quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O ENSINO DA LUZ


- Senhor - disse Tadeu a Jesus, após o dia de trabalho estafante -, qual é o nosso dever

maior, na execução do Evangelho para a redenção das criaturas?

O Mestre fitou o céu azul em que nuvens pequeninas semelhavam estrigas de linho alvo.

E falou em seguida:

- Em meio de grande tempestade, inúmeros viajantes se recolheram a enorme casarão que se assemelhava a um labirinto. Porque sentissem medo uns dos outros, cada qual se

escondeu nos quartos mais internos e, vindo a noite, em vão procuraram o lugar de saída.

Começou, então, enorme conflito. Lamentos. Pragas.Assaltos. Correrias. Pancadas. Crimes
nas trevas. Um homem, que por ali passava, ouviu os rogos de socorro que partiam do
infortunado reduto e, longe de gritar ou discutir, acendeu a sua candeia e passou entre os amotinados, em profundo silêncio. 

Bastou a luz dele para que todos percebessem os disparates que vinham fazendo, ao mesmo tempo que encontravam, por si mesmos, a porta
libertadora.

O Mestre fez grande intervalo e voltou a dizer:

- Se a luz do bom exemplo estiver entre nós, os outros perceberão, com facilidade, o
caminho.

- E que fazer, Senhor, para semelhante conquista?

Jesus, continuando em sua contemplação do céu, como exilado buscando alguma visão da pátria longínqua, aclarou docemente:

- Procuremos o Reino de Deus e a sua justiça, isto é, vivamos no amor puro e na consciência tranquila...E tudo o mais ser-nos-á acrescentado.

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Hilário Silva
Chico Xavier
Obra: A vida escreve 



MENSAGEM DO ESE:

Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?

– Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?

Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?

Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.

O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. — São Luís. (Paris, 1860.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 28.)


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