“E assim podermos servir em novidade de espírito e não na caducidade da letra”. (Romanos, 7:6.)
O Cosmo pode ser comparado a um incomensurável arquivo vivo que guarda inúmeras coleções de obras-primas.
Cada texto escrito representa as diversas experiências que tivemos nas múltiplas encarnações ao longo do tempo. Cada um de nós é o somatório desses mesmos textos, compilados num único livro.
Em virtude disso, podemos encontrar “anotações sagradas” nas entrelinhas da própria alma. A divindade colocou um selo cunhado no Espírito, mas apenas quem o vê descobre sua filiação celeste.
Cada um de nós é uma “obra-prima” de Deus, única e com características peculiares.
Como somos todos “livros diferentes”, o sucesso de uma vida plena é ler-nos e, a partir daí, expressarmo-nos perante o mundo usando nossa originalidade.
Quem não exercita a leitura de si mesmo provavelmente ficará retido na capa e distanciado do seu conteúdo.
É necessário pesquisar o “índice interno”: lista alfabética de nomes, lugares e assuntos, que nos permite localizar a “página íntima”, onde os nossos temas podem ser encontrados, para não ficarmos presos à “capa-revestimento”.
Só nos pertence realmente aquilo que interpretamos. Apenas retemos aquilo que tenha vindo de nossas experiências, análises e inspirações.
Se não soubermos ler a nós mesmos, dificilmente aprenderemos a escolher bons livros. Só vence a alucinação da capa quem mergulha nas profundezas do conteúdo da vida interior.
Há um excessivo número de livros que apenas distraem a mente. Quantas vezes adquirimos obras iludidos pela aparência externa! Capas multicoloridas, títulos extravagantes, que camuflam romances simplistas, histórias infantis sem valor pedagógico, dramas sensacionalistas. Há ocasiões em que temos o disparate de comprá-las sem ao menos consultar o sumário.
A capa pode ficar amassada e envelhecida, a página pode ser despedaçada e separada do livro, todavia nenhuma criatura amassa, tritura, rasga ou aparta ideias, sentimentos e emoções que uma alma interpretou e guardou em seu âmago.
A mente entretida bloqueia a fonte sapiencial e polui a via de acesso pela qual escolhemos “livros externos” através do conteúdo de nosso “texto interno”.
Portanto, quando desenvolvemos a habilidade de fazer a “mente silenciar”, penetramos na essência das coisas e, como resultado, passamos a escolher os livros que nos levem a maiores reflexões e, ao mesmo tempo, a tomar posse da “biblioteca viva” que existe dentro de nós.
• Ler para compreender o mundo interior.
• Ler para assimilar com profundeza os sentimentos.
• Ler para observar o funcionamento da mente.
• Ler para atingir o cerne da própria alma.
• Não ler só para ficar na superfície romanceada.
• Não ler para considerar apenas uma face ou um aspecto dos fatos.
• Não ler somente para divagar em histórias fantasiosas e repetitivas.
• Não ler para unicamente abstrair-se das dificuldades, mas para resolvê-las.
Paulo de Tarso, o grande divulgador do Cristianismo, escreve aos romanos: “servir em novidade de espírito e não na caducidade da letra” .
Concluímos, ajustando o texto paulino ao nosso entendimento: não possui validade por si só o que está escrito “ao pé da letra”, mas o “espírito” da ideia, a intenção real do que está no texto.
A “novidade de espírito” quer dizer: é necessário decifrar o novo – que não se manifesta claramente e que está além do literal do contrário a leitura passa a ser uma distração banal, e não um meio de despertar os valores inatos da alma.
A “caducidade da letra” significa que o que está escrito pode ser considerado caduco, sem validade, ou se tornar indevido, se não for descoberto o sentido implícito ou subentendido da escrita.
“A letra mata, mas o Espírito comunica a vida” faz-nos entender que o que se lê não tem significação ou valor se não houver preocupação de interpretar o que é simbólico.
Escolhem-se “obras externas” por meio do “livro interno”.
Nosso sistema de pensamento cognitivo e os demais processos espirituais estão ligados à nossa “enciclopédia sagrada”.
Os recursos de que necessitamos para bem viver não estão na exterioridade; estão dentro de nós, visto que cada ser humano é um “livro transcendental” repleto de conhecimentos imortais.
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Hammed
Francisco do Espírito Santo Neto
Obra: Um Modo de Entender - uma nova forma de viver
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17 de novembro
Você sente que faz parte do novo?
Você sente que você se mistura no todo em perfeita harmonia ou você se sente desconfortável e desajeitado?
Se você não se sente bem, é melhor sair e encontrar outro caminho.
Somente as almas que estão em harmonia com o novo, que estão desejosas de deixar o que é velho para trás sem remorsos e que têm espírito de aventura estarão prontas para o novo e serão capazes de mergulhar livremente nele.
Se você ainda quer se manter preso às antigas maneiras e ideias ortodoxas e convencionais, se você tem medo de quebrar as velhas formas, então você não está pronto para o novo.
É preciso coragem, força, determinação e uma grande consciência interior de que o que você está fazendo é o certo.
Quando sua fé e confiança estiverem em Mim e você souber que EU ESTOU guiando e dirigindo você, então você será capaz de fazer tudo o que precisa ser feito com alegria e amor profundos.
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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:
Obediência e resignação
A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade material desprezava. Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal.
Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral. Digo, apenas, atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só, horizontes que a multidão somente mais tarde verá, enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento! Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. Bem-aventurados, no entanto, os que são brandos, pois prestarão dócil ouvido aos ensinos.
— Lázaro. (Paris, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 8.)
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Simplicidade
Quando o Senhor nos exortou à pureza infantil, como sendo a condição de entrada no Plano Superior, não nos convidava à insipiência ou à incultura.
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Recomendava-nos a simplicidade do coração, que se revela sempre disposto a aprender.
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A rebeldia e a impermeabilidade são, quase sempre, escuras características daqueles que pretendem haver encontrado a última palavra em madureza espiritual.
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Nossos excessos de raciocínio, em muitas ocasiões, não passam de desvarios da nossa mente, dominados por incompreensíveis cristalizações de vaidade ou de orgulho.
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Criamos, em nossa invigilância, certos padrões convencionais de conduta que nos impedem qualquer acesso à verdadeira luz e, dentro deles, dormitamos à maneira de pássaros cativos que encarcerassem as próprias asas em estreitas limitações.
* * *
Contudo, quando entendemos que a vida se renova, todos os dias, e quando percebemos que todos os minutos constituem oportunidades de corrigir e aprender, auxiliar e redimir; entramos na posse da simplicidade real, suscetível de fixar em nosso íntimo, novos painéis de Amor e sabedoria, paz e luz.
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Guardemos o espírito de surpresa, diante do mundo e, à frente da estrada que o Alto nos destinou, convertamos a nossa ligação com o Pai Celeste por laço essencial de nosso coração com a vida e, dessa forma, estejamos convictos de que cada instante será para nós glorioso passo no Conhecimento Superior ou na direção do Céu.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Trilha de luz
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PARTIR O PÃO
No ato de partir o pão é que revelas quem realmente és.
As tuas mãos em movimento são o teu retrato.
As mãos do egoísta não sabem dividir...
As do avaro estão sempre retraídas...
As do agressor cerram-se no punho...
Em contrapartida, as do homem benevolente estendem-se incondicionalmente...
Espalmam-se, dadivosas...
Não receiam os cravos da ingratidão...
Jamais se exaurem no esforço do auxílio.
Se queres saber quem és, observa como partes o teu pão.
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Irmão José - psic. Carlos Baccelli - do livro "Ao Alcance das Mãos"
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