domingo, 22 de outubro de 2023

Nos dias difíceis


Quem é que, vivendo sobre a face da Terra, pode dizer que jamais passou por um dia difícil?

Desde que estejamos gozando de perfeita lucidez, não poderemos negar que já superamos, não um só, mas muitos dias de dificuldades.

Portanto, nos dias difíceis que se apresentam, lembremo-nos de outros semelhantes que vencemos.

Depois de superadas as lutas, que nos pareciam insuperáveis, não sabemos explicar a nós mesmos de que modo vencemos.

Nem mesmo de que fonte retiramos as forças necessárias para nos sustentar, durante e depois das problemáticas sofridas.

Vimos a doença no ente amado assumir gravidade estranha e, sem que lográssemos penetrar o fenômeno em todos os detalhes, surgiram a medicação e a providência ideais que o livraram da morte.

Experimentamos a visita do desânimo, à frente dos obstáculos que se agravaram à nossa frente, mas, sem que nos déssemos conta do amparo recebido, deixamos o desalento das trevas e regressamos à luz da esperança.

Crises dos sentimentos que pareciam invencíveis, pelo teor de angústia com que nos alcançaram a alma, desapareceram como por encanto sem que conseguíssemos definir a intervenção libertadora que nos restituiu a tranquilidade.

Sofremos a ausência de seres imensamente queridos, chamados pela desencarnação para tarefas inadiáveis em outras faixas da experiência.

No entanto, sem que tivéssemos que empreender qualquer esforço, outras almas abençoadas apareceram, nutrindo-nos o coração com edificante apoio afetivo.

Contudo, pensemos que tudo isso aconteceu porque persistimos na fé aguardando e confiando, trabalhando e servindo, sem nos entregarmos ao desespero ou à derrota, permitindo que a bondade de Deus agisse em nosso benefício.

Dessa forma, ante as tormentas que estejamos atravessando, consideremos as dificuldades já vividas e compreenderemos que Deus, cujo infinito amor nos sustentou ontem, nos sustentará hoje, e nos sustentará amanhã.

Para isso, somente é preciso que tenhamos a alma receptiva, para entender a ajuda que Deus nos direciona.

E, por fim, que nos mantenhamos fiéis no cumprimento de nossas obrigações.

* * *

Um dia, quando pudermos vislumbrar, do Alto, todos os caminhos percorridos durante a existência, talvez possamos perceber que a maior parte do percurso estará marcada por dois pares de pegadas.

Serão as nossas e as do Amigo Jesus, caminhando ao nosso lado, sustentando-nos as forças.

Mas, nos dias difíceis, naqueles em que as dificuldades se fizeram mais cruéis, notaremos apenas um par de pegadas.

Talvez nos perguntemos: Teremos caminhado sozinhos, nesses momentos? O Mestre nos terá abandonado?

Então, Ele, o Amigo fiel de todas as horas, nos responderá: Não, meu filho, jamais o abandonei.

É verdade que nos dias mais difíceis da sua existência só há um par de pegadas.
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Mas é porque, naqueles momentos, Eu o carreguei nos Meus braços.
Sou o Bom Pastor e carrego a ovelha ferida, em Meus ombros.

Pensemos nisso.

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Redação do Momento Espírita, com base no cap.
58, do livro Rumo certo, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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22 de outubro

Pare por um momento em meio a sua azáfama e pense no que você está colocando em primeiro lugar.

É o trabalho?

É o viver?

São as suas necessidades?

Seus desejos?

Procure primeiro o Meu reino.

Encontre seu contato direto coMigo e tudo o mais lhe será acrescentado.

Você não percebe que sua comunhão coMigo significa mais do que tudo, porque é deste contato que tudo ramifica?

Faça sua parte e saiba distinguir as prioridades.

Você não pode tirar água de um poço se você não tiver primeiro um balde, fizer o balde descer até a água e então puxar o balde para cima.

Você tem algo a realizar: você tem que fazer o esforço e realizar a sua parte.

Ficar ao lado do poço olhando a água não vai trazer a água até você.

Assim é com a vida espiritual: ficar por perto vendo outras pessoas encontrarem sua unidade coMigo não vai fazer com que a mesma coisa aconteça com você.

Cada alma tem que fazer seu próprio trabalho de procura e descoberta interior.

Azáfama: substantivo feminino: grande pressa e ardor na execução de um serviço.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Bem e mal sofrer

Quando o Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence”, não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta.

Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.

O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: “Fui o mais forte.”

Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso.

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— Lacordaire. (Havre, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 18.)
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Na saúde, na doença


Em toda circunstância, trate a própria saúde, prevenindo-se da doença com os recursos encontrados em você mesmo.

Cada dia é novo ensejo para adquirirmos enfermidade ou curar nossos males.

O melhor remédio, antes de qualquer outro, é a vontade sadia, porque a vontade débil enfraquece a imaginação e a imaginação doentia debilita o corpo.

Doença do corpo pode criar doença da alma e doença da alma pode acarretar doença do corpo.

Vida atribulada nem sempre significa vida bem vivida.

Conquanto a existência em torno possa mostrar-se febricitante e turbilhonaria, resguarde-se contra as intempéries emocionais no clima íntimo do próprio ser, ajudando e servindo com alegria aos menos felizes, na certeza de que o enfermeiro diligente conserva a integridade mental, muito embora convivendo, dia a dia, com dezenas de enfermos em grandes desequilíbrios.

Somos parte integrante da farmácia do nosso próximo.

Observe as reações que a sua presença provoca no semelhante e pacifique aqueles com quem convive, não só pela palavra, mas até mesmo pela aparência e pelas atitudes, pois com a simples aproximação funcionamos como tranquilizadores ou excitantes de quem nos cerca, aliviando ou agravando os seus padecimentos físicos e morais...

Muitas doenças nascem da suspeita injustificável.

Seja sincero com você e com os outros na apreciação de sintomas que se reportem a desajustamentos orgânicos, tratando de assuntos dessa natureza, sem alarde e sem exagero.

O maior restaurador de forças é a consciência reta que asserena as emoções.

Se o leito de dor é agasalho imposto ao seu corpo enfermo, lembre-se de que a meditação é santuário invisível para o abrigo do espírito em dificuldade e que a prece refunde e sublima as energias da alma.

Doença é contingência natural, inevitável às criaturas em processo de evolução; por isso, esforce-se por abolir inquietações quanto a problemas de saúde física, atendendo ao equilíbrio orgânico e confiando na Vontade Superior.

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André Luiz
Chico Xavier
Obra: O Espírito da Verdade
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O som


“Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” – Paulo. (I Coríntios, 14:8.)

Ninguém julgue sejam necessários grandes cataclismos para que se efetue a modificação de planos da criatura.

O homem pode mudar-se de esfera, sem alarido cósmico, e as zonas superiores e inferiores representam graus de vida, na escala do Infinito.

Elevação e queda, diante da própria consciência, constituem impulso para cima ou para baixo, no campo ilimitado de manifestações do espírito imperecível.

Toda modificação para melhor reclama luta, tanto quanto qualquer ascensão exige esforço.

É imprescindível a preparação de cada um para a subida espiritual.

É natural, portanto, que os vanguardeiros sejam porta-vozes a todos aqueles que acompanham o trabalho de melhoria, aglomerados em multidão.

Eis por que, personificando no discípulo do Evangelho a trombeta viva do Cristo, dele devemos esperar avisos seguros.

Em quase todos os lugares observamos os instrumentos de sons incertos que dão notícia do serviço a fazer, mas não revelam caminhos justos.

Na maioria dos núcleos do Cristianismo renascente, deparam-se-nos trabalhadores altamente dotados de luz espiritual, que duvidam de si mesmos, companheiros valiosos cuja fé somente vibra em descontínuas fulgurações.

É necessário compreender, porém, que o som incerto não atende ao roteiro exato. Serve para despertar, mas não fornece orientação.

Os aprendizes da Boa Nova constituem a instrumentalidade do Senhor. Sabemos que, coletivamente, permanecem todos empenhados em servi-lo, entretanto, ninguém olvide a necessidade de afinar a trombeta dos sentimentos e pensamentos pelo diapasão do Divino Mestre, para que a interferência individual não se faça nota dissonante no sublime concerto do serviço redentor.

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EMMANUEL
Chico Xavier
Obra: Vinha de luz
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Examinando a oração


Muitas vezes, clamarás, desconsoladamente:

“ — Orei, suplicando para que a morte não me invadisse o lar, e a morte destruiu-me a esperança e esfacelou-me o coração…”

— “Supliquei ao Céu para que determinados acontecimentos não me conturbassem a marcha, e os acontecimentos temidos desabaram sobre mim quais tempestades arrasadoras.”

— “Roguei ao Alto para que a moléstia me abandonasse o corpo, e a enfermidade me corrói a existência…

E, quase sempre, substituis a claridade da confiança pela sombra do desespero, qual se a Terra devesse obedecer aos nossos caprichos.

Imagina, no entanto, o que seria da vida se todos nós alcançássemos satisfação imediata dos mínimos desejos, e reconhecerás que o desequilíbrio e o infortúnio campeariam em todas as direções.

Foi por isso que Jesus, antes de tudo, na oração dominical, ensinou-nos a louvar a Sabedoria e a Providência do Todo-Misericordioso, com a nossa integral rendição aos seus desígnios.

Não abandones a prece, sob o pretexto de cansaço e desilusão. Ora sempre, mas aprende a pedir ombros fortes ao invés de rogar o afastamento da cruz que te conduzirá para a luz da sublimação.

Sobretudo, entendamos que, embora a palavra impossível não exista para a Bondade de Deus, a oração deve ser adotada por nós na condição de luz a clarear-nos por dentro, sem que venhamos a guardar com ela a presunção de alterar as circunstâncias exteriores.

Lembremo-nos de que a prece pode sanar a cegueira e a paralisia, a surdez e a cadaverização de nossas almas, e qual acontece ao enfermo que vê modificar-se a vida e o mundo, ante a bênção da própria cura, o espírito transformado pela oração pode encontrar nas tribulações que inadvertidamente criou para si mesmo o abençoado caminho da ascensão aos Altos Céus.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Trevo de ideias
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