terça-feira, 24 de novembro de 2020

Pensa adiante



Não te aflijam as horas de crise. Trabalha e espera.

Quando a tempestade ruge nos céus, medita no ar puro que se fará depois.

Se a chuva enlameia as estradas, considera a colheita que surgirá no campo.

Diante da noite carregada de sombras, pensa no amanhecer.

Não te revoltes, diante do sofrimento. Além dele, conhecerás a alegria que a Providência de Deus te revelará.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE: 

O consolador prometido

Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: — O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. — Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)

Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir.” O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.
Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, itens 3 e 4.)

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TRANQUILIDADE



“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz.” – Jesus. (João, 16:33.)


A palavra do Cristo está sempre fundamentada no espírito de serviço, a fim de que os discípulos não se enganem no capítulo da tranquilidade.


De maneira geral, os aprendizes do Evangelho aguardam a paz, onde a calma reinante nada significa além de estacionamento por vezes delituoso. No conceito da maioria, a segurança reside em garantia financeira, em relações prestigiosas no mundo, em salários astronômicos. Isso, no entanto, é secundário. Tempestades da noite costumam sanear a atmosfera do dia, angústias da morte renovam a visão falsa da experiência terrestre.


Vale mais permanecer em dia com a luta que guardar-se alguém no descanso provisório e encontrá-la, amanhã, com a dolorosa surpresa de quem vive defrontado por fantasmas.


A Terra é escola de trabalho incessante.


Obstáculos e sofrimentos são orientadores da criatura.


É indispensável, portanto, renovar-se a concepção da paz, na mente do homem, para ajustá-lo à missão que foi chamado a cumprir na obra divina, em favor de si mesmo.


Conservar a paz, em Cristo, não é deter a paz do mundo. É encontrar o tesouro eterno de bênçãos nas obrigações de cada dia. Não é fugir ao serviço; é aceitá-lo onde, como e quando determine a vontade dAquele que prossegue em ação redentora, junto de nós, em toda a Terra.


Muitos homens costumam buscar a tranquilidade dos cadáveres, mas o discípulo fiel sabe que possui deveres a cumprir em todos os instantes da existência. Alcançando semelhante zona de compreensão, conhece o segredo da paz em Jesus, com o máximo de lutas na Terra. Para ele continuam batalhas, atritos, trabalho e testemunhos no Planeta, entretanto, nenhuma situação externa lhe modifica a serenidade interior, porque atingiu o luminoso caminho da tranquilidade fundamental.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Paz e Amor




 Onde encontres a discórdia, considera que o Senhor te convidou para a sementeira da paz.

 Se o ódio aparece onde estejas, lembra-te de que o Céu te chamou para o cultivo do amor.

 Criatura humana, entre criaturas humanas, não fales, porém, de paz e amor qual se já residisses no Plano dos anjos.

 Para cumprir a tarefa que te cabe, é necessário consigas atingir o coração dos semelhantes. E se acenderes a luz da humildade no óleo da paciência, Deus te mostrará o caminho.
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Emmanuel
Chico Xavier 
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MENSAGEM DO ESE:

A indulgência (II)


Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará de indulgência para convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.


Sustentai os fortes: animai-os à perseverança. Fortalecei os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o menor arrependimento; mostrai a todos o anjo da penitência estendendo suas brancas asas sobre as faltas dos humanos e velando-as assim aos olhares daquele que não pode tolerar o que é impuro. Compreendei todos a misericórdia infinita de vosso Pai e não esqueçais nunca de lhe dizer, pelos pensamentos, mas, sobretudo, pelos atos: “Perdoai as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos hão ofendido.” Compreendei bem o valor destas sublimes palavras, nas quais não somente a letra é admirável, mas principalmente o ensino que ela veste.


Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação.


Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão, o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substitui a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. Pregai, exemplificando, essa caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou; pregai-a, como ele o fez durante todo o tempo em que esteve na Terra, visível aos olhos corporais e como ainda a prega incessantemente, desde que se tornou visível tão-somente aos olhos do Espírito. Segui esse modelo divino; caminhai em suas pegadas; elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o repouso após a luta. Como ele, carregai todos vós as vossas cruzes e subi penosamente, mas com coragem, o vosso calvário, em cujo cimo está a glorificação.
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— João, bispo de Bordéus. (1862.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 17.)

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POR QUE DESDENHAS?


“Examinai tudo. Retende o bem.” – Paulo. (I Tessalonicenses, 5:21.)


O cristão não deve perder o bom ânimo, por mais inquietantes se apresentem as perplexidades do caminho, não somente no que diz respeito à dor, mas também no que se reporta a costumes, acontecimentos, mudanças, perturbações…


Há companheiros excessivamente preocupados com a extensão dos erros alheios, sem se precatarem contra as próprias faltas. Assinalam casas suspeitas, fogem ao movimento social, malsinam fatos ou reprovam pessoas, antes de qualquer exame sério das situações. E nesse complexo emocional que os distancia da realidade, dilatam desentendimentos com pretensas atitudes de salvadores improvisados, que apenas acentuam a esterilidade do fanatismo.


Longe de prestarem benefícios reais, constituem material neutralizante do movimento renovador.


O Evangelho do Cristo, contudo, não instituiu cubículos de isolamento; procura estabelecer, aliás, fontes de Vida Abundante, em toda parte.


Examinar com imparcialidade é buscar esclarecimento.


Por que a condenação apressada ou a crítica destrutiva? Quando Paulo dirigiu a célebre recomendação aos tessalonicenses não se reportava apenas a livros e ciências da Terra. Referia-se a tudo, incluindo os próprios impulsos da opinião popular, com alusão aos fenômenos máximos e mínimos do caminho vulgar.


Em todas as ocorrências dos povos e das personalidades, em todos os fatos e realizações humanas, o aprendiz fiel da Boa Nova deve analisar tudo e reter o bem.


Por que te afastares do trabalho e da luta em comum? Por que desencorajar os que cooperam na lide purificadora com o teu impensado desdém? Se te sentes unido ao Cristo, lembra-te de que o Senhor a ninguém abandona, nem mesmo os seres aparentemente venenosos do chão.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier) 

domingo, 22 de novembro de 2020

Aguarda o tempo


 Aconteceu talvez o que não esperavas.

 O lado contra te ironiza.

 O sentimento ferido te aborrece.

 Entretanto, reflete nas bênçãos que a Divina Providência já te concedeu e procura sorrir.

 Não te indisponhas com ninguém. Continua trabalhando e servindo em paz.

 Aguarda o tempo, na certeza de que pelas circunstâncias da vida, nas páginas do tempo, é que se manifesta, mais claramente, a voz de Deus.
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Emmanuel
 Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE: 

Ação da prece. Transmissão do pensamento (II)

Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, nº 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.

Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.
Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós do mau pensamento que nos pode causar dano; eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não subjugar a vontade. O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não. Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. É isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: “Pedi e obtereis.”

Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 12.)

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CONTRISTAÇÃO



“Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus.” – Paulo. (II Coríntios, 7:9.)


Quanta vez se agitam famílias, agrupamentos ou coletividades para que a tormenta lhes não alcance o ambiente comum? quantas vezes a criatura contempla o céu, em súplica, para que a dor lhe não visite a senda ou para que a adversidade fuja, ao encalço de outros rumos? Entretanto, a realidade chega sempre, inevitável e inflexível.


No turbilhão de sombras da contristação, o homem, não raro, se sente vencido e abandonado.


Todavia, o que parece infortúnio ou derrota pode representar providências salvadoras do Todo-Compassivo.


Em muitas ocasiões, quando as criaturas terrestres choram, seus amigos da Esfera Superior se alegram, à maneira dos pomicultores que descansam, tranquilos, depois do campo bem podado.


Lágrimas, nos lares da carne, frequentemente expressam júbilos de lares celestiais. Os orientadores divinos, porém, não folgam porque os seus tutelados sejam detentores de padecimentos, mas justamente porque semelhante situação indica possibilidades renovadoras no trabalho de aperfeiçoamento.


Todo campo deve conhecer o tempo de ceifa ou de limpeza necessárias.


Quando estiverdes contristados, à face de faltas que cometestes impensadamente, é razoável sofrais a passagem das nuvens pesadas e negras que amontoastes sobre o coração; contudo, quando a prova e a luta vos surpreenderem a casa ou o espírito, em circunstâncias que independem de vossa vontade, então é chegada a hora da contristação segundo Deus, a qual vos eleva espiritualmente e que, por isso mesmo, provoca a alegria dos anjos que velam por vós.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)

sábado, 21 de novembro de 2020

Destino Espiritual



A vida de cada pessoa é como um rio correndo para Deus.

No mundo encontrarás quem te fira com os calhaus da ingratidão.

Outros tentarão turvar as águas dos teus pensamentos, lançando idéias poluentes.

Por vezes, as dificuldades te apertarão o leito da existência, fazendo surgir as ondas da insegurança.

De outras vezes, depararás com as pedras do desânimo, tentando barrar-te o curso.

Em todas as situações, porém, continua seguindo, animado pela correnteza da confiança.

Tudo passará e nenhum obstáculo conseguirá impedir que deságües no oceano do amor total, onde encontrarás a razão do teu destino espiritual.
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Scheilla
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MENSAGEM DO ESE:

O suicídio e a loucura (III)


O Espiritismo ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo e talvez mais decisivo. Apresenta-nos os próprios suicidas a informar-nos da situação desgraçada em que se encontram e a provar que ninguém viola impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua vida. Entre os suicidas, alguns há cujos sofrimentos, nem por serem temporários e não eternos, não são menos terríveis e de natureza a fazer refletir os que porventura pensam em daqui sair, antes que Deus o haja ordenado. O espírita tem, assim, vários motivos a contrapor à idéia do suicídio: a certeza de uma vida futura, em que, sabe-o ele, será tanto mais ditoso, quanto mais inditoso e resignado haja sido na Terra: a certeza de que, abreviando seus dias, chega, precisamente, a resultado oposto ao que esperava; que se liberta de um mal, para incorrer num mal pior, mais longo e mais terrível; que se engana, imaginando que, com o matar-se, vai mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo a que no outro mundo ele se reúna aos que foram objeto de suas afeições e aos quais esperava encontrar; donde a conseqüência de que o suicídio, só lhe trazendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso mesmo, considerável já é o número dos que têm sido, pelo Espiritismo, obstados de suicidar-se, podendo daí concluir-se que, quando todos os homens forem espiritas, deixará de haver suicídios conscientes. Comparando-se, então, os resultados que as doutrinas materialistas produzem com os que decorrem da Doutrina Espírita, somente do ponto de vista do suicídio, forçoso será reconhecer que, enquanto a lógica das primeiras a ele conduz, a da outra o evita, fato que a experiência confirma.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 17.)

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Na grande transição




Reunião pública de 11 de Setembro de 1959

Questão n.° 155 de “O Livro dos Espíritos”


Por muitas sejam as tuas dores, repara o mundo em que a Divina Bondade te situa a existência e deixa que a vida te renove a esperança.

 Tudo é serviço por toda parte.

 Apesar dos profetas do pessimismo, bulcões ameaçadores transformam-se, na hora da tempestade, em lagos volantes, acalentando a gleba sedenta; fontes de longo curso atravessam as garras pontiagudas da rocha, convertendo-se em padrão de pureza; pântanos drenados deitam messes de reconforto e árvores podadas multiplicam a produção.

 Todas as energias que sustentam a Terra esquecem todo o mal, buscando todo o bem.

 Dir-se-ia que o próprio Senhor criou a noite como exaustor das inquietações do dia, para que o homem, cada manhã, consiga reaprender e recomeçar.

 Colocado, assim, no trono da razão, ante os elementos inferiores que te servem, humildes, olvida a sombra para que a luz te favoreça.

 Ouve a própria consciência, seja qual for a ideia religiosa a que te filias, e perceberás que nasceste para realizar o melhor.

 E quem realiza o melhor desconhece o que exprima ofensa ou descaridade, porque a ofensa é espinho da ignorância e a descaridade é chaga da delinquência, que somente a educação e o remédio conseguirão liquidar.

 Tudo aquilo que desfrutas é depósito santo.

 Dotes de espírito e afeições preciosas, autoridade e influência, títulos e haveres são talentos emprestados que devolverás na hora prevista.

 Desse modo, ainda mesmo que a maioria te escarneça o propósito de bem fazer, perdoa sempre e faze o bem que possas.

 O tempo que te traz hoje a oportunidade presente será amanhã o portador do minuto necessário à grande transição que a morte impõe sempre a justos e injustos… E, na grande transição, o bem que houveres feito, muita vez superando sacrifícios e trevas, ser-te-á o orvalho fecundante depois da nuvem, a água pura acrisolada na pedra, o ramo virente a destacar-se do lodo e o fruto opimo a pender do tronco dilacerado.

 Segue, pois, ao clarão do bem, para que o crepúsculo das forças físicas te descerre a senda estrelada.

Não digas que tens o lar à feição de penitenciária, que te falta a compreensão alheia, que não dispões de recursos para ajudar ou que sofres inibições invencíveis.

 Recorda que, certo dia, um anjo transfigurado em homem subiu agressivo monte, sentenciado à morte sem culpa, mas, em razão de haver aceitado a cruz, por amor de todos, embora desolado e sozinho, clareou para sempre a rota do mundo inteiro.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

Os órfãos

Meus irmãos, amai os órfãos. Se soubésseis quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-lhes de pais. Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício! Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada, porque compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que muitas vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever. Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade: não, porém, a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão em que cai, pois freqüentemente bem amargos são os vossos óbolos! Quantas vezes seriam eles recusados, se na choupana a enfermidade e a miséria não os estivessem esperando! Dai delicadamente, juntai ao benefício que fizerdes o mais precioso de todos os benefícios: o de uma boa palavra, de uma carícia, de um sorriso amistoso. Evitai esse ar de proteção, que eqüivale a revolver a lâmina no coração que sangra e considerai que, fazendo o bem, trabalhais por vós mesmos e pelos vossos.

— Um Espírito familiar. (Paris, 1860.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 18.)

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A VELHICE DE UM CÃO



Seu cachorrinho já lhe terá proporcionado muitas alegrias.


Cuide para que ele tenha um final de vida feliz.


Sempre que for possível, deixe que ele permaneça ao seu lado, pois este será, realmente, um dos poucos prazeres que lhe restarão na velhice. A grande despedida está próxima, e ele por instinto sabe disto.


É natural que deseje a companhia daquele que aprendeu a amar e respeitar durante sua vida. Não o abandone agora. Ele já não será aquele animal bonito de antes. Seu pêlo começa a cair, seu caminhar perdeu a elegância e sua cabeça penderá cansada, sobre suas patas. Somente seu olhar acompanhará os passos do seu dono. Lembre-se que, dentro do peito, ele ainda possui aquele coração que vibrará com o som da voz do seu mestre.


E, chegando o fim, não se envergonhe: chore. Você acaba de perder o mais dedicado dos amigos... o cão.
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Livro: O Weimaraner
Marisa de C. L. Corrêa, Eduardo Victor Costa
Editora Nobel

Blog betemensagemdodia.blogspot.com

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Perto de nós



Ama o lugar em que a Divina Providência te situa.

Distribui simpatia e bondade para com todos aqueles que te desfrutam a convivência.

Aproveita as tuas oportunidades de trabalho.

Na Terra, chega sempre um instante no qual reconhecemos que os afetos mais queridos e as situações mais valiosas estiveram sempre perto de nós.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

Beneficência exclusiva

É acertada a beneficência, quando praticada exclusivamente entre pessoas da mesma opinião, da mesma crença, ou do mesmo partido?


Não, porquanto precisamente o espírito de seita e de partido é que precisa ser abolido, visto que são irmãos todos os homens. O verdadeiro cristão vê somente irmãos em seus semelhantes e não procura saber, antes de socorrer o necessitado, qual a sua crença, ou a sua opinião, seja sobre o que for. Obedeceria o cristão, porventura, ao preceito de Jesus-Cristo, segundo o qual devemos amar os nossos inimigos, se repelisse o desgraçado, por professar uma crença diferente da sua? Socorra-o, portanto, sem lhe pedir contas à consciência, pois, se for um inimigo da religião, esse será o meio de conseguir que ele a ame; repelindo-o, faria que a odiasse. 

— S. Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 20.)

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A parte que nos cabe


Quando Jesus nos orientou sobre a ideia de que nossa mão direita não deve saber o que faz a esquerda, pretendia nos ensinar que não deveríamos fazer publicidade do bem que praticamos.


Afinal, quando fazemos algo de bom a motivação por tal atitude não deve ser o orgulho ou o desejo de que sejamos notados ou reconhecidos publicamente por isso.


Essa prática deve ser estimulada pela consciência de que podemos e devemos fazer algo pelos outros.


Mas o que fazer?


Muitas pessoas lamentam não poder fazer todo o bem que desejariam por falta de recursos materiais.


Porém, há muito a ser feito, que dispensa a aplicação de grande soma de recursos financeiros.


Se não temos disponibilidade econômica para auxiliar os menos favorecidos na vida, quem sabe podemos doar nosso tempo em prol deles.


Embora não haja muita divulgação na mídia a respeito, sabemos que existem muitos grupos organizados desenvolvendo diversos trabalhos voluntários.


Há grupos de senhoras que semanalmente costuram retalhos que arrecadam para fazer cobertores para famílias carentes.


Há os que ensinam o que sabem para quem não teve as mesmas oportunidades, desenvolvendo potenciais adormecidos, descortinando-lhes novos horizontes.


Isso é promoção humana.


Grupos de voluntários se dispõem a ensinar informática em núcleos carentes a fim de iniciar em tais conhecimentos pessoas que jamais teriam acesso a esses recursos pelos meios usuais.


Há professores de música formando corais e dando as primeiras noções sobre essa arte, para crianças que vivem em favelas, em situações de miséria.


Há profissionais da saúde que se organizam e oferecem seu tempo, atendendo gratuitamente em consultórios comunitários, instalados em bairros de extrema pobreza.


Há ainda, aqueles que assumem auxiliar uma criança, ou uma família, oferecendo-lhes o apoio que lhes seja possível.


Existem inúmeros bons samaritanos anônimos, espalhados pelo mundo.


São pessoas que oferecem aos irmãos que sofrem, não apenas bens materiais, mas coisas muito mais valiosas: tempo e dedicação.


Se realmente desejamos construir um mundo melhor, façamos a nossa parte.


Há muito a ser feito. Tantos são os que sofrem.


Idosos aguardam por anos a fio, em asilos, a visita de alguém que se disponha a ouvi-los.


Crianças necessitam da orientação segura de alguém que possa ensiná-las e guiá-las por meio de exemplos nobres e dignos.


Muitas são as pessoas que não tiveram chances de aprender um ofício ou mesmo a ler e a escrever, esperando por uma oportunidade nesse sentido.
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Temos em nossas mãos talentos e recursos corroídos pela ociosidade e pelo egoísmo.
Quantas horas passamos diante da TV sem nada fazer?
Quantos finais de semana passamos dentro de carros, de um lado para o outro, sem irmos efetivamente a lugar algum?
Quanta vida passamos sem que façamos nada de útil e proveitoso?
Não há motivo, nem sentido, retardar nossa ação efetiva no bem.
Façamos, a partir de agora, a nossa parte, seja ela qual for.
Pensemos nisso.
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Redação do Momento Espírita.
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Formatação e pesquisa: MILTER - 17-11-2019

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A resposta da árvore



Certo pomicultor surpreendeu-se lamentando ao pé de grande laranjeira:

— E meus prejuízos? Meu dinheiro?!… Como recuperá-lo? Quem fará isso por mim?

 Assombrado, notou que a árvore lhe respondeu:

— Até hoje, meu senhor, nunca soube quem me apanhou os frutos e me talou as flores, quem me decepou os ramos e levou para longe as minhas essências, mas sei que Alguém me renova todas as forças, auxiliando-me a produzir.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

A cólera

O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? — Entregais-vos à cólera.


Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar.


Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade.


Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida!


Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se pela dominar. O espírita, ao demais, é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. — Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 9.)

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FALTA DE FÉ



Acolhei o fraco na fé sem querer discutir suas opiniões.
— Paulo - Romanos, 14:1


Não se deve julgar a criatura sem fé pelo padrão moral daquela que a possui, como não se pode considerar o enfermo à maneira de alguém que se encontre sem saúde porque assim o deseje. E assim como não se extingue a doença com pancadas e sim à custa de amparo e remédio, não se remove a descrença a preço de controvérsia e sim pelo concurso do amor e da educação.


Existem motivações diversas para a incredulidade, tanto quanto existem causas variadas para a moléstia.


Em toda parte onde se alinham seres humanos, encontramos aqueles irmãos que ainda se privam de mais amplo entendimento, no domínio das questões essencialmente espirituais:


- os que da infância à madureza tão somente estiveram no clima da mais profunda ignorância acerca dos assuntos da alma;


- os que se enredaram na inquietação, em face de compromissos inconfessáveis, e temem o contato com as realidades do Espírito;


- os que se apegam a preconceitos estéreis e fogem de incrementar no próprio ser o conhecimento da Vida Superior;


- os que sofrem processos obsessivos, temporariamente incapacitados para raciocinar com segurança em torno da orientação pessoal;


- os que caíram em extrema revolta ante as lides expiatórias que eles mesmos fizeram por merecer.


Quando te vejas defrontado pelos companheiros sem fé ou portadores de confiança ainda muito frágil, compadece-te deles e auxilia-os, quanto possas. Segundo a solicitação do apóstolo Paulo, saibamos acolhê-los ao calor da bondade, nunca ao fogo da discussão.
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Livro: O Evangelho por Emmanuel – Comentários às Cartas de Paulo
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel,
coordenação de Saulo Cesar Ribeiro da Silva