quarta-feira, 30 de setembro de 2020

No cotidiano



Não censures os companheiros famintos de poder e os que abusam da inteligência quando nos cruzem o caminho.

Eles já estão assinalados pela vida para encontrarem os obstáculos, com os quais aprenderão que todos os bens da vida pertencem a Deus.
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Emmanuel
Chico Xavier

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MENSAGEM DO ESE:

Conhece-se a árvore pelo fruto

Conhece-se a árvore pelo fruto
A árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore que produz bons frutos não é má; — porquanto, cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos nos espinheiros, nem cachos de uvas nas sarças. — O homem de bem tira boas coisas do bom tesouro do seu coração e o mau tira-as más do mau tesouro do seu coração; porquanto, a boca fala do de que está cheio o coração. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 43 a 45.) Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. Conhecê-lo-eis pelos seus frutos. Podem colher-se uvas nos espinheiros ou figos nas sarças? — Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má produz maus frutos. — Uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons. — Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada ao fogo. — Conhecê-la-eis, pois, pelos seus frutos. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 15 a 20.) Tende cuidado para que alguém não vos seduza; — porque muitos virão em meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e seduzirão a muitos. Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; — e porque abundará a iniqüidade, a caridade de muitos esfriará. — Mas aquele que perseverar até o fim se salvará. Então, se alguém vos disser: O Cristo está aqui, ou está ali, não acrediteis absolutamente; — porquanto falsos Cristos e falsos profetas se levantarão que farão grandes prodígios e coisas de espantar, ao ponto de seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos. (S. MATEUS, cap. XXIV, vv. 4, 5, 11 a 13, 23, e 24; S. MARCOS, cap. XIII, vv. 5, 6, 21 e 22.)
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Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXI, itens 1 a 3.

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Conquistando a serenidade


Você já conhecia a prece da serenidade? É uma das orações mais difundidas pelo mundo, cuja autoria é atribuída ao teólogo americano Reinold Niebuhr, produzindo muitos benefícios àqueles que assimilaram o seu elevado significado moral e psicológico. É claro que essa prece não tem nenhuma conotação mágica; nada de palavras cabalísticas portadoras de uma suposta força mística. A forma não é nada, o pensamento é tudo. No entanto, pode-se assimilar o elevado propósito moral de uma oração e, neste particular, a prece da serenidade nos convida a preciosas reflexões. Vamos a elas. Em primeiro lugar, o autor da rogativa propõe o seguinte:

“Deus, conceda-me coragem para mudar o que eu não posso mudar...”

Inicialmente, a prece nos convida a pedir coragem. Para quê? Para que possamos mudar aquilo que nos cabe mudar. Muitas vezes, a solução para as nossas dificuldades está em nossas mãos, não nas mãos de Deus, nem nas do padre, do pastor, do médium, dos espíritos, etc. Deus nunca fará a parte que nos cabe. Um professor não fará a prova no lugar do aluno; nem o médico tomará o remédio no lugar do paciente.
Nas situações em que já sabemos o que fazer, Deus não põe a mão.

Eu conheço uma pessoa que reza, há pelos menos trinta anos, pedindo a Deus que lhe tire o vício do tabaco. E por que Deus não tira? Porque essa tarefa compete à pessoa.

Deus não vai tirar o cigarro da boca do fumante; tampouco o copo de bebida da boca do alcoólatra. São tarefas intransferíveis. Ninguém poderá alegar ignorância quanto aos prejudiciais efeitos do tabaco e do álcool. Então, como já sabemos o que fazer, Deus deixa que nós tomemos a atitude, respeitando o nosso livre arbítrio.

Isso não quer dizer que Deus abandonou os viciados, nem tampouco que nos abandona nos momentos de dificuldades. O Pai, por intermédio dos Espíritos do Bem, sempre estará oferecendo a ajuda necessária através, por exemplos, de sugestões de amigos encarnados e desencarnados a respeito das mudanças que devemos fazer. É um amigo que dá um conselho, a mulher que insistentemente lhe pede para parar de fumar, um livro que lhe chega às mãos, um sonho de advertência; enfim, inúmeras dicas que a Vida está lhe dando para que você realize as mudanças necessárias. E quando tomamos a atitude de renovação, somos apoiados pela Vida, a fim de que as mudanças sejam duradouras.

Quando você toma a atitude para o bem, o universo todo conspira a seu favor.

Já pensou nas mudanças que está precisando realizar? Examine com calma. Verifique quais as decisões que você talvez esteja adiando, esperando que Deus ou alguém faça a parte que é de sua responsabilidade. É preciso tomar atitudes necessárias para que as mudanças ocorram, seja no plano profissional, familiar ou pessoal. Adiar essas decisões acarretará ainda mais ansiedade e sofrimento.

A segunda parte da prece diz o seguinte:

“Conceda-me serenidade para aceitar o que eu não posso mudar...”

Quanta sabedoria há neste pensamento. De fato, se por um lado muitas soluções estão em nossas mãos, outras tantas independem da nossa vontade ou de nossa atuação concreta. Em algumas situações, só Deus poderá alterar o curso dos acontecimentos. Lembro-me de um caso narrado pelo dr. Norman Vicente Peale, uma das maiores autoridades religiosas dos Estados Unidos. Ele conta que certa noite foi procurado por um casal de médicos, cuja a filha estava gravemente enferma, vítima de crupe, uma doença que atinge a laringite e pode causar asfixia e morte. A medicina já havia retirado as esperanças de cura. Esperava-se a morte da criança, e seus pais, ateus, procuraram o dr. Norman, como último recurso. Dirigindo-se à residência do casal, o famoso pregador encontra a menina ardendo de febre, prostrada. Mas, confiante nos desígnios superiores, o dr Norman pronuncia sentida oração. Ele narra que entrou num clima de profundo êxtase espiritual e não sabe dizer por quanto tempo ficou mergulhado na prece. Só se deu conta que, ao despertar, o dia amanhecia e que a menina já estava sem febre, dando sinais evidentes de recuperação. Os pais estavam maravilhados, pois como médicos viram a filha sair das sombras da morte e recuperar a vida, ficando completamente curada em poucos dias.

Ficou a sublime lição:

Quando nada podemos fazer, Deus pode.

E Deus sempre fará o melhor por nós. Ele sempre atua quando não sabemos o que fazer ou quando já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. Victor Hugo teve o ensejo de escrever:

“Quando tiver feito tudo o que for possível, deite-se e vá dormir. Deus está acordado.”

E você, prezado amigo, tem entregue a Deus os seus insolúveis problemas? Tem confiado na Divina Providência, naquele Poder Infinito que tudo pode? Neste instante, proponho a você que abra seu coração, solte o nó da gravata, ponha-se diante de Deus e sinta que Ele o ama. Proponho que você escreva numa folha de papel os insolúveis problemas que o atormentam, colocando-os nas mãos do Criador para a solução mais adequada. Depois, pare de se preocupar com essas questões, pois Deus está cuidando do assunto.

Isso proporcionará muita paz ao seu coração.

Será que o amigo percebeu por que essa oração foi denominada de prece a serenidade? A razão é simples. Nós só conquistaremos a paz quando estivermos fazendo aquilo que nos compete fazer. Enquanto adirmos, não teremos paz, pois o problema continua conosco. E se nada nos é possível fazer, a nossa parte vem da atitude de entrega ao Criador, que tudo sabe e tudo pode. Em regra, ficamos nervosos preocupados e ansiosos porque fazemos exatamente o contrário.

Naquilo que podemos fazer, esperamos que Deus ou as pessoas façam por nós. E naquilo que só Deus pode fazer, queremos agir por nossa própria conta, caindo em verdadeiro desespero em vista da inutilidade de nossas condutas.

É por isso que a prece termina com um pedido significativo:

Senhor, dai-me sabedoria para distinguir uma situação da outra.

“Saber a nossa parte e fazer. Saber a parte de Deus e esperar. Eis a expressão da serenidade.”

Vamos tentar?
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(José Carlos de Lucca)
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PESQUISA E FORMATAÇÃO: MILTER-29-09-2019

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Crises sem dor



Fáceis de reconhecer as crises abertas.

Provação exteriorizada, dificuldade à vista.

Surgem, comumente, na forma de moléstias, desencantos, acidentes ou suplícios do coração, atraindo o concurso espontâneo das circunstantes a que se escoram as vítimas, vencendo, com serenidade e valor, tormentosos dias de angústia, como quem atravessa, sem maiores riscos, longos túneis de aflição.

Temos, porém, calamitosas crises sem dor, as que se escondem sob a segurança de superfície:

- quando nos acomodamos com a inércia, a pretexto de haver trabalhado em demasia...

- nas ocasiões em que exigimos se nos faça o próximo arrimo indébito no jogo da usura ou no ataque da ambição...

- qualquer que seja o tempo em que venhamos a admitir nossa pretensa superioridade sobre os demais...

- sempre que nos julguemos infalíveis, ainda mesmo em desfrutando as mais elevadas posições nas trilhas da Humanidade...

- toda vez que nos acreditemos tão supostamente sábios e virtuosos que não mais necessitemos de avisos e corrigendas, nos encargos que nos são próprios...

Sejam quais sejam os lances da existência em que nos furtemos deliberadamente aos imperativos da auto – educação ou de auxílio aos semelhantes, estamos em conjuntura perigosa na vida espiritual, com a obrigação de esforçar-nos, intensamente, para não cair em mais baixo nível de sentimento e conduta.

Libertemo-nos dos complexos de avareza e vaidade, intransigência e preguiça que nos acalentam a insensibilidade, a ponto de não registrarmos a menor manifestação de sofrimento, porquanto, de modo habitual, é através deles que se operam, em nós e em torno de nós, os piores desastres do espírito, seja pela fuga ao dever ou pela queda na obsessão.
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Emmanuel - Do livro: Estude e Viva, Médiuns: Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira

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MENSAGEM DO ESE:

Missão do homem inteligente na Terra

Não vos ensoberbeçais do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estreitos no mundo em que habitais. Suponhamos sejais sumidades em inteligência neste planeta: nenhum direito tendes de envaidecer-vos. Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a ele. A natureza do instrumento não está a indicar a que utilização deve prestar-se? A enxada que o jardineiro entrega a seu ajudante não mostra a este último que lhe cumpre cavar a terra? Que diríeis, se esse ajudante, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu patrão? Diríeis que é horrível e que ele merece expulso.


Pois bem: não se dá o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir a idéia de Deus e da Providência entre seus irmãos? Não levanta ele contra o seu senhor a enxada que lhe foi confiada para arrotear o terreno? Tem ele direito ao salário prometido? Não merece, ao contrário, ser expulso do jardim? Sê-lo-á, não duvideis, e atravessará existências miseráveis e cheias de humilhações, até que se curve diante dAquele a quem tudo deve.


A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance. Infelizmente, muitos a tornam instrumento de orgulho e de perdição contra si mesmos. O homem abusa da inteligência como de todas as suas outras faculdades e, no entanto, não lhe faltam ensinamentos que o advirtam de que uma poderosa mão pode retirar o que lhe concedeu. 

— Ferdinando, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 13.)

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Espiritismo e nós




Se o doente solicita receita e não aplica o remédio...


Se o aluno fichado na escola não lhe frequenta as aulas...


Se o viajante necessita chegar à estação, com passagem adquirida, e não toma o comboio...


Se o lavrador inicia a plantação e larga o trabalho à conta do vento...


Não culpe o médico, não acuse o professor, não reprove a condução, nem malsine a terra.


Assim também o Espiritismo, junto de nós, quando lhe conhecemos os sagrados objetivos, sob a direção de Jesus.


Se nos reconhecemos necessitados de melhoria, se aspiramos à luz, se temos sede de paz, se queremos felicidade e não nos dispomos a usá-lo em nós, por instrumento da própria renovação, não nos queixemos senão de nós mesmos.
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Albino Teixeira
Livro: Caminho Espírita
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
IDE - Instituto de Difusão Espírita 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Importante


Não tens o que possuis,
Tens aquilo que dás.

 Acima do que sabes,
Vale aquilo que és.

 Sobre a própria palavra,
Olha as ações que crias.

 Mais além do que podes,
Importa o que toleras.

 De tudo quanto crês,
Vale mais o que fazes.

Em tudo quanto sofras,
Guarda a fé viva em Deus.
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Emmanuel
Chico Xavier

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MENSAGEM DO ESE:
Os obreiros do Senhor


Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! 


Clamarão: “Graça! graça!” O Senhor, porém, lhes dirá: “Como implorais graças, vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos, que esmagastes o fraco, em vez de o amparardes? Como suplicais graças, vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe pedir; as recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da Terra.”


Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus.”


— O Espírito de Verdade. (Paris, 1862.)


(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5.)


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Resgate e renovação 



A reencarnação não seria caminhada redentora se já houvesse atendido a todas as exigências do aprimoramento espiritual.


Enquanto na escola, somos chamados ao exercício das lições. Ante a lei do renascimento, surpreenderás no mundo dificuldades e lutas, espinhos e tentações. Reencontrará afetos que a união de milênios tornou inesquecíveis, mas igualmente rentearão contigo velhos adversários, não mais armados pelos instrumentos do ódio aberto, e sim trajados noutra roupagem física, devidamente acolhidos a tua convivência dificultando-te os passos, através da aversão oculta.


Saberás o que seja tranqüilidade por fora e angústia por dentro. Desfrutarás a amenidade do clima social que te envolve, com os mais elevados testemunhos de apreço, e respirarás, muitas vezes, no ambiente convulsionado de provações entre as paredes fechadas do reduto doméstico. Entenderás, porém, que somos trazidos a viver, uns à frente dos outros, para aprender a amar-nos reciprocamente como filhos de Deus.


Perceberás, pouco a pouco, segundo os princípios de causa e efeito, que as mãos que te apedrejam são aquelas mesmas que ensinaste a ferir o próximo, em outras eras, quando o clarão da verdade não te havia iluminado o discernimento, e reconhecerás nos lábios que te envenenam com apontamentos caluniosos aqueles mesmos que adestraste na injustiça, entre as sendas do passado, a fim de te auxiliarem no louvor à condenação.


Ergues-te hoje sobre a estima dos corações com os quais te harmonizaste pelo dever nobremente cumprido; entretanto, sofres o retorno das crueldades que te caracterizavam em outras épocas por intermédio das ciladas e injúrias que te espezinham o coração.


Considera, porém, o apelo do amor a que somos convocados dia por dia e dissolve na fonte viva da compaixão o fel da revolta e a nuvem do mal. Aceita no educandário da reencarnação a trilha de acesso ao teu próprio ajustamento com a vida, amando, entendendo e servindo sempre. Se alguém te não compreende, ama e abençoa.


Se alguém te injuria, abençoa e ama ainda.


Seja qual seja o problema, nunca lhes conferirás solução justa se não te dispuseres a amar e abençoar. Onde estiveres, ama e abençoa sem restrições ante a consciência tranquila e conquistarás sem delongas o domínio do bem que vence todo o mal.
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pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Encontro de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier

domingo, 27 de setembro de 2020

FAMÍLIA


A família consanguínea, dentro do Educandário Terrestre, pode ser considerada um curso de extensão de paciência.

No ambiente aconchegante ou hostil do lar, o espírito reencarnado tem a bendita oportunidade de revelar o seu aproveitamento espiritual nas lições recebidas cotidianamente.

Convivendo com os familiares mais próximos, debaixo do mesmo teto, o espírito tem a sua melhor chance de autossuperação.

Quem mais compreende é quem mais cresce.

Quem mais renuncia é quem mais conquista.

Quem mais serve é quem mais se liberta.

Dentro dos conflitos domésticos, tão comuns nas famílias que se organizam na Terra, o exercício da paciência, aliado ao silêncio de quem mais ouve do que fala, representa garantia de êxito para o espírito que pretende alcançar a sua própria redenção.
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Livro: Cristo em Nós
Carlos A. Baccelli, 
pelo Espírito Bezerra de Menezes
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo

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MENSAGEM DO ESE:

Pecado por pensamentos. Adultério

Aprendestes que foi dito aos antigos: “Não cometereis adultério. Eu, porém, vos digo que aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em seu coração cometeu adultério com ela.” (S. Mateus, cap. V, vv. 27 e 28.)

A palavra adultério não deve absolutamente ser entendida aqui no sentido exclusivo da acepção que lhe é própria, porém, num sentido mais geral. Muitas vezes Jesus a empregou por extensão, para designar o mal, o pecado, todo e qualquer pensamento mau, como, por exemplo, nesta passagem: “Porquanto se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, dentre esta raça adúltera e pecadora, o Filho do Homem também se envergonhará dele, quando vier acompanhado dos santos anjos, na glória de seu Pai.” (S. MARCOS, cap. VIII, v. 38.)
A verdadeira pureza não está somente nos atos; está também no pensamento, porquanto aquele que tem puro o coração, nem sequer pensa no mal. Foi o que Jesus quis dizer: ele condena o pecado, mesmo em pensamento, porque é sinal de impureza.
Esse princípio suscita naturalmente a seguinte questão: Sofrem-se as conseqüências de um pensamento mau, embora nenhum efeito produza? Cumpre se faça aqui uma importante distinção. À medida que avança na vida espiritual, a alma que enveredou pelo mau caminho se esclarece e despoja pouco a pouco de suas imperfeições, conforme a maior ou menor boa-vontade que demonstre, em virtude do seu livre-arbítrio. Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha. Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.

Aquela que, ao contrário, não tomou boas resoluções, procura ocasião de praticar o mau ato e, se não o leva a efeito, não é por virtude da sua vontade, mas por falta de ensejo. É, pois, tão culpada quanto o seria se o cometesse.

Em resumo, naquele que nem sequer concebe a idéia do mal, já há progresso realizado; naquele a quem essa idéia acode, mas que a repele, há progresso em vias de realizar-se; naquele, finalmente, que pensa no mal e nesse pensamento se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força. Num, o trabalho está feito; no outro, está por fazer-se. Deus, que é justo, leva em conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VIII, itens 5 a 7.)

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Seres amados



"Aquele que ama a seu irmão permanece na luz e nele não há nenhum tropeço". 
(I João 2:10.)


Os seres que amamos!... 


Com que enternecimento desejaríamos situá-los nos mais elevados planos do mundo!... 


Se possível, obteríamos para cada um deles um nicho de santidade ou um título de herói!...


Entretanto, qual ocorre a nós mesmos, são eles seres humanos, matriculados no educandário da vida. 


E nos círculos das experiências em que se debatem, como nos acontece, erram e acertam, avançam na estrada ou se interrompem para pensar, solicitando-nos apoio e compreensão.


Assim como estamos em luta a fim de sermos, um dia o que devemos ser, aprendamos a amá-los como são, na certeza de que precisam, tanto quanto nós, de auxílio e encorajamento para a necessária ascensão espiritual.


Todos somos viajores do Universo com encontro marcado numa só estação de destino - a perfeição, na imortalidade. 


A face disso, e levando em consideração que nos achamos individualmente em marcos diferentes da estrada, se queremos auxiliar aqueles a quem amamos, e abençoá-los com nosso afeto, cultivemos, à frente deles, a coragem de compreender e a paciência de esperar.
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(Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel) 


sábado, 26 de setembro de 2020

APATIA ESPIRITUAL


Se te sentes envolver por um processo de apatia espiritual que te consome as melhores energias, fazendo-te desalentar diante das obrigações cotidianas, não te entregues a semelhante estado d’alma na expectativa de que alguém possa subtrair-te a ele sem contar com o teu esforço.

Quem se rende à depressão sem lutar contra ela dificilmente conseguirá libertar-se de seus tentáculos.

Para que uma força se anule, é necessário que se lhe oponha uma força contrária, da mesma intensidade.

Se desejas combater a tristeza, alegra-te.

Se queres vencer os pensamentos sombrios que te povoam a mente, ocupa o teu cérebro com ideias nobres.

O único remédio de prescrição eficaz contra a apatia espiritual é o trabalho, especialmente o trabalho desinteressado em favor dos semelhantes.

Não esperes pelo fortalecimento físico a fim de te fortaleceres moralmente, porque, não raro, o abatimento orgânico é consequência de tua prostração espiritual diante da vida.

Levanta-te em espírito e, contigo, o teu corpo haverá de soerguer-se.

Os outros poderão sempre orientar-te e estender-te as mãos, mas, se não manejares a tua própria vontade no âmago do ser, permanecerás no chão a que, voluntariamente, te arrojaste, vencido pelo peso imaginário de tuas aflições.

Ora e confia em Deus mas, sobretudo, derrama o suor do trabalho digno, desentorpecendo a alma na alegria de ser útil à vida que espera, em toda parte, pelo concurso de tuas mãos.
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Irmão José
Livro: Irmãos do Caminho
Carlos A. Baccelli, por Espíritos Diversos
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier 



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MENSAGEM DO ESE:

Qualidades da prece

Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que, afetadamente, oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. — Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. — Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a recompensa.

Não cuideis de pedir muito nas vossas preces, como fazem os pagãos, os quais imaginam que pela multiplicidade das palavras é que serão atendidos. Não vos torneis semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que é que tendes necessidade, antes que lho peçais. (S. MATEUS, cap. VI, vv., 5 a 8.)

Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe os vossos pecados. — Se não perdoardes, vosso Pai, que está nos céus, também não vos perdoará os pecados. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 25 e 26.)
Também disse esta parábola a alguns que punham a sua confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu, publicano o outro. — O fariseu, conservando-se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o que possuo.
O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousava, sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador.

Declaro-vos que este voltou para a sua casa, justificado, e o outro não; porquanto, aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se humilha será elevado. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 9 a 14.)

Jesus definiu claramente as qualidades da prece. Quando orardes, diz ele, não vos ponhais em evidência; antes, orai em secreto. Não afeteis orar muito, pois não é pela multiplicidade das palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas. Antes de orardes, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a prece não pode ser agradável a Deus, se não parte de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade.

Oral, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 1 a 4.)

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DE ÂNIMO FIRME


Não temas as provas de hoje.

Supera o mal com o bem.

Todos temos um amanhã.

No entanto, porque o futuro nos pertença não menosprezes o momento de agora.

 Se sofreste desgostos não lhe conserves os remanescentes no coração.

 Esquece afronta e ofensas.

O perdão desata quaisquer algemas entre vítima e agressor.

 O trabalho dissipa as sombras no espaço da alma.

Serve sempre.

 Não cultives enfermidades imaginárias, nem te amofines por aflições que talvez não chegues a conhecer.
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EMMANUEL
CHICO  XAVIER

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Azedume



Não descarregues o teu azedume, conflitos e recalques nos servidores da tua casa, do teu trabalho, da tua esfera social. 

Eles já sofrem o suficiente, dispensando a carga de amargura e mal-estar que lhes destinas. 

Coloca-te no lugar deles e verás quanto gostarias de receber gentilezas, ter atenuadas as humilhações que passasses, as dores que carpisses... 

São teus irmãos carentes. 

Se te fazem grosserias e são rudes, educa-os com o silêncio e a bondade. 

Eles desconhecem as boas maneiras, necessitando do teu exemplo. 
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FRANCO, Divaldo Pereira. Vida Feliz. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 18.ed. LEAL, 2015. Capítulo 109. 




 

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MENSAGEM DO ESE:

A fé humana e a divina 

No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.

Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo? Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?

A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendures que se não chegue a vencer.
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.

Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. 
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Um Espírito Protetor. (Paris, 1863.) 
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 12.) 

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Ódio e Suicídio  


Herdeiro de si mesmo, carregando, no inconsciente, as experiências transatas, o homem não foge aos atavismos que o jungem ao primitivismo, embora as claridades arrebatadoras do futuro chamando-o para as grandes conquistas. 


Liberar-se do forte cipoal das paixões animalizantes para os logros da razão é o grande desafio que tem pela frente. Onde quer que vá, encontra-se consigo mesmo. 


A sua evolução sócioantropológica é a história das contínuas lutas, em que o artista — o Espírito — arranca do bloco grotesco — a matéria — as expressões de beleza e grandiosidade que lhe dormem imanentes. 


Os mitos de todos os povos, na história das artes, das filosofias e das religiões, apresentam a luta contínua do ser libertando-se da argamassa celular, arrebentando algemas para firmar-se na liberdade que passa a usar, agressivamente, no começo, até converter-se em um estado de consciência ética plenificador, carregado de paz. Em cada mito do passado surge o homem em luta contra forças soberanas que o punem, o esmagam, o dominam. Gerado o conceito da desobediência, o reflexo da punição assoma dominador, reduzindo o calceta a uma posição ínfima, contra a qual não se pode levantar, sequer justificar a fragilidade. 


Essa incapacidade de enfrentar o imponderável — as forças desgovernadas e prepotentes — mais tarde se apresenta camuflada em forma de rebelião inconsciente contra a existência física, contra a vida em si mesma. 


Obrigado mais a temer esses opressores, do que a os amar, compelido a negociar a felicidade mediante oferendas e cultos, extravagantes ou não, sente-se coibido na sua liberdade de ser, então rebelando-se e passando a uma atitude formal em prejuízo da real, a um comportamento social e religioso conveniente ao invés de ideal, vivendo fenômenos neuróticos que o deprimem ou o exaltam, como efeitos naturais de sua rebelião íntima. Ao mesmo tempo, procurando deter os instintos agressivos nele jacentes, sem os saber canalizar, sofre reações psicológicas que lhe perturbam o sistema emocional. 


O ressentimento — que é uma manifestação da impotência agressiva não exteriorizada — converte-se em travo de amargura, a tornar insuportável a convivência com aqueles contra os quais se volta. Antegozando o desforço — que é a realização íntima da fraqueza, da covardia moral — dá guarida ao ódio que o combure, tornando a sua existência como a do outro em um verdadeiro inferno. 


O ódio é o filho predileto da selvageria que permanece em a natureza humana. Irracional, ele trabalha pela destruição de seu oponente, real ou imaginário, não cessando, mesmo após a derrota daquele. Quando não pode descarregar as energias em descontrole contra o opositor, volta-se contra si mesmo articulando mecanismos de autodestruição, graças aos quais se vinga da sociedade que nele vige. 


Os danos que o ódio proporciona ao psiquismo, por destrambelhar a delicada maquinaria que exterioriza o pensamento e mantém a harmonia do ser, tornam-se de difícil catalogação. Simultaneamente, advêm reações orgânicas que se refletem nas funções hepáticas, digestivas, circulatórias, dando origem a futuros processos cancerígenos, cardíacos, cerebrais... 


A irradiação do ódio é portadora de carga destrutiva que, não raro, corrói as engrenagens do emissor como alcança aquele contra quem vai direcionada, caso este sintonize em faixa de equivalência vibratória. Lixo do inconsciente, o ódio extravasa todo o conteúdo de paixões mesquinhas, representativas do primarismo evolutivo e cultural. Algumas escolas, na área da psicologia, preconizam como terapia, a liberação da agressividade, do ódio, dos recalques e castrações, mediante a permissão do vocabulário chulo, das diatribes nas sessões de grupo, das acusações recíprocas, pretendendo o enfraquecimento das tensões, ao mesmo tempo a conquista da auto-realização, da segurança pessoal. 


Sem discutirmos a validade ou não da experiência, o homem é pássaro cativo fadado a grandes vôos; ser equipado com recursos superiores, que viaja do instinto para a razão, desta para a intuição e, por fim, para a sua fatalidade plena, que é a perfeição. Uma psicologia baseada em terapêutica de agressão e libertação de instintos, evitando as pressões que coarctam os anseios humanos, certamente atinge os primeiros propósitos, sem erguer o paciente às cumeadas da realização interior, da identificação e vivência dos valores de alta monta, que dão cor, objetivo e paz à existência. 


Assumir a inferioridade, o desmando, a alucinação é extravasá-los, nunca sanar o mal, libertar-se dele por desnecessário. Se não é recomendável para as referidas escolas, a repressão, pelos males que proporciona, menos será liberar alguns, aos outros agredindo, graças aos falsos direitos que tais pacientes requeiram para si, arremetendo contra os direitos alheios. A sociedade, considerada como castradora, marcha para terapias que canalizem de forma positiva as forças humanas, suavizando as pressões, eliminando as tensões através de programas de solidariedade, recreio e serviços compatíveis com a clientela que a constitui. 


O ódio pressiona o homem que se frustra, levando-o ao suicídio. Tem origens remotas e próximas. Nas patologias depressivas, há muito fenômeno de ódio embutido no enfermo sem que ele se dê conta. A indiferença pela vida, o temor de enfrentar situações novas, o pessimismo disfarçam mágoas, ressentimentos, iras não digeridas, ódios que ressumam como desgosto de viver e anseio por interromper o ciclo existencial. Falhando a terapia profunda de soerguimento do enfermo, o suicídio é o próximo passo, seja através da negação de viver ou do gesto covarde de encerrar a atividade física. Todos os indivíduos experimentam limites de alguma procedência. 


Os extrovertidos conquistadores ocultam, às vezes, largos lances de timidez, solidão e desconfiança, que têm dificuldade em superar. Suas reuniões ruidosas são mais mecanismos de fuga do que recursos de espairecimento e lazer. Os alcoólicos que usam, as músicas ensurdecedoras que os aturdem, encarregam-se de mantê-los mais solitários na confusão do que solidários uns com os outros. 


As gargalhadas, que são esgares festivos, substituem os sorrisos de bem-estar, de satisfação e humor, levando-os de um para outro lugar-nenhum, embora se movimentem por cidades, clubes e reuniões diversos. O ser humano deve ter a capacidade de discernimento para eleger os valores compatíveis com as necessidades reais que lhe são inerentes. Descobrir a sua realidade e crescer dentro dela, aumentando a capacidade de ser saudável, eis a função da inteligência individual e coletiva, posta a benefício da vida. 


As transformações propõem incertezas, que devem ser enfrentadas naturalmente, como as oposições e os adversários encarados na condição de ocorrências normais do processo de crescimento, sem ressentimentos, nem ódios ou fugas para o suicídio. O homem que progride cada dia, ascende, não sendo atingido pelas famas dos problematizados que o não podem acompanhar, por enquanto, no processo de crescimento. Alcançado o acume desejado, este indivíduo está em condições de descer sem diminuir-se, a fim de erguer aquele que permanece na retaguarda. Ora, para alcançar-se qualquer meta e, em especial, a da paz, torna-se necessário um planejamento, que deflui da autoconsciência, da consciência ética, da consciência do conhecimento e do amor. O planejamento precede a ação e desempenha papel fundamental na vida do homem. Somente uma atitude saudável e uma emoção equilibrada, sem vestígios de ódio, desejo de desforço, podem planejar para o bem, o êxito, a felicidade. 
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O Homem Integral 
Joanna de Ângelis 
Divaldo Pereira Franco




quinta-feira, 24 de setembro de 2020

NO SERVIÇO DO SENHOR


Se aspiras o título de obreiro do Senhor, não olvides que o mundo é um campo imenso de trabalho para a lavoura do bem.

Não esperes facilidades na plantação.

Suportarás, naturalmente, obstáculos e perigos de toda sorte na preparação da colheita futura.

Repare ao redor de ti. Melindre e susceptibilidades são pragas e vermes roedores, destruindo-te a sementeira.

Cólera e irritação constituem granizo e vento arrazando-te as leiras frágeis.

Compromissos com a sombra simbolizam vigorosos cipoais, asfixiando-te os esforços. Indolência e desânimo, são ervas parasitárias, aniquilando-te a produção.

Leviandade e maledicência, representam enxurro e detritos sufocando-te as melhores promessas.

Perversidade e crítica expressam aridez e secura capazes de arruinar-te a esperança.

Lembra, pois, que cada dia é tempo abençoado de trabalhar e não confies a enxada de tua oportunidade à ferrugem da negação.

Recorda que o tempo voa, que tudo se transforma e que a própria Terra, onde se alonga a sua esfera de ação, turbilhona em pleno Céu à procura da perfeita comunhão com a Grande Luz.

Não relaciones desapontamento e mágoas, não te percas nas pedras do caminho e nem te fixes no espinheiro, que te servem por medida à fé e à serenidade.

Se te candidatas a servir com Jesus, tomemo-Lo por nosso padrão vivo e incessante, buscando-Lhe a Vontade para que nossos caprichos sejam esquecidos.

E, pautando nossas atividades sobre as normas que Lhe caracterizaram o exemplo, contemplaremos, ditosos, a colheita farta, a surgir da lama terrestre, colheita essa que nos enriquecerá de bênçãos o celeiro do coração para a Vida Eterna.
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Emmanuel
(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Alvorada do reino. Cap. 1. São Paulo: IDEAL) 

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MENSAGEM DO ESE:

Transmissão de riqueza

O princípio, segundo o qual ele é apenas depositário da fortuna de que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira ao homem o direito de transmiti-la aos seus descendentes? 

O homem pode perfeitamente transmitir, por sua morte, aquilo de que gozou durante a vida, porque o efeito desse direito está subordinado sempre à vontade de Deus, que pode, quando quiser, impedir que aqueles descendentes gozem do que lhes foi transmitido. Não é outra a razão por que desmoronam fortunas que parecem solidamente constituídas. É, pois, impotente a vontade do homem para conservar nas mãos da sua descendência a fortuna que possua. Isso, entretanto, não o priva do direito de transmitir o empréstimo que recebeu de Deus, uma vez que Deus pode retirá-lo, quando o julgue oportuno. 

— São Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 15.)


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Tarefas 


As grandes almas, às vezes, renascem para desempenhar na Terra missões gloriosas.

Seus feitos encantam e servem de inspiração para todos.

Semeiam a paz e amparam os desgraçados, em larga escala.

Contudo, por imperfeito que ainda se apresente, todo homem tem uma função pessoal e intransferível nas engrenagens do mundo.

Assim, não se afirme à margem da vida e nem se considere inútil.

Também evite alegar impedimento para desertar da atividade que a vida lhe reservou.

Antes de protestar sua pouca importância, repare nas lições que vertem, silenciosas, do livro da natureza.

Imagine se os vermes parassem de trabalhar, por se reconhecerem insignificantes.

O solo ficaria ressecado e perderia a fecundidade, tornando-se incapaz de solucionar os problemas humanos.

Cogite se as sementes invejassem a posição das árvores maduras e generosas que lhes presidem a espécie.

Caso elas desistissem de seu esforço obscuro na germinação e no crescimento, em pouco tempo a esterilidade anularia os recursos da terra.

Suponha que as papoulas deixassem de produzir em atitude de revolta contra aqueles que lhes deturpam a essência nos mercados do ópio.

Deixaria de haver alívio para as dores de incontáveis enfermos desesperados.

Pense se as fontes singelas fugissem de sustentar os grandes rios e as formidáveis represas, a pretexto de serem humildes em excesso.

Haveria prejuízo geral, com falta de preciosa energia com que a Humanidade conta.

Com a mente nessas lúdicas imagens, reflita seriamente sobre a sua posição no mundo.

Honre o posto de ação em que foi localizado, por singelo que ele lhe pareça.

Diante da lei Divina, não há ocupação útil aviltante.

As mãos que assinam decretos não vivem sem aquelas outras que preparam a mesa.

Os braços que conduzem arados são apoios dos que movem máquinas poderosas.

O suor na indústria verte para sustento e conforto de todos.

O asseio na rua é proteção à comunidade.

Por gloriosa que pareça a posição de determinado homem, ele necessita do apoio de incontáveis outros, mais humildes.

O bem é sempre resultado do esforço geral.

O relevante é saber se tornar útil, com os recursos que se possui.

Não compensa invejar as facilidades alheias e com isso tombar na ociosidade.

Por pequenos que pareçam seus talentos, movimente-os no bem.

Se suas tarefas se afiguram singelas, honre-as ainda assim.

Não se ocupe em colecionar rótulos passageiros, sem utilização proveitosa e digna.

Também não se atrapalhe ao assumir muitos compromissos ao mesmo tempo.

Importa, acima de tudo, fazer bem o que se deve fazer.

Pense nisso.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap. LXXVIII
do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
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Formatação e pesquisa: MILTER-22-09-2019