quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Felicidade sem Culpa



A maioria das pessoas se sente infeliz ou adia sua felicidade por causa da internalização de um poderoso mecanismo, seja social, moral ou religioso, introdutor de culpa.

O ser humano se estrutura dentro da sociedade sem a devida reflexão sobre os valores que assimila. 
Nem sempre percebe que, aqueles recebidos em suas origens devem, na adultez, merecer reflexão e consequente libertação dos que não mais condizem com sua maturidade.

 Nem sempre as pessoas conseguem se libertar da pressão exercida pela sociedade da qual fazem parte. 
Essa pressão não é apenas exercida através de normas e leis, mas principalmente a partir daquilo que não é dito e nem é explicitado. 
As leis da convivência entre as pessoas, as quais nem sempre fazem parte de algum código escrito, promovem sanções que psicologicamente impõem culpa e necessidade de alívio psíquico.

 Nesse contexto somam-se os preceitos extraídos das interpretações humanas aos códigos das religiões, muitas vezes usados como mecanismos repressores, para limitar ainda mais as possibilidades do ser humano de entender sua própria vida e alcançar a felicidade.

O grande gerador da infelicidade é a culpa que nos permite, quando instalada, esperar algum tipo de punição para alívio daquilo que consideramos uma transgressão. 
 Vivemos sempre à espera de que essa punição ocorra, gerando ansiedade e adiando nossa felicidade.
É claro que tudo isso ocorre também como um mecanismo que possibilita a percepção da própria liberdade individual.

Há pessoas que necessitam de limites para melhor administrar sua liberdade, porém essa regra é utilizada de forma excessiva e castradora, em face do medo que tem o ser humano de perder o controle sobre si mesmo.

O propósito de todo ser humano é alcançar a felicidade possível sem perder a noção da responsabilidade individual pelos próprios atos. 
 Ser feliz só é possível através da liberdade com responsabilidade.  
Quem não for capaz de assumir as consequências de seus atos, não conseguirá viver com a consciência em paz e em harmonia. 
 Religiões e filosofias foram – e ainda o são – utilizadas como mecanismos de dominação coletiva sob o argumento de que o passado da humanidade demonstra sua necessidade de impor limites. 
 É necessário que se perceba o espírito como ser presente que, embora assentado sobre seu passado, está sempre olhando para o futuro. 
 Sem esquecer o passado é preciso viver o presente com o olhar no futuro.  
As religiões valorizam mais o passado que o futuro do ser humano, impondo-lhe que carregue sempre alguma culpa.

As religiões, como são praticadas, servem para determinadas classes de crentes. 
 Para outras elas necessitam de interpretações e compreensões mais avançadas sob pena de se extinguirem.  
Elas devem ser entendidas de formas distintas e de acordo com o nível de evolução do espírito.

Na maioria delas, o conceito de felicidade passa pela culpa e pela negação à vida na matéria.
  Entender que ela, a felicidade, só poderá ocorrer alhures, pós-morte, é negar o sentido da existência, consequentemente o presente.
Não entregue sua felicidade à crítica das religiões, das filosofias, dos outros ou dos equívocos que cometeu.  
A religião, por natureza, deve facilitar o processo de crescimento do ser humano.  
Tome a sua como auxiliar de seu equilíbrio psicológico e espiritual.  
Não coloque sua felicidade à mercê das contingências acidentais de sua vida ou mesmo de uma fase de turbulência por que você esteja passando. 
 Lembre-se de que viver não é ato isolado de um ser humano.
 É um contexto, uma  conexão e um sentido.
 Na união dessas realidades junta-se o Espírito que é você.
 Assuma o comando de sua vida e a coloque a serviço do propósito de ser feliz. 
Siga aquele ditado que diz ‘viva e deixe os outros viverem’.

Ninguém no mundo está irremediavelmente condenado a sofrer ou a penar eternamente, seja na vida ou na morte.
As teorias que levaram o ser humano a se achar perdido ou condenado a sofrer pelos atos o distanciaram de sua própria felicidade. 
 O ser humano está ‘condenado’ a ser feliz e essa conquista é feita individual e coletivamente. 
Ele foi presenteado por Deus que lhe deu a Vida.

Convido o leitor a despojar-se de conceitos, pelo menos durante a leitura deste livro, para penetrar no próprio coração e pensar na felicidade como um estado de espírito possível.  
Lembre-se de que coração e razão são faces de uma mesma moeda, que representa o ser humano. Tentar separá-las é tolice infantil.

Retire o véu que encobre sua visão de si mesmo, dispa-se da roupa que o mundo lhe ajudou a tecer e vista-se com o manto da simplicidade e da pureza de coração, a fim de captar o significado mais profundo e os sentimentos que coloco no que escrevo para que você se encontre com sua essência.  
Lembre-se de que não há nada no mundo que valha mais do que sua paz interior.
 E que ela, para ser real, deve manifestar-se no mundo em sua prática diária e em sua vida de relações com os outros.
  A felicidade real e a paz verdadeira são vividas no mundo.

Reúna seus mais íntimos propósitos, junte suas maiores intenções, fortaleça-se com as melhores energias e entre em contato com o Deus que habita em você, para encontrar sua plena felicidade. 
Não se esqueça de reparti-la por onde passar e com quem estiver, pois isso é garantia de perpetuidade.
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Adenáuer Novaes




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