sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Os 11 sinais (sintomas) de paz interior



"1. Perda de interesse em conflito. 

2. Ataques freqüentes de sorrir.

3. Esmagadores ataques freqüentes de apreciação. 

4. Perda de desejo de julgar os outros. 

5. Capacidade inconfundível de apreciar cada momento. 

6. Tendência a pensar e agir espontaneamente ao invés de medo baseado na experiência do passado.

7. Perda de interesse em interpretar as ações dos outros. 

8. Perda da capacidade de se preocupar (um sintoma grave). 

9. Sentimentos satisfeitos de conexão para com o outro e da natureza. 

10. Aumentando a susceptibilidade a amor prorrogado por outros, bem como uma incontrolável vontade de estendê-lo. 

11. Tendência crescente para deixar as coisas acontecerem ao invés de fazer as coisas acontecerem." 

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Desconhecemos o autor 





MENSAGEM DO ESE:
NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS. AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

11 – Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).

12 – Então lhe trouxeram os escribas e os fariseus uma mulher que fora apanhada em adultério, e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a estas tais. Qual é a vossa opinião sobre isto? Diziam pois os judeus, tentando-o, para o poderem acusar. Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. E como eles perseveraram em fazer-lhes perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhes: Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra. E tornando a abaixar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros. E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé. Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe disse: Nem eu tampouco te condenarei; vai, e não peques mais. (João, VIII: 3-11).

13 – “Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra”, disse Jesus. Esta máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não necessite para si mesmo. Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar nos outros os que nos desculpamos em nós. Antes de reprovar uma falta de alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.

A censura de conduta alheia pode ter dois motivos: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos criticamos. Este último motivo jamais tem escusa, pois decorre da maledicência e da maldade. O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, pois dele pode resultar um bem, e porque sem ele o mal jamais será reprimido na sociedade. Aliás, não deve o homem ajudar o progresso dos seus semelhantes? Não se deve, pois, tomar no sentido absoluto este princípio: “Não julgueis para não serdes julgados”, porque a letra mata e o espírito vivifica.

Jesus não podia proibir de se reprovar o mal, pois ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez em termos enérgicos. Mas quis dizer que autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. Tornar-se culpável daquilo que se condena nos outros é abdicar dessa autoridade, e mais ainda, arrogar-se arbitrariamente o direito de repressão. A consciência íntima, de resto, recusa qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de algum poder, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. A única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo. É o que resulta evidentemente das palavras de Jesus. 
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O Evangelho Segundo o Espiritismo

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

CAUSAS ESPIRITUAIS DAS DOENÇAS



1. O que estrutura espiritualmente o corpo de carne?

- O corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne.

2. O erro de uma encarnação passada pode incluir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?

- A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semi-material do corpo espiritual. Havendo o espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido.

3. Quais os dois aspectos da Justiça?

- A Justiça na Terra pune simplesmente a crueldade manifesta, cujas consequências transitam nas áreas do interesse público, dilapidando a vida e induzindo à criminalidade; entretanto, esse é apenas o seu aspecto exterior, porque a Justiça é sempre manifestação constante da Lei Divina, nos processos da evolução e nas atividades da consciência.

4. Qual a relação existente entre doenças e a Justiça?

- No curso das enfermidades, é imperioso venhamos a examinar a Justiça, funcionando com todo o seu poder regenerativo, para sanar os males que acalentamos.

5. O que faz o Espírito, antes de reencarnar-se visando à própria melhoria?

- Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos.

6. Que pedem, para regenerar-se, os intelectuais que conspurcaram os tesouros da alma?

- Artífices do pensamento, que malversamos os patrimônios do espírito, rogam empeços cerebrais, que se façam por algum tempo alavancas coercitivas, contra as nossas tendências ao desequilíbrio intelectual.

7. Que medidas de reabilitação rogam os artistas que corromperam a inteligência?

- Artistas, que intoxicamos a sensibilidade alheia com os abusos da representação viciosa, imploramos moléstias ou mutilações, que nos incapacitem para a queda em novas culpas.

8. Que emendas solicitam os oradores e pessoas que influenciaram negativamente pela palavra?

- Tarefeiros da palavra, que nos prevalecemos dela para caluniar ou para ferir, solicitamos as deficiências dos aparelhos vocais e auditivos, que nos garantam a segregação providencial.

9. Que providências retificadoras pedem para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo?

- Criaturas dotadas de harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das paixões aviltantes, enlouquecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as inibições genésicas que em nos humilhando, servem por válvulas de contenção dos nossos impulsos inferiores.

10. Todas as enfermidades conhecidas foram solicitadas pelo Espírito do próprio enfermo, antes de renascer?

- Nem sempre o Espírito requisita deliberadamente determinadas enfermidades, de vez que, em muitas circunstâncias, quais aqueles que se verificam no suicídio ou na delinquência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias forças, lesando o corpo espiritual, o que nos constrange a renascer no berço físico, exibindo defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatórios.

11. Quais são os casos mais comuns de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina?

- Encontramos numerosos casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou da paralisia irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos, irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, mostram-se na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se cumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que delinquiram.

12. A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? E o que pode provocar doenças de causas espirituais na vida diária?

- A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos. Necessário, pois, considerar igualmente, que desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitas destruidores; que se encolerizam pelas menores razões, destrambelhando os próprios nervos; os que passam todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas.

13. Qual a advertência de Jesus para que nos previnamos dos males do corpo e da alma?

- Assinalando as causas distantes e próximas das doenças de agora, destacamos o motivo por que os ensinamentos da Doutrina Espírita nos fazem considerar, com mais senso de gravidade, a advertência do Mestre: “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação”.
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Emmanuel
por Waldo Vieira
Livro: Leis de Amor 






MENSAGEM DO ESE:
Ação da prece. Transmissão do pensamento (III)

Os efeitos da prece, porém, não se limitam aos que vimos de apontar. Recomendam-na todos os Espíritos. Renunciar alguém à prece é negar a bondade de Deus; é recusar, para si, a sua assistência e, para com os outros, abrir mão do bem que lhes pode fazer.
Acedendo ao pedido que se lhe faz, Deus muitas vezes objetiva recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora. Daí decorre que a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus e sempre mais eficácia, porquanto o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que somente nascem do sentimento da verdadeira piedade. Do coração do egoísta, do daquele que apenas de lábios ora, unicamente saem palavras, nunca os ímpetos de caridade que dão à prece todo o seu poder. Tão claramente isso se compreende que, por um movimento instintivo, quem se quer recomendar às preces de outrem fá-lo de preferência às daqueles cujo proceder, sente-se, há de ser mais agradável a Deus, pois que são mais prontamente ouvidos.
Por exercer a prece uma como ação magnética, poder-se-ia supor que o seu efeito depende da força fluídica. Assim, entretanto, não é. Exercendo sobre os homens essa ação, os Espíritos, em sendo preciso, suprem a insuficiência daquele que ora, ou agindo diretamente em seu nome, ou dando-lhe momentaneamente uma força excepcional, quando o julgam digno dessa graça, ou que ela lhe pode ser proveitosa.
O homem que não se considere suficientemente bom para exercer salutar influencia, não deve por isso abster-se de orar a bem de outrem, com a idéia de que não é digno de ser escutado. A consciência da sua inferioridade constitui uma prova de humildade, grata sempre a Deus, que leva em conta a intenção caridosa que o anima. Seu fervor e sua confiança são um primeiro passo para a sua conversão ao bem, conversão que os Espíritos bons se sentem ditosos em incentivar. Repelida só o é a prece do orgulhoso que deposita fé no seu poder e nos seus merecimentos e acredita ser-lhe possível sobrepor-se à vontade do Eterno.
Está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita. Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a sós ou em comum. A influência do lugar ou do tempo só se faz sentir nas circunstâncias que favoreçam o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. Mas, que importa seja grande o número de pessoas reunidas para orar, se cada uma atua isoladamente e por conta própria?! Cem pessoas juntas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma mesma aspiração, orarão quais verdadeiros irmãos em Deus, e mais força terá a prece que lhe dirijam do que a das cem outras.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 12 a 15.)



quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Eles não precisam de passe, precisam de "pá"



Certa vez, Chico Xavier chegou ao Centro Espírita e viu uma multidão na porta. Ele perguntou:
- O que estas pessoas querem?
- Eles vieram buscar passe. - respondeu um trabalhador da casa.
Chico respondeu:
- Eles não precisam de passe, precisam de "pá".

Os ensinamentos de Jesus pedem "pá", ou seja, trabalho no campo do espírito: sacrifício, renúncia, esforço, força de vontade, transformação moral, atitude, etc.

Precisamos aprender a não olhar para Deus e Jesus somente com interesse de pedir-lhes algo. Deveríamos nos desvincular da ideia de que frequentando uma casa religiosa e realizando rituais, dogmas, rezas e pagando o dízimo já estamos agradando Deus. 

Por pensar assim, séculos de evolução foram perdidos. Pois, dentro da casa religiosa muitos seguem as exigências dos religiosos e fora dela transgridem as leis de Deus por acharem que já cumpriram sua obrigação dentro dela. 

Se cada vez que saíssemos de uma casa religiosa nos comprometêssemos, com nós mesmos, a praticar uma boa ação naquela semana, em nosso favor e/ou a favor do próximo, já estaríamos entendendo o propósito da vinda do Cristo à Terra. Em nosso favor é deixar de reclamar, cultivar bons pensamentos, boas palavras, boas atitudes, deixar de fazer comentários maldosos e humilhantes de alguém, é perdoar ou relevar uma ofensa, é diminuir, de preferência, eliminar o cigarro, a bebida alcoólica, é cuidar do corpo físico, é alimentar o espírito com boa leitura, bons programas de TV, boa música, etc. E em favor do próximo significa fazer o bem a alguém, se não for com nosso dinheiro que seja com nosso carinho, respeito, educação, visita, uma palavra de consolo, etc.. 

Mas, infelizmente, muitas pessoas só buscam o centro espírita para solucionar problemas, para pedir algo, sendo que o Espiritismo explica a causa dos problemas, a necessidade da transformação moral, da prática da caridade com o próximo e com nós mesmos, etc. Querem atacar os efeitos de suas dores e aflições ao invés de atacarem as causas.

É preciso agir na prevenção. Enfim, busquemos Jesus para aprender seus ensinamentos para colocá-los em prática onde estivermos. Porque Ele deixou bem claro que: “a fé sem obras é morta”, ou seja, acreditar Nele e não fazer o que Ele pediu é inútil. Fé é crer que Jesus pode e quer nos transformar em pessoas melhores. Mas para isso, precisamos estar dispostos a querer nos modificar. Ele nos estende a mão todos os dias, e nós estamos desviando de estender a nossa para Ele. 

Então perguntemos: "Como é a nossa fé?" "Com ou sem obras?" Pensemos nisso!
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Rudymara
Grupo de Estudo "Allan Kardec" 
https://mobile.mensagemespirita.com.br/chico-xavier/ad/eles-nao-precisam-de-passe-precisam-de-pa-chico-xavier 





MENSAGEM DO ESE: 
Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?

É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. 

 — São Luís. (Paris, 1860.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 21.)



terça-feira, 31 de julho de 2018

RENÚNCIA DIFÍCIL


A renúncia ao tempo de uso pessoal, em favor de alguém ou de uma causa de natureza nobre, é uma das virtudes mais difíceis de serem postas em prática pelo homem comum.


Em outras palavras, a ambição com os ponteiros do relógio é a ambição de crescente ganho material, ao qual, efetivamente, poucos são os que conseguem renunciar.


Muitos, talvez, venham a ceder aos necessitados pequena parcela de seus lucros cotidianos ou mesmo emprestar a sua esporádica colaboração a esta ou àquela iniciativa em favor da comunidade, mas servir, com regularidade, no voluntariado do Bem, abrindo mão de certa cota de tempo, do tempo de que disponha, nos sete dias da semana, não é para qualquer um.


Sacrificar-se, por exemplo, um dia por mês, a fim de velar rente à cabeceira de um enfermo querido ou de anônimo companheiro internado em hospital público é ato de solidariedade que, na grande maioria das vezes, quase ninguém chega a levar em consideração.


No vasto campo da Caridade, o que se pode fazer, pagando a outros para que façam, embora seja atitude que envolva certo nível de desprendimento, não possui a mesma qualidade daquilo que se deve fazer, fazendo por si mesmo.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Amai-vos uns aos outros")




MENSAGEM DO ESE:
O orgulho e a humildade (II)

Ó rico! Enquanto dormes sob dourados tetos, ao abrigo do frio, ignoras que jazem sobre a palha milhares de irmãos teus, que valem tanto quanto tu? Não é teu igual o infeliz que passa fome? Ao ouvires isso, bem o sei, revolta-se o teu orgulho. Concordarás em dar-lhe uma esmola, mas em lhe apertar fraternalmente a mão, nunca. “Pois quê! dirás, eu, de sangue nobre, grande da Terra, igual a este miserável coberto de andrajos! Vã utopia de pseudofilósofos! Se fôssemos iguais, por que o teria Deus colocado tão baixo e a mim tão alto?” É exato que as vossas vestes não se assemelham; mas, despi-vos ambos: que diferença haverá entre vós? A nobreza do sangue, dirás; a química, porém, ainda nenhuma diferença descobriu entre o sangue de um grão-senhor e o de um plebeu; entre o do senhor e o do escravo. Quem te garante que também tu já não tenhas sido miserável e desgraçado como ele? Que também não hajas pedido esmola? Que não a pedirás um dia a esse mesmo a quem hoje desprezas? São eternas as riquezas? Não desaparecem quando se extingue o corpo, envoltório perecível do teu Espírito? Ah! lança sobre ti um pouco de humildade! Põe os olhos, afinal, na realidade das coisas deste mundo, sobre o que dá lugar ao engrandecimento e ao rebaixamento no outro; lembra-te de que a morte não te poupará, como a nenhum homem; que os teus títulos não te preservarão do seu golpe; que ela te poderá ferir amanhã, hoje, a qualquer hora. Se te enterras no teu orgulho, oh! quanto então te lamento, pois bem digno de compaixão serás.

Orgulhosos! Que éreis antes de serdes nobres e poderosos? Talvez estivésseis abaixo do último dos vossos criados. Curvai, portanto, as vossas frontes altaneiras, que Deus pode fazer se abaixem, justo no momento em que mais as elevardes. Na balança divina, são iguais todos os homens; só as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. São da mesma essência todos os Espíritos e formados de igual massa todos os corpos. Em nada os modificam os vossos títulos e os vossos nomes. Eles permanecerão no túmulo e de modo nenhum contribuirão para que gozeis da ventura dos eleitos. Estes, na caridade e na humildade é que tem seus títulos de nobreza.

 – Lacordaire. (Constantina, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 11.)

domingo, 29 de julho de 2018

QUANDO TODAS AS ESTAÇÕES ESTIVEREM COMPLETAS



Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que eles aprendessem a não julgar a vida, as pessoas e as coisas de modo apressado.

Por isso, mandou cada um viajar para observar uma pereira, que estava plantada em um local distante.

O primeiro filho foi no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o quarto e mais jovem, no outono.

Quando eles retornaram, o pai os reuniu e pediu que cada um descrevesse o que tinha visto.

O primeiro filho disse que a árvore era feia, torta e retorcida.

O segundo disse que ela era coberta de botões verdes e cheia de promessas.

O terceiro discordou dos dois. Disse que ela estava coberta de flores, que tinham um odor tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que era a coisa mais graciosa que havia visto.

Por fim, o último filho não concordou com os irmãos. Ele disse que a árvore estava carregada e arqueada, cheia de frutas, vida e promessas.

O pai, então, explicou que todos estavam certos, porque cada um tinha visto apenas uma estação da vida da árvore.

Falou que não se pode julgar uma árvore, ou uma pessoa, ou qualquer coisa, por apenas uma estação.

Disse que a essência de uma pessoa, e o prazer, a alegria e o amor que vêm daquela vida, podem apenas ser medidos no final, quando todas as estações estiverem completas.

Se desistirmos quando for inverno, perderemos a promessa da primavera, a beleza do verão e a expectativa do outono.

Podemos estar vivendo um inverno intenso neste instante. Parece não haver previsão de término. Por vivê-lo por tão longo tempo, quem sabe tenhamos esquecido de como é uma outra estação diferente dessa.

Importante, no entanto, lembrar que se trata de uma estação.

Não julguemos a vida ou a nós mesmos apenas por esse instante mais gelado e difícil. Lembremos que o inverno nos faz mais fortes, mais resistentes. A estação do frio é convite ao recolhimento e à reflexão.

A primavera parece distante ou mesmo improvável, mas ela é lei da natureza. Virá de qualquer forma.

Por isso, não desistamos de nós, não desistamos de prosseguir, olhando apenas a chuva fria e o dia cinza. Estamos vendo apenas parte e não o todo.

Mais tarde, quando todas as estações estiverem completas, perceberemos o quão importantes foram aqueles dias congelantes e o quão foram prazerosos os primeiros instantes da primavera que os seguiu.

Vivemos no mundo das estações e dos ciclos. Os invernos ainda vão e voltam, assim com os dias quentes de verão.

Saibamos viver as estações com maturidade, extraindo de cada uma seu valor, suas lições e suas belezas.

Haverá dia em que iremos encontrar beleza até na mais vigorosa estação invernal, pois enxergaremos além das temperaturas baixas e dos incômodos que ela traz.

Encontraremos a vida a pulsar debaixo da neve, debaixo da dor, debaixo das expiações que nos libertam das amarras da consciência culpada.

Não permitamos, assim, que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras. Não julguemos a vida apenas por uma estação difícil.
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Redação do Momento Espírita


MENSAGEM DO ESE:
Não são os que gozam saúde que precisam de médico

Estando Jesus à mesa em casa desse homem (Mateus), vieram aí ter muitos publicanos e gente de má vida, que se puseram à mesa com Jesus e seus discípulos; — o que fez que os fariseus, notando-o, disseram aos discípulos: Como é que o vosso Mestre come com publicanos e pessoas de má vida? — Tendo-os ouvido, disse-lhes Jesus: Não são os que gozam saúde que precisam de médico. 
(S. MATEUS, cap. IX, vv. 10 a 12.)

Jesus se acercava, principalmente, dos pobres e dos deserdados, porque são os que mais necessitam de consolações; dos cegos dóceis e de boa fé, porque pedem se lhes dê a vista, e não dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de nada precisar. (Veja-se: “Introdução”, artigo: Publicanos, Portageiros.) 

Essas palavras, como tantas outras, encontram no Espiritismo a aplicação que lhes cabe. Há quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que tão preciosa faculdade devera ser atributo exclusivo dos de maior merecimento.
Digamos, antes de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora, nenhuma há de que o homem, por efeito do seu livre-arbítrio, não possa abusar, e se Deus não houvesse concedido, por exemplo, a palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más, maior seria o número dos mudos do que o dos que falam. Deus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não deixa de punir o que delas abusa. 

Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são estes últimos os doentes que necessitam de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que o pode arrancar ao lameiro? Os bons Espíritos lhe vêm em auxílio e seus conselhos, dados diretamente, são de natureza a impressioná-lo de modo mais vivo, do que se os recebesse indiretamente. Deus, em sua bondade, para lhe poupar o trabalho de ir buscá-la longe, nas mãos lhe coloca a luz. Não será ele bem mais culpado, se não a quiser ver? Poderá desculpar-se com a sua ignorância, quando ele mesmo haja escrito com suas mãos, visto com seus próprios olhos, ouvido com seus próprios ouvidos, e pronunciado com a própria boca a sua condenação? Se não aproveitar, será então punido pela perda ou pela perversão da faculdade que lhe fora outorgada e da qual, nesse caso, se aproveitam os maus Espíritos para o obsidiarem e enganarem, sem prejuízo das aflições reais com que Deus castiga os servidores indignos e os corações que o orgulho e o egoísmo endureceram. 

A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos superiores. É apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos, em geral. O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente neste sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 11 e 12.)