sábado, 16 de março de 2019

Seja feliz




Pense num lugar onde sua paz, sua felicidade, sua saúde e seu equilíbrio possam ser satisfeitos independente de condições externas.
Pense que isso é possível, sem que tenha que sair de onde está.
Isso é um sonho.
Mas um sonho possível e realizável.
Sua realização depende de como você pensa, sente e percebe as coisas a sua volta.
A realidade que sua vida é hoje, foi por você criada.
Você se impôs a aceitar a vida desta forma que vive.
Você mesmo acredita que o mundo seja assim.
É verdade que você possui limites e dificuldades.
Mas uma mudança é possível e você poderá fazê-la.
Alguns passos são necessários.
Pense que isso poderá levar algum tempo e dependerá de uma certa disciplina, isto é, de determinação e persistência para alcançar seus objetivos.

Os passos a que me refiro você encontrará nos capítulos adiante.
 Não há receita padrão nem tampouco um modelo infalível.
 Talvez, no decorrer da leitura, você descubra o seu próprio.
 Persista.
 Não perca a oportunidade de levar adiante seu projeto pessoal de ser feliz.
É claro que você já pensou que tem direito à felicidade e que ela lhe faria muito bem.

Às vezes você mesmo se pergunta por que ela não chega à sua vida, já que outras pessoas, as quais você considera que tem muito, recebem mais ainda.
Algumas delas você acha que não merecem.

Sua lógica tem feito com que você não entenda bem quais os critérios da Vida para com você.
 Talvez o problema seja de enfoque e de limites que você mesmo tem se imposto.

 É lógico que você tem direito.
 Você apenas não tem sabido como conseguir fazer prevalecer esse direito.
Todos sabem que a felicidade é um estado de espírito, porém como instalá-lo internamente é que tem sido o grande problema.

As receitas para isso são muitas e certamente que eficazes.
Porém cada pessoa merece uma receita própria, uma estratégia e um percurso próprios. A sua, talvez ninguém, nem você mesmo, tenha descoberto.
A receita para você é sua e esse é seu desafio.

 Descobrir, dentre aquelas que mais lhe agradam qual a que, depois de adaptada, lhe servirá como guia, é com o que você deve se preocupar.
É importante, e nunca esqueça isto: você não deve se culpar.
Não deixe que o complexo de culpa se instale em você.

É claro que, embora não deva se sentir culpado, você arcará com as consequências de seus atos.
 Considere que seu grande equívoco tem sido a própria ignorância, isto é, você não é feliz porque ainda não sabe ao certo como as coisas funcionam na Vida.

 As regras que você tem seguido não lhe têm garantido o sucesso desejado.
É preciso conhecer as ‘regras da Vida’ e como elas funcionam no seu caso, pois, embora sejam as mesmas para todos, elas funcionam de acordo com o nível de evolução de cada um.

A Vida não possui regras nem normas rígidas, muito embora o Universo tenha suas próprias leis. Nós criamos regras a fim de educar a liberdade a nós outorgada por Deus. Somos seres naturalmente livres, porém gradativamente nos condicionamos a determinados limites a fim de entendermos a nós mesmos. Com a evolução espiritual, os poucos retiramos os grilhões que adotamos ao longo da Vida.

Portanto, não se sinta culpado, mas tão somente alguém ignorante que busca aprender o que antes não sabia.
A culpa mancha sua felicidade e a consciência de sua própria ignorância é o começo de sua ventura. Saber ‘ler’ os sinais que a vida tem lhe dado é fundamental.
Busque sempre interpretar o simbolismo contido em cada ocorrência que lhe afeta.

Procure se perguntar o que a vida quer lhe ensinar quando ocorre algo com você que foge ao seu controle e àquilo que você considera plenamente explicável.

 Uma explicação plausível, que revele o sentido da ocasião vivida, pode ser o remédio para nossa angústia.

Lembre-se também que felicidade não é apenas doar-se, mas também ensinar a fazer, a realizar, a conhecer, a ajudar que o outro acredite em si mesmo.
Além disso você deve:
fazer-se, realizar-se, conhecer-se, investir em você mesmo e acreditar em si próprio.
Definitivamente não se sinta culpado pelo que você fez ou acha que tenha feito.
Não se culpe nem sofra por antecipação.

O ocorrido certamente tem consequências, mas não pense que serão como você imagina.
Não pense em punição, sofrimento ou dor.
Calma.
Pense em responsabilidade e possibilidade de atravessar a resultante de suas ações com tranquilidade.
O Universo não funciona como você imagina.
Ele costuma se colocar a serviço do nosso propósito de crescimento.
 Aja com esse espírito e ele conspirará a seu favor.
 Você acredita que será punido e isso é o começo de seu sofrimento.
Pense que você será ensinado pelo Universo a resolver as situações geradas pela sua ignorância quanto ao funcionamento do mesmo.

Nem você nem ninguém é feliz o bastante.
 A felicidade é um estado impermanente.
É a busca de algo, de um encontro, de um sentido maior.

Por isso que sua insatisfação com a vida ou com coisas menores deve ser entendida como algo inerente à existência de qualquer ser humano e não como infelicidade.

Há coisas que só ocorrem com um certo tempo e com a necessária experiência.
 Não tente antecipar tudo, pois isso gera ansiedade, a qual traz infelicidade.
 Viva cada momento como se fosse o último e, simultaneamente, o primeiro.

É preciso que você crie outro conceito de felicidade.
Aquele que você construiu da infância até a adolescência não lhe serve mais.
Os mitos infantis de felicidade são utopias.
A cultura, o meio familiar e a educação escolar nos ensinam certo modelo de felicidade o qual está impregnado em nós.

Eles são de tal forma equivocados que não nos permitem alcançá-la.
A felicidade não é ter, tampouco é ser.

São opostos e precisam de conciliação.
O ter e o ser, quando se integram, geram a sabedoria de saber ter e de saber não ter.

Quando se tem, deve-se aprender a ter com sabedoria sem ser possuído pelo que se tem. Mesmo tendo algo, se pode buscar mais, com a firme convicção da importância de se gerar prosperidade pessoal e coletiva com aquilo que se obtém.
Quando não se tem, deve-se não só buscar ter para aprender a ter, como também aprender a viver sem ter.

Outra questão importante é sua escala de valores.
 Ela pode ser um instrumento para sua felicidade. Suas qualidades inferiores decorrem muitas vezes da dificuldade em se enquadrar a um sistema de valores muito exigente.

Exija de você o que você pode dar.
Quando você não se sentir bem com você mesmo, atribuindo-se uma qualidade inferior, considerando-se alguém de índole ruim, certamente você
estará se comparando a um sistema de valores superior.
É possível que nesses momentos você não se sinta bem.
Procure elevar-se ao nível dos valores que você considere superior.

Caso você não o consiga, reveja seu sistema de valores e troque ideias com alguém para que você se adapte ao que é possível alcançar em sua vida.
 Nunca desista de alcançar um nível melhor que o atual.
Seus valores e crenças, embora lhe permitam segurança e equilíbrio, podem ser suas algemas.

É preciso revê-los a cada ciclo de sua vida, para que se transformem em guias.
Pense que eles devem ser instrumentos para que você se sinta bem com você mesmo e com o próximo.

Sua felicidade pode ser prejudicada pela imensa necessidade que você sente em falar, em expressar algo, em fazer coisas, em resumo, em estar sempre colocando para fora ideias e emoções que lhe incomodam.

É importante que você o faça, mas é preciso ter em mente que há um limite para isso, pois esse hábito pode se tornar um padrão psíquico de difícil mudança.

Quando isso ocorrer, é preciso aprender a fazer silêncio; mas silêncio produtivo, isto é: aquele que vai lhe permitir não pensar nos conflitos, estabelecer metas que a eles não estejam relacionadas e redirecionar a necessidade de expressão.
Faça silêncio e não pense em tudo de uma só vez.
Escute o que a Vida quer ensinar em cada momento de sua existência.

A felicidade combina uma certa satisfação material com o equilíbrio emocional, aliados ao encontro com a própria espiritualidade.
 Quando esses fatores se encontram, a pessoa consegue se iluminar interiormente.
A satisfação material nem sempre ocorre na proporção que se deseja nem na
intensidade que se quer.
 Muitas vezes ela é apenas um detalhe.

O equilíbrio emocional é fundamental.
Sem ele não se consegue jamais a felicidade.
A espiritualidade é uma ferramenta importante, pois permite ao ser humano transcender a sua condição material, permitindo que ele se perceba um espírito em evolução.
A iluminação interior ocorre na medida que você identifica nos outros pessoas como você, dignas de respeito, de amor e semelhantes a você mesmo.

A felicidade é uma arte que você precisa desenvolver.
O exercício se dará através de lições diárias e, às vezes, difíceis, porém suportáveis a todos.

Não pense que você está sozinho ou que goza de alguma exclusividade.
 Todos estão no mesmo rumo.
 Alguns perdidos, outros iludidos, mas existem aqueles que já encontraram a rota certa. Coloque-se entre esses últimos ao afirmar seu desejo sincero de viver em paz, proporcionando a paz.

Por outro lado é preciso aprender a estar conectado ao próprio coração.
Essa conexão possibilita não apenas estar atento às próprias emoções, mas principalmente às sutis vibrações do amor que pulsa interiormente em você.

Perceba-as nos grandes momentos em que você se sentiu muito feliz.
Nada pode ser melhor que a felicidade sem culpa e sem medo.

Esse estado de espírito que todos desejam alcançar é possível se você estiver conectado ao seu coração.
 Essa conexão deverá ser favorecida com o uso da razão, pois permitirá à consciência a atenção necessária aos valores contidos em seus sentimentos.
 Procure vibrar com a vida e com seu ritmo.

A luz da sua alma não pode ser ofuscada pela consciência culpada.
Por detrás da máscara que o mundo lhe ajudou a forjar existe a face luminosa do seu ser, ofertada por Deus.
 Saia da sombra escura em que você se coloca diariamente e se exponha à luz, para que vejam a claridade interior do diamante que existe em seu mundo interno.

A sua deve ser a estrada de luz, pois suas pegadas possuem a energia do amor de Deus.
Culpar-se é adiar a possibilidade de ser feliz, é não aprender com os próprios equívocos.

Ninguém é pior ou melhor que outra pessoa, pois todos temos a mesma paternidade divina.


Não chore a lágrima da culpa pelo equívoco que você cometeu.
Derrame-a quando perceber a misericórdia divina a conceder a ventura de realizar os meios para reparar seus equívocos e alcançar a felicidade.

 Quando descobrir que a culpa não levará a resolver seus conflitos, será o início do seu processo de libertação a caminho da felicidade.

Ao iniciar, coloque-se no lugar mais alto de sua consciência e compartilhe sua vida com os outros.

Mostre-se sem culpa e perdoe aqueles aos quais você atribuiu pelos seus sofrimentos.
 Em algum momento de sua vida torne possível poder contá-la, de tal forma que se possa perceber a existência de um marco o qual determinou sua mudança.

 A partir de tal marco você renasceu, sendo uma nova pessoa, sem culpas e confiante em seu futuro.

Após esse marco você descobriu que sua vida lhe pertence e a Deus.

Caminhe sem medo, sem amarras, sem vaidades e sem culpa.
Dê lugar ao coração, principalmente se a razão se encontrar confusa.
Continue sua busca pessoal por uma personalidade mais agradável e equilibrada.

Nada pode ser maior que você, nem tampouco inferior a sua vida.
 Você é muito mais do que imagina e tem uma destinação iluminada.

Cultive o pensamento flexível, que admite sempre a possibilidade de as coisas serem diferentes do que você acha.

A rigidez mental promove as doenças e impede o encontro com o si mesmo.
Ser feliz é ser maleável aos convites que a vida nos faz ao amor.
 O segredo para a felicidade é a tolerância para consigo mesmo e a consciência das próprias limitações.
*******************
Adenáuer Novaes 





MENSAGEM DO ESE:

Maneira de orar

O dever primordial de toda criatura humana, o primeiro ato que deve assinalar a sua volta à vida ativa de cada dia, é a prece. Quase todos vós orais, mas quão poucos são os que sabem orar! Que importam ao Senhor as frases que maquinalmente articulais umas às outras, fazendo disso um hábito, um dever que cumpris e que vos pesa como qualquer dever? 
A prece do cristão, do espírita, seja qual for o seu culto, deve ele dizê-la logo que o Espírito haja retomado o jugo da carne; deve elevar-se aos pés da Majestade Divina com humildade, com profundeza, num ímpeto de reconhecimento por todos os benefícios recebidos até àquele dia; pela noite transcorrida e durante a qual lhe foi permitido, ainda que sem consciência disso, ir ter com os seus amigos, com os seus guias, para haurir, no contacto com eles, mais força e perseverança. Deve ela subir humilde aos pés do Senhor, para lhe recomendar a vossa fraqueza, para lhe suplicar amparo, indulgência e misericórdia. Deve ser profunda, porquanto é a vossa alma que tem de elevar-se para o Criador, de transfigurar-se, como Jesus no Tabor, a fim de lá chegar nívea e radiosa de esperança e de amor.
A vossa prece deve conter o pedido das graças de que necessitais, mas de que necessitais em realidade. Inútil, portanto, pedir ao Senhor que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e riquezas. Rogai-lhe que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé. Não digais, como o fazem muitos: “Não vale a pena orar, porquanto Deus não me atende.” Que é o que, na maioria dos casos, pedis a Deus? Já vos tendes lembrado de pedir-lhe a vossa melhoria moral? Oh! não; bem poucas vezes o tendes feito. O que preferentemente vos lembrais de pedir é o bom êxito para os vossos empreendimentos terrenos e haveis com freqüência exclamado: “Deus não se ocupa conosco; se se ocupasse, não se verificariam tantas injustiças.” Insensatos! Ingratos! Se descêsseis ao fundo da vossa consciência, quase sempre depararíeis, em vós mesmos, com o ponto de partida dos males de que vos queixais. Pedi, pois, antes de tudo, que vos possais melhorar e vereis que torrente de graças e de consolações se derramará sobre vós. 
Deveis orar incessantemente, sem que, para isso, se faça mister vos recolhais ao vosso oratório, ou vos lanceis de joelhos nas praças públicas. A prece do dia é o cumprimento dos vossos deveres, sem exceção de nenhum, qualquer que seja a natureza deles. Não é ato de amor a Deus assistirdes os vossos irmãos numa necessidade, moral ou física? Não é ato de reconhecimento o elevardes a ele o vosso pensamento, quando uma felicidade vos advém, quando evitais um acidente, quando mesmo uma simples contrariedade apenas vos roça a alma, desde que vos não esqueçais de exclamar: Sede bendito, meu Pai?! Não é ato de contrição o vos humilhardes diante do supremo Juiz, quando sentis que falistes, ainda que somente por um pensamento fugaz, para lhe dizerdes: Perdoai-me, meu Deus, pois pequei (por orgulho, por egoísmo, ou por falta de caridade); dai-me forças para não falir de novo e coragem para a reparação da minha falta?!
Isso independe das preces regulares da manhã e da noite e dos dias consagrados. Como o vedes, a prece pode ser de todos os instantes, sem nenhuma interrupção acarretar aos vossos trabalhos. Dita assim, ela, ao contrário, os santifica. Tende como certo que um só desses pensamentos, se partir do coração, é mais ouvido pelo vosso Pai celestial do que as longas orações ditas por hábito, muitas vezes sem causa determinante e às quais apenas maquinalmente vos chama a hora convencional. — Monod. (Bordéus, 1862.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 22.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo comentário.