quinta-feira, 9 de julho de 2020

Cilícios



Antigamente, quem pretendia alcançar o Céu, através do caminho religioso, usava cilícios inquietantes com que castigava a carne dolorida. Hoje, porém, compreendemos que a matéria, embora viva com os milhões de corpúsculos que a constituem, é recurso passivo ante a vibração espiritual.

Entendemos que a consciência vive ante o corpo na posição do maquinista perante a locomotiva. A harmonia ou o desequilíbrio representam resultados da direção. Não vale, pois, oprimir o sangue sem disciplinar o coração.

Na atualidade, possuímos cilícios valiosos que efetivamente cooperam em nossa redenção.

O silêncio amigo diante da calúnia impensada.

A renunciação a certos favores materiais, a benefício do companheiro que caminha conosco.

O sacrifício mudo pela afeição que se transviou no roteiro terrestre.

A doação dos recursos que nos façam falta, no amparo ao próximo.

A resistência às tentações de nossa própria natureza inferior.

O esquecimento de vantagens cabíveis à nossa situação, para que nossos companheiros se rejubilem com o êxito, antes de nós.

A gentileza sem reclamação.

A caridade sem pagamento.

A noite de vigília à cabeceira dos agonizantes.

O auxílio pessoal aos mais infelizes.

O sorriso amigo diante da suspeita sem razão de ser.

Semelhantes medidas são sempre elementos espirituais do mais alto valor ao nosso progresso.

O Senhor não nos induziu a atormentar o corpo, a fim de alcançarmos as Divinas Portas. Aconselhou simplesmente a coragem de negarmos a nós mesmos, no combate ao nosso “eu” egoístico e absorvente, a fim de que tomemos a cruz dos nossos deveres de cada dia, seguindo-lhe os passos.

Certamente, se quisermos sustentar nos próprios ombros o madeiro de nossas obrigações, atingiremos com o Mestre a alvorada da redenção sublime para sempre.
🌼🌷🌼
Do livro Cartas do Coração, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




MENSAGEM DO ESE:

Necessidade da caridade, segundo S. Paulo

Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; — ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse a fé possível, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. — E, quando houver distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.

A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; — não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.

Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.)

De tal modo compreendeu S. Paulo essa grande verdade, que disse: Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade. Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular.
Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só na beneficência, como também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, itens 6 e 7.)

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