segunda-feira, 5 de março de 2018

A DOR DA PARTIDA


Se você se encontra triste pela perda de uma pessoa querida, procure não deixar que a saudade se converta em desespero.

Na verdade, você não perdeu ninguém, pois a morte é simples mudança de domicílio. Jesus esclareceu que havia muitas moradas na casa de nosso Pai. Isso quer dizer que nossos entes amados apenas partiram para essas outras paragens espirituais, onde continuam vivos pensando em nós, vibrando por nós e amando-nos com a mesma intensidade de outrora.

Por força dos sentimentos existentes entre você e o ser amado que partiu, laços espirituais se formaram ao longo do tempo e a morte não é capaz de destruí-los. Essa ligação permitirá que o ente querido sinta a nossa saudade, o nosso amor, o nosso carinho, como também possibilitará que ele perceba o nosso desespero e revolta, causando-lhe inquietação e amargura.

Quem ama deseja ver o ser amado alegre e feliz.

Não vá logo doando ou vendendo objetos pessoais do recém-falecido. Espere por alguns meses. Na verdade, a desencarnação é um processo lento, e o espírito, logo após a morte, ainda conserva, em maior ou menor grau, certo nível de apego a tudo aquilo que lhe disse respeito na experiência terrena.

A saudade é natural, humana, por isso nem tente combatê-la. Mas evite a revolta, pois isso dificultará não apena a adaptação da pessoa querida à sua nova condição de espírito liberto do corpo, como também as tarefas que agora ela será chamada a realizar no mundo espiritual.

Onde quer que se encontre, o progresso está sempre chamando o espírito a novos aprendizados. Não pense que os chamados "mortos" vivem desocupados. Tão logo se sintam adaptados à nova condição, os espíritos estão ávidos por estudo e trabalho, pois reconhecem que a vida palpita grandiosa em todas as dimensões.

Procure não atrapalhar o progresso da alma que voltou ao mundo espiritual com apelos dramáticos e intempestivos. Pelos fios do pensamento, enderece-lhe palavras de encorajamento e paz, a fim de que também você possa cumprir com os objetivos para os quais ainda está nas dimensões da matéria.

Não queira antecipar sua volta às dimensões do mundo espiritual para ficar ao lado do ser amado, pois qualquer precipitação de sua parte, consciente ou inconscientemente, somente retardará esse provável reencontro.

Ajudará muito se você não tratar o ente amigo como alguém que morreu e desapareceu para sempre. Isso é insuportável. Considere que ele apenas viajou mais cedo para um país distante em tarefas de engrandecimento e felicidade, e que um dia você também viajará para o grande reencontro nas dimensões do infinito.
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA  



MENSAGEM DO ESE :
Advento do Espírito de Verdade (IV)


Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece continua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito. — O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 8.)

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