quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Espírito da maledicência



 Existem pessoas que se aproximam de nós com o espírito da maledicência; 

querem saber da nossa vida, não para nos auxiliar, mas para tornarem públicas as nossas feridas… 

Devemos tomar cuidado com esses nossos irmãos que adquiriram uma estranha viciação: 

querem crescer às custas da indigência alheia…
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Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

A ingratidão dos filhos e os laços de família

A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. É, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.
Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança; a alguns dentre eles, porém, mais adiantados do que os outros, é dado entrevejam uma partícula da verdade; apreciam então as funestas conseqüências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas. Compreendem que, para chegarem a Deus, lima só é a senha: caridade. Ora, não há caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não há caridade sem perdão, nem com o coração tomado de ódio.

Então, mediante inaudito esforço, conseguem tais Espíritos observar os a quem eles odiaram na Terra. Ao vê-los, porém, a animosidade se lhes desperta no íntimo; revoltam-se à idéia de perdoar, e, ainda mais, à de abdicarem de si mesmos, sobretudo à de amarem os que lhes destruíram, quiçá, os haveres, a honra, a família. Entretanto, abalado fica o coração desses infelizes. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se predomina a boa resolução, oram a Deus, imploram aos bons Espíritos que lhes dêem forças, no momento mais decisivo da prova.
Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se. Qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou menor persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contacto com seres a quem odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem ainda bastante forte a vontade. Assim, conforme prevaleça ou não a resolução boa, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a viver. É como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis. Nada, com efeito, naquela existência há podido provocar semelhante antipatia; para se lhe apreender a causa, necessário se torna volver o olhar ao passado.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.)
Nas leis do destino

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Nas Leis do Destino




Há quem pense que o Criador, por vezes, sentencia Suas criaturas a sofrimentos eternos.

Contudo, tanto quanto se pode perceber, o Pai Celestial se manifesta através de leis que expressam ser Seu objetivo o bem supremo.

Essas leis podem ser observadas mesmo nos processos rudimentares do campo físico.

O fogo é agente precioso da evolução, nos limites em que deve ser conservado.
Entretanto, se colocamos a mão no braseiro, é natural que venhamos a sofrer dolorosas consequências.

A máquina é parte acessória do progresso.
Mas em mãos que não a saibam manusear, pode se converter em instrumento de destruição.

Negligência, imperícia ou indisciplina na sua utilização causam resultados desastrosos.

Ocorre o mesmo nos planos da consciência.

Na matemática do Universo, o destino sempre dá para a criatura o que ela lhe der.

É inútil que autoridades de um ou outro princípio religioso pintem o Todo Poderoso com as tintas das paixões humanas.

Com frequência, ouvimos interpretações que assemelham Deus a um soberano rodeado de púrpura e riquezas.

A alguém que fica simplesmente governando Seus súditos à distância.

Segundo esses relatos, Ele se enraivece por falta de louvores ou pela desobediência dos Seus filhos.

Também se envaidece com adulações.

Os que assim apresentam a Divindade podem estar movidos de santos propósitos.

Talvez raciocinem sob o influxo de lendas e tradições respeitáveis do passado longínquo.

Mas se esquecem de que, mesmo perante as leis dos homens, pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra.

Deus é amor.

Amor que se expande do átomo aos astros.

Mas é justiça também.

Justiça que atribui a cada Espírito segundo o que ele próprio escolheu.

Nosso Mestre Jesus disse que a cada um seria dado segundo as suas obras.

Sendo amor, Deus concede à consciência transviada tantas experiências quantas necessite, a fim de retificar o próprio caminho.

Sendo justiça, ignora privilégios de qualquer ordem. Para Ele, todos são iguais, filhos do Seu amor.

Jamais afirmemos, portanto, que Deus privilegia a uns e condena a outros.

Recordemos que não podemos raciocinar pelo cérebro alheio.

Também não podemos nos alimentar pela boca do próximo. Cada um é o responsável pelas suas próprias ações.

Deus nos criou a todos para que nos engrandeçamos, para que realizemos o progresso, de ordem intelectual e de ordem moral.

Em uma palavra, para que alcancemos a felicidade no mais amplo sentido.

Para isso, sendo amor, nos proporciona um caminho de bênçãos e de luzes.

Sendo justiça, determinou que cada Espírito possuísse vontade e razão.

Assim, nenhum de nós é vítima senão de si mesmo.

Cada qual nos adiantamos ou nos atrasamos, conforme queiramos, no decorrer de incontáveis existências.

O livre-arbítrio vigora amplamente no Universo.

Apenas é necessário arcar com as consequências das próprias opções.

Dessa forma, nossa vida, aqui ou no Além, será sempre o que quisermos, ou seja, o que dela fizermos
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Redação do Momento Espírita, com base no cap. LI, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
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Formatação e pesquisa: MILTER -15-12-2019


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Pacifica



Torna-te pacificador.

Onde te encontres, estimula a paz e vive em paz. 

Os tumultos que aturdem os homens e as lutas que se travam em toda parte poderiam ser evitados, ou pelo menos contornados, se os homens mantivessem o espírito de boa vontade, uns para com os outros.

Uma ofensa silenciada, uma agressão desculpada, um golpe desviado, evitam conflitos que ardem em chamas de ódio. 

Confia na forma da não-violência e a paz enflorescerá o teu e o coração de quantos se acerquem de ti.
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Joanna de Ângelis
Divaldo Franco
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MENSAGEM DO ESE:

Reconciliação com os adversários


Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. — Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil. (S. MATEUS, cap. V, vv. 25 e 26.)

Na prática do perdão, como, em geral, na do bem, não há somente um efeito moral: há também um efeito material. A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor; donde decorre a falsidade do provérbio que diz: “Morto o animal, morto o veneno”, quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão.

O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus o permite, para os punir do mal que a seu turno praticaram, ou, se tal não ocorreu, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, conseguintemente, do ponto de vista da tranqüilidade futura, que cada um repare, quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda causa fundada de ulterior animosidade. Por essa forma, de um inimigo encarniçado neste mundo se pode fazer um amigo no outro; pelo menos, o que assim procede põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se não perpetuem nas existências futuras. Não saireis de lá, da prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não houverdes satisfeito completamente a justiça de Deus.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 5 e 6.)

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LEI DA FÍSICA



Toda ação é semelhante a um elástico que alguém se põe a esticar com as próprias mãos.


O elástico, após distender-se quanto pode, encolhendo-se, volta ao seu ponto de origem.


Porém, ao voltar, traz consigo a consequência da força tensional em que se alongou.


Tanto o bem quanto o mal, por mais se distanciem de seus autores, sempre retornam a eles com o resultado de seus benefícios ou prejuízos.


Portanto, em essência, o bem ou o mal que fazes pertencem a ti e não aos outros.


O chamado "choque de retorno", regendo o mundo moral das criaturas, é uma lei da Física.


Foi por isto que Jesus, em sua sabedoria, nos recomendou que aos outros fizéssemos o que gostaríamos nos fosse feito.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Ajuda-te e o Céu te Ajudará")

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Todo o poder



Todo o poder da alma resume-se em três palavras: Querer, Saber, Amar!

Querer, isto é, fazer convergir toda a atividade, toda a energia, para o alvo que se tem de atingir, desenvolver a vontade e aprender a dirigi-la.

Saber, porque sem o estudo profundo, sem o conhecimento das coisas e das leis, o pensamento e a vontade podem transviar-se no meio das forças que procuram conquistar e dos elementos a quem aspiram governar.

Acima, porém, de tudo, é preciso amar, porque, sem o amor, a vontade e a ciência seriam incompletas e muitas vezes estéreis. O amor ilumina-as, fecunda-as, centuplica-lhes os recursos. Não se trata aqui do amor que contempla sem agir, mas do que se aplica a espalhar o bem e a verdade pelo mundo. A vida terrestre é um conflito entre as forças do mal e as do bem. O dever de toda alma viril é tomar parte no combate, trazer-lhe todos os seus impulsos, todos os meios de ação, lutar pelos outros, por todos aqueles que se agitam ainda na via escura.

O uso mais nobre que se pode fazer das faculdades é trabalhar por engrandecer, desenvolver, no sentido do belo e do bem, a Civilização, a sociedade humana, que tem as suas chagas e fealdades, sem dúvida, mas que é rica de esperanças e magníficas promessas; essas promessas transformar-se-ão em realidade vivaz no dia em que a Humanidade tiver aprendido a comungar, pelo pensamento e pelo coração, com o foco de amor, que é o esplendor de Deus.

Amemos, pois, com todo o poder do nosso coração; amemos até o sacrifício, como Joana d'Arc amou a França, como o Cristo amou a Humanidade, e todos aqueles que nos rodeiam receberão nossa influência, sentir-se-ão nascer para nova vida.

Ó homem, procura em volta de ti as chagas a pensar, os males a curar, as aflições a consolar. Alarga as inteligências, guia os corações transviados, associa as forças e as almas, trabalha para ser edificada a alta cidade de paz e de harmonia que será a cidade de amor, a cidade de Deus! Ilumina, levanta, purifica! Que importa que se riam de ti! Que importa que a ingratidão e a maldade se levantem na tua frente! Aquele que ama não recua por tão pouca coisa; ainda que colha espinhos e silvas, continua sua obra, porque esse é seu dever, sabe que a abnegação o engrandece.

O próprio sacrifício também tem suas alegrias; feito com amor, transforma as lágrimas em sorrisos, faz nascer em nós alegrias desconhecidas do egoísta e do mau. Para aquele que sabe amar, as coisas mais vulgares são de interesse; tudo parece iluminar-se; mil sensações novas despertam nele.

São necessários à sabedoria e à Ciência longos esforços, lenta e penosa ascensão para conduzir-nos às altas regiões do pensamento. O amor e o sacrifício lá chegam de um só pulo, com um único bater de asas. Na sua impulsão conquistam a paciência, a coragem, a benevolência, todas as virtudes fortes e suaves. O amor depura a inteligência, põe à larga o coração e é pela soma de amor acumulada em nós que podemos avaliar o caminho que temos andado para Deus.

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Livro: O Problema do Ser, do Destino e da Dor
Léon Denis
FEB – Federação Espírita Brasileira

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MENSAGEM DO ESE:

Observai os pássaros do céu (II)

A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos.

Se as amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito: “Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os no céu, onde são eternos.” Em outros termos: não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros aos segundos. (Cap. XVI, nº 7 e seguintes.)

A caridade e a fraternidade não se decretam em leis. Se uma e outra não estiverem no coração, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las penetrar nele.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 8.)

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HUMILDADE CELESTIAL


Ninguém mais humilde que Ele, o Divino
Governador da Terra.

Podia eleger um palácio para a glória do nascimento, mas preferiu sem mágoa a
manjedoura simples.

Podia reclamar os princípios da cultura para o seu ministério de paz e redenção;
contudo, preferiu pescadores singelos para instrumentos sublimes do seu verbo de luz.

Podia articular defesa irresistível a fim de dominar a governança política; no entanto, preferiu render-se à autoridade, presente em sua época, ensinando que o homem deve entregar ao mundo o que ao mundo pertence, e a Deus o que é de Deus.

Podia banir de pronto do colégio apostólico o amigo invigilante, mas preferiu que Judas conseguisse os seus fins, lamentáveis e excusos, descerrando-lhe aos pés caminho melhor.

Podia erguer-se ao Sol da plena vida eterna, sem voltar-se jamais ao convívio
humilhante daqueles que o feriram nos tormentos da cruz; no entanto, preferiu
regressar para o mundo, estendendo de novo as mãos alvas e puras aos ingratos da véspera.

Podia constranger o espírito de Saulo a receber-lhe as ordens, mas preferiu surgir-lhe qual companheiro anônimo, rogando-lhe acordar, meditar e servir, em favor de si mesmo.

Em Cristo, fulge sempre a humildade celeste, pela qual aprendemos que,
quanto mais poder, mais amplo o trilho augusto aberto às nossas almas para que nos façamos, não apenas humildes pelos padrões da Terra, mas humildes enfim pelos padrões de Deus.

FONTE: LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

domingo, 13 de dezembro de 2020

O Espiritismo e os cônjuges



 Sem entendimento e respeito, conciliação e afinidade espiritual, torna-se difícil o êxito no casamento.

 Todos os pretendentes à união conjugal carecem de estudar as circunstâncias do ajuste esponsalício antes do consórcio, para isso existindo o período natural do noivado. Aspecto deveras importante para ser analisado será sempre o da crença religiosa.

 Efetivamente, se a religião idêntica no casal contribui bastante para a estabilidade do matrimônio, a diversidade dos pontos de vista não é um fator proibitivo da paz em família. Mas se aparecem rixas no lar, oriundas do choque de opiniões religiosas diferentes, a responsabilidade é claramente debitada aos esposos que se escolheram um ao outro.

 A tendência comum de um cônjuge é a de levar o outro a pensar e a agir como ele próprio, o que nem sempre é viável e nem pode ocorrer. Eis por que não lhes cabe violentar situações e sentimentos, manejando imposições recíprocas, mormente no sentido de se arrastarem a determinada crença religiosa.

 Deve partir do cônjuge de fé sincera a iniciativa de patentear a qualidade das suas convicções, em casa, pelo convite silencioso a elas, através do exemplo.

 Não será por meio de discussões, censuras ou pilhérias em torno de assuntos religiosos que se evidenciará algum dia a excelência de uma doutrina.

 Ao invés de murmurações estéreis, urge dar provas de espiritualidade superior, repetidas no dia a dia. Em lugar de conceitos extremados nas prédicas fatigantes, vale mais a exposição da crença pela melhoria da conduta, positivando-se quão pior seria qualquer criatura sem o apoio da religião.

 Para os espíritas jamais será construtivo constranger alguém a ler certas obras, frequentar determinadas reuniões ou aceitar critérios especiais em matéria doutrinária.

 Quem deseje modificar a crença do companheiro ou da companheira, comece a modificar a si mesmo, na vivência da abnegação pura, do serviço, da compreensão, do bom-senso prático, salientando aos olhos do outro ou da outra a capacidade de renovação dos princípios que abraça.

 O cônjuge é a pessoa mais indicada para revelar as virtudes de uma crença ao outro cônjuge. Um simples ato de bondade, no recinto do lar, tem mais força persuasiva que uma dezena de pregações num templo onde a criatura comparece contrariada.

 Uma única prova de sacrifício entre duas pessoas que se defrontam, no convívio diário, surge mais eficaz como agente de ensino que uma vintena de livros impostos para leituras forçadas.

 Em resumo, depende do cônjuge fazer a sua religião atrativa e estimulante para o outro, ao contrário de mostrá-la fastidiosa ou incômoda.

 Nos testemunhos de cada instante, no culto vivo do Evangelho em casa e na lealdade à própria fé, persista cada qual nas boas obras, porque, ante demonstrações vivas de amor, cessam quaisquer azedumes da discórdia e todas as resistências da incompreensão.

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André Luiz
(Psicografia de Waldo Vieira)
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MENSAGEM DO ESE:

Destino da Terra e causas das misérias humanas 

6. Admira-se de encontrar sobre a Terra tanta maldade e más paixões, tantas misérias e enfermidades de toda a sorte, concluindo-se quão deplorável é a espécie humana. Esse julgamento provém de um ponto de vista limitado, e que dá uma falsa ideia do conjunto. É preciso considerar 
que, na Terra, não se encontra toda a Humanidade, mas apenas uma 
pequena fração dela. Na verdade, a espécie humana compreende todos os 
seres dotados de razão que povoam os inumeráveis mundos do Universo. 


Ora, o que é a população da Terra diante da população total desses mundos? 
Bem menos que a de um vilarejo em relação à de um grande império. A condição material e moral da Humanidade terrena nada tem de espantosa, se pensarmos nos destinos da Terra e na natureza de sua população.


7. Faríamos uma ideia bem falsa dos habitantes de uma grande cidade, se a julgássemos pela população dos bairros mais pobres e sórdidos. Num hospital, só vemos doentes e estropiados. Numa prisão, vemos todas as torpezas, todos os vícios reunidos; nas regiões insalubres, 
a maior parte dos habitantes são pálidos, fracos e doentes. Do mesmo modo, se considerarmos a Terra como um arrabalde, um hospital, uma penitenciária, um pantanal – pois ela é, muitas vezes, tudo isso a um só tempo – compreenderemos porque as aflições sobrepujam os prazeres, pois não se enviam aos hospitais as pessoas sadias, nem às casas de correção aqueles que não cometeram crimes, porque nem os hospitais nem as casas de correção são lugares prazerosos. Assim como, numa 
cidade, toda a população não está nos hospitais ou nas prisões, assim toda a Humanidade não se encontra na Terra. Da mesma forma como saímos do hospital quando estamos curados, e da prisão quando a pena é cumprida, o homem deixa a Terra para mundos mais felizes, quando se cura de suas enfermidades morais.
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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO 

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O investimento na infelicidade


Quanto mais você se torna confinado em seu eu, mais a vida se torna sem sentido. Então você fica infeliz. Então a infelicidade tem algumas outras compensações.


Quando você está feliz você se torna comum, porque ser feliz é simplesmente ser natural. Ser infeliz é se tornar extraordinário. Não há nada especial em ser feliz – as árvores são felizes, os pássaros são felizes, os animais são felizes, as crianças são felizes. 


O que há de especial nisso? É apenas a coisa usual na existência. A existência é feita de uma coisa chamada felicidade. Olhe só essas árvores! ...tão felizes! Veja os pássaros cantando ...de um jeito tão feliz! A felicidade não tem em si nada de especial. Felicidade é uma coisa muito comum.


Estar jubiloso é ser absolutamente comum. 


O eu, o ego, não permite isso.


Por isso as pessoas falam muito sobre suas infelicidades. Elas se tornam especiais só pelo fato de falarem sobre suas infelicidades. As pessoas continuam falando sobre suas doenças, suas dores de cabeça, seus estômagos, seus issos e aquilos. Todas as pessoas são de uma maneira ou de outra hipocondríacas. E se alguém não acredita na sua infelicidade, você fica magoado. 


Se alguém se solidariza com você e acredita na sua infelicidade – até mesmo em sua exagerada versão dela – você se sente muito feliz. Isto é uma coisa estúpida, mas tem de ser entendida.


A infelicidade torna você especial. A infelicidade torna você mais egoísta. Um homem infeliz pode ter um ego mais concentrado do que um homem feliz. Um homem feliz na verdade não pode ter o ego, porque uma pessoa só se torna feliz quando não existe ego. Quanto mais desprovido de ego, mais feliz; quanto mais feliz, mais desprovido de ego. Você se dissolve na felicidade.


- Osho, em "A jornada de ser humano" -
A

sábado, 12 de dezembro de 2020

Tons da Paz



Muita gente deseja viver em paz convivendo, paradoxalmente, com situações que a tornam impossível.

Ninguém consegue viver em paz, desrespeitando os direitos alheios.

Não se vive em paz cultivando na alma os corrosivos da mágoa, da inveja, da prepotência, da ingratidão, do desrespeito.

A paz consciente é incompatível com a ignorância e com o descaso.

Não se pode construir a paz nas bases da indiferença moral, nem nos alicerces da violência íntima disfarçada de autenticidade.

Muita gente deseja viver em paz convivendo, no entanto, com situações que a tornam impossível.

A paz que não está sedimentada na razão e no mais profundo sentimento de amor ao próximo, não é paz, é ilusão.

Quem observa a superfície calma das águas de um charco, por exemplo, pode ter a ilusão de vislumbrar a mansuetude, mas se sondar as profundezas, encontrará miasmas pestilentos e odor fétido de podridão.

Para que a nossa paz não passe de mera ilusão, nossas atitudes precisam ser iluminadas pela luz da razão e aquecidas pelo sol do sentimento.

Certa vez alguém escreveu:

Paz é suave melodia, extraída da alma pelos dedos invisíveis da consciência tranquila.

É canção que cala a voz da violência, que desperta consciências e dulcifica quem a possui.

A paz tem a singeleza e o perfume de flores silvestres, cultivadas no solo fértil da lucidez, pelas mãos habilidosas da razão e do sentimento.

E é nesse jardim da alma que brotam as sementes da ternura e da compaixão, do afeto e da mansuetude.

Um coração sem paz é como uma orquestra sem tons nem sons, sem flores nem perfumes, sem leveza e sem harmonia.

A vida sem paz é como embarcação que navega sem luz, que desconhece o caminho e se perde na imensidão de breu.

A paz, ao contrário, enobrece os dons da alma e acarinha a vida.

Tem a suavidade da brisa, ao amanhecer.

E os vários tons multicores que despertam a aurora.

Possui o vigor da mais pujante sinfonia e a sutileza entre tons e semitons.

Paz: a sinfonia perfeita cuja maior nota é o amor.

Quando essa sinfonia ecoa nos corações, produz tons e sons na mais perfeita harmonia.

Para extrair da alma a melodia da paz é preciso afinar os acordes da razão e do sentimento, as duas asas que nos guindarão para a luz inapagável, que a todos nos aguarda no limiar do Infinito.

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A paz em nós nasce da compreensão e é mantida pela tolerância para com os erros alheios.

Também pela auto-aceitação dos nossos próprios erros, de modo a sabermos corrigi-los sem tumulto e sem perda de tempo.

Em síntese, é fácil a conquista da paz!

Basta que não tenhamos ambição em demasia.
Que corrijamos os ângulos da observação da vida.
Que amemos e que perdoemos.
Que nos entreguemos às mãos de Deus que cuida das “aves do céu” e dos “lírios do campo” e que, por fim, cumpramos fielmente com nossos deveres.

Falemos de paz.
Cultivemos a paz em nós.
Ofertemos paz aos que nos rodeiam, nos servem, nos amam, nos desejam o bem.

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Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do verbete Paz, do livro Repositório de sabedoria, v. II, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL e do cap. Paz em nós, do livro Calma, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 5, ed. FEP.

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MENSAGEM DO ESE:
Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?


É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. 

— São Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 21.)

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Resguarda-te na prece



Quando a tristeza chegar, deixando os teus dias mais escuros e o teu coração pesado, resguarda-te na prece.


Quando as dificuldades te parecerem grandes demais e te sentires a ponto de sucumbir, resguarda-te na prece.
Quando a saudade apertar o teu coração, fazendo-o sangrar de dor, resguarda-te na prece.


Quando o dia te parecer difícil de vencer, quando as horas demorarem a passar, resguarda-te na prece.


Quando tudo te parecer contrário à time o pensamento de que Deus te esqueceu vier, resguarda-te na prece.


Quando tudo for luz, a alegria tomar conta do teu coração e te achares o mais venturoso dos Homens, busca a prece.


Resguarda-te na prece em todos os momentos de tua vida.


Faz dela uma companheira diária e fiel.


Lembra-te da conexão com Deus, com a Divindade, que se inicia dentro de cada um.


Não se pode prescrever fé. Não se pode doar a outrem uma conquista
que é intransferível, pessoal e única.


Cada um, no seu momento, passará pelo despertamento. Geralmente através da dor. Não porque o Pai seja punitivo. Mas porque ainda estamos na infância espiritual, onde precisamos, necessitamos mesmo das ferramentas dolorosas para avançarmos e não estagnarmos na nossa própria prepotência de supor saber o que é melhor para nós mesmos.


O que hoje te parece um desafio difícil, mais tarde servirá de escudo valoroso a te livrar de dores maiores ou até proteger da tempestade que por ventura chegará.


Quando todos te virarem as costas e não acreditarem em ti, resguarda-te na prece.


Quando os teus familiares, os teus mais caros amores te incompreenderem na escolha da fé, resguarda-te na prece.


Através da prece sentirás a doce presença do teu espírito-guia a te emanar consolações, inspirações, ânimo.


Através da prece alcançarás o caminho seguro que te levará ao mundo venturoso que Deus promete aos seus escolhidos.


E os escolhidos são aqueles que perseveram na fé, apesar de todas as contrariedades, apesar do mundo te parecer duro e ingrato, apesar de toda dor e desamor que faceias todos os dias, se persistires na fé terás forças para renovar a tua morada. Para conhecer um mundo novo, venturoso, cheio de esperanças, de fraternidade e de harmonia.


Por isso, resguarda-te na prece seja qual for a situação que te encontres.


Se conseguires alcançar esse hábito salutar, te perceberás mais forte, poupado de dissabores inúteis, de inimigos oportunistas e com uma força interior que nada poderá abalar.


Lembra-te, resguarda-te na prece.


Que Nosso Senhor Jesus Cristo abençoe os teus propósitos de renovação e de evolução.
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Irmã Scheilla

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

DÍVIDA E TEMPO


Chico [Xavier] visitou durante muitos anos um jovem que tinha o corpo totalmente deformado e que morava num barraco à beira de uma mata. 

O estado de alienado mental era completo. 

A mãe deste jovem era também muito doente e o Chico a ajudava a banhá-lo, alimentá-lo e a fazer a limpeza do pequeno cômodo em que morava.

O quadro era tão estarrecedor que, numa de suas visitas, em que um grupo de pessoas o acompanhava, um médico perguntou ao Chico:

— Nem mesmo neste caso a eutanásia seria perdoável?

— Não creio, doutor – respondeu-lhe o Chico. – Este nosso irmão, em sua última encarnação, tinha muito poder. Perseguiu, prejudicou e com torturas desumanas tirou a vida de muitas pessoas. Algumas o perdoaram, outras não e o perseguiram durante toda a sua vida. Aguardaram o seu desencarne e, assim que ele deixou o corpo, eles o agarraram e o torturaram de todas as maneiras durante muitos anos. Este corpo disforme e mutilado representa uma bênção para ele. Foi o único jeito que a Providência Divina encontrou para escondê-lo de seus inimigos. Quanto mais tempo aguentar, melhor será. Com o passar dos anos, muitos de seus inimigos o terão perdoado. Outros terão reencarnado. Aplicar a eutanásia seria devolvê-lo às mãos de seus inimigos para que continuassem a torturá-lo.

— E como resgatará ele seus crimes? – inquiriu o médico.

— O Irmão X [Humberto de Campos] costuma dizer que Deus usa o tempo e não a violência.
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Livro: Chico, de Francisco
Adelino da Silveira
CEU – Cultura Espírita União
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MENSAGEM DO ESE: 


Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo


Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?” — Eles lhe responderam: “Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas.” — Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” — Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” — Replicou-lhe Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S. Mateus, cap. XVI, vv. 13 a 17; S. Marcos, cap. VIII, vv. 27 a 30.)


Nesse ínterim, Herodes, o Tetrarca, ouvira falar de tudo o que fazia Jesus e seu espírito se achava em suspenso — porque uns diziam que João Batista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que uns dos antigos profetas ressuscitara. — Disse então Herodes: “Mandei cortar a cabeça a João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão grandes coisas?” E ardia por vê-lo. (S. Marcos, cap. VI, vv. 14 a 16; S. Lucas, cap. IX, vv. 7 a 9.)


(Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogam desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?” — Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: — mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” — Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (S. Mateus, cap. XVII, vv. 10 a 13; — S. Marcos, cap. IX, vv. 11 a 13.)
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.


A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.


(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 1 a 4.) 


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Martim Gouveia, moço ainda, afeiçoara-se a pilhar residências incautas, subtraindo o que pudesse, sem nunca ter caído nas mãos das autoridades.




Naquela noite namorara atentamente uma casa fechada qual se ninguém residisse ali.




Pé-ante-pé galgou o muro do quintal e forçou a porta dos fundos.




Abriu-a com habilidade, penetrando na moradia.




Passou pela cozinha e ganhou o interior.




Procurou um dos quartos onde esperava encontrar valores maiores e empurrou de leve a porta.




Nisso, contudo, ouviu respiração estertorosa.




Julgando ser alguém que dormia ressonando, avançou mais ainda.




Admirado, vê então um vulto que se esparrama num leito.




O intruso leva a mão ao punhal. Mas ouve a voz fraca e entrecortada de um homem deitado que o vislumbra no lusco-fusco.




O desconhecido alonga os braços e fala sob forte emoção.




- Oh! Graças a Deus! Você escutou os meus gemidos, meu filho? Foram os Espíritos! Você é um enviado dos Mensageiros Divinos!...




Martim Gouveia, surpreso, abandona a ideia da arma.




Adianta-se para o velhinho que pode agora distinguir sob a luz mortiça do luar através da vidraça.




O ancião repete maravilhado:




- Oh! Graças a Deus! Meu filho, preciso muito de você... Sou paralítico e sem ninguém... Não tenho forças para gritar... Há muito tempo não recebo visitas. Você me ouviu!...




Depois de pequena pausa continuou...




- Busque um remédio... Sinto muita falta de ar... Leia algo que me conforte... Para não morrer sozinho... Você é um enviado dos Espíritos...




E porque o enfermo lhe estendesse um livro, Martim Gouveia, condoído, acendeu a luz e dispôs-se a ler, emocionado...




Era um exemplar de O Evangelho segundo o Espiritismo, ensebado de suor e de lágrimas.




O hóspede imprevisto leu e releu, até alta madrugada e, desde aquele instante, desistiu de assaltos e de furtos, cuidando do velhinho, administrando-lhe remédios, prestando-lhe assistência e lendo com ele os Livros Espíritas da sua predileção.




Após cinco meses, o doente desencarnou em clima de paz, deixando-lhe como herança a casa e os bens e sua alma renovada pelo exemplo de fé nos Bons Espíritos.
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Hilário Silva
Do livro Ideal Espírita, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Prevenções



 No capítulo dos sofrimentos voluntários, se somássemos os problemas, conflitos, obstáculos e tribulações decorrentes da prevenção que alimentamos habitualmente contra aquilo que os nossos irmãos estejam pensando ou poderiam pensar, decerto que chegaríamos a conclusões espantosas acerca de aflição desnecessária e tempo perdido.

 Oponhamos o bem ao mal e deixemos aos outros a faculdade de serem eles mesmos.

 Esse amigo ter-nos-á omitido o nome para determinada manifestação de alegria…

 Outro companheiro nos haverá negado a saudação que lhe endereçamos com frase amistosa…

 Pessoa querida passou indiferentemente por nós com o semblante carregado de preocupação ou azedume…

 Certo colega terá erguido demasiadamente a voz, ferindo-nos a sensibilidade, por bagatelas…

 E caímos nos excessos de imaginação, fantasiando ofensas que não existem.

 Aprendamos a considerar que, tanto quanto nos acontece, os outros também podem sofrer lapsos da memória, contrariedades imanifestas, inquietações e doenças.

 E lembremo-nos: toda vez que descambamos para semelhantes desequilíbrios, somos igualmente capazes de esquecer ou ferir, sem participação de nossa vontade.

 Evitemos a prevenção no cotidiano, a fim de que a nossa vida encontre o máximo de rendimento no bem.

 Confiança em Deus.

 Consciência tranquila.

 Dever cumprido.

 Trabalho à frente.

 E, fazendo todo o bem que se nos faça possível, por todos os modos justos, em todas as ocasiões, com todos os recursos ao nosso alcance e para com todas as criaturas, nunca nos previnamos contra quem quer que seja, porque os pensamentos dos outros pertencem a eles e não a nós.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

A fé: mãe da esperança e da caridade

Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.

A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?

Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.

Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé.
 
— José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, item
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