sexta-feira, 7 de maio de 2021

Misericórdia


Como se o teu filho nunca fosse errar, não perdoas ao filho de ninguém.

Como se o teu Neto estivesse imune a toda mazela, não demonstras indulgência para com as imperfeições do neto de outros avós.

Como se o teu irmão consangüíneo jamais fosse carecer de uma nova oportunidade, sonegas oportunidade ao irmão de quem te súplica por ele.

Se não tens o hábito de estender as mãos para o desconhecido que cai, como hás de rogar mãos estendidas em proteção a quem amas, quando esteja descendo ladeira abaixo?

Todos, um dia, haveremos de necessitar da misericórdia de alguém em favor dos que, por maior seja o nosso empenho, não conseguimos auxiliar.

Não cerres, pois, a porta, sobre a qual a Vida te levará a bater. . . 
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Irmão José
Carlos Baccelli
Obra: Pai, perdoa-lhes
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MENSAGEM DO ESE:

O homem no mundo

Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Purificai, pois, os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles por quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e justiça.


Não julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar.


Sois chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.


Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu; basta que, quando começardes ou acabardes uma obra, eleveis o pensamento a esse Criador e lhe peçais, num arroubo dalma, ou a sua proteção para que obtenhais êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluístes. Em tudo o que fizerdes, remontai à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de vossas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus.


A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contacto com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta.


Não imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de cinzas. Não, não, ainda uma vez vos dizemos. Ditosos sede, segundo as necessidades da Humanidade; mas, que jamais na vossa felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos que vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa.

- Um Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 10.)

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Grandeza da Renúncia



Alberto Dürer, o excelente pintor alemão, antes de notabilizar-se, necessitando de estudar, combinou com um jovem amigo, igualmente artista, sobre a necessidade se transladarem para um núcleo de maior cultura no qual aprimorariam o estilo. Para tanto, porque não dispusessem de um Mecenas que os ajudasse, um trabalharia na faina rude de lavador de pratos, enquanto o outro pintava, de modo que, com a venda dos primeiros quadros, o que trabalhava passaria a estudar.


Estabelecidas as bases do cometimento, os dois amigos deram início ao labor, afirmando Alberto: Eu me dedicarei ao trabalho, pelo que o outro respondeu: Eu sou mais velho e já tenho emprego no restaurante. Aquiescendo com o amigo, Dürer começou a estudar e a pintar.


Quando reuniram uma soma que permitia que o outro estudasse, o mesmo largou o trabalho e dirigiu-se à Escola.


Percebeu, porém, que a atividade rude destruíra-lhe a sensibilidade táctil, desequilibrara-lhe o ritmo motor, dando-se conta de que nunca atingiria a genialidade, ainda mais, descobrindo a qualidade superior do amigo. Dotado de sentimentos nobres renunciou à carreira e prosseguiu trabalhando.


Numa noite em que Dürer retornou ao estúdio, ao abrir silenciosamente a porta, estacou na sombra, vendo pela clarabóia do teto o reflexo do luar que se adentrava, iluminando duas mãos postas em atitude de prece. Era o amigo, ajoelhado, que rogava bênçãos para o companheiro triunfar na pintura.


O artista, comovido ante a cena, imortalizou-a numa pequena tela, que passou à posteridade no Estudo para as mãos de um apóstolo, para o altar de Heller, hoje na Albertina, em Viena.


A renúncia é a emoção dos Espíritos Superiores transformada em bênçãos pelo caminho dos homens. Quem renuncia estabelece para o próximo a diretriz do futuro em clima de paz. A renúncia é melhor para quem a oferta. Poder ceder, quando é fácil disputar; reconhecer o valor de outrem, quando se lhe está ao lado, ensejando-lhe oportunidade de crescimento; ajudar sem competir, são expressões elevadas da renúncia que dá à vida um sentido de significativa grandeza.


O caminho, hoje juncado de cardos, de abrolhos, é o mesmo trilho abençoado e livre que ontem foi percorrido com egoísmo. A senda áspera, marcada pelo pantanal de agora, não é outra, senão aquela que ficou ao abandono. A estrada, de passagem difícil, é fruto do esquecimento a que foi relegada por quem a percorreu. Retornam sempre os pés andarilhos pelo roteiro já conhecido como os astros, no seu périplo no infinito, volvem ao mesmo curso, obedecendo à matemática da gravidade universal.


Felizes aqueles que hoje cedem para amanhã receber; os que agora doam para mais tarde enriquecer-se; os que compreendem que a verdadeira felicidade consiste em ajudar e passar, sem impor nem tomar. Quem renuncia, enfloresce a alma de paz, granjeando a gratidão da vida pelo que recebe. Jesus, renunciando ao sólio do Altíssimo, veio conviver conosco e suportar-nos. Reconhecendo a nossa pequenez, renunciou à Sua grandeza. Para fazer-se entender, renunciou à Sua sabedoria transcendental.
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Joanna de Ângelis
Divaldo Franco

3 comentários:

  1. Obrigado, irmãos, pela síntese dessas palavras que nos alegram o dia. Força para continuar.

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  2. Obrigado pelas mensagens diárias... Encontro respostas e conforto espiritual sempre. Eu e minha família escolhemos algumas destas palavras e orações para iniciar nosso evangelho no lar todas as noites. Gratidão!

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  3. Obrigada , cada dia pra mim um aprendizado novo , gratidão sempre .

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Obrigada pelo comentário.