quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Isso também passará



O médium mineiro Francisco Cândido Xavier contou que, num de seus dias de profunda amargura, solicitou ao benfeitor espiritual que levasse o seu pedido de socorro à Maria de Nazaré, para que ela o consolasse, já que seus problemas eram graves.

Após alguns dias, o benfeitor retornou dizendo-se portador de um recado da Mãe de Jesus.

Chico imediatamente pegou papel e lápis e colocou-se na posição de anotar: Pode falar, tomarei nota de cada palavra.

Emmanuel, benfeitor atencioso, lhe falou:

Anote aí, Chico. Maria me pediu para que trouxesse o seguinte recado: “Isso também passará. Ponto final.”

Chico tomou nota rapidamente e perguntou ao benfeitor: Só isso?

E ele respondeu: É, Chico. A Mãe Santíssima pediu para lhe dizer que isso também passará.

* * *

Como Chico Xavier, muitos de nós, quando visitados pela dor, gostaríamos de receber uma mensagem individual de consolo.

Pensando que fomos esquecidos pela Divindade, rogamos nos seja concedida uma deferência especial por parte dos benfeitores espirituais.

Todavia, Deus tudo sabe e tudo vê. Nada acontece sem Seu consentimento, basta que depositemos confiança em Suas Soberanas Leis.

Todas as coisas, na Terra, passam...

Os dias de dificuldades passarão...

Passarão também os dias de amargura e solidão...

As dores e as lágrimas passarão.

As frustrações que nos fazem chorar... um dia, passarão.

A saudade do ser querido que se vai na mão da morte, passará.

Os dias de glórias e triunfos mundanos, em que nos julgamos maiores e melhores que os outros... igualmente passarão.

Essa vaidade interna que nos faz sentir como o centro do Universo, um dia passará.

Dias de tristeza... Dias de felicidade... São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no Espírito imortal as experiências acumuladas.

Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.

Elevemos o pensamento e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer carinhosamente: Isso também passará...

E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre.

* * *

O Planeta Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante da turbulência de gigantescas ondas.

São guerras, interesses mesquinhos, desvalores...

Mas isso também passará, porque Jesus está no leme dessa nau, e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade, e que um dia também passará.

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro porque essa é a sua destinação.

Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento.

E confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto, que agora, já não é mais o mesmo de quando iniciamos o programa e o de agora, também passará...
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Redação do Momento Espírita.
Em 11.8.2020.
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MENSAGEM DO ESE:

Perdão das ofensas

Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. Confrontai essas palavras de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que ensinou a seus discípulos, e o mesmo pensamento se vos deparará sempre. Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás, mas ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. Não está ele a te perdoar freqüentemente? Conta porventura as vezes que o seu perdão desce a te apagar as faltas?

Prestai, pois, ouvidos a essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos até do vosso amor. Dai, que o Senhor vos restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita.

Ide, meus bem-amados, estudai e comentai estas palavras que vos dirijo da parte dAquele que, do alto dos esplendores celestes, vos tem sempre sob as suas vistas e prossegue com amor na tarefa ingrata a que deu começo, faz dezoito séculos. Perdoai aos vossos irmãos, como precisais que se vos perdoe.

Se seus atos pessoalmente vos prejudicaram, mais um motivo aí tendes para serdes indulgentes, porquanto o mérito do perdão é proporcionado à gravidade do mal. Nenhum merecimento teríeis em relevar os agravos dos vossos irmãos, desde que não passassem de simples arranhões.

Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. Aquele que enveredou por esse caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que sois responsáveis pelos vossos pensamentos, os quais todos Deus conhece.
 Cuidai, portanto, de os expungir de todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo.

— Simeão. (Bordéus, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 14.)

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Lavar a Alma


Naquela manhã, a caminho do trabalho, Marcela ouviu uma conversa no ônibus:

 "Eu disse a ela tudo o que estava entalado na minha garganta. Não tive compaixão."

"E como foi que ela reagiu?"

"Ficou chorando, pedindo desculpas, mas eu não perdoei. Lavei a alma."

Marcela se recordou de uma briga que tivera com a irmã, há alguns anos. E de como dissera palavras duras e pesadas.

Ao ser confrontada pela avó, dissera essa mesma frase que acabara de ouvir: 

"Lavei a alma!"

Recorda que a avó perguntara o que significava lavar a alma.

"Ora, é botar pra fora tudo o que incomoda."

"Entendi.''
– Falara a sábia senhora. 'Então, seu coração deve ter ficado em paz depois de ter dito coisas tão duras. A raiva passou e você e sua irmã ficaram bem, certo?'

"Na verdade, não. Ainda estou magoada e continuamos brigadas. Mas eu disse tudo o que estava entalado."

"Quer dizer que você lavou a alma mas não perdoou."

"Não perdoei, nem esqueci."

"Então você não lavou a alma, minha menina.
 Quando lavamos algo, como uma roupa, por exemplo, tiramos dela toda a sujeira. Quando nos propomos a lavar a alma é para tirar dela tudo o que nos faz mal: raiva, rancor, mágoa, orgulho, egoísmo.
E somente conseguimos isso quando compreendemos o outro, quando conseguimos não nos sentir afetados pelo mal recebido e perdoamos."

Marcela tivera um choque ao ouvir aquelas palavras. Nunca havia pensado no termo lavar a alma sob aquela perspectiva.

* * *

Há uma ideia muito antiga que diz que devemos reagir, rebater as ofensas, pagar na mesma moeda. Isso ainda é resquício do olho por olho, dente por dente, praticado nos tempos de Moisés.

O Mestre Jesus, contudo, ensinou: Tendes ouvido o que se disse: olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas se alguém vos ferir na face direita, oferecei-lhe também a outra.

Nesta exortação reside a chave para compreender e praticar o perdão.

O que nos move a revidar uma ofensa geralmente é nosso orgulho ferido.

 Não conseguimos perceber que quem ofende muitas vezes se encontra doente, precisando de ajuda.
Ao devolvermos a injúria, alimentamos sentimentos e energias ruins em ambos os lados.

Perdoar uma ofensa exige coragem e integridade, ainda mal compreendidas pelos que nos deixamos arrastar pelo orgulho e pelo egoísmo.

Uma alma lavada é uma alma livre de sentimentos negativos.

Mas... como se limpa a alma?

O segredo está em amar o próximo como a nós mesmos. Ver em quem nos magoa um irmão carente de amor tanto quanto nós.

Lavar a alma de sentimentos negativos implica no maior ato de coragem de todos, que é deixar de nos colocarmos em primeiro lugar para compreender o que está provocando a atitude do outro.

É fazer por ele o que gostaríamos que fizessem a nós, quando também nos sentirmos magoados e feridos.
É compreender e ajudar.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap. XII,
itens 7 e 8 de O Evangelho segundo o Espiritismo, de
Allan Kardec, ed. FEB.
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Formatação e pesquisa: MILTER-04-10-2020


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