segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Lição no apólogo


Na noite de 26 de janeiro de 1956, fomos agraciados com a visita de nosso amigo espiritual André Luiz, que nos ofereceu à meditação a página simples e expressiva que ele próprio intitulou “Lição no apólogo”.

 Diante das perturbações e das lágrimas que nos visitam cada noite o santuário de socorro espiritual, lembraremos velho apólogo, dezenas de vezes repetido na crônica de vários países do mundo e que, por pertencer à alma do povo, é também uma pérola da Filosofia a enriquecer-nos os corações.

Certo cavalheiro que possuía três amigos foi convocado a comparecer no fórum, de modo a oferecer solução imediata aos problemas e enigmas que lhe manchavam a vida, porquanto já se achava na iminência de terrível condenação.

Em meio das dificuldades de que se via objeto, procurou os seus três benfeitores, suplicando-lhes proteção e conselho.

 Arrogante, replicou-lhe o primeiro:

— Mais não posso fazer por ti que obter-te uma roupa nova para que compareças dignamente diante do juiz.

Muito preocupado, disse-lhe o segundo:

— Não obstante devotar-te a mais profunda estima, posso apenas fortalecer-te e acompanhar-te até à porta do tribunal.

O terceiro, porém, afirmou-lhe humilde:

— Irei contigo e falarei por ti.

E esse último, estendendo-lhe os braços, amparou-o em todos os lances da luta e falou com tanta segurança e com tanta eloquência em benefício dele, diante da justiça, que o mísero suspeito foi absolvido com a aprovação dos próprios acusadores que lhe observavam o processo.

Neste símbolo, temos a nossa própria história à frente da morte.

Todos nós, diante do sepulcro, somos chamados a exame na Contabilidade Divina.

E todos recorremos àqueles que nos protegem.

O primeiro amigo, o doador de trajes novos, é o dinheiro que nos garante as exéquias.

O segundo, aquele que nos acompanha até à porta do tribunal, é o mundo representado na pessoa dos nossos parentes ou na presença das nossas afeições mais queridas, que compungidamente nos seguem até à beira da sepultura.

 O terceiro, contudo, é o bem que praticamos, a transformar-se em gênio tutelar de nossos destinos, e que, falando em nós e por nós, diante da justiça, consegue angariar-nos mais amplas oportunidades de serviço, quando não nos conquista a plena liberação do Espírito para a Vida Eterna.

Atendamos assim ao bem, onde estivermos, agora, hoje, amanhã e sempre, na certeza de que o bem que realizamos é a única luz do caminho infinito e que jamais se apagará.

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André Luiz
Chico Xavier
Obra: Vozes do Grande Além

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11 de dezembro

A melhor maneira de introduzir amor e prosperidade em sua vida é abençoando e agradecendo cada dádiva que Eu lhe dou.

Abençoando e agradecendo por tudo, você está pondo em prática uma das leis mais importantes de prosperidade e fartura, porque com amor e bênçãos vem a abundância.

Você já deve ter observado uma criança expandir e crescer em beleza e sabedoria quando amor e bênçãos são derramados sobre ela.

Você já viu plantas e animais reagindo a amor e bênçãos.

E você já se sentiu reagindo a amor e bênçãos que lhe foram dados.

Agora vá e faça o mesmo com todos com quem você tiver contato.

Quanto mais você agir assim, mais fácil irá se tornar e seu coração se abrirá com maior facilidade, até que amor e bênçãos fluirão de você constantemente e a alegria de viver transbordará de você para o mundo.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Mundos regeneradores

Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas, também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio.

Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada.

Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca.

Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.

Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação.

Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida.

Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.

Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.

Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que um mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra.

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— Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 16 a 18.)
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Os três votos de Francisco


POBREZA - CASTIDADE – OBEDIÊNCIA

Eis os três votos de Francisco.

Será mesmo possível alguém viver em absoluta fidelidade a esses princípios? Não será isso utopia?

Em nome da própria verdade, poder-se-ia argumentar da seguinte maneira:

Pobreza é o oposto de riqueza, e se riqueza é progresso, logo pobreza pode ser decadência; pobreza é o contrário de conforto, e se conforto é bem-estar e bonança, logo, pobreza pode ser sofrimento e miséria.

Castidade é oposto de prazer, e se prazer é alegria, logo castidade pode ser tristeza; castidade é o contrário de fertilidade, e se fertilidade é crescimento e renovação, logo castidade pode ser atrofiamento e distorção.

Obediência é o oposto de comando, e se comando é determinação, logo obediência pode ser debilidade; obediência é o contrário de liderança e se liderança é coordenação e autoridade, logo obediência pode ser descontrole e fraqueza.

Este argumento é respeitável, porém, tendencioso e falho.

A razão mais alta, bafejada pelo amor, interpreta os três votos de outra forma:

Pobreza é riqueza, porque a alma vazia de preocupações materiais é invadida de valores espirituais; pobreza é evolução, porquanto o ser, livre do complexo de posse, passa a viver a sua realidade intrínseca, consciente da sua natural função no Universo.

A pobreza consciente não representa dor nem miséria. A riqueza dos homens que não sabem ser pobres é que produz fome e revolta. Quando os ricos do mundo decidirem ser pobres, isto é, desapegados, os bens da vida serão melhor distribuídos e haverá mais alegria em todos os corações.

Castidade é alegria, porque o espírito comedido e educado nas suas expansões, harmoniza-se com a Lei Natural e passa a desfrutar de prazeres em outra dimensão; castidade é fecundidade, porquanto a pessoa devidamente amadurecida, pode transferir seu potencial de energias para grandes realizações no campo da espiritualidade.

A castidade consciente não representa atrofiamento, nem degradação. O homem casto por maturação espiritual, de livre vontade, integrado com amor em tarefas de benemerência, é alguém capaz de contribuir largamente para a evolução do mundo.

Obediência é comando, porque não se trata de subordinação cega, servilismo. Obediência consciente é auto determinarão diante da Vontade de Deus.

Obediência, segundo o Evangelho, não significa desajuste ou fragilidade; é a virtude harmonia que favorece o perfeito funcionamento do Todo Universal. Quem obedece revitaliza suas forças internas, conquistando a simpatia dos semelhantes e a proteção do Pai.

Numa sociedade em que todos saibam obedecer, as frentes de liderança aos mais obedientes.

Estes inspiram mais confiança e estão mais afinados com a ordem da vida.

Alguém já disse que a razão é bule de duas asas: pode ser usado com a mão esquerda ou com a direita.

A civilização do futuro terá esta tônica: os cargos e as funções serão ocupados de acordo com as qualidades internas do homem.

O movimento franciscano, portanto, significou um clarão de valores incontestáveis.

Os três votos de Francisco de Assis foram os instrumentos de sua auto-realização.

"Ocultei em terreno infértil a semente de meu desejo para que nunca viesse a germinar. Ao lado construí minha cabana. Aguardei alguns dias, e vi que minha semente havia morrido, porque a terra não apresentou qualquer sinal. Mais tarde, porém, quando eu me achava distante, entregue às divagações de uma vida inoperante, a semente brotou, transformando-se em árvore, cujas raízes demoliram minha morada. Aprendi, desse modo, que as energias da alma não morrem, nem devem ser estioladas, e sim desenvolvidas na atmosfera do Bem."

Francisco de Assis

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O MUNDO DE FRANCISCO DE ASSIS
Ariston S. Teles
Tagore
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Um comentário:

  1. Adria Maria Guimarães Printes11 de dezembro de 2023 às 18:27

    Quão confortante e de grande valia tudo o que absorvi com essas mensagens. Bendito seja Deus que me criou para o bem. Assim seja

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Obrigada pelo comentário.