segunda-feira, 20 de maio de 2019

CONVERSA COM DEUS


Senhor! Não lastimamos tanto
Contemplar no caminho a penúria sem nome,
Porque sabemos que socorrerás
Os famintos de pão e os sedentos de paz;
Dói encontrar na vida
Os que fazem a fome.

Ante aqueles que choram
Não lamentamos tanto,
Já que estendes o braço
Aos que gemem de angústia e cansaço;
Deploramos achar nas multidões do mundo
Os que abrem na Terra as comportas do pranto.

Não lastimamos tanto os que se esfalfam
Carregando a aflição de férrea cruz,
De vez que nós sabemos quanto assistes
Os humildes e os tristes;
Lastimamos os cérebros que brilham
E sonegam a luz.

Não deploramos tanto os que suportam
Sarcasmo e solidão na carência de amor,
Porquanto tens as mãos, hora por hora,
No consolo e no apoio a todo ser que chora;
Lamentamos fitar os amigos felizes
Que alimentam a dor.

É por isso, Jesus, que nós te suplicamos:
Não nos deixes seguir-te o passo em vão,
Que o prazer do conforto não nos vença,
Livra-nos de tombar no pó da indiferença…
Inda que a provação nos seja amparo e guia,
Toma e guarda em serviço o nosso coração.
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pelo Espírito Maria Dolores – Do livro: Mãos Marcadas, Médium: Francisco Cândido Xavier.







MENSAGEM DO ESE:

Reconciliação com os adversários

Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. — Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil. (S. MATEUS, cap. V, vv. 25 e 26.)
Na prática do perdão, como, em geral, na do bem, não há somente um efeito moral: há também um efeito material. A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor; donde decorre a falsidade do provérbio que diz: “Morto o animal, morto o veneno”, quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão. 
O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus o permite, para os punir do mal que a seu turno praticaram, ou, se tal não ocorreu, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, conseguintemente, do ponto de vista da tranqüilidade futura, que cada um repare, quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda causa fundada de ulterior animosidade. Por essa forma, de um inimigo encarniçado neste mundo se pode fazer um amigo no outro; pelo menos, o que assim procede põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se não perpetuem nas existências futuras. Não saireis de lá, da prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não houverdes satisfeito completamente a justiça de Deus.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 5 e 6.)



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