quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Saibamos ouvir e ver


Há sempre respostas do Céu às nossas súplicas e jamais devemos interromper o culto da oração, fio divino e invisível de nossa comunhão com Deus.

Invariavelmente, fluem do Alto soluções diversas em nosso favor, à vista de nossas exigências, entretanto, é preciso acender a flama da fé no templo d’alma para ouvirmos a mensagem de Cima quando o Senhor nos diz “não”.

Decerto, se todos fôssemos afirmativamente atendidos em nossos requerimentos e petitórios, a perturbação arrasaria o senso da vida e acabaríamos desnorteados nas sombras da insensatez que nos é própria.

Muitas vezes, a ausência de braços queridos, em nossa equipe familiar é a bênção do Céu para que a responsabilidade nos enriqueça o destino.

Quase sempre, a moléstia do corpo é socorro às mazelas da alma.

Em muitas ocasiões, o pauperismo e a dificuldade, a provação e o sofrimento constituem o auxílio seguro da Eterna Providência para que o tempo nos favoreça com os tesouros da educação.

E, frequentemente, quando a morte nos visita o santuário doméstico no mundo, semelhante acontecimento vale por advertência do Céu para que estejamos acordados e valorosos na Terra.

Abramos o coração ao sol da prece e roguemos ao Pai nos conceda visão.

Em torno de nós, no campo físico e além dele, corre generoso e incansável o rio da Bondade Celeste. Basta haja em nós o amor pelo bem e a vocação de servir para que as bênçãos desse manancial nos felicitem a vida.

Não nos levantemos, porém, na área da experiência exclamando: “Ouve Senhor, que teu servo clama”!

Antes digamos, genuflexos, no altar do espírito: “Fala, Senhor, que teu servo escuta!”

Então a humildade será luz brilhante nos escaninhos do coração, fazendo-nos enxergar nossas próprias necessidades e nossos próprios enigmas e, revelando-nos a verdade, silenciosa, far-nos-á perceber que a oração não modifica o quadro de aflição e dor que criamos por nós mesmos, mas transformar-nos-á o modo de ser, sublimando-nos sentimentos e pensamentos, diretrizes e atitudes, palavras e atos, para que as nossas experiências se desdobrem, não conforme os nossos caprichos, mas segundo a Misericórdia e a Justiça da Lei.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

Deve-se expor a vida por um malfeitor?

Acha-se em perigo de morte um homem; para o salvar tem um outro que expor a vida. Sabe-se, porém, que aquele é um malfeitor e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve, não obstante, o segundo arriscar-se para o salvar?

Questão muito grave é esta e que naturalmente se pode apresentar ao espírito. 

Responderei, na conformidade do meu adiantamento moral, pois o de que se trata é de saber se se deve expor a vida, mesmo por um malfeitor. O devotamento é cego; socorre-se um inimigo; deve-se, portanto, socorrer o inimigo da sociedade, a um malfeitor, em suma. Julgais que será somente à morte que, em tal caso, se corre a arrancar o desgraçado? É, talvez, a toda a sua vida passada. Imaginai, com efeito, que, nos rápidos instantes que lhe arrebatam os derradeiros alentos de vida, o homem perdido volve ao seu passado, ou que, antes, este se ergue diante dele. A morte, quiçá, lhe chega cedo demais; a reencarnação poderá vir a ser-lhe terrível. Lançai-vos, então, ó homens; lançai-vos todos vós a quem a ciência espírita esclareceu; lançai-vos, arrancai-o à sua condenação e, talvez, esse homem, que teria morrido a blasfemar, se atirará nos vossos braços. Todavia, não tendes que indagar se o fará, ou não; socorrei-o, porquanto, salvando-o, obedeceis a essa voz do coração, que vos diz: “Podes salvá-lo, salva-o!” 

— Lamennais. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 15.)

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NÃO PRESSIONE OS OUTROS


(...) É muito justo os novos discípulos quererem salvar as pessoas amadas, mas que o façam através do respeito ao próximo, porquanto ninguém gosta de se sentir pressionado.

Percebendo a nossa transformação, aqueles que convivem conosco vão paulatinamente seguindo alguma coisa. 

Dar ares de santo, apenas porque encontrou Jesus, mas criticando e intervindo no livre-arbítrio dos outros, longe está do Mestre.

Ele nos deixou a lição: não se defendeu porque teria de acusar. Depois, não devemos atirar pérolas aos porcos (Mateus, capítulo VII, versículo 6). 

Esta parábola bem serve para todos nós. 

Muitas vezes, negligenciamos as coisas do espírito e, ao sermos despertados, desejamos que os outros compreendam de pronto o que levamos anos e anos a aceitar.
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Livro: Um Jardim de Esperanças
Irene Pacheco Machado, 
pelo Espírito Luiz Sérgio
Livraria e Editora Recanto

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