domingo, 13 de março de 2016

O calvário da indecisão

Fatores limitantes:

 Sou incapaz de decidir entre duas opções. Acredito que perdi minha “bússola interna”, pois minhas opiniões são muito vacilantes. Não consigo ir para frente; estou petrificada no tempo. Pretendo fazer muitas coisas, mas não consigo; sinto-me envolvida por enorme insegurança. Toda vez que sou solicitada a tomar uma decisão, em casa ou no trabalho, sou acometida de inúmeras preocupações quanto a meu desempenho. Qual é a causa dessa falta de autoconfiança? Que devo fazer para encontrar meu “lugar no mundo”?

Expandindo nossos horizontes:


Se você fixa os olhos na perfeição, provavelmente nunca fará as coisas de maneira natural e tranquila. Somente aqueles que exploraram seu interior é que reconhecem a capacidade limitadora para decidir as coisas.

A realidade é semelhante ao trabalho de azulejar uma parede. Ela não fica pronta com a aplicação de um só lote de azulejos; cada caixa traz uma parte, e cada parte é assentada por vez. Peças distintas e de cores variadas são colocadas a cada novo dia até completarem a construção definitiva do painel decorativo.

Portanto, não seja temerosa e categórica em suas decisões. A resolução correta deve ser a experimental, não a definitiva. Isso não quer dizer que deva ser inconstante, mas maleável.

Em vista das diversas encarnações pelas quais passam todos os seres humanos, você há de convir que todas as coisas se transformam, e as criaturas também.

Sua vinda a este Planeta tem como objetivo um aprendizado constante. Você está se descobrindo por meio de inéditas experiências, e é natural sua vacilação e insegurança.

Através da análise de suas decisões erradas é que você ficará mais apta para agir acertadamente em suas próximas atitudes. Aprenda a correr riscos, assuma a condição de criatura humana e se desligue do fervor pela perfeição presunçosa.

Pessoas rígidas não conseguem conviver com a possibilidade de ter dúvidas. Precisam resolver tudo rapidamente. Por analogia, sua personalidade é uma lente desfocada da luz do equilíbrio; por isso se mantém num estado flutuante, dirigida inteiramente pela ambiguidade terrena, ou seja, vive sob a pressão da dualidade do certo e do errado.

Você encontrará na terapêutica espírita o autoconhecimento, a lucidez mental, a convicção e a estabilidade que tanto busca na vida. Esse encontro deve ser o primeiro passo; 
a seguir, estabeleça uma escala de valores morais/espirituais e exercite a confiança em seus impulsos interiores.

Alinhe a mente ao físico a fim de encontrar seu ritmo interno. Quando surgirem novas evidências que complementam os fatos (base de suas decisões), ajuste as conclusões e retifique as interpretações anteriores.

Será que você quer resolver as coisas apressadamente por medo de explorar novas ideias e conclusões?
 Sua visão interna deve estar receptiva para que veja em cada dia uma nova oportunidade para refazer atitudes e melhorar sua qualidade de vida.

A cultura religiosa ocidental é hoje predominantemente nutrida pela raiz do judaísmo. Não é, pois, de estranhar o fato de o homem contemporâneo estar convencido de que tudo que existiu antes do monoteísmo de Moisés não passava de paganismo, constituindo, portanto, um conjunto de ensinamentos heréticos que nada podem contribuir para sua busca de religiosidade.

Dificilmente se tem a ideia de procurar algo, em épocas e culturas mais antigas, que satisfaça às necessidades da alma humana ou amplie os horizontes de seu conhecimento espiritual.

Na mitologia, o herói Perseu, graças à orientação dos deuses protetores, partiu para a grande missão de sua vida. O filho de Júpiter seguiu para uma região sombria, onde o sol jamais penetrara; era ali a morada de Medusa, uma das Górgonas (monstros terríveis), que tinha sobre a cabeça, à feição de cabelos, um emaranhado de serpentes.

Sabendo que mortal algum poderia olhar diretamente para ela sem transformar-se em pedra (entre outros, tinha o poder de petrificar as criaturas), o herói levou consigo um escudo polido que lhe serviria de espelho no ataque contra a horripilante inimiga.

Perseu entrou na caverna guiando-se pela superfície espelhada do escudo.

Quando a avistou, percebeu que dormia profundamente; aproximou-se pouco a pouco. Ao notar que Medusa havia acordado e ao ver seu pescoço refletir-se no metal do escudo, deu um só golpe certeiro, decepando a cabeça da mulher-monstro.

“Medusa” é a personificação do pensamento paralisado dentro da psique humana. Simboliza tendências das pessoas que jamais admitem uma falha e que, por ser inflexíveis, estão sempre indecisas e/ou desorientadas. Como têm medo de errar, petrificam a mente e não conseguem ir adiante. Bloqueiam a
capacidade de realização e, como resultado, cerceiam seu desenvolvimento pessoal.

O jovem e corajoso “Perseu” significa a ação, a determinação e a valentia daqueles que têm a audácia de correr riscos para realizar sua missão terrena. É o ser consciente que admite ensaios e erros e sabe que é assim que se alcança o desenvolvimento espiritual.

 Aprende tanto com os erros quanto com os acertos. Essa verdade irá introduzi-la nos reinos da segurança e do bem-estar interior.

Do mito de Perseu e Medusa se pode deduzir que certos estados mentais destrutivos, cultivados durante muito tempo, acabam por dificultar a habilidade de ver com clareza, dissociando a mente e impedindo as pessoas de solucionar os problemas da jornada terrena.

Não seja uma prisioneira da infalibilidade, das experiências que não deram certo, das vivências difíceis do passado. Não continue remoendo todos esses acontecimentos; isso só dificultará um desfecho feliz e decisivo para seus desafios existenciais.
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Lourdes Catherine





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