segunda-feira, 14 de maio de 2018

CONTÁGIO MENTAL




Acautele-se contra o perigo do contágio mental.

O pensamento é força criadora e plasma na atmosfera o produto das nossas aspirações.

Pela lei de afinidades, os pensamentos negativos comuns se ligam e formam densas nuvens psíquicas a envolverem os que transitam na mesma faixa de intenção.

Cuidado para não ficar preso na teia dos pensamentos negativos.

Sua vida muitas vezes não caminha bem porque seus pensamentos não caminham na direção do bem.

Se você, por exemplo, mergulhar, com frequência, nas faixas mentais da tristeza, seu pensamento se unirá a indefinível número de mentes tristes, estabelecendo uma ligação psíquica de influências mútuas. Você nunca estará triste sozinho por muito tempo.

Nos momentos de calamidades ou de grandes tensões sociais, maior deverá ser o nosso cuidado mental, pois do contrário nos tornaremos presas fáceis dos grandes adensamentos energéticos negativos que se formam nessas ocasiões. Nada mais oportuno do que a recomendação evangélica: vigiai e orai.

A melhor defesa psíquica sempre será o bem que conseguirmos espalhar pela vida. Pensar no bem, falar no bem e agir no bem serão nossos escudos protetores contra as arremetidas do mal. E de nada adianta agir assim somente quando estamos em tarefas religiosas. Espiritualidade é o que fazemos quando saímos do templo de nossa fé.

A leitura diária de páginas edificantes corrige o leito de rio dos pensamentos desequilibrados.

Mudar o curso dos pensamentos é tarefa prioritária quando nos sentirmos mergulhados em estados de tristeza, irritação e agressividade.

A melhor recomendação para se ver livre das energia negativas é não se achar imune a elas. 
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA




MENSAGEM DO ESE:
Abandonar pai, mãe e filhos

Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmãos, ou suas irmãs, ou seu pai, ou sua mãe, ou sua mulher, ou seus filhos, ou suas terras, receberá o cêntuplo de tudo isso e terá por herança a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XIX, v. 29.)
Então, disse-lhe Pedro: Quanto a nós, vês que tudo deixamos e te seguimos. — Jesus lhe observou: Digo-vos, em verdade, que ninguém deixará, pelo reino de Deus, sua casa, ou seu pai, ou sua mãe, ou seus irmãos, ou sua mulher, ou seus filhos — que não receba, já neste mundo, muito mais, e no século vindouro a vida eterna. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 28 a 30.)
Disse-lhe outro: Senhor, eu te seguirei; mas, permite que, antes, disponha do que tenho em minha casa. — Jesus lhe respondeu: Quem quer que, tendo posto a mão na charrua, olhar para trás, não esta apto para o reino de Deus. (S. LUCAS, cap. IX, vv. 61 e 62.)
Sem discutir as palavras, deve-se aqui procurar o pensamento, que era, evidentemente, este: “Os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as considerações humanas”, porque esse pensamento está de acordo com a substância da doutrina de Jesus, ao passo que a idéia de uma renunciação à família seria a negação dessa doutrina.

Não temos, aliás, sob as vistas a aplicação dessas máximas no sacrifício dos interesses e das afeições de família aos da Pátria? Censura-se, porventura, aquele que deixa seu pai, sua mãe, seus irmãos, sua mulher, seus filhos, para marchar em defesa do seu país? Não se lhe reconhece, ao contrário, grande mérito em arrancar-se às doçuras do lar doméstico, aos liames da amizade, para cumprir um dever? É que, então, há deveres que sobrelevam a outros deveres. Não impõe a lei à filha a obrigação de deixar os pais, para acompanhar o esposo? Formigam no mundo os casos em que são necessárias as mais penosas separações. Nem por isso, entretanto, as afeições se rompem. O afastamento não diminui o respeito, nem a solicitude do filho para com os pais, nem a ternura destes para com aquele. Vê-se, portanto, que, mesmo tomadas ao pé da letra, excetuado o termo odiar, aquelas palavras não seriam uma negação do mandamento que prescreve ao homem honrar a seu pai e a sua mãe, nem do afeto paternal; com mais forte razão, não o seriam, se tomadas segundo o espírito. Tinham elas por fim mostrar, mediante uma hipérbole, quão imperioso é para a criatura o dever de ocupar-se com a vida futura. Aliás, pouco chocantes haviam de ser para um povo e numa época em que, como conseqüência dos costumes, os laços de família eram menos fortes, do que no seio de uma civilização moral mais avançada. Esses laços, mais fracos nos povos primitivos, fortalecem-se com o desenvolvimento da sensibilidade e do senso moral. A própria separação é necessária ao progresso. 
Assim as famílias como as raças se abastardam, desde que se não entrecruzem, se não enxertem umas nas outras. É essa uma lei da Natureza, tanto no interesse do progresso moral, quanto no do progresso físico. 

Aqui, as coisas são consideradas apenas do ponto de vista terreno. O Espiritismo no-las faz ver de mais alto, mostrando serem os do Espírito e não os do corpo os verdadeiros laços de afeição; que aqueles laços não se quebram pela separação, nem mesmo pela morte do corpo; que se robustecem na vida espiritual, pela depuração do Espírito, verdade consoladora da qual grande força haurem as criaturas, para suportarem as vicissitudes da vida.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIII, itens 4 a 6.)



sábado, 12 de maio de 2018

PERIGOS DO PERFECCIONISMO



Cuidado com o perfeccionismo, que tem destruído as melhores plantações de felicidade.

Muitas pessoas, a pretexto de um trabalho perfeito, jamais conseguem dar o primeiro passo na empreitada.

Não se esqueça de que a perfeição absoluta pertence só a Deus e, a menos que você pense que é Deus, comece hoje a trabalhar fazendo apenas o seu melhor, o que já será muito.

Muitos perfeccionistas terminam os seus dias em lamentável estado de frustração íntima.

Descobrem tarde que exigiram muito e fizeram pouco ou quase nada.

Não exija perfeição dos outros.

Você está vivendo num Mundo de pessoas imperfeitas para que também reconheça as próprias limitações.

Somos espelhos uns dos outros.

Não é errado errar. O sucesso é o resultado de um processo longo de erros e acertos.

Ninguém tem verdadeiramente defeitos, nem você mesmo.

Apenas ainda não aprendemos tudo o que podemos aprender de acordo com a nossa idade espiritual.

Você diria que um recém-nascido é imperfeito só porque ainda não aprendeu a andar?

No estágio evolutivo em que cada um se encontra, tem-se uma perfeição relativa, e a sabedoria do bem viver consiste em aprender a se beneficiar da luz que cada um é capaz de emitir.

Não se leve tão a sério. O melhor tratamento para o perfeccionismo é desenvolver a capacidade de rir de si próprio quando cair em algum trecho do caminho. Somente assim você terá forças para levantar e seguir. Se ficar decepcionado consigo, permanecerá no chão derramando lágrimas improdutivas.
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA 

MENSAGEM DO ESE:
Carregar sua cruz. Quem quiser salvar a vida, perdê-la-á
Bem ditosos sereis, quando os homens vos odiarem e separarem, quando vos tratarem injuriosamente, quando repelirem como mau o vosso nome, por causa do Filho do Homem. — Rejubilai nesse dia e ficai em transportes de alegria, porque grande recompensa vos está reservada no céu, visto que era assim que os pais deles tratavam os profetas. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 22 e 23.)
Chamando para perto de si o povo e os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; — porquanto, aquele que se quiser salvar a si mesmo, perder-se-á; e aquele que se perder por amor de mim e do Evangelho se salvará. — Com efeito, de que serviria a um homem ganhar o mundo todo e perder-se a si mesmo? (S. MARCOS, cap. VIII, vv. 34 a 36; — S. LUCAS, cap. IX, vv. 23 a 25; — S. MATEUS, cap. X, vv. 38 e 39; — S. JOÃO, cap. XII, vv. 25 e 26.)
“Rejubilai-vos, diz Jesus, quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu.” Podem traduzir-se assim essas verdades: “Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má-vontade para convosco, vos dêem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.”
Depois, acrescenta: “Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir”, isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: “Já recebestes a vossa recompensa.”

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 17 a 19.)

sexta-feira, 11 de maio de 2018

SINAL DE GRANDEZA



Aprende a escutar o que os outros dizem.

Registrar a intimidade alheia, sem divulgá-la, é sinal de grandeza.

Acolhe o desabafo de quem sofre e não censures quem erra.

Por vezes, saber ouvir é mais importante que saber expressar-se em todos os idiomas.

Oferece ombro amigo ao coração aflito.

Todos carecemos de quem nos escute sem nada dizer.

A indiferença aumenta o sofrimento de quem se sente sozinho.

Não desconsideres a dor dos semelhantes.

A solidariedade nas lágrimas de quem chora, equivale a seguro abrigo que se encontra debaixo da tempestade.

Um simples sorriso de simpatia e cordialidade pode resgatar uma alma ao abismo.
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(De Vigiai e orai, de Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José)



MENSAGEM DO ESE:
A ingratidão dos filhos e os laços de família (III)

Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade. Com efeito, quantos há que, em vez de resistirem aos maus pendores, se comprazem neles. A esses ficam reservados o pranto e os gemidos em existências posteriores. Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega.
De todas as provas, as mais duras são as que afetam o coração. Um, que suporta com coragem a miséria e as privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, pungido da ingratidão dos seus. Oh! que pungente angústia essa! Mas, em tais circunstâncias, que mais pode, eficazmente, restabelecer a coragem moral, do que o conhecimento das causas do mal e a certeza de que, se bem haja prolongados despedaçamentos dalma, não há desesperos eternos, porque não é possível seja da vontade de Deus que a sua criatura sofra indefinidamente? Que de mais reconfortante, de mais animador do que a idéia que de cada um dos seus esforços é que depende abreviar o sofrimento, mediante a destruição, em si, das causas do mal? Para isso, porém, preciso se faz que o homem não retenha na Terra o olhar e só veja uma existência; que se eleve, a pairar no infinito do passado e do futuro. Então, a justiça infinita de Deus se vos patenteia, e esperais com paciência, porque explicável se vos torna o que na Terra vos parecia verdadeiras monstruosidades. As feridas que aí se vos abrem, passais a considerá-las simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família se vos apresentam sob seu aspecto real. Já não vedes, a ligar-lhes os membros, apenas os frágeis laços da matéria; vedes, sim, os laços duradouros do Espírito, que se perpetuam e consolidam com o depurarem-se, em vez de se quebrarem por efeito da reencarnação.
Formam famílias os Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso moral e a afeição induzem a reunir-se. Esses mesmos Espíritos, em suas migrações terrenas, se buscam, para se gruparem, como o fazem no espaço, originando-se daí as famílias unidas e homogêneas. Se, nas suas peregrinações, acontece ficarem temporariamente separados, mais tarde tornam a encontrar-se, venturosos pelos novos progressos que realizaram. Mas, como não lhes cumpre trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados encarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação no meio daqueles outros, o que constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar.
Acolhei-os, portanto, como irmãos; auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar outros. — Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.)










quinta-feira, 10 de maio de 2018

LONGE DOS VÍCIOS



Não procure fugir de seus problemas nas avenidas do vício. Se estiver passando por algum problema grave, você na verdade está, precisando de ajuda e não de algo que o empurre para um buraco mais fundo.

Lembre-se de que o prazer que o vício proporciona é muito passageiro; no entanto, seus prejuízos são duradouros, podendo até levá-lo à morte. Avalie sempre se vale a pena o prazer de alguns segundos por anos de sofrimento.

E não pense que morrer seja a solução, porquanto você perderá apenas o corpo físico. Sendo o espírito eterno, sobrevivendo ao desenlace da matéria, a morte o deixará de mãos atadas para resolver os problemas dos quais você quis se livrar e que o suicídio não fez desaparecer.

Você pode até ter forças para vencer o vício sozinho, porém não descarte a possibilidade de pedir ajuda se perceber que está com dificuldades. Vença o orgulho, não queira bancar o super-herói, não há nada de humilhante em pedir socorro. Quando foi levado para ser crucificado. Jesus aceitou que Simão carregasse a cruz até o Gólgota. Por que você também não permite que alguém o ajude a carregar sua cruz nesse momento?

Escolha bem suas companhias. Se você tem propensão para determinado vício, afaste-se imediatamente da convivência de pessoas com a mesma tendência. Considere que o viciado é um doente, e um doente pode deixar o outro mais doente ainda.

A maior dificuldade em sair do vício é a pessoa julgar que não é um dependente e acreditar que, no instante em que desejar, pode largar o vício sem qualquer dificuldade. Vale refletir no dito popular que diz que: O pior cego é aquele que não quer ver.

Além da ajuda especializada, de grande valia será a ajuda espiritual a ser prestada no templo de sua fé. Deus almeja ardentemente a nossa felicidade e nos receberá de braços abertos festejando o retorno do filho que estava perdido e agora deseja reencontrar a alegria de viver. Creia que com a ajuda divina, toda barreira poderá ser vencida desde que você queira mesmo deixar o vício para trás.

Sem a sua vontade firme e decidida, Deus nada poderá fazer em seu favor. Somente a peso de muito sofrimento você se sentirá inclinado um dia a deixar o vício. Não espere ir ao fundo do poço para mudar. Comece a largar a dependência agora mediante o poder da sua vontade.

Ajude-se que o céu o ajudará. A porta do céu se abre quando alguém bate pedindo ajuda. Então, bata forte, queira ardentemente remodelar sua vida e assim Deus lhe mostrará os caminhos de libertação.
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA




MENSAGEM DO ESE:
Jesus em casa de Zaqueu


Tendo Jesus entrado em Jericó, passava pela cidade — e havia ali um homem chamado Zaqueu, chefe dos publicanos e muito rico, — o qual, desejoso de ver a Jesus, para conhecê-lo, não o conseguia devido à multidão, por ser ele de estatura muito baixa. — Por isso, correu à frente da turba e subiu a um sicômoro, para o ver, porquanto ele tinha de passar por ali. — Chegando a esse lugar, Jesus dirigiu para o alto o olhar e, vendo-o, disse-lhe: Zaqueu, dá-te pressa em descer, porquanto preciso que me hospedes hoje em tua casa. — Zaqueu desceu imediatamente e o recebeu jubiloso. Vendo isso, todos murmuravam, a dizer: Ele foi hospedar-se em casa de um homem de má vida.
Entretanto, Zaqueu, pondo-se diante do Senhor, lhe disse: Senhor, dou a metade dos meus bens aos pobres e, se causei dano a alguém, seja no que for, indenizo-o com quatro tantos. Ao que Jesus lhe disse: Esta casa recebeu hoje a salvação, porque também este é filho de Abraão; visto que o Filho do Homem veio para procurar e salvar o que estava perdido. (S. LUCAS, cap. XIX, vv. 1 a 10.)

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 4.)



quarta-feira, 9 de maio de 2018

A Reforma Íntima


Ninguém pode ter Deus como Pai se não tiver o outro como irmão.

Nosso caminho será de luz ou de treva, segundo a nossa capacidade de nos amar na hora de fazer a escolha entre o joio ou o trigo, do caminho de luta ou os braços enganadores da ilusão.

Quem se ama, cuida de si, oferecendo para si o melhor que puder, por meio do estudo e do serviço que presta aqueles que estão ao seu redor e passam pelo seu caminho.

Sem reforma íntima, sem lutas interiores, sem trabalho no bem, sem transformações de tendências interiores, sem serviço no Bem, sem tolerância, sem perseverança, sem solidariedade não poderemos
colher a felicidade que é a melhor parte do Bem e do Bom.

O segredo da vida é a caridade, não só a caridade material, mas, sobretudo, a caridade moral e espiritual de domar as nossas más inclinações e de demonstrarmos a nossa capacidade de perdoar, compreender, servir e passar anonimamente pelo mundo, sem deixar marcas, rastros ou sinais para que nos identifiquem.

É agir como na parábola do Cristo:  que a mão esquerda não saiba o que faz a direita, isto é, que o benfeitor nunca possa identificar o seu beneficiado e vice-versa, para que ninguém fica a dever ou se sinta humilhado.

Se assim fizermos, seremos realmente felizes. 
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(Nelson Pedro)




MENSAGEM DO ESE:
Mundos de expiações e provas

Que vos direi dos mundos de expiações que já não saibais, pois basta observeis o em que habitais? A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.
Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos os Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. É que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.
A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos tem aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 13 a 15.)



terça-feira, 8 de maio de 2018

LUZ E SILÊNCIO




O Mestre que nos recomendou situar a lâmpada sobre o velador, também nos exortou, de modo incisivo: –

– “Brilhe a vossa luz diante dos homens!”     
*
Conhecimento evangélico é sol na alma.

Compreendendo a responsabilidade de que somos investidos, esposando a Boa Nova por
ninho de nossos sentimentos e pensamentos, busquemos exteriorizar a flama renovadora
que nos clareia por dentro, a fim de que a fé não seja uma palavra inoperante em nossas
manifestações.
*
Onde repontem espinheiros da incompreensão, sê a bênção do entendimento fraterno.
*
Onde esbraveje a ofensa, sê o perdão que asserena e edifica.
*
Onde a revolta incendeie corações, sê a humildade que restaura a serenidade e a alegria.
*
Onde a discórdia ensombre o caminho, sê a paz que se revela no auxílio eficiente e
oportuno.
*
Não olvidemos que a luz brilha dentro de nós.
*
Não lhe ocultemos os raios vivificantes sob o espesso velador do comodismo, nas teias
do interesse pessoal.


Entretanto, não nos esqueçamos igualmente de que o sol alimenta e equilibra o mundo
inteiro sem ruído, amparando o verme e a flor, o delinqüente e o santo, o idiota e o sábio
em sublime silêncio.
*
Não suponhas que a lâmpada do Evangelho possa fulgurar através de acusações ou
amarguras.
Enquanto a ventania compele o homem a ocultar-se, a claridade matinal, tépida e muda, o
encoraja ao trabalho renovador.
*
Inflamando o coração no luzeiro do Cristo, saibamos entender e servir com Ele, sem
azedume e sem crítica, sem reprovação e sem queixa, na certeza de que o amor é a
garantia invulnerável da vitória imperecível.
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Emmanuel 
Chico Xavier 



  

MENSAGEM DO ESE:
Ressurreição e reencarnação (III)


Ora, desde o tempo de João Batista até o presente, o reino dos céus é tomado pela violência e são os violentos que o arrebatam; — pois que assim o profetizaram todos os profetas até João, e também a lei. — Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo é o Elias que há de vir. — Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 12 a 15.)
Se o princípio da reencarnação, conforme se acha expresso em S. João, podia, a rigor, ser interpretado em sentido puramente místico, o mesmo já não acontece com esta passagem de S. Mateus, que não permite equívoco: ELE MESMO é o Elias que há de vir. Não há aí figura, nem alegoria: é uma afirmação positiva. — “Desde o tempo de João Batista até o presente o reino dos céus é tomado pela violência.” Que significam essas palavras, uma vez que João Batista ainda vivia naquele momento? Jesus as explica, dizendo: “Se quiserdes compreender o que digo, ele mesmo é o Elias que há de vir.” Ora, sendo João o próprio Elias, Jesus alude à época em que João vivia com o nome de Elias. “Até ao presente o reino dos céus é tomado pela violência”: outra alusão à violência da lei mosaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para que os demais ganhassem a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus, ao passo que, segundo a nova lei, o céu se ganha pela caridade e pela brandura. 

E acrescentou: Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir. Essas palavras, que Jesus tanto repetiu, claramente dizem que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades.
Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão. Despertai do vosso sono e entoai louvores a Deus, vós que habitais no pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz e porque arruinareis a Terra e o reino dos gigantes. (ISAÍAS, cap. XXVI, v. 19.) 

É também muito explícita esta passagem de Isaías: “Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo. ” Se o profeta houvera querido falar da vida espiritual, se houvera pretendido dizer que aqueles que tinham sido executados não estavam mortos em Espírito, teria dito: ainda vivem, e não: viverão de novo. No sentido espiritual, essas palavras seriam um contra-senso, pois que implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam a negação das penas eternas, pois que estabelecem, em princípio, que todos os que estão mortos reviverão.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 10 a 13.)