segunda-feira, 15 de junho de 2015

PUNIÇÃO E CORRIGENDA





Deus tem necessidade de se ocupar de cada um de nossos atos para nos recompensar ou punir? 
A maioria desses atos não são para ele insignificantes?

- Deus tem as suas leis, que regulam todas as vossas ações. Se as violardes, vossa é a culpa.


Sem dúvida, quando um homem comete um excesso, Deus não expende um julgamento contra ele, dizendo, por exemplo: Tu és um glutão e vou punir-te. Mas ele traçou um limite: As doenças e por vezes a morte são consequências dos excessos. Eis a punição: Ela resulta da infração da lei. Assim se passa em tudo.


Na realidade, não existe punição –  existe corrigenda. Todas as vezes que infringimos a Lei Divina, somos corrigidos pela própria consciência, que, em essência, significa Deus em nós.

A consciência, quando extrapolamos os limites estabelecidos por ela, desencadeia mecanismos que nos faz recuar e nos induzem à reparação do mal. É, digamos, um colapso das forças morais que nos coloca em desarmonia e que nos leva a perceber que erramos...

O tribunal que avalia a menor de nossas ações, vige em nossa própria intimidade, lavrando sentenças que, através das existências sucessivas nos compelem a viver em plena sintonia com a vida.

As noções do bem e do mal - não há quem seja delas desprovido;

apenas aqueles que enlouqueceram, justamente por contrariá-las em excesso e seguidamente, de forma consciente, é que padecem a supressão de suas faculdades, gastando um tempo indefinido para reaverem a posse de si mesmos.

Os desequilibrados mentais são espíritos que sustentaram longos conflitos com a consciência, hesitando em lhe atender os alvitres. São os que estabeleceram luta com Deus em seu interior, imaginando que pudessem vencer.

À Consciência – o olhar vigilante, percuciente do criador na criatura – nada escapa; de imediato, as nossas mais ocultas intenções são avaliadas em nossas mais discretas atitudes...

Quando não nos dispomos á corrigenda, as culpas em se acumulando nos provoca uma sobrecarga própria e, então, perdemos o domínio... A quem tenha consciência do equívoco com etido e se disponha a repará-lo, a lei Divina faculta planejar o ressarcimento do débito;

todavia, a quem se nega, inclusive a admitir a dívida, a Lei constrange à quitação através das circunstâncias que lhe sejam convenientes.

São muitos os espíritos que retomaram o corpo físico por ação automática, atraídos pelas consequências de nossas ações que, criando determinado campo magnético, os aprisionam, até que seus efeitos sejam anulados.

Experimentar a repercussão do que se fez ou do que se deixou de fazer;

seja no bem ou no mal, se constitui para o espírito no processo de aprendizado ao qual ele não consegue se esquivar.

Os que fazem o mal sem perfeita noção do que fazem, induzidos por uma situação estabelecida, ou ainda, por inteligências que os submetem, é porque, no princípio de semelhante processo optam pela invigilância e pela irresponsabilidade da ação.

Convençamo-nos de que, em hipótese alguma, o mal domina totalmente sem a nossa anuência; caso contrário, é evidente que não poderíamos ser chamados à responsabilidade da ação.

O desvio moral,porquanto, do espírito, não é resultado imediato do assédio que ele experimenta; quando ele chega a cair, é porque não se opôs com suficiente determinação aos arrastamentos que, lhe minaram a resistência e, de certa forma, terminaram por convencê-lo.
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(“O Livro dos Espíritos” questão nº 969)  
Carlos A. Baccelli 
Se Teus Olhos Forem Bons







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