terça-feira, 26 de março de 2013

Buda explica por que se tornou monge


-"Ó monges!
 
 Antes de eu abandonar o mundo, levava uma vida muito feliz. Na casa onde nasci, havia um lago com magníficas flores de lótus.

Meu quarto sempre recendia aos mais delicados perfumes e minhas roupas eram feitas do melhor tecido de Kashi.

Além disso, eu tinha três vilas, uma para residir no inverno, uma para o verão e outra para a primavera.
O verão, chuvoso, eu passava na residência de verão, entretido com cantos e danças, quase não saindo.

Quando saía, sempre ia coberto com um guarda-sol branco.

Ó monges, eu refleti bastante enquanto levava essa vida: os ignorantes, embora fadados a envelhecer, não se lembram disso; e, ao verem pessoas idosas, desprezam-nas e abominam-nas, esquecendo-se de si próprios.

Refletindo bem, eu próprio terei de envelhecer, não podendo escapar à decrepitude. Por isso, não é direito que despreze e abomine as pessoas de idade.

Quando passei a pensar deste modo, ó monges, desapareceu todo meu orgulho por minha juventude.

Além disso, os ignorantes, embora fadados a adoecer, não se lembram disso; e, ao verem doentes, desprezam-nos e abominam-nos, esquecendo-se de si próprios.

Refletindo bem, eu próprio não posso escapar à doença. Por isso, não é direito que despreze e abomine os doentes.

Quando passei a pensar desse modo, ó monges, desapareceu todo o meu orgulho por minha saúde.

E, ainda, os ignorantes, embora fadados a morrer, não se lembram disso; e, ao verem a morte de alguém, sentem asco e repulsa, esquecendo-se de si próprios.

Refletindo bem, eu próprio terei de morrer. Por isso, não é direito que sinta asco e repulsa pela morte alheia.

Quando passei a pensar desse modo, ó monges, desapareceu todo o meu orgulho por minha vida".
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