Em momento de elevada sensibilidade, um coração querido na vida física dirigiu-nos sincero apelo a fim de que pudéssemos, quando possível, escrever algo sobre como ampliar as possibilidades do sentir.
Deixaremos, portanto, vinte recomendações sem quaisquer pretensões de esgotar o tema, vinte ítens que são fruto da observação e da vivência; todos, certamente, ampliam a sensibilidade e desenvolvem habilidades dos sentimentos, mas não podem ser considerados como regras ou um manual de viver. Chamemo-los de exercícios do coração na busca de educar a afabilidade, um treinamento para a ternura.
Jesus afiançou que onde está o vosso tesouro ali se encontra o coração, pois os cuidados de Amor são fonte de riqueza e sabedoria nos quais depositamos nosso afeto nas ações de nossa vida.
Cuidar é uma palavra que merece atenção especial de todos nós. Os cuidados com a vida, com o próximo, com a natureza e conosco próprio traduzem a atenção e o empenho para com as questões pertinentes ao coração e às responsabilidades de cooperadores na obra do Universo.
Eis alguns cuidados que destacamos para nossa disciplina e aprendizagem do coração:
- SORRIR SEMPRE — Divina expressão de afeto.
- GOSTAR DE CONVIVER — aprender a compartilhar, vencer a auto-solidão.
- VALORIZAÇÃO DO BOM E DO BELO — sintonia com a “natureza Divina” do existir.
- VIGÍLIA EMOCIONAL- disciplina e “atenção plena” aos sentimentos.
- DISPONIBILIDADE — cultivar a prestabilidade que cativa, alivia e gera otimismo.
- HONRAR A CONFIANÇA — exercício de fidelidade e superação dos maus afetos.
- PERDOAR SEMPRE — perdão é higiene e saúde do coração.
- GOSTAR DO QUE FAZ — termômetro do quanto gostamos de nós.
- ORAR PELOS DESAFETOS — sinal evidente de melhora e dilatação da alteridade.
- ATENÇÃO AOS SINAIS DO HUMOR — o humor influencia decisivamente a vida afetiva.
- SOLUÇÃO DE CONFLITOS — viagem interior de autoconhecimento e busca de respostas.
- SABER DISCORDAR — prova significativa da inteligência interpessoal.
- CULTIVO DA SIMPLICIDADE — a simplicidade é sintoma de conexão com a essência da vida.
- TER CORAGEM PARA AMAR — amar tornou-se um ato de coragem ante a indiferença humana.
- CRIAR E RECRIAR LAÇOS — construir elos afetivos, revitalizar as alegrias, reinventar a rotina.
- SER ASSERTIVO — saber conviver bem com os sentimentos.
- TERNURA E CORDIALIDADE — cuidados essenciais de afeto para o dia a dia.
- CULTIVAR PERMANENTEMENTE O GOSTO POR CRIANÇAS — elas são a esperança e a pureza do Pai na Terra.
- SER ESPONTÂNEO — usando dos limites necessários pode-se brindar a auto-expansão.
-OLHAR A NATUREZA — os princípios universais estão contidos na vida natural.
A prática desses exercícios torna-se fonte inexaurível de afeto para quem os dinamiza em sua existência, porque são a exteriorização do amor.
Tais expedientes de amabilidade e ternura formam o piso para os relacionamentos edificantes, ricos na permuta dos cuidados de amor. Geram júbilo e motivação em cada dia que se renova em nossa existência na formação de laços superiores, refletindo de forma sadia em nossas vidas e particularmente, nas lides doutrinárias, com ótimos resultados para o trabalho e o trabalhador.
Vivamo-los intensamente, e inevitavelmente estaremos naquela condição dos bem-aventurados os que têm puro o coração, pois que eles verão a Deus (1).
(1) Mateus, capítulo 5, versículo 8
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Ermance Dufaux
Wanderley de Oliveira
Obra: Laços de afeto
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04 de fevereiro
Viver uma vida espiritual não significa se privar dos bens materiais que você deseja e que facilitam a vida.
Significa que você deve utilizar esses bens para o benefício do todo e para Minha honra e glória.
Quando você não precisar mais de um bem, seja ele qual for, ele Me será devolvido com amor e gratidão, porque você sabe que tudo que você tem é Meu.
Você descobrirá que quanto mais você doar, mais espaço haverá para receber.
Aceite tudo que você precisa, mas nunca tente possuir as coisas.
Quanto mais possessivo você for, maior a probabilidade de você perder.
Meus depósitos estão transbordantes.
A medida que você acertar os seus valores, nada lhe faltará.
Mas lembre se sempre de Me colocar em primeiro lugar, de agradecer por tudo e de Me devolver o que você não for mais usar.
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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:
O sacrifício mais agradável a Deus
Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, — deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. — (S. MATEUS, cap. V, vv. 23 e 24.)
Quando diz: “Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar”, Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau. Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais; cumpria--lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga. O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno.
Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: “Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor.”
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 7 e 8.)
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A MORTE
(...)
Em resumo, o melhor meio de garantirmos uma morte suave e tranquila é viver dignamente, com simplicidade e sobriedade, com uma vida sem vícios nem fraquezas, desligando-nos antecipadamente de tudo o que nos prende à matéria, idealizando nossa existência, povoando-a com pensamentos elevados e com ações nobres.
O mesmo acontece com as condições boas ou ruins da vida de além-túmulo. Elas também dependem unicamente da maneira pela qual desenvolvemos nossas tendências, nossos apetites, nossos desejos. É no presente que é preciso se preparar, agir, se reformar, e não no momento em que se aproxima o fim terrestre.
Seria tolice acreditar que nossa situação futura depende de certas formalidades mais ou menos bem cumpridas na hora da partida. É a nossa vida inteira que responde pela vida futura. Tanto uma quanto a outra estão ligadas estreitamente; elas formam uma série de causas e efeitos que a morte não interrompe.
Não é menos importante pôr fim às fantasias que preocupam certos cérebros, a respeito de lugares reservados às almas após a morte, aonde seres hediondos devem conduzi-las para as atormentar.
Aquele que cuidou do nosso nascimento colocando-nos, ao virmos ao mundo, em braços amantes, estendidos para nos receberem, também nos reserva afeições em nossa chegada no além. Expulsemos para longe de nós os terrores vãos, as visões infernais, as beatitudes ilusórias. O futuro, assim como o presente, é a atividade, o trabalho. É a conquista de novos postos.
Tenhamos confiança na bondade de Deus, em seu amor por suas criaturas, e avancemos com o coração firme para o alvo que para todos Ele marcou.
Não temos outro juiz ou algoz no além-túmulo a não ser a nossa própria consciência. Livres dos obstáculos terrestres, ela adquire um grau de importância difícil de ser compreendido por nós. Muitas vezes adormecida durante a vida, ela acorda com a morte e sua voz se eleva; evoca as lembranças do passado; livres de qualquer ilusão, aparecem-lhe sob sua verdadeira luz, e nossas menores faltas tornam-se causa de lamentações.
Como disse F. Myers:
“Não há necessidade de purificação pelo fogo; o conhecimento de si mesmo é a única punição e a única recompensa do homem”.
A harmonia está em toda parte, tanto na marcha solene dos mundos quanto na dos destinos. Cada um é classificado de acordo com suas aptidões na ordem universal. Aos grandes espíritos cabem as altas tarefas, as criações do gênio; às almas fracas, as obras medíocres, as missões inferiores. Em todas as atividades de nossas vidas, tendemos para o lugar que nos convém e nos pertence legitimamente.
Façamo-nos almas poderosas, ricas de ciência e de virtude, aptas para as obras grandiosas, e elas criarão por si mesmas um lugar nobre na ordem eterna. Pela alta cultura moral, pela conquista da energia, da dignidade, da bondade, esforcemo-nos para atingir o nível dos grandes espíritos que trabalham pela causa da humanidade, e mais tarde iremos saborear com eles as alegrias reservadas ao verdadeiro mérito.
Então, a morte, em vez de ser um espantalho, irá se tornar, para nós, um benefício, e poderemos repetir as palavras célebres de Sócrates:
“Ah! Se é assim, deixai que eu morra muitas vezes"!
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Léon Denis
O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR
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