terça-feira, 3 de maio de 2016

Morre lentamente




Morre lentamente quem não sorri para uma nova manhã, quem esqueceu de olhar as estrelas na noite anterior e quem não se encanta com a grandiosidade da natureza à sua volta.

        Morre lentamente quem não encontra graça em si mesmo, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

        Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.

        Morre lentamente quem faz da televisão seu guru, ou sua única companhia.

        Morre lentamente quem não toma iniciativa alguma quando está infeliz com seu trabalho, quem não arrisca nem um pouco que seja, para ir atrás de um sonho.

        Morre lentamente quem passa os dias se queixando de sua má sorte ou da chuva incessante ou do sol intenso.

        Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece, ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

        Morre lentamente quem não mais agradece a Deus pelos filhos que lhe deu, ou pelos pais que o receberam neste mundo.

        Morre lentamente quem não retribui o sorriso de um bebezinho, e quem não acha fascinante a forma pela qual chegamos todos a este mundo.

        Morre lentamente quem não abraça, quem não beija, quem não expressa carinho de alguma forma – mesmo que através de um olhar.

        Morre lentamente quem é adepto de expressões como Este mundo não tem jeito mesmo, ou A coisa está cada dia pior.

        Morre lentamente quem se desespera com a perda de um amor, e não consegue perceber que há muitos que podem ser amados por nós, e muitos que podem nos amar profundamente.

        Morre, sem perceber, dia após dia, quem não se dedica à felicidade de alguém, quem não se doa, quem não divide o que tem - material e espiritualmente – com outras pessoas.
*   *   *
        Vivo para que o sol tenha sentido, e é minha luminiscência que ele espelha e devolve ao orbe, agradecido.

        Vivo para que a chuva lave o ar, e leve volte ao éter com meu perfume elegante, de árvore vigorosa de seiva sã.

        Vivo para que o amor tenha vazão, e não deseje razão – pois de condição o amar não precisa.

        Vivo para florescer outros jardins, e sem perceber o meu se abarrota de lírios, ciclames, girassóis...

        Vivo cada dia como se fosse cada dia. Nem o último nem o primeiro - o único.
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Redação do Momento Espírita



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