sábado, 7 de junho de 2014

Cantiga das palavras



Quando escutes na estrada, alma querida e boa.

A palavra que fira.

Recordando a pedrada que se atira

Quando alguém se conturba e amaldiçoa,



Coloca-te em lugar da pessoa acusada

E, se na luz da fé que te inspira e sustém

Nada possas fazer, não diga nada,

Nem censures ninguém.



Pelos caminhos do cotidiano,

Quem se afeiçoa à queixa renitente

É igual a nós: um coração humano,

As vezes enganado, outras vezes doente!. . .



Muita afeição que cai ou se arroja, de todo,

No azedume infeliz,

Não sabe que remexe uma furna de lodo,

Nem pondera o que diz. . .



Injúria, humilhação, sarcasmo, treva

Na comunicação verbal que te procura

São canais de mais dor, quando a dor se subleva

E cria delinqüência, expiação, loucura!. . .



Ante as palavras rudes ou sombrias,

Considera, também, por outro lado,

De quanta compreensão precisarias

Se tivesses errado!. . .



Palavras de ferir, palavras de humilhar,

Mágoas de quem falhou, reclamações de alguém,

Violência, agressão, amargura, pesar,

Entrega tudo a Deus nas vibrações do bem!. . .



Nunca leves adiante a sombra que te prova;

Lembra a lição do sol, sereno e superior,

Que, abrindo cada dia em luz de vida nova,

Tudo cobre de amor.

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Maria Dolores
Chico Xavier



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