segunda-feira, 27 de abril de 2020

A necessidade da reforma íntima


Para nós espíritas nada se torna mais constante dilema do que a constante lembrança da necessidade da reforma íntima. Mas afinal o que seria a reforma íntima? estamos realmente entendendo o que precisamos e como precisamos realizar este importante passo para nossa evolução?

Os espíritos nos falam sobre a importância do homem encontrar nele mesmo suas má condutas e suas tendências inferiores para nelas trabalhar a fim de colher os frutos de sua boa vontade e sua disciplina ante as provações e à responsabilidade enquanto espírito encarnado de progredir moralmente. Com isso, temos então a missão de todas as vidas. A evolução espiritual demanda caridade para com as imperfeições alheias, o que talvez seja o ato mais difícil atualmente. Vivemos uma época em que erros não são perdoados e mágoas são eternizadas.

Não temos nenhuma responsabilidade sobre como os outros lidam com alguma situação mas temos o DEVER de lidar com esta situação da melhor maneira possível.

 Sendo caridosos e buscando, na dúvida, o nosso maior exemplo de homem de bem que seria Jesus Cristo. Se pensarmos como o Mestre agiria na situação que estamos nos deparando a resposta pode ser a solução que tanto buscamos.

“Eu permito a todos serem como quiserem, e a mim como devo ser.”

(Francisco Cândido Xavier)

A reforma íntima não é uma conquista que se forja da noite para o dia. Demanda tempo, boa vontade, disciplina e esforço incessante de nossa parte. Muita resignação e luta contra nossas próprias tendências inferiores e principalmente estar vigilante para seus defeitos e ter foco na tarefa de se melhorar. Ao outro cabe somente a ele mesmo buscar a própria reforma íntima, a nós, a responsabilidade é somente sobre nossas atitudes.

“Lembre-se de que você mesmo é o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros. Não se esqueça, igualmente, de que o maior inimigo de suas realizações mais nobres, a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação – é você mesmo.”

(Francisco Cândido Xavier)

Como espíritas  ainda temos uma vantagem: Esclarecimento. Sabemos o porquê e o como de tudo que vivenciamos o que nos facilita ter o entendimento e a resignação necessária em tantos casos de nossa vida cotidiana. Podemos entender as antipatias naturais e o atraso alheio, a grosseria e a brutalidade de outros irmãos que podem estar vivendo situações que não possuem talvez o melhor equilíbrio necessário para vivencia-las. Sabemos reconhecer em nós mesmos também nossas imperfeições e reconhecendo-as podemos trabalhar de forma mais proativa em corrigi-las. Temos tanta informação trazida pelos espíritos bem feitores que fica difícil – apesar da nossa natureza imperfeita – querer responsabilizar outrem por nossos próprios fracassos e deméritos.

Sendo assim, busquemos irmãos esclarecer-nos de nossos defeitos, entende-los e corrigi-los, sendo sempre o melhor que pudermos ser para que nossa evolução espiritual se dê o mais rápido e o melhor possível. Quanto antes nós entendermos a necessidade de nos melhorar para que assim o mundo melhore em seguida, antes o Planeta Terra será um mundo onde reinará a paz do reino dos céus!
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Felipe Gama
formatação e pesquisa: Milter 26-04-2020





MENSAGEM DO ESE:

Emprego da riqueza (II)

Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação de que é para vós objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dais ao vosso aperfeiçoamento moral, a que pouco ou nenhum tempo consagrais e que, no entanto, é o que importa para a eternidade.

 Diante da atividade que desenvolveis, tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a humanidade, quando não se trata, na maioria dos casos, senão de vos pordes em condições de satisfazer a necessidades exageradas, à vaidade, ou de vos entregardes a excessos. Que de penas, de amofinações, de tormentos cada um se impõe; que de noites de insônia, para aumentar haveres muitas vezes mais que suficientes! Por cúmulo de cegueira, freqüentemente se encontram pessoas, escravizadas a penosos trabalhos pelo amor imoderado da riqueza e dos gozos que ela proporciona, a se vangloriarem de viver uma existência dita de sacrifício e de mérito — como se trabalhassem para os outros e não para si mesmas! Insensatos! Credes, então, realmente, que vos serão levados em conta os cuidados e os esforços que despendeis movidos pelo egoísmo, pela cupidez ou pelo orgulho, enquanto negligenciais do vosso futuro, bem como dos deveres que a solidariedade fraterna impõe a todos os que gozam das vantagens da vida social? Unicamente no vosso corpo haveis pensado; seu bem-estar, seus prazeres foram o objeto exclusivo da vossa solicitude egoística. Por ele, que morre, desprezastes o vosso Espírito, que viverá sempre. Por isso mesmo, esse senhor tão animado e acariciado se tornou o vosso tirano; ele manda sobre o vosso Espírito, que se lhe constituiu escravo. Seria essa a finalidade da existência que Deus vos outorgou?

— Um Espírito Protetor. (Cracóvia, 1861.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 12.)

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Dar a volta por cima

É impressionante como algumas pessoas sabem agir com inteligência e bom senso diante das situações adversas que a vida lhes apresenta.

Há algum tempo, um ator famoso sofreu um assalto e foi ferido gravemente, ficando em coma por muito tempo. Os dias se passaram, os meses se somaram e, apesar das limitações impostas ao corpo físico, continuou lutando com bravura.

Gerson Brenner não se deixou vencer pela soma de acontecimentos amargos e começou a grande luta para dar a volta por cima e continuar vivendo, ainda que com graves limitações nos movimentos do corpo.

Um narrador de futebol, não menos famoso, sofreu um acidente de automóvel e ficou por longo tempo sem contato com o mundo exterior.

Apesar das barreiras imensas que tentavam isolá-lo do mundo, Osmar Santos empreendeu uma batalha acirrada e, depois de longo tempo, conseguiu se comunicar com o mundo através da arte, pintando quadros.

Ele conseguiu dar a volta por cima e reinventar sua vida.

Um dia, um acidente de ultraleve matou a esposa de um cantor popular e o jogou num leito de hospital com graves ferimentos na medula e no cérebro.

Poucos acreditavam que ele sairia dessa.

Mas Herbert Viana deu a volta por cima, demonstrando rara coragem e uma disposição inabalável.

Surpreendendo médicos e enfermeiros, ele aparece cantando e dedilhando sua guitarra para alegrar a enfermaria repleta de pacientes que, como ele, enfrentam horas seguidas de fisioterapia.

Assim como essas pessoas famosas, há também muitos heróis anônimos que dão a volta por cima e vencem situações de extrema dificuldade.

E, ao contrário do que muita gente pensa, essas são atitudes de pessoas que sabem usar a razão e o bom senso.

Percebem que não há como vencer, senão aceitando o desafio que as Leis maiores lhes oferecem, com resignação e coragem.

Esses são os verdadeiros vencedores, pois transformam uma situação aparentemente sem saída, numa nova maneira de encarar a vida.

É como se admitissem a si mesmas: Se Deus me ofereceu esta situação difícil é porque preciso aprender alguma lição com ela. E é isso que vou fazer.

Nesse caso, é a obediência consentida pela razão, e a resignação aceita pelo coração.

Essa é a posição de um filho que confia no seu Pai e Dele sempre espera o melhor, ainda que esse melhor chegue com aparência de desgraça.

Um filho que confia num Pai amoroso e justo e procura retirar de cada situação uma lição a mais, um aprendizado útil, mesmo que seja uma demonstração de coragem, de fé, de humildade, de confiança.

E você? Já pensou nas lições que Deus espera que aprenda com as situações que lhe apresenta?

Se ainda não havia pensado, pense agora, ainda há tempo.

Considere que as provas sempre guardam relação com o tipo de aprendizagem que precisamos demonstrar e são proporcionais ao nosso grau de evolução.

Assim, se é a nossa paciência que deve ser testada, teremos uma prova correspondente. Se é a humildade, uma prova em que possa ser demonstrada, e assim por diante.

* * *

Conforme nos recomendou o grande Apóstolo Paulo de Tarso, aprendamos a dar graças por tudo.

A flor agradece, com o seu perfume, a terra escura que lhe permitiu nascer e florescer.

A borboleta dá graças ao casulo desprovido de beleza que lhe permitiu efetuar a sensível metamorfose, bailando no ar e contribuindo com a polinização.

Quando o enfermo recupera a saúde, bendiz a dor que lhe trouxe a lição do equilíbrio.

Por todas essas razões, aprendamos a agradecer a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.

Lembrando sempre que a alvorada é dádiva do céu que surge após a noite escura na Terra.
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Redação do Momento Espírita
Em 04.04.2011

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