quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

VOCABULÁRIO DA VIDA



Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica. 

Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta. 

Amor ao próximo: É quando o estranho passa a ser amigo que ainda não abraçamos. 

Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte. 

Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo. 

Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo. 

Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo da maneira que o tratamos. 

Doutrinação: É quando a gente conserva o Espírito colocando o coração em cada palavra. 

Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente estando apressado não reclama. 

Evangelho: É um livro que só se lê bem com o coração. 

Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás. 

Fé: É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito. 

Filhos: É quando Deus entrega a joia em nossa mão e recomenda cuidá-la. 

Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia. 

Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante. 

Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro. 

Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama. 

Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele. 

Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar. 

Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser. 

Mediunidade de Jesus: É quando a gente serve de instrumento em uma comunidade mediúnica e a música tocada parece em Noturno de Chopin. 

Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade. 

Netos: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los. 

Obsessor: É quando o espírito adoece, manda embora e compaixão e convida a vingança para morar com ela. 

Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia. 

Orgulho: é quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante. 

Paz: É o prêmio de quem cumpre o dever. 

Perdão: é uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais a teria. 

Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz. 

Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores. 

Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece. 

Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz. 

Reencarnação: É quando a gente volta para o corpo, esquecido do que faz, para se lembrar do que ainda não fez. 

Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo. 

Sexo: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro. 

Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio. 

Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho. 

Solidão: É quando estamos cercado por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto. 

Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro. 

Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas. 

Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.
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Luiz Gonzaga Pinheiro 




MENSAGEM DO ESE:
A fé religiosa. Condição da fé inabalável

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade; preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.

Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta alegar muita gente que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Não; ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários.
Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe, ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la. Tende, pois, como certo que os que dizem: “Nada de melhor desejamos do que crer, mas não o podemos”, apenas de lábios o dizem e não do íntimo, porquanto, ao dizerem isso, tapam os ouvidos. As provas, no entanto, chovem-lhes ao derredor; por que fogem de observá-las? Da parte de uns, há descaso; da de outros, o temor de serem forçados a mudar de hábitos; da parte da maioria, há o orgulho, negando-se a reconhecer a existência de uma força superior, porque teria de curvar-se diante dela.

Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardatárias. As primeiras já creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm de aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.

A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século, tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número dos incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode, com verdade, dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, itens 6 e 7.)

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