segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O queixoso



Como tantos, o caso de Argemiro Zaqueu é o seguinte:

Ele embarafustou no templo espírita e se postou diante do diretor da casa, o velho Epifânio Calístrato, choramingando…

— Ai de mim!… O senhor é o presidente da casa, não é?

E, antes que Calístrato respondesse, prosseguiu:

— Pois é… Pessoa que sofre como eu, o senhor nunca viu. Já não aguento mais. É uma penação sem fim, dia e noite… Já me tratei de muitos modos, remédio não dá conta… Saio da cama, toda manhã tremendo, tremendo… Vejo vultos rondando o aposento, ouço vozes, procuro saber quem é, não acho ninguém. É um enfaramento de tudo e de todos, que nem sei explicar… Quando olho para a coitada de minha mulher, noto a presença de outra pessoa nela… Pessoa que os demais não enxergam… O senhor sabe como é… Fico atordoado, perco a cabeça, atormentado por vozes e mais vozes… Se bebo café ou se tomo qualquer refeição, desconfio de veneno, como se alguém estivesse soprando ideias estranhas sobre o meu pensamento… Não sei o que fazer de minha vida… Como devo agir, Seu Calístrato?

Epifânio tomava posição para responder e chegava a colocar a primeira palavra na comissura dos lábios; entretanto, Zaqueu voltava à carga:

— Ah! esqueci-me de dizer… Se alguém chega em casa, alguém que não seja da família, sinto o coração batendo acelerado e corro a esconder-me… Tenho medo de qualquer novidade. Profissão, já larguei… Via tanta gente que ninguém via na repartição e conversava tanto, sozinho, que o melhor para mim foi licença… Sou um homem desprezado… Todos fogem de mim… Meus dois filhos perderam o respeito e gritam na minha cara… Minha mulher, por duas vezes, já me levou à internação em casa de saúde, mas não melhorei… Seu Calístrato, que posso fazer?

Epifânio debalde tentava dizer alguma coisa, porque Zaqueu lhe impunha silêncio, lastimando:

— Ainda não contei o que passo na rua… Basta pôr o pé fora da porta e começa nova perturbação… É um pavor de tudo que nada contém… Se um amigo me toca, de leve, penso que vou morrer. Carro, não consigo olhar de perto… Barulho de máquina, não suporto… Em toda esquina, tenho a impressão de que pessoas ocultas gargalham com sarcasmo, zombando de mim… Ajude-me, Seu Calístrato!…

O interlocutor empenhava esforço para dizer qualquer coisa; no entanto, Zaqueu avançava:

— Escute… Quero ainda falar sobre a noite… Anseio descansar, mas quem diz que eu durmo? Tudo roda em meu quarto… Se passo por ligeira madorna, alta madrugada, é aflição em cima de aflição, pois vejo inimigos de carranca terrível, levantando punhais… Grito, contorço-me desesperado, até que alguém me acorde… E quando me vejo desperto, as vozes me rodeiam, afrontando-me com injúrias… Daí, levanto-me sem saber se estou louco… Por amor de Deus, tenha dó de mim, Seu Calístrato!…

O generoso amigo deu-se pressa em falar e ponderou:

— Bem, meu caro, tudo indica que seu caso é mediunidade, exigindo estudo… Venha à nossa reunião de amanhã e procuremos trabalhar juntos.

— Trabalhar? — indagou o visitante repentinamente desapontado.

— Sim, trabalhar no sentido de orar e estudar em equipe, conjugando as nossas próprias energias no objetivo de amparar aqueles que sofrem mais que nós mesmos. É preciso não esquecer que auxiliando a outros é que somos auxiliados…

— Então — observou o candidato ao socorro — é necessário trabalhar?

— Sim, sim… — acentuou o experiente orientador — venha amanhã e comecemos… Para nós todos a lei determina a obrigação de nos apoiarmos reciprocamente.

O queixoso, porém, ouvindo falar em responsabilidade e serviço, perdeu a loquacidade, passando a despedir-se. E, até hoje, decorridos seis anos, conquanto Epifânio ainda o espere, não mais voltou.

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Irmão X
(Humberto de Campos)
Chico Xavier
Obra: Aulas da Vida
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22 de janeiro

Pare de andar em "ponto morto", engate a marcha e faça alguma coisa da sua vida.

Há muitas avenidas a serem exploradas portanto, por que não explorá-las agora?

Nunca tenha medo de dar um passo para o desconhecido, para o novo.

Faça isso sem temor, sempre esperando que o melhor aconteça.

A vida é muito emocionante e excitante, mas é preciso estar disposto a crescer em direção ao novo com absoluta fé e confiança.

Permita que Eu seja seu guia e companheiro constante.

Há muito em você esperando para ser revelado quando você estiver pronto.

Você deverá estar devidamente equipado para esta vida de aventura e, antes de se aventurar em frente, deverá aprender lições vitais importantes, lições fundamentais de obediência e disciplina.

Para tanto você terá que passar por provas e testes.

Mas não se impaciente, nem se irrite com isso, e sim agradeça por ter sido escolhido para seguir este caminho espiritual.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

O dever

O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros. O dever é a lei da vida. Com ele deparamos nas mais ínfimas particularidades, como nos atos mais elevados. Quero aqui falar apenas do dever moral e não do dever que as profissões impõem.

Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Não têm testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão. Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem; como determiná-lo, porém, com exatidão? Onde começa ele? onde termina? O dever principia, para cada um de vós, exatamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a vós.

Deus criou todos os homens iguais para a dor. Pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue em sã consciência o mal que pode fazer. Com relação ao bem, infinitamente vário nas suas expressões, não é o mesmo o critério. A igualdade em face da dor é uma sublime providência de Deus, que quer que todos os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não pratiquem o mal, alegando ignorância de seus efeitos.

O dever é o resumo prático de todas as especulações morais; é uma bravura da alma que enfrenta as angústias da luta; é austero e brando; pronto a dobrar-se às mais diversas complicações, conserva-se inflexível diante das suas tentações.

homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo. É a um tempo juiz e escravo em causa própria.

O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o filho. O homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.

O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estágios superiores da Humanidade. Jamais cessa a obrigação moral da criatura para com Deus. Tem esta de refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos.

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— Lázaro. (Paris, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 7.)
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Elimine a tensão


Elimine a tensão.

Tenso e inquieto, você sente que todo seu sistema nervoso está contraído.

Descrê de uma boa saída para a sua situação.

No entanto, freie os pensamentos e feche os olhos, se possível.

Sinta como se estivesse recebendo suave luz e energia em todo seu corpo, a começar pela cabeça.

Abra os olhos e não pense em nada negativo.

A solução aparece.

O equilíbrio nasce da confiança nas forças.

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Lourival Lopes
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2 comentários:

  1. Bom dia, meus irmãos. Como é bom ter acesso ao evangelho, todos os dias. Muita luz no nosso caminho.

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  2. Bim dia, a correlação entre os benfeitores espirituais que se manifestaram pela mediunidade do nosso querido Chico e a codificação é alimento para i Espírito. Gratidão!!!

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Obrigada pelo comentário.