quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Pela dor que nos envia, obrigado, Senhor!


Aprendemos com o Espiritismo que somos Espíritos em processo de aprendizagem, de evolução, de aprimoramento moral e espiritual através de várias encarnações em que nos vamos depurando, desenvolvendo nossos potenciais, como a inteligência, os sentimentos elevados, as virtudes, a forma como convivemos com o próximo e como encaramos a nossa jornada.

Para isso, temos o nosso livre-arbítrio, faculdade que nos foi concedida pelo Criador, permitindo-nos executar escolhas conforme as necessidades que enfrentamos nessa trajetória.

A Doutrina Espírita nos ensina que todas as escolhas trazem consequências, de acordo com os atos que praticarmos. Se formos amorosos, caridosos, teremos, como resultado, igualmente o amor, a felicidade, a plenitude, no entanto, se agirmos de modo contrário, estaremos criando situações futuras difíceis, que precisamos enfrentar como forma de nos reequilibrarmos com a própria consciência.

É a lei de causa e efeito, ação e reação – Lei Natural - funcionando conforme as nossas atitudes perante a vida. Compreenderemos, assim, que estamos numa longa jornada de aprendizagem, em que vamos aprendendo e reaprendendo com a própria experiência aquilo que nos convém ou não. E dessa aprendizagem saímos mais maduros, mais fortalecidos para as próximas lições, e assim poderemos alcançar novos patamares espirituais, já que não fomos criados prontos por Deus, mas simples e ignorantes, com potenciais a serem desenvolvidos, para florescer e serem colocados em prática diariamente.

Estamos sempre buscando respostas para as perguntas que fazemos para encontrar o consolo e a esperança que tanto almejamos. E sempre nos perguntamos: Por que sofremos tanto? Por que tantas dificuldades para a realização de nossos desejos? O que fizemos para receber tudo isso?

Estas perguntas, geralmente, estão ligadas não apenas ao aspecto material, mas, também, à saúde, à afetividade, aos problemas de ordem emocional, moral ou profissional da nossa existência.

Por isso, Deus nos enviou Jesus, modelo e guia, a fim de que Ele pudesse fazer com que despertássemos, em nossos corações, o entendimento da Lei Divina, a Lei de Amor que rege todo o Universo. Seus ensinamentos convidam-nos a meditar sobre esses pesares e as dificuldades pelas quais passamos. No entanto, todas as vezes que os problemas nos pesam, pensamos quanto Deus tem sido injusto conosco, porque consideramos nosso sofrimento maior do que o do outro e acabamos estabelecendo uma imagem de Deus à semelhança do homem imperfeito que ainda somos; do homem que privilegia uns em detrimento de outros; que é parcial; que age por capricho. Não somos capazes de perceber que Deus é sempre bom conosco, como o é também com o outro. Ele é infinitamente bom, justo e misericordioso.

O que dificulta nosso entendimento é não reconhecermos as razões das nossas aflições. Todavia, no Evangelho poderemos encontrar a consolação e a esperança, e entender que as causas das aflições podem ser desta encarnação ou de encarnações passadas, ou seja, causas anteriores ou atuais das aflições.

Para procurarmos as causas atuais das aflições, precisamos compreender a essência dos atos que praticamos diariamente, usando do bom senso, do equilíbrio, da razão, da ponderação sempre.

Não basta obedecermos às Leis humanas, é indispensável examinarmos as qualidades das nossas atitudes, pois aquilo que semearmos nos será devolvido em algum momento. Isso é da Lei de Deus.

Será que o que estamos fazendo prejudica o outro? Somos livres para plantar, porém somos obrigados a colher os frutos doces ou amargos do nosso plantio. Assim, quando consultamos a nossa consciência na busca da fonte de tantas aflições, certamente poderemos ouvi-la dizer: Se você não tivesse feito tal coisa, isso não teria acontecido e não estaria nesta situação. Mas, no lugar de nos reconhecermos como criadores do nosso próprio sofrimento, buscamos fora de nós essas causas, culpando primeiramente a Deus, depois culpamos a sorte e depois culpamos o outro.

Na verdade, essas dificuldades são um alerta, uma advertência para que possamos nos acertar na caminhada. Isso é tão verdadeiro que muitas vezes dizemos ou ouvimos dizer que se soubéssemos antes o que sabemos hoje quantas coisas poderíamos ter evitado. No entanto, as causas desses sofrimentos também podem estar em plantios antigos, de outras existências, feitos impensadamente, sem o crivo da razão e que hoje nos levam a colheitas amargas. Lembremo-nos, então, que se hoje estamos colhendo aflições e sofrimentos, provavelmente plantamos em alguma ocasião angústias e penalidades; e se colhemos dificuldades materiais, pode ser que tenhamos semeado desperdício, pensando unicamente em nós, na nossa satisfação egoísta de desejos imediatistas e caprichos.

Entendemos, desta forma, que não podemos colher paz se semeamos discórdia, ou colher alegria se semeamos tristeza. É da Lei. Mas podemos através das nossas mudanças de atitudes reverter esse quadro com o amadurecimento e a consciência a nos cobrar.

Jesus é o grande semeador e se Ele encontrar em nós o solo propício, adubado, a terra fértil com a boa vontade, a esperança, o amor e a resignação frente aos desígnios do Pai, as sementes que Ele depositar em cada coração brotarão.

Sabendo aproveitar essas oportunidades que Deus nos concede diariamente, encontraremos o reino de Deus, ou seja, encontraremos a felicidade, a harmonia, a paz interior, sempre trabalhando e trabalhando no bem em favor de todos. É do mundo de luz que cada um de nós cria, dentro de si, as forças de lutar contra as más tendências e as tentações, para assim nos aproximarmos cada vez mais de Deus, nosso eterno Pai. Mesmo neste mundo de necessidades fantasiosas, transitórias, poderemos encontrar a felicidade interior, quando caminharmos cultivando o amor ao próximo, aceitando-o e respeitando-o como ele é; pela alegria de ser útil, sem esperar nada em troca. Então, poderemos fazer novos plantios, tornando-nos uma pequena luz e espalhando o exemplo do amor por onde passarmos.

Muitas vezes, as consequências de nossas ações infelizes tornam-se desafios bastante difíceis e, na maioria das vezes, nós mesmos pedimos ou, pelo menos, aceitamos, para nos libertarmos da consciência que nos acusa do ato cometido, onde quer que estejamos. Essas consequências poderão tornar-se expiações dolorosas que servirão para burilar nossos sentimentos e fazer despertar, em nós, o homem novo, o homem de bem, que faz sua renovação moral.

Não se trata de adorar as aflições, o sofrimento, e nem de desejá-lo, mas, com conhecimento espírita, entenderemos melhor o porquê de nossas dores e aflições, já que são causadas por nós mesmos. Examinemos as dificuldades como oportunidades benditas de exercitar os valores morais da coragem, da fé, da esperança, da caridade, da solidariedade, da paciência, enfim, das virtudes ensinadas por Jesus.

No atual momento da humanidade, nestes tumultuosos dias em que nos deparamos com as terríveis situações de conflitos, observemos como estamos colhendo o que semeamos; resgatando nossas atitudes equivocadas, porém, marchando para a felicidade, para um mundo melhor, para um porvir de luzes, construindo um mundo de regeneração interior. Por mais dura que seja a nossa estrada, aprendamos a sorrir e a abençoar sempre.

O Universo é uma corrente de amor em movimento incessante. Recordemos que ninguém é tão sacrificado que não possa, de quando em quando, levantar os olhos em sinal de agradecimento, com uma prece, uma saudação afetuosa, uma flor, um bilhete amistoso... Com esse pequeno gesto, conseguiremos dissipar dores, discórdias, sombras.

Lembremo-nos de Francisco de Assis, que, com sua humildade, vivenciava o amor maior afirmando que precisamos ser gratos a tudo e a todos. Agradecer ao Sol que nos aquece; ao vento que nos acaricia em dias de calor; à Lua por enfeitar as noites; ao sofrimento que nos permite introspecções e aprendizados para o nosso crescimento.

Há a necessidade de pararmos por um instante e agradecer todas as oportunidades que nos são ofertadas, boas ou não, pelas dores, pelas pedras e obstáculos.

Ampliemos, assim, nosso entendimento, compreensão frente às vicissitudes desta jornada, superando desavenças, mágoas, ressentimentos, semeando uma existência mais feliz junto com aqueles que compartilham conosco esta trajetória.

Agradeçamos ao Pai o amor com que nos envolve. A vida, o pão, a luz, o lar e os amigos que nos estendem as mãos.

Agradeçamos, ainda, a luz do sofrimento que nos faz caminhar. Pela dor que nos envia, sejamos gratos, Senhor!
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por Temi Mary Faccio Simionato
O Consolador
Revista Semanal de Divulgação Espírita
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MENSAGEM DO ESE:

Conhece-se a árvore pelo fruto

A árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore que produz bons frutos não é má; — porquanto, cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos nos espinheiros, nem cachos de uvas nas sarças. — O homem de bem tira boas coisas do bom tesouro do seu coração e o mau tira-as más do mau tesouro do seu coração; porquanto, a boca fala do de que está cheio o coração. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 43 a 45.)

Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. Conhecê-lo-eis pelos seus frutos. Podem colher-se uvas nos espinheiros ou figos nas sarças? — Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má produz maus frutos. — Uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons. — Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada ao fogo. — Conhecê-la-eis, pois, pelos seus frutos. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 15 a 20.)

Tende cuidado para que alguém não vos seduza; — porque muitos virão em meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e seduzirão a muitos.

Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; — e porque abundará a iniqüidade, a caridade de muitos esfriará. — Mas aquele que perseverar até o fim se salvará.

Então, se alguém vos disser: O Cristo está aqui, ou está ali, não acrediteis absolutamente; — porquanto falsos Cristos e falsos profetas se levantarão que farão grandes prodígios e coisas de espantar, ao ponto de seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos.

(S. MATEUS, cap. XXIV, vv. 4, 5, 11 a 13, 23, e 24; S. MARCOS, cap. XIII, vv. 5, 6, 21 e 22.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXI, itens 1 a 3.)

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