quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Prevenções



 No capítulo dos sofrimentos voluntários, se somássemos os problemas, conflitos, obstáculos e tribulações decorrentes da prevenção que alimentamos habitualmente contra aquilo que os nossos irmãos estejam pensando ou poderiam pensar, decerto que chegaríamos a conclusões espantosas acerca de aflição desnecessária e tempo perdido.

 Oponhamos o bem ao mal e deixemos aos outros a faculdade de serem eles mesmos.

 Esse amigo ter-nos-á omitido o nome para determinada manifestação de alegria…

 Outro companheiro nos haverá negado a saudação que lhe endereçamos com frase amistosa…

 Pessoa querida passou indiferentemente por nós com o semblante carregado de preocupação ou azedume…

 Certo colega terá erguido demasiadamente a voz, ferindo-nos a sensibilidade, por bagatelas…

 E caímos nos excessos de imaginação, fantasiando ofensas que não existem.

 Aprendamos a considerar que, tanto quanto nos acontece, os outros também podem sofrer lapsos da memória, contrariedades imanifestas, inquietações e doenças.

 E lembremo-nos: toda vez que descambamos para semelhantes desequilíbrios, somos igualmente capazes de esquecer ou ferir, sem participação de nossa vontade.

 Evitemos a prevenção no cotidiano, a fim de que a nossa vida encontre o máximo de rendimento no bem.

 Confiança em Deus.

 Consciência tranquila.

 Dever cumprido.

 Trabalho à frente.

 E, fazendo todo o bem que se nos faça possível, por todos os modos justos, em todas as ocasiões, com todos os recursos ao nosso alcance e para com todas as criaturas, nunca nos previnamos contra quem quer que seja, porque os pensamentos dos outros pertencem a eles e não a nós.
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Emmanuel
Chico Xavier
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MENSAGEM DO ESE:

A fé: mãe da esperança e da caridade

Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.

A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?

Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.

Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé.
 
— José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, item
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