terça-feira, 26 de março de 2013

Sacrifícios Voluntários



Considerando a atividade religiosa por instituto de sublimação da alma, a caminho para a integração com Deus, refutamos com a Doutrina Espírita, que os sacrifícios voluntários
praticados antigamente pela devoção no encalço de merecimentos espirituais, podem ser hoje interpretados logicamente por diretrizes frutíferas da consciência, em proveito próprio.
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Nada de cintos eriçados de farpas para tormento físico desnecessário, nem de abstenções ilógicas suscetíveis de arruinar a saúde.
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Vejamos alguns dos atos que o Espiritismo claramente compreende e patrocina, sem qualquer misticismo:


Votos — Façamos aqueles que se relacionem com a extirpação dos hábitos infelizes de que ainda sejamos portadores, para tranquilidade nossa e daqueles que dependem de nós.
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Promessas — Estabeleçamos compromissos de servir mais desinteressadamente na edificação da felicidade alheia com esquecimento de interesses personalistas.
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Oblações — Ofereçamos bênçãos de trabalho, compreensão e socorro ao próximo necessitado de assistência e entendimento, a quem nos compete amar em nome de Deus e dos Bons Espíritos, transformados em Mensageiros Divinos para atenderem às carências humanas.
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Jejuns — Realizemos os que se referem à supressão da gula mental, em torno de posses
e prazeres absolutamente dispensáveis à nossa alegria e segurança.
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Penitências — Suportemos, sem revolta, o imperativo de aguentar fraternalmente as pedradas e as afrontas da senda cotidiana para as quais ainda não possuímos as qualidades dos espíritos angélicos.
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Cilícios — Apliquemo-nos às disciplinas que visam ao nosso burilamento moral, cultivando serenidade e paciência, bondade e tolerância, nas situações difíceis em que o direito parece estar de nosso lado.
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Holocaustos — Atendamos espontaneamente à extinção da vaidade e do orgulho, que os afligem com os pesadelos da suscetibilidade e da queixa.
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Peregrinações — Adotemos o hábito de excursões de fraternidade e beneficência, atenuando os problemas dos irmãos que sofrem solidão e doença, desolação e penúria.
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Diz a palavra das Revelações que o Senhor deseja "misericórdia e não sacrifício".
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Consagremo-nos, desse modo, às obras de misericórdia que nos reclamam, — não a piedade respeitável mas vazia das dilacerações sem proveito, — mas sim o esforço incansável do obreiro diligente que colabora com o Mestre na tarefa da construção e do aperfeiçoamento do mundo, que ainda está muito longe de terminar.
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André Luiz
Waldo Vieira






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