terça-feira, 26 de março de 2013

... E na Hora de Nossa Morte



André Maurois, lembrando as últimas palavras de algumas figuras notáveis da velha Europa, deixa-nos concluir que esses vultos do passado assumiram, na hora da morte, as mesmas posições mentais dos seus dias de luta, de saúde, de trabalho...

E cataloga o escritor:

Carlos II, da Inglaterra, morre como rei, como gentleman: 
"Levei um tempo incrível para morrer, espero que me desculpareis.."

Richelieu, como ministro: 
"perdoais a vossos inimigos?"
 - "Não tenho outros que não os do Estado".

Corot, como pintor:
 "espero que se possa pintar no Céu..."

Chopin, como músico:
 "tocai Mozart em minha lembrança".

Napoleão como chefe: 
"França...Exército, vanguarda do Exército..."

Curvier, como anatomista: 
"a cabeça começa a comprometer-se.."

Halle que, além de filósofo, era médico, examinou seu pulso até o fim e falou a um colega:
 "meu amigo, a artéria cessa de bater". E morreu.

Lagny, diz ainda Maurois, publicara no começo do século 18, um método "infinitamente novo" e abreviado para extração de raízes quadradas e cúbicas. Quando estava à morte e já não reconhecia os amigos, parecendo completamente inconsciente, alguém lhe pergunta:
- Lagny, qual é o quadrado de doze?
- Cento e quarenta e quatro. E expirou.

O Evangelho de Jesus Cristo nos ensina que cada um morre como vive. 
Quem vive bem, na luz e na virtude, morre bem e bem desperta na Vida Eterna.
É o que significam as palavras do Mestre, afirmando, também a veracidade do contrário, dirigidas aos judeus rebeldes e endurecidos de coração, que buscavam, somente, os interesses desta vida, desprezando a vontade de Deus: "vós morreis nos vossos pecados".

Morreremos como vivemos: o nosso último minuto sobre a terra será o reflexo positivo e fiel de todos os minutos de nossa vida.

Não foi sem razão que Kipling compreendeu a valor dos sessenta segundos..

Morreremos como houvermos vivido na face deste mundo, onde Deus colocou tantas coisas belas e onde os homens têm semeado tantas misérias e corrompimentos.
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Clóvis Tavares - O Reformador.

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