, a lei de amor e de caridade. Ora, não é possível que ele destruísse de um lado o que do outro estabelecia, donde esta conseqüência rigorosa: se certas proposições suas se acham em contradição com aquele princípio básico, é que as palavras que se lhe atribuem foram ou mal reproduzidas, ou mal compreendidas, ou não são suas.
Causa admiração, e com fundamento, que, neste passo, mostrasse Jesus tanta indiferença para com seus parentes e, de certo modo, renegasse sua mãe.

Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à família. S. João diz, positivamente (cap. VII, v. 5), “que eles não lhe davam crédito”.

Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe dedicava. Deve-se, entretanto, convir igualmente em que também ela não fazia idéia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha nunca seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela predominava era a solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora desconhecer-lhe o caráter.

Semelhante idéia não poderia encontrar guarida naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois, se faz procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu da forma alegórica.

Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, itens 5 a 7.)

domingo, 5 de janeiro de 2020

Passando pela Terra


Sempre útil não te esqueceres de que te encontras em Estágio Educativo na Terra.
*
Jornadeando nas trilhas da evolução, não é o tempo que passa por ti, mas, inversamente, és a criatura que passa pelo tempo.
*
Conserva a esperança em teus apetrechos de viagem.
*
Caminha trabalhando e fazendo o bem que puderes.
*
Aceita os companheiros do caminho, qual se mostram, sem exigir-lhes a perfeição da qual todos nos vemos ainda muito distantes.
*
Suporta as falhas do próximo com paciência, reconhecendo que nós, os espíritos ainda vinculados à Terra, não nos achamos isentos de imperfeições.
*
Levanta os caídos e ampara os que tropecem.
*
Não te lamentes.
*
Habitua-te a facear dificuldades e problemas, de ânimo firme, assimilando-lhes o ensino de que se façam portadores.
*
Não te detenhas no passado, embora o passado deva ser uma lição inesquecível no arquivo da experiência.
*
Desculpa, sem condições, quaisquer ofensas, sejam quais sejam, para que consigas avançar, estrada afora, livre do mal.
*
Auxilia aos outros, quanto estiver ao teu alcance, e repete semelhante benefício, tantas vezes quantas isso te for solicitado.
*
Não te sirvam de estorvo ao trabalho evolutivo as calamidades e provas em que te vejas, já que te reconheces passando pela Terra, a caminho da Vida Maior.
*
Louva, agradece, abençoa e serve sempre.
*
E não nos esqueçamos de que as nossas realizações constituem a nossa própria bagagem, onde estivermos, e nem olvidemos que das parcelas de tudo aquilo que doamos ou fazemos na Terra, teremos a justa equação na Vida Espiritual.
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Do livro Calma, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier
Emmanuel 



MENSAGEM DO ESE:

Preservar-se da avareza

Então, no meia do turba, um homem lhe disse: Mestre, dize a meu irmão que divida comigo a herança que nos tocou. — Jesus lhe disse: Ó homem! quem me designou para vos julgar, ou para fazer as vossas partilhas? — E acrescentou: Tende o cuidado de preservar-vos de toda a avareza, seja qual for a abundância em que o homem se encontre, sua vida não depende dos bens que ele possua.

Disse-lhes a seguir esta parábola: Havia um rico homem cujas terras tinham produzido extraordinariamente — e que se entretinha a pensar consigo mesmo, assim: Que hei de fazer, pois já não tenho lugar onde possa encerrar tudo o que vou colher? — Aqui está, disse, o que farei: Demolirei os meus celeiros e construirei outros maiores, onde porei toda a minha colheita e todos os meus bens. — E direi a minha alma: Minha alma, tens de reserva muitos bens para longos anos; repousa, come, bebe, goza. Mas, Deus, ao mesmo tempo, disse ao homem: Que insensato és! Esta noite mesmo tomar-te-ão a alma; para que servirá o que acumulaste?
É o que acontece àquele que acumula tesouros para si próprio e que não é rico diante de Deus. 

(S. LUCAS, cap. XII, vv. 13 a 21.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 3.)