A alegria deve preponderar ante a melancolia e, se carecer de esforço, a alma não pode medir sacrifícios, pois é solução urgente na conquista da paz.
Quando a vigilância monta guarda no quartel da mente, ficam sem efeito as investidas da tristeza, por não encontrarem ambiente para a sua nefasta proliferação.
Destronar a melancolia é dever do cristão, usando todos os meios possíveis no arejamento da lavoura mental, onde o solo requer adubo de qualidades especiais.
Não poderemos ter paz sem harmonia no pensamento.
A distonia das ideias provoca um mal-estar indizível, como um entorpecimento no sistema nervoso, cujo resultado são os caminhos da velha ciência médica e das casas de repouso, que nem sempre nos dão o alívio que esperamos.
E, em muitos casos, esses recursos nos situam em um círculo vicioso de nos sentirmos seguros somente ao lado de psiquiatras e entorpecentes.
A alegria espontânea ainda é o melhor remédio para a dissipação das trevas dos sentimentos.
O bem-estar nos devolve a esperança e dota o organismo com a predisposição de que um copo de água servirá de medicamento salutar.
Eis aí a fé, nos caminhos do amor.
O médico do futuro vai aliar seus conhecimentos biológicos, psíquicos, psicológicos e espirituais, para que eles possam ser, na conversação com o enfermo, a coluna, o arsenal de fluidos magnéticos superiores, onde o doente poderá se abastecer, para que sua mente em desequilíbrio retorne, mesmo momentaneamente, a uma certa paz, podendo, assim, iniciar novo trabalho terapêutico, desembaraçando as ideias, colocando-as livres, onde, antes, seus pensamentos eram escravos de fixação hipnótica dos seus impulsos.
O clínico poderá limpar a mente do enfermo pela fala, por sugestões e, se possível, imposição das mãos.
Creiam ou não, a ajuda do mundo espiritual se faz onde a necessidade requer sua presença.
Deus é bondade que se irradia por onde quer que seja.
A medicina, que deve se aprimorar em breves tempos, não haverá de esquecer a psicologia espiritualizada.
O médico, ao atender o doente, deve se preparar mentalmente, não manifestando nenhum problema na mente, não deixando transparecer na conversa nenhum desânimo que possa enfraquecer a fé de quem o ouve.
A alegria deve ser estampada em sua feição, com alto teor irradiativo, como, e certamente, o amor.
O doente geralmente é triste, mas muito, e muito sensível.
É fácil para o clínico mudar suas ideias em poucos minutos, inoculando, na sua mente embaraçada e negativa, o despontar do sol da fé e da esperança, abrindo, com isso, um campo positivo, para que os medicamentos possam ser úteis.
É proveitoso que o homem de ciência saiba que a alegria é prerrogativa da alma, consubstanciada nas linhas do amor, donde se conclui que fomos feitos com e para a felicidade.
É justo que observemos mais o espírito melancólico, porque ele pode estar ferido pelo orgulho, vaidade ou displicência.
Pode ter sido injuriado, mal entendido, ou obcecado.
São tantas notas mal postas na introvertida música da melancolia, que é bastante conveniente estudá-las uma por uma, para combatê-las com eficiência.
Dados os primeiros passos, a saúde está â porta, porque não há enfermidade de – 86 – consciência.
Basta dizer que todas as doenças se enraízam no poder mental, demoram-se no corpo, pela demora nos pensamentos.
Alguns desdenham da fé, por não saberem o papel importante que ela desempenha na vida de cada ser.
Jesus dava à fé um lugar de destaque em todos os seus conceitos.
Chegou a dizer: A tua fé te curou .
Quem tiver a fé do tamanho de uma semente de mostarda, transportará montanhas de desesperos, de enfermidades, e com o amor se salvará de todas as possíveis inferioridades do caminho evolutivo.
Assim estará destronada toda a tristeza de viver.
Diz um velho aforismo: Tristeza não paga dívida .
E se não paga dívida física, muito menos resgata débitos cármicos, que o passado nos cobra com correção monetária.
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Horizontes da Mente – Miramez
MENSAGEM DO ESE:
Destinação da Terra. Causas das misérias humanas
Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista em que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa idéia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.
Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.
Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 6 e 7.)
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