quarta-feira, 23 de outubro de 2019

ESPÍRITA DE FATO



"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações." - "O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Cap. XVII, item 4.

O espírita consciente de sua responsabilidade é aquele que, mesmo ainda não sendo o que precisa, esforça-se para ser, a cada dia, melhor do que na véspera...

É aquele que estuda a Doutrina, empenhando-se na sua divulgação, a partir do próprio exemplo na vivência dos seus postulados libertadores...

É aquele que, compreensivelmente, embora vacile em seus propósitos de renovação, não desiste de servir, combatendo sem tréguas as suas inclinações de ordem inferior...

É aquele que não se coloca apenas na condição de beneficiário dos princípios que abraça, mas esmera-se, dentro de suas limitações, no sentido de ser útil aos semelhantes...

Espírita de fato é aquele que, assimilando o espírito da Doutrina, jamais se afasta da simplicidade com que ela pretende reviver o Evangelho para o mundo...

É aquele que foge ao personalismo, à crítica sistemática, ao preconceito de qualquer espécie, ao melindre e a polêmicas infindáveis...

É aquele que compreende a finalidade da existência terrestre e não menospreza o valor dos minutos, adiando os seus anseios de redenção...

É aquele que coopera nas tarefas da casa espírita, sem nenhum desejo de promoção pessoal, pugnando pela união e pela fraternidade entre os companheiros de Ideal...

É aquele que confia na intervenção da Espiritualidade Superior, mas não se omite no suor que carece verter na edificação do Mundo Melhor...

Espírita verdadeiro é, enfim, aquele que dá início ao seu processo de renovação íntima, sem desanimar de si mesmo e sem exigir dos outros a conduta irrepreensível que ele ainda não possui!..."
*******************************
Pedi e Obtereis - Irmão José 





MENSAGEM DO ESE:

Os Bons Espíritas

4 – O Espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, conduz forçosamente aos resultados acima, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o verdadeiro cristão, pois um e outro são a mesma coisa. O Espiritismo não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo, ao dar uma fé sólida e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.

Muitos, porém, dos que crêem na realidade das manifestações, não compreendem as suas conseqüências nem o seu alcance moral, ou, se os compreendem, não os aplicam a si mesmos. Por que acontece isso? Será por uma falta de precisão da doutrina? Não, porque ela não contém alegorias, nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza é a sua própria essência, e é isso que lhe dá força, para que atinja, diretamente a inteligência. Nada tem de mistérios, e seus iniciados não possuem nenhum segredo que seja oculto ao povo.

Seria necessária, então, para compreendê-la, uma inteligência fora do comum? Não, pois vêem-se homens de notória capacidade, que não a compreendem, enquanto inteligências vulgares, até mesmo de jovens que mal saíram da adolescência, apreendem com admirável justeza as suas mais delicadas nuanças. Isso acontece porque a parte, de qualquer maneira, material da ciência, não requer mais do que os olhos para ser observada, enquanto a parte essencial exige um certo grau de sensibilidade, que podemos chamar de maturidade do senso moral, maturidade essa independente da idade e o grau de instrução, porque é inerente ao desenvolvimento, num sentido especial, do espírito encarnado.

Em algumas pessoas, os laços materiais são ainda muito fortes, para que o espírito se desprenda das coisas terrenas. O nevoeiro que as envolve impede-lhes a visão do infinito. Eis por que não conseguem romper facilmente com os seus gostos e os seus hábitos, não compreendendo que possa haver nada melhor do que aquilo que possuem. A crença nos Espíritos é para elas um simples fato, que não modifica pouco ou nada as suas tendências instintivas. Numa palavra, não vêem mais do que um raio de luz, insuficiente para orientá-las e dar-lhes uma aspiração profunda, capaz de modificar-lhes as tendências. Apegam-se mais aos fenômenos do que à moral, que lhes parece banal e monótona. Pedem aos Espíritos que incessantemente as iniciem em novos mistérios, sem indagarem se tornaram dignas de penetrar os segredos do Criador. São, afinal, os espíritas imperfeitos, alguns dos quais estacionam no caminho ou se distanciam dos seus irmãos de crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou porque preferem a companhia dos que participam das suas fraquezas ou das suas prevenções. Não obstante, a simples aceitação da doutrina em princípio é um primeiro passo, que lhes facilitará o segundo, numa outra existência.

Aquele que podemos,com razão, qualificar de verdadeiro e sincero espírita, encontra-se num grau superior de adiantamento moral. O Espírito já domina mais completamente a matéria e lhe dá uma percepção mais clara do futuro; os princípios da doutrina fazem vibrar-lhe as fibras, que nos outros permanecem mudas; numa palavra: foi tocado no coração, e por isso a sua fé é inabalável. Um é como o músico que se comove com os acordes; o outro, apenas ouve os sons. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. Enquanto um se compraz no seu horizonte limitado, o outro, que compreende a existência de alguma coisa melhor, esforça-se para se libertar, e sempre o consegue, quando dispõe de uma vontade firme.
********************************
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

terça-feira, 22 de outubro de 2019

O Som




“Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” – Paulo. (I Coríntios, 14:8.)

Ninguém julgue sejam necessários grandes cataclismos para que se efetue a modificação de planos da criatura.

O homem pode mudar-se de esfera, sem alarido cósmico, e as zonas superiores e inferiores representam graus de vida, na escala do Infinito.

Elevação e queda, diante da própria consciência, constituem impulso para cima ou para baixo, no campo ilimitado de manifestações do espírito imperecível.

Toda modificação para melhor reclama luta, tanto quanto qualquer ascensão exige esforço.

É imprescindível a preparação de cada um para a subida espiritual.

É natural, portanto, que os vanguardeiros sejam porta-vozes a todos aqueles que acompanham o trabalho de melhoria, aglomerados em multidão.

Eis por que, personificando no discípulo do Evangelho a trombeta viva do Cristo, dele devemos esperar avisos seguros.

Em quase todos os lugares observamos os instrumentos de sons incertos que dão notícia do serviço a fazer, mas não revelam caminhos justos.

Na maioria dos núcleos do Cristianismo renascente, deparam-se-nos trabalhadores altamente dotados de luz espiritual, que duvidam de si mesmos, companheiros valiosos cuja fé somente vibra em descontínuas fulgurações.

É necessário compreender, porém, que o som incerto não atende ao roteiro exato. Serve para despertar, mas não fornece orientação.

Os aprendizes da Boa Nova constituem a instrumentalidade do Senhor. Sabemos que, coletivamente, permanecem todos empenhados em servi-lo, entretanto, ninguém olvide a necessidade de afinar a trombeta dos sentimentos e pensamentos pelo diapasão do Divino Mestre, para que a interferência individual não se faça nota dissonante no sublime concerto do serviço redentor.
*********************************
EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)




MENSAGEM DO ESE:
Bem e mal sofrer

Quando o Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence”, não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta.

Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.

O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: “Fui o mais forte.”

Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. 
**********************
— Lacordaire. (Havre, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 18.)



segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Música



"Assisti a uma conferência sobre as artes, especialmente, a música, e entendi a influência que pode causar no espírito das pessoas. 

A música é meio de comunicação e bem poderoso meio.

 Ela penetra o íntimo com suas vibrações encadeadas, dando o sentido exato do impulso que originou a seqüência das notas e proporcionando o recebimento da mensagem de forma mais objetiva do que se lêssemos uma comunicação escrita. 

Esta teria de ser entendida pela mente, ao passo que o som, sendo vibração, passa por toda parte do nosso corpo e vai direto aos centros que deve alcançar. 

É o recado direto.

 Daí o fato de nos precavermos, apreciando somente as composições que nos transmitem sentimentos condizentes com o nosso desejo de evolução."
***************************
FONTE: O MUNDO QUE ENCONTREI, Luiz Sergio, p. 17





MENSAGEM DO DIA:

Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra

Aprendestes que foi dito: olho por olho e dente por dente. — Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer; que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra; — e que se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhes entregueis o manto; — e que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil. — Dai àquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado. (S. MATEUS, cap. V, vv. 38 a 42.)

Os preconceitos do mundo sobre o que se convencionou chamar “ponto de honra” produzem essa suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir uma injúria com outra injúria, uma ofensa com outra, o que é tido como justiça por aquele cujo senso moral não se acha acima do nível das paixões terrenas. Por isso é que a lei mosaica prescrevia: olho por olho, dente por dente, de harmonia com a época em que Moisés vivia. Veio o Cristo e disse: Retribui o mal com o bem. E disse ainda: “Não resistais ao mal que vos queiram fazer; se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe a outra.” Ao orgulhoso este ensino parecerá uma covardia, porquanto ele não compreende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em tomar uma vingança, e não compreende, porque sua visão não pode ultrapassar o presente.

Dever-se-á, entretanto, tomar ao pé da letra aquele preceito? Tampouco quanto o outro que manda se arranque o olho, quando for causa de escândalo. Levado o ensino às suas últimas conseqüências, importaria ele em condenar toda repressão, mesmo legal, e deixar livre o campo aos maus, isentando-os de todo e qualquer motivo de temor. Se se lhes não pusesse um freio as agressões, bem depressa todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma lei da Natureza, obsta a que alguém estenda o pescoço ao assassino. Enunciando, pois, aquela máxima, não pretendeu Jesus interdizer toda defesa, mas condenar a vingança. Dizendo que apresentemos a outra face àquele que nos haja batido numa, disse, sob outra forma, que não se deve pagar o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que seja de molde a lhe abater o orgulho; que maior glória lhe advém de ser ofendido do que de ofender, de suportar pacientemente uma injustiça do que de praticar alguma; que mais vale ser enganado do que enganador, arruinado do que arruinar os outros. É, ao mesmo tempo, a condenação do duelo, que não passa de uma manifestação de orgulho. Somente a fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa impune o mal, pode dar ao homem forças para suportar com paciência os golpes que lhe sejam desferidos nos interesses e no amor-próprio. Daí vem o repetirmos incessantemente: Lançai para diante o olhar; quanto mais vos elevardes pelo pensamento, acima da vida material, tanto menos vos magoarão as coisas da Terra.
******************************
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, itens 7 e 8.)




domingo, 20 de outubro de 2019

DENTRO DE CASA




É provável, sem dúvida, que contes com inúmeros problemas dentro de casa, sem que consigas solucioná-los.

Leva, porém, em consideração que, muitas vezes, o não-agravamento dessa ou daquela delicada situação familiar representa o auxílio efetivo com que esperas a intercessão do Mais Além.

Assim, sob a alegação de que faceias dificuldades domésticas em demasia, não te eximas ao cumprimento do dever a que a caridade te chama fora do lar.

O que providencias em favor dos mais carentes é o que, em essência, reivindicas para ti.

O Céu te socorre através do próprio socorro que fazes chegar aos semelhantes.

O que consegues em benefício dos filhos alheios, outros pais haverão de conseguir em benefício de teus filhos.

Ante os tribunais da Divina Justiça, a caridade é pedido que se protocola com prioridade de favorável resposta.

Não te agastes, nem te aborreças, em teus transitórios insucessos junto aos que mais amas.

Do que semeias nos campos da Vida, mais cedo ou mais tarde os celeiros de teu lar se fartarão!
**************************************
 Irmão José  
Carlos Baccelli
Obra: Lições da vida 




MENSAGEM DO ESE:

Os Laços de Família são Fortalecidos pela Reencarnação e Rompidos pela Unicidade da Existência


18 – Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas. Pelo contrário, são fortalecidos e reapertados. O princípio oposto é que os destrói.

Os Espíritos formam, no espaço, grupos ou famílias, unidos pela afeição, pela simpatia e a semelhança de inclinações. Esses Espíritos, felizes de estarem juntos, procuram-se. A encarnação só os separa momentaneamente, pois que, uma vez retornando a erraticidade, eles se reencontram, como amigos na volta de uma viagem. Muitas vezes eles seguem juntos na encarnação, reunindo-se numa mesma família ou num mesmo círculo, e trabalham juntos para o seu progresso comum. Se uns estão encarnados e outros não, continuarão unidos pelo pensamento. Os que estão livres velam pelos que estão cativos, os mais adiantados procurando fazer progredir os retardatários. Após cada existência terão dado mais um passo na senda da perfeição.

Cada vez menos apegados à matéria, seu afeto é mais vivo, por isso mesmo que mais purificado, não perturbado pelo egoísmo nem obscurecido pelas paixões. Assim, eles poderiam percorrer um número ilimitado de existências corporais, sem que nenhum acidente perturbe sua afeição comum.

Estenda-se bem que se trata aqui da verdadeira afeição espiritual, de alma para alma, a única que sobrevive à destruição do corpo, pois os seres que se unem na Terra apenas pelos sentidos, não têm nenhum motivo para se preocuparem no mundo dos Espíritos. Só são duráveis as afeições espirituais. As afeições carnais extinguem-se com a causa que as provocou; ora, essa causa deixa de existir no mundo dos Espíritos, enquanto a alma sempre existe. Quanto às pessoas que se unem somente por interesse, nada são realmente uma para outra: a morte as separa na Terra e no Céu.

19 – A união e a afeição entre parentes indicam a simpatia anterior que as aproximou. Por isso, diz-se de uma pessoa cujo caráter, cujos gostos e inclinações nada têm de comum com os dos parentes, que ela não pertence à família. Dizendo isso, enuncia-se uma verdade maior do que se pensa. Deus permite essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos nas famílias, com a dupla finalidade de servirem de provas para uns e de meio de progresso para outros. Os maus, se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e pelas atenções que deles recebem, seu caráter se abranda, seus costumes se depuram, as antipatias desaparecem. É assim que se produz a fusão das diversas categorias de Espíritos, como se faz na Terra entre a raças e os povos.

20 – O medo do aumento indefinido da parentela, em conseqüência da reencarnação, é um medo egoísta, provando que não se possui uma capacidade de amor suficientemente ampla, para abranger um grande número de pessoas. Um pai que tem numerosos filhos, por acaso os amaria menos do que se tivesse apenas um? Mas que os egoístas se tranqüilizem, pois esse medo não tem fundamento. Do fato de ter um homem dez encarnações, não se segue que tenha de encontrar no mundo dos Espíritos dez mães, dez esposas e um número proporcional de filhos e de novos parentes. Ele sempre encontrará os mesmos que foram objetos de sua afeição,que lhe estiveram ligados na Terra por diversas maneiras, e talvez pelas mesmas maneiras.

 ,21 – Vejamos agora as conseqüências da doutrina anti-reencarnacionista. Essa doutrina exclui necessariamente a preexistência da alma, e as almas sendo criadas ao mesmo tempo em que os corpos, não existe entre elas nenhuma ligação anterior. São, pois, completamente estranhas umas às outras. O pai é estranho para o filho, e a união das famílias fica assim reduzida unicamente à filiação corporal, sem nenhuma ligação espiritual. Não haverá portanto nenhum motivo de vanglória por se ter entre os antepassados algumas personagens ilustres. Com a reencarnação, antepassados e descendentes podem ser conhecidos, ter vivido juntos, podem se ter amado, e mais tarde se reunirem de novo para estreitar os seus laços de simpatia.

22 – Isso no tocante ao passado. Quanto ao futuro, segundo os dogmas fundamentais que decorrem do princípio anti-reencarnacionista, a sorte das almas está irrevogavelmente fixada após uma única existência. Essa fixação definitiva da sorte implica a negação de todo o progresso, pois se há algum progresso, não pode haver fixação definitiva da sorte. Segundo tenham elas bem ou mal vivido,vão imediatamente para a morada dos bem-aventurados ou para o inferno eterno. Ficam assim imediatamente separadas para sempre, sem esperanças de jamais se reunirem, de tal maneira que pais, mães e filhos, maridos e esposas, irmãos e amigos, não têm nunca a certeza de se reverem: é a mais absoluta ruptura dos laços de família.

Com a reencarnação, e o progresso que lhe é conseqüente, todos os que se amam se encontram na terra e no espaço, e juntos gravitam para Deus. Se há os que fracassam no caminho, retardam o seu adiantamento e a sua felicidade. Mas nem por isso as esperanças estão perdidas. Ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, sairão um dia do atoleiro em que caíram. Com a reencarnação, enfim, há perpétua solidariedade entre os encarnados e os desencarnados, do que resulta o estreitamento dos laços de afeição.

23. Em resumo, quatro alternativas se apresentam ao homem, para o seu futuro de além-túmulo: 
1º) o nada, segundo a doutrina materialista; 
2º) a absorção no todo universal, segundo a doutrina panteísta; 
3º) a conservação da individualidade, com fixação definitiva da sorte, segundo a doutrina da Igreja;
 4º) a conservação da individualidade, com o progresso infinito, segundo a doutrina espírita. 

De acordo com as duas primeiras, os laços de família são rompidos pela morte, e não há nenhuma esperança de se reencontrarem; com a terceira, há possibilidade de se reverem, contanto que esteja no mesmo meio, podendo esse meio ser o inferno ou o paraíso; com a pluralidade das existências, que é inseparável do progresso gradual, existe a certeza da continuidade das relações entre os que se amam, e é isso o que constitui a verdadeira família.
************************************
O EVANGELHO  SEGUNDO O ESPIRITISMO



sábado, 19 de outubro de 2019

MESMO QUANDO


Mesmo quando tudo te pareça convite ao desalento, não deixes de fazer a tua parte na construção do Mundo Melhor.

Ainda que te sintas sozinho, não cesses de levar adiante o empreendimento das boas obras.

Embora sob o peso desigual da luta, não admitas derrota e nem penses em retirada.

Se necessário, procura adaptar a tarefa às tuas possibilidades de concretizá-la, mas não penses em extingui-la de todo.

Não olvides que, se te faltam incentivo e colaboração por parte dos companheiros encarnados, os amigos desencarnados não te deixarão sem apoio.

Aprende, pois, a contar com as mãos invisíveis que, pousando sobre as tuas no manejo da charrua do Bem, contigo lavrarão e semearão a terra, onde, pela graça de Deus, nenhuma das sementes que plantares se perderá.
****************************************
Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Ajuda-te e o Céu te Ajudará")

 



MENSAGEM DO ESE:
Ação da prece. Transmissão do pensamento (II)

Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, nº 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.

Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.
Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós do mau pensamento que nos pode causar dano; eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não subjugar a vontade. O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não. Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. É isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: “Pedi e obtereis.”

Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual.
*******************************
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 12.)


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

O GRANDE SERVIDOR




“Eu estou entre vós como quem serve.” — JESUS (Lucas, 22.27)

Sim, o Cristo não passou entre os homens como quem impõe.

Nem como quem determina.
Nem como quem governa.
Nem como quem manda.

Caminhou na Terra à feição do servidor.

Legou-nos o Evangelho da vida, escrevendo-lhe a epopeia no coração das criaturas.

Mestre, tomou o próprio coração para sua cátedra.

Enviado Celestial, não se detém num trono terrestre e aproxima-se da multidão para auxiliá-la.

Fundador da Boa Nova, não se limita a tecer-lhe a coroa com palavras estudadas, mas estende-a e consolida-lhe os valores com as próprias mãos.

A prática é o seu modo de convencer.

O próprio sacrifício é o seu método de transformar.

Aprendamos com o Divino Mestre a ciência da renovação pelo bem. E modificar a nós mesmos, para a vitória do bem, elevando pessoas e melhorando situações, é servir sempre, como quem sabe que fazer é o melhor processo de aconselhar.
************************
Emmanuel
Chico Xavier
Segue-me, cap. 41





MENSAGEM DO ESE:

Carregar sua cruz. Quem quiser salvar a vida, perdê-la-á

Bem ditosos sereis, quando os homens vos odiarem e separarem, quando vos tratarem injuriosamente, quando repelirem como mau o vosso nome, por causa do Filho do Homem. — Rejubilai nesse dia e ficai em transportes de alegria, porque grande recompensa vos está reservada no céu, visto que era assim que os pais deles tratavam os profetas. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 22 e 23.)

Chamando para perto de si o povo e os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; — porquanto, aquele que se quiser salvar a si mesmo, perder-se-á; e aquele que se perder por amor de mim e do Evangelho se salvará. — Com efeito, de que serviria a um homem ganhar o mundo todo e perder-se a si mesmo? (S. MARCOS, cap. VIII, vv. 34 a 36; — S. LUCAS, cap. IX, vv. 23 a 25; — S. MATEUS, cap. X, vv. 38 e 39; — S. JOÃO, cap. XII, vv. 25 e 26.)

“Rejubilai-vos, diz Jesus, quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu.” Podem traduzir-se assim essas verdades: “Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má-vontade para convosco, vos dêem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.”

Depois, acrescenta: “Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir”, isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: “Já recebestes a vossa recompensa.”
*********************************************
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 17 a 19.)



quinta-feira, 17 de outubro de 2019

SEPARAÇÃO DE CASAIS



8 – Qual a influência da separação de casais no processo de educação da criança?

 A triste influencia é a de poder gerar personalidades inseguras, infantilizadas ou fortemente introspectivas ou, ainda, fortemente agressivas, incapazes para uma vida estável de relações sociais. Felizmente, encontram-se especiais exceções.


54 – O que leva o indivíduo ao adultério e quais as consequências desse ato nas vidas das criaturas? 

Para o problema do adultério se poderia apontar diversificadas causas, quase sempre embasadas no egoísmo masculino ou feminino que, sob justificativas bastante falsas de que a carne é fraca ou de que as paixões são irresistíveis, incontornáveis, apõem o selo de infidelidade entre os casais. Aprendemos com a Doutrina Espírita que não existe adultério onde reina a sincera afeição recíproca.

Relembram-nos os Benfeitores Espirituais que a infidelidade, que faz atormentada a vida conjugal, assenta bases no regime de infidelidade das criaturas para consigo mesmas. Quem não se respeita, quem não é fiel aos bons princípios aprendidos um dia, raramente entenderá o que seja respeito ao cônjuge.
A cata do prazer, quando estimulado pelo egoísmo, transforma-se em desastre no campo da moral cristã, estabelecendo o regime de liberalidade sob o qual tudo é válido, desde que dê prazer, desde que a pessoa esteja “feliz”.

O estatuto das leis divinas, impresso no íntimo do ser, costuma pesar sobre a consciência dos conscientes, impondo remordimentos correspondentes aos níveis de conhecimentos e de compreensão dos indivíduos envolvidos, indicando a necessidade do resgate, através das ações enobrecedoras, dignificantes, que facultem paz à consciência.

56 – Em que circunstâncias se poderia aprovar a separação de casais?

 Nos tempos atuais, quando o Espiritismo demonstra as razoes das uniões conjugais, quando fala dos formosos fins da divindade para os casamentos terrenos, aproveitando a formação do lar para incrementar o desenvolvimento dos espíritos, por meio da reencarnação, melhorando as condições intelectuais e morais dos seres humanos, tudo deveremos investir, em termos argumentativos, em termos fraternais, nos reforços do acompanhamento e da oração, a fim de evitarmos o desmantelamento doméstico.

Entretanto, a cultura do exacerbado materialismo desses dias tem ensinado aos indivíduos a fechar ouvidos e corações para o exercício da paciência, da tolerância, do perdão, da perseverança, da cooperação recíproca, no vero cumprimento dos deveres conjugais, e, ao invés disto, há estabelecido o culto ao “meu” prazer, ao “meu” bem-estar, a “minha” satisfação, a “minha” razão e ao “meu” direito, num aterrador domínio egoístico, promotor de inenarráveis tormentos para o porvir.

Natural é pensar que, por causa da dureza dos corações, muitos não suportariam dar nova oportunidade ao outro, ou do outro receber novo ensejo de tentar acertar. Quando a relação conjugal se deteriora ao nível do desrespeito, chegando às agressões de grave espectro, melhor adiar do que piorar.

58 – As pessoas que se separam devem procurar refazer suas vidas? 

Se a razão e o sentimento estão acenando com a possibilidade de ser feliz, reestruturando o lar, rearmonizando o coração, é importante que a pessoa tente de novo, agora com maior amadurecimento e perspicácia, evitando encantamentos exteriores ou ambições comprometedoras. A criatura deverá buscar, ao invés de valores passageiros e enganadores como os do corpo bem feito ou da beleza plástica, dos recursos econômico-financeiros ou prestígio e posições sociais destacadas, os valores que impliquem em maturidade geral, verificando os vícios e outros costumes incompatíveis com o novo rumo que deseja dar a sua existência.
Se o real interesse é o refazimento da vida afetiva, quanto menos complicação, quanto mais simplicidade, melhor para os dois e para as respectivas famílias.

84 – Na educação dos filhos, a figura do pai é importante? 
E quando ocorre a sua falta, por variados motivos, inclusive pelo divórcio e pela desencarnação? 

A figura do pai é sempre importante na educação dos filhos, como em sua vida generalizadamente. Há, porém, situações expiatórias em que indivíduos que menosprezaram seu lar e seus genitores no pretérito, em níveis graves, nascem sabendo que terão que facear a orfandade, às vezes de pai, às vezes de mãe, outras vezes de pai e mãe. Em casos que tais, a Divindade dispõe dos recursos para fazer com que a orfandade se torne em lição de vida, em amadurecimento, em crescimento, pelos sacrifícios e frustrações sofridas pelo órfão.

No caso de orfandade “com pais vivos”, em razão de abandonos ou de divórcios, a situação é nitidamente outra, porque não constava na lei divina tal ocorrência concreta, embora estivessem previstas as dificuldades de caráter, de temperamento dos cônjuges, a serem devidamente trabalhadas e superadas pelo casal. Em razão disto, toda a agrura material, social ou moral que venham os filhos mais frágeis a sofrer, pesará na conta moral daquele ou daqueles que se inscreveram no rol dos que cometeram o crime de lesa-confiança, pelo que darão conta no longo do tempo.
*********************************************
Espírito : Camilo Psicografia : J. Raul Teixeira Livro : Desafios da Educação – págs. 27, 96, 98, 99 e 138 





MENSAGEM DO ESE:

Reuniões espíritas

Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei. (S. MATEUS, cap. XVIII, v. 20.)

Estarem reunidas, em nome de Jesus, duas, três ou mais pessoas, não quer dizer que basta se achem materialmente juntas. É preciso que o estejam espiritualmente, em comunhão de intentos e de idéias, para o bem. Jesus, então, ou os Espíritos puros, que o representam, se encontrarão na assembléia. O Espiritismo nos faz compreender como podem os Espíritos achar-se entre nós. Comparecem com seu corpo fluídico ou espiritual e sob a aparência que nos levaria a reconhecê-los, se se tornassem visíveis. Quanto mais elevados são na hierarquia espiritual, tanto maior é neles o poder de irradiação. É assim que possuem o dom da ubiqüidade e que podem estar simultaneamente em muitos lugares, bastando para isso que enviem a cada um desses lugares um raio de suas mentes.

Dizendo as palavras acima transcritas, quis Jesus revelar o efeito da união e da fraternidade. O que o atrai não é o maior ou menor número de pessoas que se reúnam, pois, em vez de duas ou três, houvera ele podido dizer dez ou vinte, mas o sentimento de caridade que reciprocamente as anime. Ora, para isso, basta que elas sejam duas. Contudo, se essas duas pessoas oram cada uma por seu lado, embora dirigindo-se ambas a Jesus, não há entre elas comunhão de pensamentos, sobretudo se ali não estão sob o influxo de um sentimento de mútua benevolência. Se se olham com prevenção, com ódio, inveja ou ciúme, as correntes fluídicas de seus pensamentos, longe de se conjugarem por um comum impulso de simpatia, repelem-se. Nesse caso, não estarão reunidas em nome de Jesus, que, então, não passa de pretexto para a reunião, não o tendo esta por verdadeiro motivo. (Cap. XXVII, nº 9.)

Isso não significa que ele se mostre surdo ao que lhe diga uma única pessoa; e se ele não disse: “Atenderei a todo aquele que me chamar”, é que, antes de tudo, exige o amor do próximo; e desse amor mais provas podem dar-se quando são muitos os que exoram, com exclusão de todo sentimento pessoal, e não um apenas. Segue-se que, se, numa assembléia numerosa, somente duas ou três pessoas se unem de coração, pelo sentimento de verdadeira caridade, enquanto as outras se isolam e se concentram em pensamentos egoísticos ou mundanos, ele estará com as primeiras e não com as outras. Não é, pois, a simultaneidade das palavras, dos cânticos ou dos atos exteriores que constitui a reunião em nome de Jesus, mas a comunhão de pensamentos, em concordância com o espírito de caridade que ele personifica. (Capítulo X, nº 7 e nº 8; cap. XXVII, nº 2 a nº 4.)

Tal o caráter de que devem revestir-se as reuniões espíritas sérias, aquelas em que sinceramente se deseja o concurso dos bons Espíritos.
**************************
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 4 e 5.)