quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Quando o erro apareça


TEMA — Atitude à frente de nossos erros.

 Surge, comumente, para todos nós o instante de reconsideração dos próprios erros, em que bastas vezes experimentamos dolorosa impressão de autofalência.

Intentávamos completar construção determinada e a ventania das circunstâncias adversas nos derrubou as vigas iniciais; começávamos a resolver um problema difícil e ei-lo que se complica como que a destacar-nos a insipiência…

 Revoltados contra nós mesmos, ensaiamos escapatórias diversas e asseveramos, desencantados:

— Trabalhei quanto pude…

— Tentei lutar…

— Sou um fracasso…

— Reconheci que não presto…

— A realização era alta demais…

— Para que prosseguir?!

— Deixo isso a quem possa…

— Fiz força…

 Semelhantes afirmativas parecem testemunhar expressiva modéstia, atraindo simpatia e admiração em nosso favor, mas, na essência, não valem.

 Quando o erro apareça em nossa área de ação, recordemos o motorista diligente que se atira a conserto e não a queixume, ante o carro enguiçado, e estabeleçamos primeiramente a pausa de revisão.

 Aceitemo-nos tais quais somos, fracos, imperfeitos, rebeldes ou reincidentes no mal.

 Fitemo-nos no espelho da razão pura. Raciocinemos.

 Observemos os pontos vulneráveis, em torno dos quais as nossas faltas reaparecem.

 Verifiquemos claramente em nós aquilo que desaprovamos nos outros.

 Nenhuma tentativa de evasão pela tangente do desculpismo.

 Anotemos as nossas necessidades morais, sem esperar que alguém no-las aponte, e lancemo-nos à obra restaurativa.

 Corrigir-nos sinceramente e recomeçar trabalho de auto-reeducação tantas vezes quantas se fizerem precisas.

 Ocasiões sobrevêm nas quais o abatimento é tão grande, perante os nossos erros, que muitos de nós se aventuram a pronunciar a palavra “impossível” para qualquer convite à renovação.

Quando isso aconteça, fujamos de perder tempo, articulando frases de autopiedade. Sentar-se à beira da estrada, para lamentar o mal sem remédio, é tão perigoso quanto cair e refocilar-se indefinidamente no chão.

 Por maior seja o erro em que estejamos incursos, reiniciemos pacientemente a tarefa em que nos malogramos, recorrendo à oração. Em verdade, ninguém pode substituir-nos no esforço que é nosso, mas todo esforço somado à oração quer dizer: nós com Deus.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Encontro marcado
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MENSAGEM DO ESE:

Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?

Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos? 

— S. Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 20.)

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DECÁLOGO PARA NÓS


1. Guardaremos nossa consciência fiel a Deus acima de tudo.

2. Tomaremos Jesus por Mestre constante seguindo-Lhe os passos.

3. Não permutaremos valores eternos por futilidades do caminho.

4. Honraremos nossos antepassados com o desempenho de nossas obrigações a fim de que o Senhor nos abençoe.

5. Respeitaremos no corpo o vaso sagrado em que se expressará a Vontade Divina.

6. Não esperaremos pelos outros na execução das boas obras.

7. Não mataremos senão o mal que ainda se enraíza dentro de nós.

8. Distribuiremos a verdade com amor de modo a não ferir.

9. Não cobiçaremos do próximo senão a santidade e o caráter cristão.

10. Procuraremos o bem através de todas as pessoas e circunstâncias de pensamento voltado para Jesus, hoje e sempre.
🌷🍃🌷
EMMANUEL
CHICO XAVIER

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UM MAL A MENOS


O discípulo, ingênuo e precipitado, interrogou emocionado o Mestre compassivo:

— Que poderei fazer para tornar o mundo melhor? Vejo a Humanidade infeliz, campeando em alucinação expressiva, com esgares de perversidade e sempre agressiva.
Em toda parte medram o ódio, a inveja, a perseguição gratuita. As pessoas digladiam-se encarniçadamente e somente encontro sombras onde esperava descobrir a luz... Que fazer?

O Mestre permaneceu em sereno silêncio, enquanto o aprendiz retornava à carga:

— Gostaria de extirpar o mal da Terra por definitivo, acabar com a miséria e o sofrimento, mas sinto-me sem recursos.
Que poderei fazer em favor dos infelizes e perversos?

Tomado de compaixão pelo desarvorado candidato à transformação do Planeta, redarguiu o sábio:

— Mudar as condições da Terra e dos seus habitantes, neste momento, é tarefa impossível. No entanto, se te encontras realmente interessado em contribuir em favor da Humanidade para que seja feliz, adentra-te em ti mesmo, e faze-te gentil, melhor e iluminado, havendo, a partir deste momento, um perverso e ignorante a menos no mundo...

...E continuou meditando.

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Livro: A Busca da Perfeição
Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Eros
EBM Editora

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