sábado, 28 de agosto de 2021

Programa espírita


 Reconhecer no berço um livro que se abriu para uma conta nova.

 Aceitar cada dia por página, ante o Céu, que nos grave o melhor.

 Escriturar valor, benevolência, fé, bondade e compreensão sobre as linhas das horas.

 Observar que a dor é o remédio da vida para retificar os nossos próprios erros.

 Viver e trabalhar pelo câmbio do amor.

 Dar tudo o que há de bom por tudo o que há de mau.

 Usar a caridade a começar de casa.

 Ser socorro tranquilo onde lavrem paixões.

 Enfeitar cada espinho em rosas de esperança.

Ajudar sem pedir compensação nenhuma.

 Jamais perder na estrada a visão do otimismo.

 Esquecer toda ofensa e envolver o ofensor nas vibrações da paz que a oração entretece.

Valer-se do presente e elevar o porvir.

 Eis o programa do espírita que tem, na forja do trabalho, a divisa do bem: estudar, renovar-se, aprender e servir.
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Albino Teixeira
Chico Xavier
Obra: Caminho Espírita
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MENSAGEM DO ESE: 

A ingratidão dos filhos e os laços de família (III)

Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade. Com efeito, quantos há que, em vez de resistirem aos maus pendores, se comprazem neles. A esses ficam reservados o pranto e os gemidos em existências posteriores. Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega.

De todas as provas, as mais duras são as que afetam o coração. Um, que suporta com coragem a miséria e as privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, pungido da ingratidão dos seus. Oh! que pungente angústia essa! Mas, em tais circunstâncias, que mais pode, eficazmente, restabelecer a coragem moral, do que o conhecimento das causas do mal e a certeza de que, se bem haja prolongados despedaçamentos dalma, não há desesperos eternos, porque não é possível seja da vontade de Deus que a sua criatura sofra indefinidamente? 

Que de mais reconfortante, de mais animador do que a idéia que de cada um dos seus esforços é que depende abreviar o sofrimento, mediante a destruição, em si, das causas do mal? Para isso, porém, preciso se faz que o homem não retenha na Terra o olhar e só veja uma existência; que se eleve, a pairar no infinito do passado e do futuro. 

Então, a justiça infinita de Deus se vos patenteia, e esperais com paciência, porque explicável se vos torna o que na Terra vos parecia verdadeiras monstruosidades. As feridas que aí se vos abrem, passais a considerá-las simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família se vos apresentam sob seu aspecto real. Já não vedes, a ligar-lhes os membros, apenas os frágeis laços da matéria; vedes, sim, os laços duradouros do Espírito, que se perpetuam e consolidam com o depurarem-se, em vez de se quebrarem por efeito da reencarnação.

Formam famílias os Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso moral e a afeição induzem a reunir-se. Esses mesmos Espíritos, em suas migrações terrenas, se buscam, para se gruparem, como o fazem no espaço, originando-se daí as famílias unidas e homogêneas. Se, nas suas peregrinações, acontece ficarem temporariamente separados, mais tarde tornam a encontrar-se, venturosos pelos novos progressos que realizaram. Mas, como não lhes cumpre trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados encarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação no meio daqueles outros, o que constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar.

Acolhei-os, portanto, como irmãos; auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar outros. 

— Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.)

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CAPACIDADE DE DESAPEGO


O que verdadeiramente revela a tua capacidade de desprendimento não é doação material que faças aos mais necessitados…

Tampouco o que fores capaz de deixar em testamento a obras de benemerência social…

Nem a generosidade espontânea em auxiliar a quem te estender a mão na via pública…

Ou, ainda, o montante de tuas doações ao longo de toda a existência…

Além de todas as tuas importantes demonstrações de renúncia aos bens transitórios da vida, o que haverá de mostrar a tua real inclinação à difícil virtude do desapego sobre o que tens e o que és será a tua capacidade de perdoar.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli – do livro “Pai, Perdoa-lhes!”)
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Familiares Problemas



Desposaste alguém que não mais te parece a criatura ideal que conheceste. A convivência te arrancou aos olhos as cores diferentes com que o noivado te resguardava o futuro que hoje se fez presente.


Em torno, provações, encargos renascentes, familiares que te pedem apoio, obstáculos por vencer. E sofres.


Entretanto, recorda que antes da união falavas de amor e te mostravas na firme disposição em que assumiste os deveres que te assinalam agora os dias, e não recues da frente de trabalho a que o mundo te conduziu.


Se a criatura que te compartilha transitoriamente o destino não é aquela que imaginaste e sim alguém que te impõe difícil tarefa a realizar, observa que a união de ambos não se efetuaria sem fins justos e dá de ti quanto possível para que essa mesma criatura venha a ser como desejas.


Diante de filhos ou parentes outros que se valem de títulos domésticos para menosprezar- te ou ferir-te, nem por isso deixes de amá-los. São eles, presentemente na Terra, quais os fizemos em outras épocas, e os defeitos que mostrem não passam de resultados das lesões espirituais causadas por nós mesmos, em tempos outros, quando lhes orientávamos a existência nas trilhas da evolução.


É provável tenhamos dado um passo à frente. Talvez o contato deles agora nos desagrade pela tisna de sombra que já deixamos de ter ou de ser. Isso, porém, é motivação para auxílio, não para fuga.


Atentos ao princípio de livre arbítrio que nos rege a vida espiritual, é claro que ninguém te impede de cortar laços, sustar realizações, agravar dívidas ou delongar compromissos.


Divórcio é medida perfeitamente compreensível e humana, toda vez que os cônjuges se confessam à beira da delinqüência, conquanto se erija em moratória de débito para resgate em novo nível. E o afastamento de certas ligações é recurso necessário em determinadas circunstâncias, a fim de que possamos voltar a elas, algum dia, com o proveito preciso.


Reflete, porém, que a existência na Terra é um estágio educativo ou reeducativo e tão só pelo amor com que amamos, mas não pelo amor com que esperamos ser amados, ser-nos-á possível trabalhar para redimir e, por vezes, saber perder para realmente vencer.
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Pelo Espírito Emmanuel
XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, José Herculano. Na Era do Espírito. Espíritos Diversos. GEEM. Capítulo 2.

Um comentário:

  1. Mensagens sublimes para nosso aprimoramento no convívio familiar e no convívio em sociedade! Muito obrigado!!

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Obrigada pelo comentário.