terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Corpo e alma



Atentos ao imperativo da elevação espiritual, convém destacar tanto as necessidades do corpo, quanto as da alma…


  Procuras odontólogos distintos para o tratamento dentário.

Urge, ao mesmo tempo, aprimorar a palavra a fim de que o verbo não se nos faça azorrague na boca.
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  Consultas oculistas e otorrinos diversos para retificar os desequilíbrios dos olhos e dos ouvidos.

Nas mesmas condições, é forçoso aprender a ouvir e ver construtivamente para que o mal não nos destrua as plantações de concórdia e esperança.
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  Buscas o ortopedista para socorro aos pés quando desajustados.

Imperioso igualmente orientar os próprios passos na direção do bem.
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  Solicitas amparo ao cardiologista para sanar desacertos do campo circulatório.

De igual modo é preciso sublimar os impulsos do coração.
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  Contratas o serviço especializado de costureiras e alfaiates para que te assegurem a apresentação pessoal no nível adequando à distinção e à limpeza.

Necessário da mesma sorte, que venhamos a aperfeiçoar expressões e maneiras no trato com os outros.
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  O zelo devido às situações e aparências do corpo é igualmente aplicável aos empeços e problemas da alma se nos propomos construir a própria felicidade.

  Compreendamos que liquidar manifestações de cólera ou rudeza, crueldade ou impertinência será sempre trabalho de controle e de educação.
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Emmanuel 
Chico Xavier 


MENSAGEM DO ESE:
Mediunidade gratuita (II)


A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar.

Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa instintiva repugnância. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão. 
(Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVIII. — O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. XI.)

A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.

Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.

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 (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVI, itens 9 e 10.)


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