terça-feira, 1 de dezembro de 2020

ORAÇÃO DE GRATIDÃO



Obrigado meu pai pelo dom da vida.

Obrigado por todas as vidas que já tive na carne.

Obrigado pelos meus pais e parentes que me antecederam.

Obrigado pela minha família, amigos e irmãos a caminho, porque bem sei que estás em mim e em todos eles.

Obrigado pelo seu amor infinito, quando me tira do comodismo, trazendo-me dificuldades, que na verdade são oportunidades para mu crescimento intelectual e moral.

Obrigado pelas pessoas difíceis que me ensinam a ser mais paciente, tolerante, humilde e benevolente.

Obrigado pelas pessoas que me amam, tolerando-me aceitando-me, e não me julgando.

Obrigado por mais um dia de sol, de chuva, de raios e de ventos, que trazem o equilíbrio da natureza, purificando a atmosfera, queimando os miasmas produzidos pelos homens e também por mim mesmo. 

Jesus, Mestre Maior, obrigado pelo seu Evangelho de Luz, que nos tira das trevas da ignorância e nos traz para a luz da felicidade eterna.

Bons espíritos obrigado, pela compreensão, paciência e tolerância e que eu possa também proceder dessa forma com meus irmãos que estão a caminho comigo.

Obrigado a todos, que de alguma forma, me ajudam a ser cada dia uma pessoa melhor!

Amando e perdoando, assistindo e não julgando, porque somos todos filhos de um mesmo Pai que nos ama igualmente a todos indistintamente.

Obrigado Pai, Senhor da vida!
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Texto: Lúgero Souza
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MENSAGEM DO ESE:

A parentela corporal e a parentela espiritual


Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.


Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13.)


Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.


A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis aqui meus verdadeiros irmãos.” Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 8.)

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PRECE À DEUS



“Meu Deus, vós que sois grande, que sois tudo, deixai cair sobre mim, humilde, sobre mim, eu que não existo senão pela vossa vontade, um raio de divina luz. 


Fazei que, penetrado do vosso amor, me seja fácil fazer o bem e que eu tenha aversão ao mal; que, animado pelo desejo de vos agradar, meu espírito vença os obstáculos que se opõem à vitória da verdade sobre o erro, da fraternidade sobre o egoísmo; fazei que, em cada companheiro de provações, eu veja um irmão, assim como vedes um filho em cada um dos seres que de vós emanam e para vós devem voltar. 


Dai-me o amor do trabalho, que é o dever de todos sobre a Terra, e, com o auxílio do archote que colocaste ao meu alcance, esclarecei-me sobre as imperfeições que retardam meu adiantamento nesta vida e na vindoura”.
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(Espírito de Jerônimo de Praga - Obra: Depois da Morte de Léon Denis)

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Influência pessoal na desencanarção



R. — "Os nossos Amigos Espirituais são unânimes em declarar que a desencarnação, de modo geral, é o processo que nós conhecemos no campo exterior de nossas observações.

 Mas, do ponto de vista espiritual, a desencarnação varia para cada pessoa, porque cada pessoa transporta consigo para a outra vida a própria vida que levou neste mundo.

 De modo que todas as nossas figurações mentais, o conjunto de nossas lembranças, alegrias íntimas, ressentimentos, as nossas dores, aspirações, elas formam o conjunto do clima em que a nossa desencarnação se verificará. 

Falamos isso com naturalidade, porque o problema da morte também está desaparecendo, de modo que nesse terreno estamos certos de que o mundo caminha para grandes realizações, caso uma grande guerra não venha nos perturbar."

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Entender conversando
 Chico Xavier
Emmanuel 
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MENSAGEM DO ESE: 

Preces pelos doentes

As doenças fazem parte das provas e das vicissitudes da vida terrena; são inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos, às vezes hereditários. Nos mundos mais adiantados, física ou moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades e o corpo não é minado surdamente pelo corrosivo das paixões. (Cap. III, n° 9.) Temos, assim, de nos resignar às conseqüências do meio onde nos coloca a nossa inferioridade, até que mereçamos passar a outro. Isso, no entanto, não é de molde a impedir que, esperando tal se dê, façamos o que de nós depende para melhorar as nossas condições atuais. Se, porém, mau grado aos nossos esforços, não o conseguirmos, o Espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos passageiros males.

Se Deus não houvesse querido que os sofrimentos corporais se dissipassem ou abrandassem em certos casos, não houvera posto ao nosso alcance meios de cura. A esse respeito, a sua solicitude, em conformidade com o instinto de conservação, indica que é dever nosso procurar esses meios e aplicá-los.

A par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da prece. (Ver, no Cap. XXVI, a notícia sobre a mediunidade curadora.)


Prece. (Para ser dita pelo doente.) — Senhor, pois que és todo justiça, a enfermidade que te aprouve mandar-me necessariamente eu a merecia, visto que nunca impões sofrimento algum sem causa. Confio-me, para minha cura, à tua infinita misericórdia. Se for do teu agrado restituir-me a saúde, bendito seja o teu santo nome. Se, ao contrário, me cumpre sofrer mais, bendito seja ele do mesmo modo. Submeto-me, sem queixas, aos teus sábios desígnios, porquanto o que fazes só pode ter por fim o bem das tuas criaturas.
Dá, ó meu Deus, que esta enfermidade seja para mim um aviso salutar e me leve a refletir sobre a minha conduta. Aceito-a como uma expiação do passado e como uma prova para a minha fé e a minha submissão à tua santa vontade.


Prece. (Pelo doente.) — Meu Deus, são impenetráveis os teus desígnios e na tua sabedoria entendeste de afligir a N... pela enfermidade. Lança, eu te suplico, um olhar de compaixão sobre os seus sofrimentos e digna-te de pôr-lhes termo.
Bons Espíritos, ministros do Onipotente, secundai, eu vos peço, o meu desejo de aliviá-lo; encaminhai o meu pensamento, a fim de que vá derramar um bálsamo salutar em seu corpo e a consolação em sua alma.
Inspirai-lhe a paciência e a submissão à vontade de Deus; dai-lhe a força de suportar suas dores com resignação cristã, a fim de que não perca o fruto desta prova.


Prece. (Para ser dita pelo médium curador.) — Meu Deus, se te dignas servir-te de mim, indigno como sou, poderei curar esta enfermidade, se assim o quiseres, porque em ti deposito fé. Mas, sem ti, nada posso. Permite que os bons Espíritos me cumulem de seus fluidos benéficos, a fim de que eu os transmita a esse doente, e livra-me de toda idéia de orgulho e de egoísmo que lhes pudesse alterar a pureza.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 77 a 80.)

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LEI DE DEUS



Quando a sombra te envolva, em cárcere de angústia,
E entregas-te à oração, ante os golpes da vida,
Perguntas, muita vez, alma querida,
Onde a luz que te venha libertar...
Do que tenho a rever em meus testes no mundo,
Posso apenas dizer-te às horas de agonia
As mesmas sugestões que a prece me trazia:
– Esperar, esperar...


Espíritos na Terra, herdando de nós mesmos,
Temos, quase nós todos, as raízes
De débitos e tramas infelizes
Que assumimos outrora, sem pensar...
Nos instantes de Hoje, o Tempo nos revisa
E clamando ao colher de nossa plantação,
Eis que o Mundo nos pede ao coração:
– Esperar, esperar...


Não te lastimes, pois... Todos os seres,
Do abismo aos céus, do mineral ao homem,
Sem correções e lágrimas que os domem,
Nunca se arredariam de lugar;
Não há lição sem preço no caminho,
Toda ascensão exige esforço e luta,
Por isso, a Vida fala e a própria Vida escuta:
– Esperar, esperar...


A semente no chão aguarda a flor e a flor reclama o fruto,
A noite espera o Sol retomar o horizonte,
O deserto suplica o bálsamo da fonte,
A fonte busca o rio e o rio pede o mar;
A gradação, porém, tudo acompanha e rege,
Na voragem do Tempo, a Justiça se esconde
E, ao tumulto da pressa, a lógica responde:
– Esperar, esperar...


Assim também, alma fraterna e boa,
Aceita a prova justa, aguarda e pensa,
Deixa que, um dia, a dor te elucide e convença
A esquecer-te no Bem e a servir por amar,
Então compreenderás nas forças do Universo
Que o próprio Deus na Lei, que ele Mesmo estrutura,
Diz, no imo do ser, em cada criatura:
– Esperar, esperar....
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pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta, Médium: Francisco Cândido Xavier




domingo, 29 de novembro de 2020

DOR E ESFORÇO


Pergunta: 

– Chico [Xavier], por que o homem sofre?

Resposta:

– "Acreditamos que o homem dramatiza talvez demais o problema da dor, porque nada de bom se adquire sem esforço. E todo esforço, seja para aprender ou reaprender, edificar ou reedificar, exige sofrimento. Creio que o sofrimento é uma necessidade inarredável da evolução e do aprimoramento que nos cabe realizar."
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Livro: Encontros no Tempo
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos, Hércio Marcos Cintra Arantes
IDE – Instituto de Difusão Espírita
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MENSAGEM DO ESE:

Não julgueis, para não serdes julgados. Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado


Não julgueis, a fim de não serdes julgados; — porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que voz tenhais servido para com os outros. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 1 e 2.)


Então, os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, — disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em adultério;
— ora, Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as adúlteras. Qual sobre isso a tua opinião?” — Diziam isto para o tentarem e terem de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, entrou a escrever na terra com o dedo. — Como continuassem a interrogá-lo, ele se levantou e disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” — Em seguida, abaixando-se de novo, continuou a escrever no chão.
— Quanto aos que o interrogavam, esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro, afastando-se primeiro os velhos. Ficou, pois, Jesus a sós com a mulher, colocada no meio da praça.
Então, levantando-se, perguntou-lhe Jesus: “Mulher, onde estão os que te acusaram? Ninguém te condenou?” — Ela respondeu: “Não, Senhor.” Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar.” (S. JOÃO, cap. VIII, vv. 3 a 11.)


“Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado”, disse Jesus. Essa sentença faz da indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.


O reproche lançado à conduta de outrem pode obedecer a dois móveis: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não tem escusa nunca este último propósito, porquanto, no caso, então, só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais, na sociedade, se reprimiria o mal. Não cumpre, aliás, ao homem auxiliar o progresso do seu semelhante? Importa, pois, não se tome em sentido absoluto este princípio: “Não julgueis se não quiserdes ser julgado”, porquanto a letra mata e o espírito vivifica.


Não é possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que quis significar é que a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura. Tornar-se alguém culpado daquilo que condena noutrem é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão. A consciência íntima, ao demais, nega respeito e submissão voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios de cuja aplicação lhe cabe o encargo. Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apóia no exemplo que dá do bem. É o que, igualmente, ressalta das palavras de Jesus.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 11 a 13.)

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SE TODOS PERDOASSEM


Imaginemos, por um minuto, que mundo maravilhoso seria a Terra, se todos perdoassem!...

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Se todos perdoassem, a ventura celeste começaria de casa, onde todo companheiro de equipe doméstica perceberia que a experiência na reencarnação é diferente para cada um e, por isso mesmo, teria suficiente disposição para agir em apoio dos associados da edificação em família, a fim de que venham a encontrar o tipo de felicidade pessoal e correta a que se dirigem.

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Se todos perdoassem, cada grupo na comunidade terrestre alcançaria o máximo de eficiência na produção do bem comum, porquanto, em toda parte, existiria entendimento bastante para que a inveja e o despeito, o azedume e a crítica destrutiva fossem banidos para sempre do convívio social.

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Se todos perdoassem, o espírito de competição, no progresso das ciências e na efetivação dos negócios, subiria constantemente de nível moral, suscitando as mais belas empresas de aprimoramento do mundo, porque o golpe e a vingança desapareceriam do intercâmbio entre pessoas e instituições, com o respeito mútuo revestindo de lealdade os menores impulsos à concorrência, que se fixaria exclusivamente no bem com esquecimento do mal. 

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Se todos perdoassem, a guerra seria automaticamente abolida no Planeta, de vez que o ódio seria erradicado das nações, com a solidariedade traçando aos mais fortes a obrigação do socorro aos mais fracos, não mais se verificando a corrida de armamentos e sim a emulação incessante à fraternidade entre os povos.

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Se todos perdoassem, a saúde humana atingiria prodígios de equilíbrio e longevidade, porquanto a compreensão recíproca extinguiria o ressentimento e o ciúme, que deixariam, por fim, de assegurar, entre as criaturas, terreno propício à obsessão e à loucura, à enfermidade e à morte.

*

Se todos perdoarmos, reformaremos a vida na Terra, apagando de todos os idiomas a palavra “ressentimento”, para convivermos, uns com os outros, acreditando realmente que somos irmãos diante de Deus.

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Quando todos aprendermos a perdoar, o amor entoará hosanas, de pólo a pólo da Terra, e então o Reino de Deus fulgirá em nós e junto de nós para sempre.
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Emmanuel
Livro: Passos da Vida
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
IDE – Instituto de Difusão Espírita

sábado, 28 de novembro de 2020

Balanço

 
Que tal realizarmos um balanço em nossa vida? Pensemos há quanto tempo aderimos ao chamado do Cristo, isto é, há quanto tempo nos afirmamos cristãos.

Observemos à nossa volta, em nossa própria casa. O que vemos?

As estantes estão abarrotadas de vozes caladas, livros que a traça devora. Estão ali, parados. A poeira já se acumula e umas pequeninas teias de aranha aparecem entre uns e outros, só para nos dar trabalho com a limpeza.

Os armários estão entupidos de roupas fora da moda e que acreditamos que, um dia, voltarão a ser usadas.

As caixas se empilham, guardando botas, sapatos, sandálias que não servem mais em nossos pés.

Em baús ou armários bem altos estão os agasalhos de inverno abandonados, entregues ao apodrecimento.

Os móveis estão cheios de coleções de tantas coisas que guardamos, que nem recordamos.
As farmácias improvisadas estão repletas de medicamentos que aguardam as nossas enfermidades, enquanto o prazo de validade expira.

Estantes, armários, baús, caixas, pacotes cobertos de pó, mofo, bolor. Comida de traça, esconderijo para pequenos animaizinhos.
Tanta coisa parada, sem uso. E tantos a padecer carências.

Por isso, realizemos uma mexida nas estantes. Passemos adiante os livros que não vamos ler. Examinemos o conteúdo e tornemo-los mensagens de vida.

Distribuamos as roupas, enquanto ainda estão boas, para os que se encontram desnudos, na miséria.

Verifiquemos se falta um botão, se há necessidade de refazer uma bainha, costurar um pequeno rasgo. Retoquemo-las e façamos delas instrumento da alegria.

Selecionemos os calçados, botas e sandálias. Retifiquemos as solas gastas, providenciemos uma cola aqui, uma costura ali e ofertemos a quem anda descalço.

Imaginemos quantas crianças terão protegidos os seus pezinhos dos cacos de vidro, das pedras pontiagudas. Quantos pés cansados, idosos não mais terão que suportar o calor das pedras ou o frio da terra úmida.

Desapeguemo-nos das velhas lãs e capotes, doando-os aos sofredores.

Propiciemos calor abençoado a corpos quase sem roupa.

Conduzamos os remédios, que estão nas prateleiras, para postos de saúde, hospitais, clínicas comunitárias.

Sacudamos a poeira. Limpemos o bolor. Afugentemos as traças.
Conservemos o que tenhamos em movimento. Tudo o mais, distribuamos, demonstrando que somos senhores e não escravos de coisa alguma.
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Não esperemos que a dor se adorne de trapos e se apresente ao abandono para que surja o nosso momento de ajudar.
Não esperemos que a miséria desnude corpos sofredores a fim de que ofereçamos a contribuição do nosso socorro.
Não aguardemos que as pessoas pereçam à falta de medicamentos.
Vamos ao encontro da dor, da necessidade e ajudemos com o que tivermos. Atendamos às ordens do nosso coração de seguidor de Jesus, nosso Mestre e Senhor.
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Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 44 e 45, do
livro Legado Kardequiano, pelo Espírito Marco Prisco, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
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formatação e pesquisa: MILTER - 01-11-2020

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MENSAGEM DO ESE:

A verdadeira propriedade


O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.


Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, a sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres.

— Pascal. (Genebra, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 9.)

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Restauração



Serviço interrompido
Pode ser retomado.

Erro que se adotou
Encontra corrigenda.

A paz que se perdeu
Surgirá novamente.

Desenganos chegaram?
Que a dor não te perturbe.

Seja qual for o mal,
Volve de novo ao bem.

Em tudo, vencerás
Se confias em Deus.

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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

Parábola do mau rico


Havia um homem rico, que vestia púrpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias. — Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras, — que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas ,ninguém lhas dava e os cães lhe viam lamber as chagas.


Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. O rico também morreu e teve por sepulcro o inferno. — Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abraão e Lázaro em seu seio — e, exclamando, disse estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.
Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lázaro só teve males; por isso, ele agora esta na consolação e tu nos tormentos.

Ao demais, existe para sempre um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que queiram passar daqui para aí não o podem, como também ninguém pode passar do lugar onde estás para aqui.


Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, — onde tenho cinco irmãos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento. — Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. — Não, meu pai Abraão, disse o rico: se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência. — Respondeu-lhe Abraão: Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite. 
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(S. LUCAS, cap. XVI, vv. 19 a 31.)
Evangelho Segundo o Espiritismo

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Vontade Divina



“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” — PAULO (Romanos, 12.2)

Expressa-se a Vontade de Deus pelas circunstâncias da existência; todavia, devemos apreendê-la na essência e no rumo, o que nos será claramente possível…

Não só pelos avisos religiosos que nos ajudam a procurá-la.

Nem pelos constrangimentos da Terra, que nos impelem a compromissos determinados.

Nem pelos preceitos sociais que nos resguardam em disciplina.

Nem pela voz dos amigos que nos apoiam a caminhada.

Nem pelos acicates da prova que nos corrigem os sentimentos.

A fé ilumina, o trabalho conquista, a regra aconselha, a afeição reconforta e o sofrimento reajusta; no entanto, para entender os Desígnios Divinos a nosso respeito, é imperioso renovar-nos em espírito, largando a hera do conformismo que se nos arraiga no íntimo, alentada pelo adubo do hábito, em repetidas experiências no Plano material.

Recebamos o auxílio edificante que o mundo nos ofereça, mas fujamos de contemporizar com os enganos do mundo, diligenciando burilar-nos cada vez mais, porque educação conosco é clarão no âmago da própria alma e por muito brilhemos por fora, no jogo das ocorrências temporárias da estância física, nada entenderemos da luz de Deus que nos sustenta a vida, sem luz em nós.
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Emmanuel
Chico Xavier


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Entender


Quando a dor aparece,
Ei-la que vem por sombra.

Qualquer valor externo
É como se fugisse.

Nas entranhas da alma,
Tudo se desarvora.

O coração anseia
Em convulsões de angústia.

Nesses instantes, ora
E terás luz em ti.

É que na luz da dor
Deus nos faz entender.

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Emmanuel
Chico Xavier 
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MENSAGEM DO ESE:

Destino da Terra e Causa das Misérias Humanas

6 – Admira-se de haver sobre a Terra tantas maldades e tantas paixões inferiores, tantas misérias e enfermidades de toda sorte, concluindo-se que miserável coisa é a espécie humana. Esse julgamento decorre de uma visão estreita, que dá uma falsa idéia do conjunto. È necessário considerar que toda humanidade não se encontra na Terra, mas apenas uma pequena fração dela. Porque a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão, que povoam os inumeráveis mundos do Universo. Ora, o que seria a população da Terra, diante da população total desses mundos? Bem menos que a de um lugarejo em relação a de um grande império. A condição material e moral da humanidade terrena nada tem, pois, de estranho, se levarmos em conta o destino da Terra e a natureza de sua população.


7 – Faríamos uma idéia muito falsa da população de uma grande cidade, se a julgássemos pelos moradores dos bairros mais pobres e sórdidos. Num hospital, só vemos doentes e estropiados; numa galé, vemos todas as torpezas, todos os vícios reunidos; nas regiões insalubres, a maior parte dos habitantes são pálidos, fracos e doentes. Pois bem: consideremos a Terra como um arrabalde, um hospital, uma penitenciária, um pantanal, porque ela é tudo isso a um só tempo, e compreenderemos porque as suas aflições sobrepujam os prazeres. Porque não se enviam aos hospitais as pessoas sadias, nem às casas de correção os que não praticam crimes, e nem os hospitais, nem as casas de correção, são lugares de delícias.


Ora, da mesma maneira que , numa cidade, toda a população não se encontra nos hospitais ou nas prisões, assim a humanidade inteira não se encontra na Terra. E como saímos do hospital quando estamos curados, e da prisão quando cumprimos a pena, o homem sai da Terra para mundos mais felizes, quando se acha curado de suas enfermidades morais. 
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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
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Às voltas com Espíritos



Não é necessário que alguém acredite na existência de entidades espirituais para que elas atuem das formas mais diversas na vida das pessoas.


Não se faz indispensável que alguém seja espiritualista a fim de estar às voltas com as ações de Espíritos desencarnados, nos caminhos humanos.


É importante lembrar que a Humanidade terrena é composta por todos os Espíritos que o Criador a ela destinou, em razão da lei de afinidades, e os colocou sob a coordenação de Jesus, o Cristo.


Daí, não será difícil compreender que num mundo com tantas potencialidades, com tantos recursos a serem explorados, como é a Terra, a grande massa dos Espíritos a ele vinculados se acha desencarnada.


Há mais Espíritos no plano espiritual (erraticidade é um termo usado por Kardec mas que só é entendida no contexto espírita) do que reencarnados. Isso explica porque o número dos mortais cresceu tanto, através dos séculos.


Vivendo essa realidade de um mundo considerado em dois níveis gerais, o nível dos que estão no corpo físico e o dos que se encontram fora dele, não é surpreendente a constatação de que ocorram influências recíprocas de um nível sobre o outro.


Imensa é a leva de desencarnados que procura contatar os encarnados, seja para ajudar, em qualquer coisa, seja para participar de qualquer tarefa, ou seja para perturbar, de qualquer forma.


Enorme é a massa de encarnados que deseja contatar os desencarnados, seja para pedir uma ajuda banal, seja para vingar-se de desafetos ou seja para rogar um socorro direto em casos complexos.


Há entidades espirituais que gostam somente de fazer o bem, de ajudar para o bem, de participar de qualquer esforço pelo bem.


No entanto, há outras inteiramente voltadas para o contrário, dando vazão às suas inclinações inferiores, ainda não devidamente transformadas.


Uma vez que você sabe disso, observe o tipo de sintonias, de contatos mentais que faz e que deseja fazer com os Espíritos.


Analise os conteúdos dos seus pedidos dirigidos ao Além e o teor das suas expectativas diante da vida, mantendo a certeza de que quaisquer que sejam suas buscas, alguma entidade espiritual a elas se associará.


As suas decisões quanto ao seu estilo de vida, as suas relações de afeto ou desafeto, ao rumo que dê às suas realizações na faixa da honestidade ou da desonestidade, funcionarão como tomadas ideais para a sua ligação com nobres mensageiros da luz ou com desafortunados agentes da sombra.


Busque Jesus e una-se a Ele em tudo o que faça. Viva com alegria interior, aprenda a enfrentar e superar problemas sem ódios, sem guardar mágoas de ninguém.


Solte-se. Viva em clima de liberdade espiritual, por conservar o coração e a mente livres de vínculos com Espíritos perturbadores.


Busque Jesus e tudo o que se refira ao bem, e esteja certo de usufruir a melhor assistência invisível, atraída por suas felizes predisposições morais.
* * *
Quando um familiar morre e volta ao mundo dos Espíritos, não se torna melhor nem pior do que era quando no corpo físico.


Por essa razão, não o perturbe com pedidos que ele não pode ou não deve atender.


Confie sempre em Deus, Pai de todos nós, e a Ele dirija a sua prece ou o seu pedido.


Mas lembre-se de levar em conta que o Pai conhece nossas necessidades e sempre nos dá o que precisamos, que nem sempre é o que queremos.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap. 28 do
livro Para uso diário, pelo Espírito Camilo, psicografia
de Raul Teixeira, ed. Fráter.
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Formatação e pesquisa: MILTER - 24-11-2019







quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Repara onde moras




 A Terra é precioso domicílio da Lei do Senhor onde cada criatura edifica o plano em que passa a viver.

 O usurário sofre na furna da miséria.

 O delinquente suporta o desvão do remorso.

 O insensato grita no inferno da loucura.

 O preguiçoso chora no sótão da necessidade.

 O intolerante reside no serpentário da aversão.

 O egoísta detém-se no cárcere das trevas.

 O rico displicente carrega a cruz da responsabilidade.

 O pobre inconformado respira no purgatório da angústia.

O simples de coração cresce no templo da paz.

 O semeador do progresso vive ao sol da prosperidade.

 O servidor fiel repousa na consciência tranquila.

 O amigo do estudo mora no lar do conhecimento.

 Repara onde resides.

 Cada Espírito respira na faixa de claridade ou sombra, de dor ou alegria a que se acolhe através da atitude que assume perante a vida.

 Não te percas na contemplação prematura das paisagens Celestiais, sem haver pago à Terra o tributo de serviço que lhe devemos.

 Faze de tua existência um campo educado no bem para a colheita do amor e a própria casa terrestre em que estagias se transformará para os teus pés em sublime degrau de acesso às moradas abençoadas da Luz.
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Emmanuel 
Chico Xavier 
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MENSAGEM DO ESE:

Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?

É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes.
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— São Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 21.)

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Autodescobrimento



O esforço para a aquisição da experiência da própria identidade humanizada leva o indivíduo ao processo valioso do autodescobrimento. Enquanto empreende a tarefa do trabalho para a aquisição dos valores de consumo isola-se, sem contribuir eficazmente para o bem-estar do grupo social, no qual se movimenta. Os seus empreendimentos levam-no a uma negação da comunidade a benefício pessoal, esperando recuperar esta dívida, quando os favores da fortuna e da projeção lhe facultarem o desfrutar do prazer, da aposentadoria regalada. As suas preocupações giram em torno do imediatismo, da ambição do triunfo sem resposta de paz interior. A sociedade, por sua vez, ignora-o, pressentindo nele um usurpador.


De alguma forma é levado ao competitivismo individualista, criando um clima desagradável. A sua ascensão será possível mediante a queda de outrem, mesmo que o não deseje. Torna-se, assim, um adversário natural. O seu produto vende na razão direta em que aumentam as necessidades dos outros e a sua prosperidade se erige como consequência da contribuição dos demais. Não cessam as suas atividades na luta pelo ganha-pão.


Naturalmente, esse comportamento passa a exigir, depois de algum tempo, que o indivíduo se associe a outro, formando uma empresa maior ou um clube de recreação, ignorando-se interiormente e buscando, sem cessar, as aquisições de fora. A ansiedade, o medo, a solidão íntima tornam-se-lhe habituais, uma de cada vez, ou simultaneamente, desgastando-o, amargurando-o.


O homem, pela necessidade de afirmar-se no empreendimento a que se vincula, busca atingir o máximo, aspira por ser o número um e logra-o, às vezes.


A marcha inexorável do tempo, porém, diminui-lhe as resistências, solapando-lhe a competitividade, sendo substituído pelos novos competidores que o deixam à margem. Mesmo que ele haja alcançado o máximo, os sócios atuais consideram-no ultrapassado, prejudicial à organização por falta de atualidade e os filhos concedem-lhe postos honrosos, recreações douradas, lucros, desde que não interfira nos negócios... Ocorre-lhe a inevitável descoberta sobre a sua inutilidade, isto produzindo-lhe choque emocional, angústia ou agressividade sistemática, em mecanismo de defesa do que supõe pertencer-lhe.


O homem, realmente não se conhece. Identifica e persegue metas exteriores. Camufla os sentimentos enquanto se esfalfa na realização pessoal, sem uma correspondente identificação íntima.


A experiência, em qualquer caso, é um meio propiciador para o autoconhecimento, em razão das descobertas que enseja àquele que tem a mente aberta aos valores morais, internos. Ela demonstra a pouca significação de muitas conquistas materiais, econômicas e sociais diante da inexorabilidade da morte, da injunção das enfermidades, especialmente as de natureza irreversível, dos golpes afetivos, por defrontar-se desestruturado, sem as resistências necessárias para suportar as vicissitudes que a todos surpreendem.


O homem possui admiráveis recursos interiores não explorados, que lhe dormem em potencial, aguardando o desenvolvimento. A sua conquista faculta-lhe o autodescobrimento, o encontro com a sua realidade legítima e, por efeito, com as suas aspirações reais, aquelas que se convertem em suporte de resistência para a vida, equipando-o com os bens inesgotáveis do espírito.


Necessário recorrer a alguns valores éticos morais, a coragem para decifrar-se, a confiança no êxito, o amor como manifestação elevada, a verdade que está acima dos caprichos seitistas e grupais, que o pode acalmar sem o acomodar, tranquilizá-lo sem o desmotivar para a continuação das buscas.


Conseguida a primeira meta, uma nova se lhe apresenta, e continuamente, por considerar-se o infinito da sabedoria e da Vida.


É do agrado de algumas personalidades neuróticas, fugirem de si mesmas, ignorarem-se ou não saberem dos acontecimentos, a fim de não sofrerem. Ledo engano! A fuga aturde, a ignorância amedronta, o desconhecido produz ansiedade, sendo, todos estes, estados de sofrimento.


O parto produz dor, e recompensa com bem-estar, ensejando vida.


O autodescobrimento é também um processo de parto, impondo a coragem para o acontecimento que libera.


Examinar as possibilidades com decisão e enfrentá-las sem mecanismos desculpistas ou de escape, constitui o passo inicial.


Édipo, na tragédia de Sófocles, deseja conhecer a própria origem. Levado mais pela curiosidade do que pela coragem, ao ser informado que era filho do rei Laio, a quem matara, casando-se com Jocasta, sua mãe, desequilibra-se e arranca os olhos. Cegando-se, foge à sua realidade, ao autodescobrimento e perde-se, incapaz de superar a dura verdade.


A verdade é o encontro com o fato que deve ser digerido, de modo a retificar o processo, quando danoso, ou prosseguir vitalizando-o, para que se o amplie a benefício geral.


Ignorando-se, o homem se mantém inseguro. Evitando aceitar a sua origem tomba no fracasso, na desdita.


Ademais, a origem do homem é de procedência divina. Remontar aos pródromos da sua razão com serena decisão de descobrir-se, deve ser-lhe um fator de estímulo ao tentame. O reforço de coragem para levantar-se, quando caía, o ânimo de prosseguir, se surgem conspirações emocionais que o intimidam, fazem parte de seu programa de enriquecimento interior.


O autoencontro enseja satisfações estimuladoras, saudáveis. Esse esforço deve ser acompanhado pela inevitável confiança no êxito, porquanto é ambição natural do ser pensante investir para ganhar, esforçar-se para colher resultados bons.


Certamente, não vem prematuramente o triunfo, nem se torna necessário. Há ocasião para semear, empreender, e momento outro para colher, ter resposta. O que se não deve temer é o atraso dos resultados, perder o estímulo porque os frutos não se apresentam ou ainda não trazem o agradável sabor esperado. Repetir o tentame com a lógica dos bons efeitos, conservar o entusiasmo, são meios eficazes para identificar as próprias possibilidades, sempre maiores quanto mais aplicadas.


Ao lado do recurso da confiança no êxito, aprofunda-se o sentimento de amor, de interesse humano, de participação no grupo social, com resultado em forma de respeito por si mesmo, de afeição à própria pessoa como ser importante que é no conjunto geral.


Discute-se muito, na atualidade, a questão das conquistas éticas e morais, intentando-se explicar que a falta de sentimento e de amor responde pelos desatinos que aturdem a sociedade.


Têm razão, aqueles que pensam desta forma. Todavia, parece-nos que a causa mais profunda do problema se encontra na dificuldade do discernimento em torno dos valores humanos, O questionamento a respeito do que é essencial e do que é secundário inverteu a ordem das aspirações, confundindo os sentimentos e transformando a busca das sensações em realização fundamental, relegando-se a plano inferior as expressões da emoção elevada, na qual, o belo, o ético, o nobre se expressam em forma de amor, que não embrutece nem violenta.


A experiência do amor é essencial ao autodescobrimento, pois que, somente através dele se rompem as couraças do ego, do primitivismo, predominante ainda em a natureza humana. O amor se expande como força cocriadora, estimulando todas as expressões e formas de vida. Possuidor de vitalidade, multiplica-a naquele que o desenvolve quanto na pessoa a quem se dirige. Energia viva, pulsante, é o próprio hálito da Vida a sustentá-la. A sua aquisição exige um bem direcionado esforço que deflui de uma ação mental equilibrada.


Na incessante busca da unidade, ora pela ciência que tenta chegar à Causalidade Universal, ou através do mergulho no insondável do ser, podemos afirmar que os equipamentos que proporcionaram a desintegração do átomo, complexos e sofisticados, foram conseguidos com menor esforço, em nosso ponto de vista, do que a força interior necessária para a implosão do ego, em que busque a plenitude.


A formidanda energia detectada no átomo, propiciadora do progresso, serviu, no começo, para a guerra, e ainda constitui ameaça destruidora, porque aqueles que a penetraram, não realizaram uma equivalente aquisição no sentimento, no amor, que os levaria a pensar mais na humanidade do que em si e nos seus.


Amar torna-se um hábito edificante, que leva à renúncia sem frustração, ao respeito sem submissão humilhante, à compreensão dinâmica, por revelar-se uma experiência de alta magnitude, sempre melhor para quem o exterioriza e dele se nutre.


Na realização do cometimento afetivo surge o desafio da verdade, que é a meta seguinte.


Ninguém deterá a verdade, nem a terá absoluta. Não nos referimos somente à verdade dos fatos que a ciência comprova, mas àquela que os torne verazes: verdade como veracidade, que depende do grau de amadurecimento da pessoa e da sua coragem para assumi-la.


Quando se trata de uma verdade científica, ela depende, para ser aceita, da honestidade de quem a apresenta, dos seus valores morais. Indispensável, para tanto, a probidade de quem a revela, não sendo apenas fruto da cultura ou do intelecto, porém, de uma alta sensibilidade para percebê-la. Defrontamo-la em pessoas humildes culturalmente, mas probas, escasseando em indivíduos letrados, porém hábeis na arte de sofismar.


A verdade faculta ao homem o valor de recomeçar inúmeras vezes a experiência equivocada até acertá-la.


Erra-se tanto por ignorância como pela rebeldia. Na ignorância, mesmo assim, há sempre uma intuição do que é verdadeiro, face à presença íntima de Deus no homem. A rebeldia gera a má fé, o que levou Nietzsche a afirmar com certo azedume: “Errar é covardia!”, face à opção cômoda de quem elege o agradável do momento, sem o esforço da coragem para lutar pelo que é certo e verdadeiro.


A aquisição da verdade amadurece o homem, que a elege e habitua-se à sua força libertadora, pois que, somente há liberdade real, se esta decorre daquela que o torna humilde e forte, aberto a novas conquistas e a níveis superiores de entendimento.
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Do livro O Homem Integral, Terceira Parte, cap. 11, obra de Joanna de Ângelis, obra psicografada pelo médium Divaldo Franco.