Ninguém mais humilde que Ele, o Divino
Governador da Terra.
Podia eleger um palácio para a glória do nascimento, mas preferiu sem mágoa a
manjedoura simples.
Podia reclamar os princípios da cultura para o seu ministério de paz e redenção;
contudo, preferiu pescadores singelos para instrumentos sublimes do seu verbo de luz.
Podia articular defesa irresistível a fim de dominar a governança política; no entanto, preferiu render-se à autoridade, presente em sua época, ensinando que o homem deve entregar ao mundo o que ao mundo pertence, e a Deus o que é de Deus.
Podia banir de pronto do colégio apostólico o amigo invigilante, mas preferiu que Judas conseguisse os seus fins, lamentáveis e excusos, descerrando-lhe aos pés caminho melhor.
Podia erguer-se ao Sol da plena vida eterna, sem voltar-se jamais ao convívio
humilhante daqueles que o feriram nos tormentos da cruz; no entanto, preferiu
regressar para o mundo, estendendo de novo as mãos alvas e puras aos ingratos da véspera.
Podia constranger o espírito de Saulo a receber-lhe as ordens, mas preferiu surgir-lhe qual companheiro anônimo, rogando-lhe acordar, meditar e servir, em favor de si mesmo.
Em Cristo, fulge sempre a humildade celeste, pela qual aprendemos que,
quanto mais poder, mais amplo o trilho augusto aberto às nossas almas para que nos façamos, não apenas humildes pelos padrões da Terra, mas humildes enfim pelos padrões de Deus.
FONTE: LIVRO ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
MENSAGEM DO ESE:
Observai os pássaros do céu (II)
A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos.
Se as amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito: “Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os no céu, onde são eternos.” Em outros termos: não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros aos segundos. (Cap. XVI, nº 7 e seguintes.)
A caridade e a fraternidade não se decretam em leis. Se uma e outra não estiverem no coração, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las penetrar nele.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 8.)
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