terça-feira, 30 de junho de 2020

Na Vida


Não te queixes de ninguém.

Todos estamos lutando.

Esse enfrenta problemas afetivos.

Aquele sofre limitações.

Outro caminha vacilante.

Na vida, quem compreende sabe mais.

Faze o melhor que possas, esquecendo ingratidões.

Serve, perdoa e avança, olvidando injúrias.

Elege o bem por teu escudo e deixa que as pedras da maledicência caiam à tua volta.

Se procuras Jesus, não tens tempo a perder com os acontecimentos marginais da estrada.
🌼🌷🌼
Pelo Espírito Irmão José
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Brilhe Vossa Luz. Espíritos Diversos. IDE.




MENSAGEM DO ESE:

A melancolia

Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? É que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes.

Crede-me, resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. São inatas no espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor; mas, não as busqueis neste mundo e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe pertencem, para vos instruírem acerca da felicidade que Ele vos reserva, aguardai pacientemente o anjo da libertação, para vos ajudar a romper os liames que vos mantêm cativo o Espírito. Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.

Se, no curso desse degredo-provação, exonerando-vos dos vossos encargos, sobre vós desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para os suportar. Afrontai-os resolutos. Duram pouco e vos conduzirão à companhia dos amigos por quem chorais e que, jubilosos por ver-vos de novo entre eles, vos estenderão os braços, a fim de guiar-vos a uma região inacessível às aflições da Terra. 
🌷🌼🌷
— François de Genève. (Bordéus.)
Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 25.)

🌼🌷🌼🌷🌼🌷🌼

POR PAZ


Senhor; tranquiliza o nosso espírito…

Que os nossos pensamentos se acalmem dentro de nós.

Sabemos que, no momento justo, solucionarás todos os nossos problemas.

Que façamos silêncio em nós para escutarmos o que nos aconselhas.

Ouvindo-Te, nada de mal nos sucederá…

Não nos deixes agir precipitadamente.

Que a nossa decisão seja o reflexo da Tua vontade.

Acalma-nos, Senhor, para que tudo se acalme à nossa volta.

Para que emudeçam as vozes agressivas e a tormenta pare de soprar…

Que a Tua paz invada o nosso coração e que, nela, nos deixemos estar, sem que coisa alguma dela nos afaste!
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli – do livro “Preces e Orações”)

segunda-feira, 29 de junho de 2020

A Galinha Afetuosa


Gentil galinha, cheia de instintos maternais, encontrou um ovo de regular tamanho e espal­mou as asas sobre ele, aquecendo-o carinhosa­mente. De quando em quando, beijava-o, enter­necida. Se saia a buscar alimento, voltava apressada, para que lhe não faltasse calor vitalizante. E pensava, garbosa: - "Será meu pintainho! será meu filho!"

Em formosa manhã de céu claro, notou que o filhotinho nascia, robusto.

Criou-o, com todos os cuidados. No entanto, em dourado crepúsculo de verão, viu-o fugir pelas águas de um lago, sobre as quais deslizava contente. Chamou-o, como louca, mas não obteve resposta. O bichinho era um pato arisco e fujão.

A galinha, desalentada por haver chocado um ovo que lhe não pertencia à família, voltou muito triste, ao velho poleiro; todavia, decorrido algum tempo e encontrando outro ovo, repetiu a experiência.

Nova criaturinha frágil veio à luz. Protegeu-a, com ternura, dedicou-se ao filho com todas as forças, mas, em breve, reparou que não era um pintainho qual fora, ela mesma, na infância. Tratava-se dum corvo esperto que a deixou em doloroso abatimento, voando a pleno céu, para juntar-se aos escuros bandos de aves iguais a ele.

A desventurada mãe sofreu muitíssimo. Entretanto, embora resolvida a viver só, foi surpreendida, certo dia, por outro ovo, de delicada feição. Recapítulou as esperanças maternas e chocou-o. Dentro em pouco, o filhote surgia. A galinha afagou-o, feliz, mas, com o transcurso de algumas semanas, observou que o filho já crescido perseguia ratos à sombra. Durante o dia, dava mostras de perturbado e cego; no entanto, em se fazendo a treva, exibia olhos coruscantes que a amedrontavam. Em noite mais escura, fugiu para uma torre muito alta e não mais voltou. Era uma coruja nova, sedenta de aventuras.

A abnegada mãe chorou amargamente. Porém, encontrando outro ovo, buscou ampará-lo. Aninhou-se, aqueceu-o e, findos trinta dias, veio à luz corpulento filhote. A galinha ajudou-o como pôde, mas, em breve, o filho revelou crescimento descomunal. Passou a mirá-la de alto a baixo. Fez-se superior e desconheceu-a. Era um pavãozinho orgulhoso que chegou mesmo a maltratá-la.

A carinhosa ave, dessa vez, desesperou em definitivo. Saiu do galinheiro gritando e dispunha-se a cair nas águas de rio próximo, em sinal de protesto contra o destino, quando grande galinha mais velha a abordou, curiosa, a indagar dos motivos que a segregavam em tamanha dor.

A mísera respondeu, historiando o próprio caso.

A irmã experiente estampou no olhar linda expressão de complacência e considerou, cacarejando:

- Que é isto, amiga? não desespere. A obra do mundo é de Deus, nosso Pai. Há ovos de gansos, perus, marrecos, andorinhas e até de sapos e serpentes, tanto quanto existem nossos próprios ovos. Continue chocando e ajudando em nome do Poder Criador; entretanto, não se prenda aos resultados do serviço que pertencem a Ele e não a nós, mesmo porque a escada para o Céu é infinita e os degraus são diferentes. Não podemos obrigar os outros a serem iguais a nós, mas é possível auxiliar a todos, de acordo com as nossas possibilidades. Entendeu?

A galinha sofredora aceitou o argumento, resignou-se e voltou, mais calma, ao grande parque avícola a que se filiava.

O caminho humano estende-se, repleto de dramas iguais a este. Temos filhos, irmãos e parentes diversos que de modo algum se afinam com as nossas tendências e sentimentos. Trazem consigo inibições e particularidades de outras vidas que não podemos eliminar de pronto. Estimaríamos que nos dessem compreensão e carinho, mas permanecem imantados a outras pessoas e situações, com as quais assumiram inadiáveis compromissos. De outras vezes, respiram noutros climas evolutivos.

Não nos aflijamos, porém.

A cada criatura pertence a claridade ou a sombra, a alegria ou a tristeza do degrau em que se colocou.

Amemos sem o egoísmo da posse e sem qual­quer propósito de recompensa, convencidos de que Deus fará o resto.
🌷🕊️🌷
XAVIER, Francisco Cândido. Alvorada Cristã. Pelo Espírito Neio Lúcio. FEB.





MENSAGEM DO ESE:

A lei de amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. 

Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. 
🌷🕊️🌷
— Lázaro. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 8.)

domingo, 28 de junho de 2020

RENOVEMO-NOS NO DIA A DIA


“Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” – Paulo. (Romanos, 12:2.)

Não adianta a transformação aparente da nossa personalidade na feição exterior.

Mais títulos, mais recursos financeiros, mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade.

Renovemo-nos por dentro.

É preciso avançar no conhecimento superior, ainda mesmo que a marcha nos custe suor e lágrimas.

Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento.

Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.

Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente, quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.

Renovemos nossa alma, dia a dia, estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante.

Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde estivermos, mas não nos esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres, na concretização do bem, alcançaremos a compreensão da vida e, com ela, o conhecimento da “perfeita vontade de Deus”, a nosso respeito.
🙏🌹🙏
Emmanuel
 Chico Xavier





MENSAGEM DO ESE:

Causas atuais das aflições (II)

A lei humana atinge certas faltas e as pune. Pode, então, o condenado reconhecer que sofre a conseqüência do que fez. Mas a lei não atinge, nem pode atingir todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo à sociedade e não sobre as que só prejudicam os que as cometem, Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto. Não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis conseqüências, mais ou menos deploráveis. 

Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal.

 Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, conseqüentemente, a sua felicidade futura.

Entretanto, a experiência, algumas vezes, chega um pouco tarde: quando a vida já foi desperdiçada e turbada; quando as forças já estão gastas e sem remédio o mal. Põe-se então o homem a dizer: “Se no começo dos meus dias eu soubera o que sei hoje, quantos passos em falso teria evitado! Se houvesse de recomeçar, conduzir-me-ia de outra maneira. No entanto, já não há mais tempo!” Como o obreiro preguiçoso, que diz: “Perdi o meu dia”, também ele diz: “Perdi a minha vida”. Contudo, assim como para o obreiro o Sol se levanta no dia seguinte, permitindo-lhe neste reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o Sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro.
🌹🕊️🌹
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 5.)

sábado, 27 de junho de 2020

IGNORÂNCIA EM MASSA


A luz interior é um estado da alma. Muitos andam permanentemente em trevas. A ignorância é cultivada em massa, quando se evita o esclarecimento íntimo. Ante a grandeza da vida, poucos avançam para a lucidez espiritual, que produz a iluminação do ser.

A fase infantil da escalada humana rumo ao infinito ainda não foi superada por muitos. Como crianças na escola da vida, os homens ainda se ocupam com futilidades e brincam de viver. As questões efêmeras permanecem como centro de atenção, e poucos se esforçam por se tornar conscientes ou lúcidos no que se refere à realidade do Universo.

Alguns, que tentam superar os limites estreitos da fase infantil, começam a despertar a luz bruxuleante da consciência de humanidade. Mas, com as imposições da sociedade contemporânea, demoram-se demasiado na fase da adolescência espiritual.

Aí é que se manifestam os conflitos conscienciais e psicológicos, os traumas, medos e ansiedades que emergem do passado espiritual por imposição da lei do carma. O homem encontra-se dividido entre a possibilidade do crescimento espiritual e os apelos do mundo, produto de uma sociedade que submerge nas vagas da mendicância moral.

Aqueles que ousam desafiar o sistema e o estado de coisas reinante logram atingir a iluminação interior. Mas isso não se dá sem os conflitos que são gerados pelo avanço espiritual.

Paulo de Tarso classificou esse estado de conflito íntimo como sendo a batalha da lei do pecado e da morte contra a lei da vida, o homem velho e o homem novo.

Ninguém se engane quanto às condições em que se darão a ascese espiritual. Não há elevação sem lutas, e luz alguma se acende sem incomodar as trevas.

É preciso fazer luz na escuridão de todas as almas que ainda se mantém prisioneiras do passado sombrio. A luz verdadeira é iluminação da consciência e a sensibilização do coração, que produz o equilíbrio íntimo.
🌷🙏🌷
Livro: Serenidade – Uma Terapia Para a Alma
Robson Pinheiro, pelo Espírito Alex Zarthú
Casa dos Espíritos Editora 




MENSAGEM DO ESE:

Parábola do mau rico

Havia um homem rico, que vestia púrpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias. — Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras, — que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas ,ninguém lhas dava e os cães lhe viam lamber as chagas.
Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. O rico também morreu e teve por sepulcro o inferno. — Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abraão e Lázaro em seu seio — e, exclamando, disse estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.
Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lázaro só teve males; por isso, ele agora esta na consolação e tu nos tormentos.

Ao demais, existe para sempre um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que queiram passar daqui para aí não o podem, como também ninguém pode passar do lugar onde estás para aqui.

Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, — onde tenho cinco irmãos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento. — Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. — Não, meu pai Abraão, disse o rico: se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência. — Respondeu-lhe Abraão: Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite. 
🌷🙏🌷
(S. LUCAS, cap. XVI, vv. 19 a 31.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 5.)

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Ingratidão


Dentre os muitos inimigos morais do homem, a ingratidão assoma, relevante, na condição de filha dileta do egoísmo, que se nutre com as vérminas do orgulho.

A ingratidão estabelece síndromas de distúrbios comportamentais, que degeneram, a curto ou longo prazo, em problemas de alienação mental.

Nos dias hodiernos, a ingratidão toma corpo com muita facilidade, tornando-se elemento normal nas relações sociais, em lamentável agressão aos postulados éticos, quando não se tenha em conta a moral evangélica.

Filhos ingratos e genitores desleixados dos seus deveres, irmãos insensatos e cônjuges levianos, amigos desassisados pululam nas avenidas do mundo moderno, envergando roupagens de alto custo ou andrajos de miséria, igualados na mesma indigência espiritual.

Abençoa a mão que um dia se distendeu, generosa, no teu rumo, socorrendo-te e amparando-te.

Mesmo que ela, por acaso, se haja convertido em instrumento que te oferta o fel da amargura, recorda-te de quando te abençoou com a dádiva sem preço da misericórdia e da compreensão em que te apoiaste.

Da mesma forma que não é meritório fazer o bem e aguardar retribuição, não é justificável que se mutile a generosidade com as lâminas da ingratidão, em quem espalhou benefício.

Há pessoas que se acreditam somente credoras de receber ajuda, supondo-se privilegiados ante a vida, empanturradas de empáfia, fingindo ignorar a própria fragilidade.

Sorriem ante os que lhes estimulam as paixões dissolventes, demorando-se como belas flores de estufa, de vida breve, a nutrir-se do clima em que se consumirão.

São gentis, enquanto se locupletam, no entanto, afastam-se amargas e maledicentes da presença generosa de quem lhes foi devotado...

Censuram o benfeitor mediante alegações mesquinhas, justificando, com acusações, a própria enfermidade.

Aqueles por quem ora se entusiasmam, serão abandonados amanhã, com o mesmo ardor, logo não lhes posam ser úteis ou atendê-las nas suas exigências.

Não as censures, nem lhes concedas as tuas preocupações aumentando as dores que te ferem a alma.

Ora por elas, envolvendo-as de ternura. Elas estão equivocadas e despertarão um dia.

Prossegue ajudando quem te cruze o caminho, sem a preocupação de reter ninguém no teu círculo de afetividade.

O cristão autêntico não se faz compreender, ainda hoje, porém compreende sempre.

Seus pés sangram continuamente, porque a vida que escolheu é lição de progresso e libertação.

Mantém, na mente e no coração, o sentimento de gratidão por quem te auxilie. Desde que é dever socorrer e perdoar o inimigo, é muito mais justo permanecer fiel ao benfeitor e ao amigo.

Ninguém consegue o topo da subida, sem o primeiro passo, tanto quanto jamais alguém penetrará no insondável das realidades divinas sem a bênção do conhecimento haurido através da singeleza do alfabeto.

Por melhor que ora te encontres, por maiores que sejam os sinais do teu aparente progresso material, ignoras o amanhã...

E mesmo que sigas em contínua ascensão econômica e social, o crescimento moral tem regime de urgência e em todos estes campos não poderás negar a gratidão a quem, na tua hora de aspereza, concedeu-te o primeiro impulso, ofereceu-te mão generosa para que continuasses.

Não apenas os adversários, os invejosos e os políticos-religiosos infelizes fizeram-se os crucificadores de Jesus.

Foram, também, os amigos ingratos, os beneficiários reticentes, os companheiros moralmente dúbios...

Judas, que aparentava amá-lO, deixou-se enredar nos problemas que o perturbavam e, ingrato, O entregou...

Pedro, que Lhe era devotado, porém invigilante, tombando nas malhas de cruéis perturbações espirituais obsessivas O negou...

...E outros tantos que desapareceram, não Lhe ofertando amor ou fidelidade, carinho ou gratidão.

Muitos haviam sido aqueles a quem Ele ajudou; iluminou-os com a verdade e libertou-os dos males de vária procedência que os afligiam.

Sê grato, sempre, em qualquer circunstância, principalmente quando o teu companheiro gentil, se te apresente turbado ou triste, enfermo ou solitário, porquanto nesta fase é que ele necessita de amizade e não nos momentos em que pode doar, oferecer-se e amparar.

A gratidão, nascida da seiva do amor, é estrela que assinala cada alma na marcha da evolução, deixando sinais luminosos pelo caminho.
🌼🙏🌼
FRANCO, Divaldo Pereira. Otimismo. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.





MENSAGEM DO ESE:

A paciência

A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.

Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.

A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.

Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. 
🙏🌼🙏
— Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 7.)

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Buscando nos conhecer




Será que sabemos realmente quem somos?


Nós nos preocupamos com essa questão ou acreditamos que ela seja apenas para os filósofos e para os livros de autoajuda?

Essa é uma busca fundamental se desejamos ter uma vida mais feliz, se procuramos nos relacionar melhor, se queremos enfrentar a vida e seus desafios com mais coragem.

É igualmente uma busca desafiadora, uma busca no sentido oposto de todas as que fizemos até hoje, uma vez que sempre fomos na direção do mundo exterior.

Fomos exploradores, desbravadores, conquistadores.

Descobrimos novas terras, novas tecnologias, até novos mundos além do nosso. Nossos pés pisaram na lua, o satélite natural da Terra.

Dispomos de instrumentos que nos propiciam observar astros a milhões de anos-luz da Terra. Tornamo-nos extremamente hábeis em olhar para longe.

E olhar para dentro? Será que lembramos de voltar nossa atenção para dentro de nós mesmos?

Há um universo inexplorado na alma humana, universo que precisamos descobrir e conhecer.

Se teremos que conviver conosco por toda a eternidade, uma vez que o Espírito é imortal, que tal convivermos bem?

Que tal convivermos em paz, sabendo o que vai em nosso íntimo, nossas imperfeições e potencialidades, por exemplo?

Comecemos pela essência de tudo: nossa criação.

Somos obra de uma Inteligência Superior, da maior de todas as inteligências, que também é causa primária de todas as coisas.

Assim, podemos afirmar que temos uma origem divina. Nossa origem é importante, é grandiosa. Carregamos em nós a assinatura de uma Inteligência que regula o Universo através de leis perfeitas.

Não somos pouco, somos muito. Fazemos parte de uma engrenagem gigantesca que nossa compreensão ainda não alcança com profundidade, mas que nosso sentimento percebe e se rende, humildemente.

Como consequência disso há um segundo ponto, tão importante quanto esse: nossa destinação certa à felicidade.

Fomos todos criados simples e ignorantes, isto é, sem nenhum saber. A cada nova existência, Deus nos confere determinada missão, com o fim de nos esclarecer e de nos fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade.

É na conquista dessa perfeição que vamos construindo naturalmente a pura e eterna felicidade.

Tudo que existe no meio desse caminho são mecanismos, experiências, estradas, que nos levam a esse objetivo.

Alguns o alcançamos facilmente, outros, rebeldes, relutamos e permanecemos tempo mais dilatado em sofrimento. Contudo, são sempre escolhas nossas.

Somos obras divinas criadas para a felicidade.

Buscando nos conhecer vamos entendendo como funcionamos internamente, vamos entendendo nossas emoções, nossos sentimentos.

Buscando nos conhecer vamos percebendo nossas tendências boas e más, reforçando as boas e combatendo as que não mais queremos em nossa vida.

Refletindo diariamente sobre quem somos, vamos nos melhorando, tomando decisões sobre nós mesmos e resistindo à atração do mal.

Assim conquistamos o auto amor, construindo paralelamente o amor ao nosso próximo e, como consequência, entendendo mais do amor ao nosso Criador.

É a reforma íntima o caminho que nos leva ao nosso destino certo.
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Redação do Momento Espírita.
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Formatação e pesquisa: MILTER – 23-06-2019  




 



MENSAGEM DO ESE:



Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo



Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?” — Eles lhe responderam: “Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas.” — Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” — Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” — Replicou-lhe Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S. Mateus, cap. XVI, vv. 13 a 17; S. Marcos, cap. VIII, vv. 27 a 30.)

Nesse ínterim, Herodes, o Tetrarca, ouvira falar de tudo o que fazia Jesus e seu espírito se achava em suspenso — porque uns diziam que João Batista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que uns dos antigos profetas ressuscitara. — Disse então Herodes: “Mandei cortar a cabeça a João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão grandes coisas?” E ardia por vê-lo. (S. Marcos, cap. VI, vv. 14 a 16; S. Lucas, cap. IX, vv. 7 a 9.)

(Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogam desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?” — Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: — mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” — Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (S. Mateus, cap. XVII, vv. 10 a 13; — S. Marcos, cap. IX, vv. 11 a 13.)

A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.

A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 1 a 4.)






quarta-feira, 24 de junho de 2020

Exercício de reaproximação: Vaso de cristal


Determinados nós cármicos não se desfazem facilmente... 

Precisamos ter calma, para não apertá-los ainda mais! 

A precipitação pode complicar, a ansiedade, a falta de compreensão. 

Precisamos lidar com certas provas afetivas como se lidássemos com um vaso de cristal... 

Não raro, o problema é complexo e pede mais tempo em sua solução. 

Com bondade no coração, podemos ir sensibilizando os espíritos envolvidos – eles se compadecerão de nós e suavizarão os seus métodos de cobrança, concordando em “parcelar a dívida”. 

Que vamos fazer?

Ninguém muda de uma hora para outra, nem nós e nem os outros. 

Transpor abismos exige a construção de uma ponte... 

Saltar sobre os obstáculos não significa removê-los. 

Então, somente através da generosidade conseguiremos abrir portas que nós mesmos fechamos... 

Às vezes, não conseguimos abraçar, mas podemos sorrir. 

A gente ama também com os olhos...

O zelo é amor, o interesse, a proteção. 

Os corpos nem sempre precisam se tocar. 

Cada qual expressa afeto conforme pode. Um ótimo exercício de reaproximação é começar conversando... 

Mas nada de ficar remoendo o passado!
🌼🌷🌼
Livro: Doutrina Viva
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Francisco Cândido Xavier
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier 




MENSAGEM DO ESE:
A indulgência (II)

Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará de indulgência para convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.

Sustentai os fortes: animai-os à perseverança. Fortalecei os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o menor arrependimento; mostrai a todos o anjo da penitência estendendo suas brancas asas sobre as faltas dos humanos e velando-as assim aos olhares daquele que não pode tolerar o que é impuro. Compreendei todos a misericórdia infinita de vosso Pai e não esqueçais nunca de lhe dizer, pelos pensamentos, mas, sobretudo, pelos atos: “Perdoai as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos hão ofendido.” Compreendei bem o valor destas sublimes palavras, nas quais não somente a letra é admirável, mas principalmente o ensino que ela veste.

Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação.

Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão, o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substitui a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. Pregai, exemplificando, essa caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou; pregai-a, como ele o fez durante todo o tempo em que esteve na Terra, visível aos olhos corporais e como ainda a prega incessantemente, desde que se tornou visível tão-somente aos olhos do Espírito. Segui esse modelo divino; caminhai em suas pegadas; elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o repouso após a luta. Como ele, carregai todos vós as vossas cruzes e subi penosamente, mas com coragem, o vosso calvário, em cujo cimo está a glorificação.
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 — João, bispo de Bordéus. (1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 17.)