quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Protestos verbais


“Mas ele disse com mais veemência: ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. E da mesma maneira diziam todos também.” — (Marcos, 14:31)

 É indispensável que o aprendiz sincero do Evangelho esteja sempre de mãos dadas à vigilância, no capítulo dos protestos verbais de solidariedade.

 As promessas mirabolantes ficam muito bem às comédias da leviandade, mas, nunca nos que compreendem sinceramente o que seja esforço, trabalho, realização.

 O próprio Cristo não escapou a provas supremas dessa natureza.

 Ainda nas vésperas do sacrifício culminante, vemos os discípulos protestarem fidelidade e devotamento. Pedro e os companheiros declaravam-se unidos a Ele até o fim, hipotecavam-lhe amor e dedicação.

Jesus, porém, contava com o Pai e consigo mesmo nos testemunhos decisivos. E, apesar dos bens divinos que disseminara entre os aflitos e sofredores, não obstante o devotamento a quantos lhe buscavam o socorro sublime, o Mestre viu-se absolutamente só, desde a prisão à própria Cruz.

 Recebera muitos votos de admiração, palavras de reconhecimento, declarações de solidariedade, protestos de amor; entretanto, o exemplo final revela muitos ensinamentos aos aprendizes vigilantes.

 O problema da participação nas experiências de alguém nunca se resumirá numa questão de palavras.

 No cenáculo do Senhor, notamos semelhante lição; Judas não pôde partilhar a vitória do Mestre em Jerusalém, como os demais companheiros não conseguiram partilhar a suposta derrota do Calvário.

 Lembra o Cristo, dá o testemunho e segue firme, rumo à realização divina.

 Nas ilusões terrestres, não é possível fugir às dificuldades desse teor. No triunfo, lutarás contra a inveja e o despeito de outrem; no sofrimento, suportarás, muitas vezes, a traição, o esquecimento e o fel dos ingratos. Não desesperes, porém. É preciso esquecer os fantasmas e permanecer servindo ao Senhor.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Trilha de luz
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17 de novembro

Você sente que faz parte do novo? 

Você sente que você se mistura no todo em perfeita harmonia ou você se sente desconfortável e desajeitado? 

Se você não se sente bem, é melhor sair e encontrar outro caminho. 

Somente as almas que estão em harmonia com o novo, que estão desejosas de deixar o que é velho para trás sem remorsos e que têm espírito de aventura estarão prontas para o novo e serão capazes de mergulhar livremente nele. 

Se você ainda quer se manter preso às antigas maneiras e ideias ortodoxas e convencionais, se você tem medo de quebrar as velhas formas, então você não está pronto para o novo. 

É preciso coragem, força, determinação e uma grande consciência interior de que o que você está fazendo é o certo. 

Quando sua fé e confiança estiverem em Mim e você souber que EU ESTOU guiando e dirigindo você, então você será capaz de fazer tudo o que precisa ser feito com alegria e amor profundos.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

O ponto de vista (II)

Se toda a gente pensasse dessa maneira – ou seja, e desse reduzida importância aos bens terrenos –, dir-se-ia, tudo na Terra periclitaria, porquanto ninguém mais se iria ocupar com as coisas terrenas. Não; o homem, instintivamente, procura o seu bem-estar e, embora certo de que só por pouco tempo permanecerá no lugar em que se encontra, cuida de estar aí o melhor ou o menos mal que lhe seja possível. Ninguém há que, dando com um espinho debaixo de sua mão, não a retire, para se não picar. Ora, o desejo do bem-estar força o homem a tudo melhorar, impelido que é pelo instinto do progresso e da conservação, que está nas leis da Natureza. Ele, pois, trabalha por necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo, aos desígnios da Providência que, para tal fim, o pôs na Terra. Simplesmente, aquele que se preocupa com o futuro não liga ao presente mais do que relativa importância e facilmente se consola dos seus insucessos, pensando no destino que o aguarda.

Deus, conseguintemente, não condena os gozos terrenos; condena, sim, o abuso desses gozos em detrimento das coisas da alma. Contra tais abusos é que se premunem os que a si próprios aplicam estas palavras de Jesus: Meu reino não é deste mundo.

Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção uma pequena soma. Aquele cujos pensamentos se concentram na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera.

O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes novos. Em vez dessa visão, acanhada e mesquinha, que o concentra na vida atual, que faz do instante que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, ele, o Espiritismo, mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da obra do Criador. Mostra a solidariedade que conjuga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Faculta assim uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma por ocasião do nascimento de cada corpo torna estranhos uns aos outros todos os seres. Essa solidariedade entre as partes de um mesmo todo explica o que inexplicável se apresenta, desde que se considere apenas um ponto. Esse conjunto, ao tempo do Cristo, os homens não o teriam podido compreender, motivo por que ele reservou para outros tempos o fazê-lo conhecido.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, itens 6 e 7.)
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Temperamento


Somos cuidadosos, salvaguardando o clima doméstico. Dispositivos de alarme, faxinas, inseticidas, engenhos de proteção e limpeza. No entanto, raros de nós se acautelam contra o inimigo que se nos instala no próprio ser, sob os nomes de canseira, nervosismo, angústia ou preocupação.

Asseguramos a tranquilidade dos que nos cercam, multiplicando recursos de segurança e higiene, no plano exterior, e, simultaneamente, acumulamos nuvens de pensamentos obsessivos que terminam suscitando pesadelos dentro de casa.

Muitas vezes, desapontados de nós para conosco, à face dos estragos estabelecidos por nossa invigilância, recorremos a tranquilizantes diversos, tentando situar a impulsividade que nos é própria no quadro das moléstias nervosas, no pressuposto de inocentar-nos.

Sem dúvida, não podemos subestimar o poder da mente sobre o campo físico em que se apoia. Se acalentamos a irritação sistemática, é natural que os choques do espírito atrabiliário alcancem o corpo sensível, descerrando brechas à enfermidade. Nesse caso, é preciso rogar socorro ao remédio. Ainda assim, é imperioso nos decidamos ao difícil empreendimento do autodomínio.

No que concerne a temperamento, é possível receber as melhores instruções e receitas de calma; entretanto, em última análise, a providência decisiva pertence a nós mesmos.

Ninguém consegue penetrar os redutos de nossa alma, a fim de guarnecê-la com barricadas e trancas. Queiramos ou não, somos senhores de nosso reino mental.

Por muito nos achemos hoje encarcerados, do ponto de vista de superfície, nas consequências do passado, pelas ações infelizes em nossa estrada de ontem, somos livres, na esfera íntima, para controlar e educar o nosso modo de ser.

Não nos esqueçamos de que fomos colocados, no campo da vida, com o objetivo supremo de nosso rendimento máximo para o bem comum.

Saibamos enfrentar os nossos problemas como sejam e como venham, opondo-lhes as faculdades de trabalho e de estudo de que somos portadores. Nem explosão pelas tempestades magnéticas da cólera e nem fuga pela tangente do desculpismo. Conter-nos. Governar-nos.

Aqui e além, estamos chamados a conviver com os outros, mas vivemos em nós, estruturando os próprios destinos, na pauta de nossa vontade, porque a vida, em nome de Deus, criou em cada um de nós um mundo por si.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Encontro marcado
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Cansaço


Se te sentes cansado, procura refazer-te em contato com a Natureza.

Haure em seus inesgotáveis mananciais as energias de que necessitas.

Não estabeleças, em teu corpo e em tua mente, um circuito fechado de forças que não se renovam.

Descerra-te em espírito, à semelhança da flor, que se abre aos vivificantes raios do sol.

Respira a longos haustos e absorve, por teus poros e narinas, os princípios vitais de que o próprio ar se balsamiza.

Contempla, com o enternecimento que te é possível, o ninho de um pássaro sobre a folhagem.

Faze deslizar a mão sobre a cantante queda d'água que se te derrama aos pés.

Repara nas luzes do entardecer e no cintilar das primeiras estrelas que surgem no firmamento.

Descalça-te e mantém contato direto com o magnetismo da terra.

Acaricia o tronco robusto de uma árvore e procura sentir-lhe o pulsar da Vida.

Deleita-te com o majestoso espetáculo da chuva que cai na floresta.

E, assim, após te refazeres, continua a servir.

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Irmão José
Carlos.A.Baccelli
Obra: Dias melhores
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